terça-feira, 7 de julho de 2009

O Caso Eloá


O caso da menina Eloá Cristina Pimentel, que permaneceu mais de cem horas sequestrada, teve repercussão nacional e internacional por ser considerado o mais longo seqüestro de cárcere privado registrado pelo estado de São Paulo.
A menina de 15 anos foi sequestrada por seu ex-namorado Lindemberg Fernandes Alves, 22 anos, que a manteve refém junto de sua amiga Nayara Silva. A amiga acabou sendo liberada no terceiro dia, mas retornou ao apartamento pra tentar negociações com Lidemberg, que acabou atirando nas duas. Nayara sofreu apenas ferimentos, mas a menina Eloá acabou morrendo, após um tiro na cabeça, por morte cerebral.
O sequestro trouxe muita repercussão na mídia, o que acabou gerando grandes polêmicas a respeito da abordagem de algumas emissoras no caso. Para o ex-comandante do BOPE e sociólogo Rodrigo Pimentel, a cobertura feita pelas emissoras da Record, Rede TV! E Rede Globo prejudicou as negociações com Lindemberg, e a postura das mesmas foi “irresponsável e criminosa”. Essas emissoras tiveram contato com o sequestrador por telefone antes da ação da polícia, o deixando mais nervoso e, ainda, atrapalhando as negociações.
O caso mais polêmico entre as emissoras foi da Rede TV! , no programa A tarde é sua, apresentado por Sonia Abrão. Em busca de um maior índice de audiência, o programa teve contato com Lindemberg, transmitindo a conversa por telefone ao vivo para os telespectadores e, ainda, se posicionando como intermediadores das negociações. Dessa maneira, além de colocar em risco o contato da polícia com o sequestrador e até a vida dos entrevistados, a emissora transmitiu o drama pessoal de Lindemberg e Eloá sem nenhum respeito à dor humana, o tratando como entretenimento e inserindo o caso como atração principal do programa.
Todo esse contexto nos mostra como a sociedade do espetáculo está presente também em nosso jornalismo, conhecido como jornalismo de entretenimento. A mídia fez do caso uma novela, onde o rapaz que levou um fora da namorada resolveu sequestrá-la dominado por seu ciúme. As emissoras disputavam pela melhor entrevista, criando um espetáculo cada vez maior para o público, sendo que em nenhum momento ninguém se preocupou em preservar a menina Eloá.
Essa abordagem forte da mídia pôde influenciar no fim trágico que se deu ao seqüestro, pois a grande exposição dada ao caso pode ter sido um fator que o prolongou ainda mais, além de manter uma grande pressão em cima do seqüestrador, fazendo com que o mesmo se sentisse cada vez mais inseguro em relação ao que estava fazendo.Em casos como esse, a mídia acaba sendo taxada como irresponsável, pois a maneira como ela age a respeito do assunto abordado pode atrapalhar ainda mais sua repercussão e, ainda, acaba fazendo com que haja conseqüências mais drásticas no final da história.











Gabriela Ristoff

Um comentário:

  1. af esse ex dela é um capeta nao deviria matar uma menina tao cheia de vida eu tenho 10 anos e nunca kero passa pelo que ela passou

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