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Cruze e Cobalt: reação da GM à concorrência

[singlepic id=273 w=320 h=240 float=right]A General Motors do Brasil, nas palavras de Jaime Ardila, atual presidente da empresa na América do Sul, deverá ter 100% da sua linha renovada até 2014. Esse processo de mudança no país faz parte de uma estratégia de unificação global desta marca norte-americana para reajustar, principalmente, a parte estética de seus veículos seguindo um padrão universal utilizado pela Chevrolet mundo afora. Bom exemplo dessa nova fase é o Agile, hatch compacto que deriva da chamada “Família Viva”, uma composição que mantém plataformas comuns a vários modelos com carrocerias distintas.

Além de carros compactos que já possuem esse novo traço de design globalizado da GM, desde 2008/2009 que a marca começou a investir, também, em veículos de maior luxo para o mercado brasileiro, caso da SUV familiar Captiva, o sedã Malibu, o (outro sedã de grande porte) Ômega e o legendário esportivo Camaro, ambos importados e revendidos por aqui com sucesso em suas categorias de negócio.

Características de mercado

A Chevrolet – em qualquer mercado aonde atua – é uma empresa que não perde o pique para se atualizar, tanto é que durante décadas sempre se manteve como a Nº1 em vendas no mundo, hoje alternando essa posição com a nipônica Toyota, apesar da enorme crise que sofreu em 2009. Por tradição, no entanto, ela sempre procura manter “em linha” os seus carros por um maior tempo possível. É típico de quem usa Chevrolet, sempre utilizar veículos da mesma marca.

Obviamente (principalmente aqui no Brasil) o universo de vendas automotivas já não pertence exclusivamente às “4 grandes” montadoras (GM, Volkswagen, Ford e Fiat).

A concorrência aumentou muito e a chegada das marcas japonesas, francesas e coreanas (só para citar algumas novatas) com veículos de excepcional qualidade, tem forçado todo o mercado a um patamar qualitativo mais elevado quando se trata da concepção construtiva dos seus carros. A renovação dos modelos é constante, a exigência do consumidor brasileiro está cada dia mais apurada e, por um simples posicionamento (de mudança, modernidade e atenção aos anseios do consumidor), fabricante “X” ou “Y” se destaca na multidão, portanto, é preciso se atualizar sempre.

Lançamentos importantes

Os dois próximos lançamentos, as duas “armas” mais importantes da GM para o mercado latino americano (além da já consolidada picape nacional “S10” – que sofrerá alteração radical a partir da versão americana Colorado) serão os modelos Cobalt e Cruze. Ambos deverão ser oferecidos em carrocerias sedã (três volumes) e hatchback, invadindo (e descontinuando) modelos como Astra, Vectra e Corsa sedã, ou, numa jogada tipicamente brasileira, poderão conviver com apenas algumas versões mais espartanas dessas famílias.

Cobalt, o sucessor do Astra

Não se sabe ao certo que medida terá esse modelo, mas, comparando-se o carro com o tamanho do Astra, provavelmente será um veículo de 4 metros de comprimento por 2,5m de entreeixos.

Estima-se que o interior do Cobalt (que será oponente direto do sedã compacto Honda City) terá o mesmo tratamento do Agile, compartilhando estilo de painel, desenho de bancos, textura de portas e, claro, ofertando opções de versões mais luxuosas com aplicações de couro nos tecidos e mimos extras, como ar-condicionado digital, câmbio automático e pacote de segurança com mais itens. O Cobalt deve eliminar (ou conviver…) com o Astra e o Corsa sedã e, já que a briga maior será com o citado Honda City (que começa no cardápio nacional por mais de R$ 53 mil), o modelo GM deve querer angariar fãs a iniciar com um preço cerca de R$ 10 mil mais barato. No geral, esse embate deve envolver uma fatia de mercado aonde seja possível se comercializar cerca de 3.500 carros/mês, nada mal para qualquer modelo de qualquer marca, seja ela quem for.

GM Cruze será o anti-VW Jetta?

Estima-se que sim. Com porte maior, o Cruze eliminará todas as versões mais caras do (já antigo) Vectra, que ainda sai tanto nas carrocerias sedã quanto hatch. Estima-se que o Cruze deva começar a custar algo em torno de R$ 67.500 na sua versão de entrada, ou seja, no mesmo patamar do Jetta, o que deve indicar essa briga de maneira clara. Terá (assim como o Vectra sempre teve) catálogos bem completos, já que o sedã da Volks (recentemente reestilizado) está moderno, bonito (com opções de motores de 4 cilindros aspirado e turbo) e ainda oferece a opção SW, com o ótimo propulsor 2.5 de cinco cilindros.

Uma dúvida entre esses dois modelos (Cobalt e Cruze) é o tipo de motorização. A GM dispõe (há muitos anos) das suas eficazes linhas de motores das “Famílias 1 e 2”, que já equipam gerações de carros nacionais desde a época do Monza. Obviamente, esses propulsores melhoraram muito, foram (re)potencializados, reformados de maneira moderna e, do cabeçote pra cima, são, ainda, bastante eficazes, que o diga a Fiat que, por anos (numa joint venture) utilizou largamente esses motores 1.8 que equiparam a linha Palio, Punto, Strada… Além desses 1.8 (de 4 cilindros) há os propulsores que equipam o Malibu e a Captiva aqui vendidos, os chamados “Ecotec 2.4 L”, mais fortes e modernos e também um outro 1.8L VVT (que você pode ver numa das fotos). Enfim, o que se sabe é que o Cruze deverá chegar com (aproximados) 140 hp de potência “flex” e com luxo e conforto superiores aos do Vectra. Ele deverá trazer LEDs nos faróis, iluminação azulada no painel e opção de teto solar.

Pouco a pouco a General Motors vai saindo das dificuldades que enfrentou em 2009 quando teve que pedir auxílio financeiro ao governo americano, no entanto, como dito, a marca da gravatinha dourada nunca parou de se mexer nos seus 100 anos de existência e deverá assumir novamente, ao final de 2011, o posto de Nº 1 no mundo outra vez. E o Brasil atualmente representa um importante filão de negócios para a matriz nos Estados Unidos. Com a saída de Denise Johnson (ex-presidente da marca por aqui) foi nomeada (em abril de 2011) Grace Lieblein, a nova presidente da GM do Brasil, que ainda não assumiu de fato o comando da empresa, mas, deverá capitanear essas mudanças brevemente ao lado de Jaime Ardila, e o Cobalt e o Cruze deverão ser os primeiros a dar boas vindas ao novo time. (Fotos: divulgação)

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