sábado, 27 de fevereiro de 2010

O Aquecimento Global agravará as catástrofes geológicas

O Aquecimento Global agravará as catástrofes geológicas


Cientistas de todo o mundo reuniram-se em Londres para debater os resultados das suas investigações sobre os efeitos das Alterações Climáticas na geologia da Terra e alertam que o Aquecimento Global pode intensificar as catástrofes geológicas.

No passado a actividade geológica, em particular, a vulcânica, foi responsável por grandes alterações a nível climático, mas os cientistas acreditam que o inverso também é possível. Vulcanologistas, sismólogos, glaciólogos, climatólogos estudam agora o passado, em particular o fim da última era glaciar, há 12 000 anos, para tentar prever as mudanças futuras relacionadas com as Alterações Climáticas.

Nos últimos 3 dias estiveram reunidos numa conferência em Londres os investigadores que estudam os efeitos das alterações climáticas sobre os riscos geológicos.

Segundo Bill McGquire da University College London, que organizou o evento “O clima não afecta apenas a atmosfera e os oceanos mas também a crosta terrestre. Os terramotos, as erupções vulcânicas, os deslizamentos de terras e os tsunamis podem tornar-se mais frequentes à medida que o Aquecimento Global causa alterações na crosta terrestre.

Por exemplo, as Alterações Climáticas provocam a fusão do gelo do permafrost, o que pode levar à libertação de enormes quantidades de metano armazenadas debaixo desse gelo, quantidades essas que podem ser superiores à concentração de CO2 que existe na atmosfera actualmente.

Por outro lado, “Quando o gelo derrete, a crosta terrestre ressalta e origina sismos, que podem despoletar deslizamento submarinos que causam tsunamis”, afirmou McGuire.

Segundo David Pyle, da Universidade de Oxford, as pequenas alterações na massa da superfície terrestre afectam a actividade vulcânica em geral, não apenas em zonas em que o gelo recua depois de uma época fria.

Um fenómeno descoberto recentemente e que pode ter efeitos devastadores diz respeito aos “terramotos glaciares”, em que gigantescas massas de gelo se despenham em deslizamentos massivos causados pela infiltração da água. “As nossas experiências demonstram que os terramotos glaciares podem gerar tsunamis mais poderosos que os terramotos submarinos de magnitude semelhante” afirma Tony Song, investigador da NASA, que acrescenta “ Algumas regiões de latitudes elevadas como o Chile, a Nova-Zelândia e a Terra Nova no Canadá estão particularmente em risco”. Segundo o cientista as camadas de gelo parecem estar a desintegrar-se muito mais rapidamente do que se pensava e os tsunamis causados por terramotos tem uma “baixa probabilidade [de ocorrência] mas um grande risco”.

Os cientistas são cautelosos alertando para que muitas descobertas são ainda hipóteses mas estão a reunir-se provas de que de que o mundo pode vir a deparar-se com fenómenos a uma vasta escala.

E MaGguire avisa “Na comunidade política estão completamente desinformados sobre os aspectos geológicos das alterações Climáticas”. O cientista afirma que os potenciais riscos geológicos são suficientemente alarmantes, mas constituem apenas uma pequena parte do assustador cenário que se avizinha se as emissões de CO2 não forem estabilizadas nos próximos 5 anos.

“Somado a todo o restante caos, isto seria apenas a cobertura do bolo,” afirma McGuire que acrescenta “As coisas seriam tão más que um tsunami isolado ou uma erupção não farão grande diferença”.

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