segunda-feira, 12 de julho de 2010

Shirin nos rostos de 114 mulheres


 Shirin de Abbas Kiarostami é um filme diferente, um filme que obriga o espectador a trabalhar a imaginação.
  A «história de Khosrow e Shirin» passa num écran de cinema e, do público que assiste ao filme, a câmara foca apenas mulheres, 114 mulheres iranianas(113 actrizes iranianas e a francesa Juliette Binoche), e são as reacções vividas nos rostos dessas mulheres que nós, os espectadores de Shirin, temos que seguir e interpretar.  Do filme que essas mulheres vêem, o filme Shirin dá-nos apenas os sons - a história narrada, os diálogos das personagens, a música, os sons inerentes à acção. Nós ouvimos a história de Shirin e Khosrow, a história de uma princesa persa cristã  que viveu uma vida de solidão, de amor e de morte.
  Os rostos das mulheres iranianas penetram na história de Shirin, sofrem com ela, amam com ela, choram com ela a morte de Khosrow e choram a morte de Shirin. Choram  as suas próprias solidões, os seus próprios amores, as suas mortes. São as vidas dessas mulheres ianianas que nós seguimos com compaixão.

  Shirin é um filme que exige a paciência do espectador. Mas leva-nos a pensar nessas mulheres, a pensar no que será, realmente, as suas vidas.


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