A montanha mágica

sexta-feira, fevereiro 26, 2010

Taganrog, Anton Tchékhov: 150 anos 150 posts (2/150)




LMD



"TCHEKOV nasceu a 16 de Janeiro de 1860 (o dia do santo de Tchekov, isto é, o santo do seu nome, é 17 de Janeiro. Como, na Rússia, se festeja o dia do santo e não o dia do nascimento, várias vezes tem havido confusões quanto à data exacta do nascimento do escritor, que alguns biógrafos dão como sendo 17 de Janeiro.

Seu avô, Iegor Mikailovitch Tchek (o apelido de Tchekov começou apenas a ser usado pela família quando esta deixou a aldeia natal de Olkovatka na província de Veronez), foi servo do general Tchertkov, rico proprietário e pai de um dos mais queridos discípulos de Tolstoi. Iegor era um homem muito supersticioso, uma espécie de excêntrico e segundo a caracterização de Tchekov, «um feroz sustentáculo da servidão». Era também hábil administrador, e na altura em que os filhos se fizeram homens já ele economizara dinheiro bastante para comprar a sua própria alforria, a da mulher e a de três filhos por 3.500 rublos, enorme soma nesse tempo. As economias que juntara não chegavam, todavia, para comprar a alforria da única filha e pediu a Tchertkov que a não vendesse até ele poder juntar mais 700 rublos. «Não faz mal», respondeu Tchertkov, «eu conto-a também».

Iegor Tchekov realizou as ambições que tinha, dando aos filhos a melhor posição social do que a de simples servos livres. O filho mais velho, Miguel, foi de aprendiz para um encadernador de Kaluga; o do meio, Pavel, o pai de Tchekov, para o estabelecimento de um dos mais ricos lojistas de Taganrog, o primeiro da cidade nesse tempo; e o mais novo, Mitrofan, para a loja de ouro abastado comerciante de Rostov. Pavel teve de suportar a árdua e humilhante tarefa, habitual entre os marçanos daquele tempo, quando as lojas estavam abertas das cinco da manhã às onze da noite e os castigos corporais, as más refeições, as duvidosas tarefas morais, e as constantes lisonjas aos fregueses, eram consideradas norma na comunidade mercantil."


David Magarshack (trad. João Gaspar Simões), Tchekov, Editorial Aster, Lisboa, 1960.


posted by Luís Miguel Dias sexta-feira, fevereiro 26, 2010

quinta-feira, fevereiro 25, 2010

If you ever go to Houston (27)





CPV, fotografia de máscara grega, 2009



1. Duas inquietações me têm tentado, e como não as leio nos melhores cronistas da praça, aí vão:

primeira: qual é/seria o objectivo de um indivíduo que estando a exercer o cargo de primeiro ministro da república portuguesa tenta ter um conjunto de órgãos de comunicação social dóceis para si e para os seus governos? Este indivíduo pretende/pretendia o quê?
Quantos mais anos pretende/pretendia passar neste cargo? Será que muitos? Mais, faz, faria intenções disso? Para muito tempo?

segunda: a segunda decorre da primeira: se não faz ou fazia intenções de passar muito mais tempo no cargo para e por que é que se leu o que se leu a seu respeito? Ou, voilà, seria para deixar o seu partido numa posição muito confortável com os meios de comunicação social?
Tiraria dividendos mais tarde? O partido não diz nada porquê?

A não ser, claro, aquele senhor que disse uma vez que se Jesus Cristo fosse vivo era mação. Viram/ouviram a autoridade vs certeza com que ele disse que este caso do face oculta ia resultar em nada? Como é que é possível alguém falar assim, numa República?


2. No início da semana um programa, Sinais de Fogo, apresentado por Miguel de Sousa Tavares. No decorrer desse programa, entrevista ao primeiro ministro de Portugal.

Já não leio o que Sousa Tavares escreve nos jornais há muito tempo, ainda menos o que escreve sobre futebol. Sabe-se o que a casa gasta.

Não sei o que ele escreveu, se escreveu, e o que disse sobre as escutas disponíveis na net sobre conversas que envolviam o presidente dos dragões mais uma série de pessoas ligadas a diferentes sectores do futebol português dos últimos 20 anos.

Não sei o que pensou, se escreveu ou disse, também não interessa, mas Sousa Tavares conversou com um primeiro ministro que com mais uma série de pessoas muito próximas de si foi/têm sido? escutados, da vida económica, política e jornalística dos últimos 6 anos portugueses.


3. Sentei-me agora aqui a pensar que ia adiantar algum do trabalho que tenho pela frente mas como fui ali e já vim e como já ando para o fazer há pelo menos para aí há um mês aí vai.

A nova emanação do ex-ministro da defesa/informação iraquiano de Sadam que dizia... bom, vocês lembram-se, é a massa adepta do clube de futebol mais representativo da cidade do Porto.
E é uma massa em que muitos deles não têm vergonha na cara (muitos escrevem crónicas sobre futebol, que se reflectissem bem os impossibilitaria de escrever mais sobre o que quer que fosse; não vale dizer que no futebol vale tudo). Quem a representa hoje muito bem com aquelas falinhas e argumentinhos e queixinhas é o actual treinador do SC Braga; eu que por tudo implorava para que os bimbos do distrito de Braga jamais fossem como os tripeiros do Porto! Implorava sim, é que é uma diferença ontológica que não se pode contar em meia dúzia de palavras (jamais são o norte, e jamais são os coitados dos perseguidos e ignorados do país), fica para outros dias.

Não têm vergonha na cara e parecem ter ainda menos desde que as escutas a conversas que envolvem o seu presidente e outros dirigentes do seu clube pululam por aí na net, escutas essas que o tribunal valorou como valorou.

Mas mesmo assim, quais são os argumentos dessa massa adepta? Que o futebol português é uma vergonha, o SLB é levado ao colo por árbitros incompetentes e da liga, é uma vergonha todos os fins de semana, e por aí fora.

Antes de mais dizer isto: vergonha, vergonha, é o clube mais representativo da cidade do Porto estar só a seis pontos do Benfica e a 5 do Braga. Isso é que é uma vergonha. Apontar, se faz favor.

Depois: é verdade que a arbitragem do SLB no jogo em que Luisão pontapeia um adversário no chão foi má de mais, horrível, porque depois ainda houve mais casos, é verdade. O SLB devia ter terminado aí com 7 ou 8 e os outros aí com 8 ou 9. Mas o que é ainda mais verdade é que arbitragens dessas é o que temos visto desde há 20 anos. Exemplos?

Só deste ano e mais grave que a de Luisão, a de Bruno Alves (é uma risota saber quantos amarelos é que este jogador já viu na primeira divisão) já em queda pontapeia um jogador adversário na cabeça com o árbitro a assistir e a nada ver. A de Luisão é o que é mas esta é para lá do não sei o quê.

O mesmo árbitro que não expulsou Luisão, o ano passado não viu um penalty claríssimo (estava de frente para o jogador que com o braço dominou a bola dentro da grande área) no jogo Leixões-Benfica, mas no Leixões-Porto já viu um lance de penalty com uma clareza que na televisão só à terceira. Coitado do leixões, dizem-me hoje que anda pelo fim da tabela, dizem-me que deste o 0-4 o ano passado com o clube mais representativo da cidade do Porto nunca mais se levantou.

Claro que isto vai parecer uma peixeirada mas não há outra forma.

Recuemos 20 anos, é muito não? É mesmo muito.

A RTP Memória podia recuperar o jogo Leiria-Porto para aí de 1988, 89 ou 90. Ia ser uma festa. Passem-no, vejam.

Depois não sei se se lembram daquela peitada de Kostadinov a um bandeirinha no estádio da luz, acho que nem amarelo viu.

O guarda Abel.

Os balneários do estádio da equipa mais representativa da cidade do Porto a cheirarem a bagaço.

Aquela gente toda que se via perto do túnel das antas em qualquer jogo.

E por aí fora.

Só o ano passado acho que o clube mais representativo da cidade do Porto ganhou os últimos catorze jogos. 14 vitórias, estão a apontar? Digam outra equipa, se faz favor, de outra modalidade qualquer.

Até ao luto decretado pelo Sporting Clube de Portugal, que, diga-se, o levou à comemoração de títulos.

Num programa de um dos canais do Estado (oxalá estejam lá a fazer aquelas figurinhas sem que a rtpn lhes esteja a pagar o que quer que seja) os argumentos são do que pior a nível intelectual se pode ouvir/ver/imaginar.

Vejam lá que quem lá está a defender as posições do sporting e a atacar o Benfica é o mesmo indivíduo das sondagens da universidade católica, que geralmente ou muitas vezes dão os resultados que dão. É irónico, não é? Isto é uma maravilha.

Mas é a vida.

De que se queixa a massa adepta do clube mais representativo da cidade do Porto? Por ir a seis pontos do SLB e a 5 do SCB?

Para terminar, já vai muito longo, lembram-se de nos finais de oitenta inícios de 90 a rtp porto emitir peças/reportagens do presidente da equipa de futebol mais representativa da cidade do Porto no aeroporto Sá Carneiro com uma cassete de vídeo nas mãos, em grande plano? Dizia que ia à sede da UEFA mostrar escândalos do futebol português.


posted by Luís Miguel Dias quinta-feira, fevereiro 25, 2010

quarta-feira, fevereiro 24, 2010

Lev Tolstói, Yásnaia Poliana, 1828 - Astapovo, 1910 (1/100)





LMD


Em relação a Tolstói, que este ano faz 100 que morreu, publicarei 100 posts, até ao fim do ano. Partirei dos diários, conforme mostra fotografia acima via telemóvel, do que encontrar na imprensa escrita e virtual, de contributos seus/vossos, caros visitantes leitores ou desinteressados, excertos de um dos livros de Mann, Goethe e Tolstói, e assim.

São muitas as vezes que me lembro de Guerra e Paz, das suas personagens (talvez das melhores de toda a literatura), das suas histórias, da sua História, do seu movimento, por assim dizer.

Sobre a presente edição, a tradutora Selma Ancira: "El conde Lev Nikoláievich Tolstói era del todo impredecible. Un día se encontraba en medio de una batalla en Crimea y al seguiente aparecía segando el heno con los campesinos. Otro día nos enterábamos de que estaba aprendiendo el oficio de zapatero y días más tarde de que estaba estudiando griego clásico para leer a Homero. Había momentos en los que nos sorprendía con el minucioso examen de conciencia al que se sometía, mientras en otros lo veíamos perder su finca por deudas de juego. Era una personalidad llena de contradicciones, desmesurada y seductora, cuya vida había quedado registrada en un diario."

Comprei, no ano de 2002, os dois volumes de Diários de Tolstói editados em Espanha, El Acantilado. Na altura hesitei porque achava que mais dia menos dia seriam editados em Portugal, também numa edição cuidada como esta, e assim perderia o português. Estamos em 2010, e... nada.

Continua Ancira: "La primera entrada de ese diario, que Tolstói llevó durante toda su vida, data de marzo de 1847, cuando era un joven de 18 años. La última es de 1910, cuando ya había cumplido 82 años y era un escritor conocido y respetado en el mundo entero. Existen, sin embargo, algunos intervalos que coinciden con los períodos de mayor intensidad en su trabajo literario, es decir, los años durante los que escribió Guerra y paz y Anna Karénina (1865-1878), además de algunos otros momentos en los que su atención estuvo sobre todo dirigida a exponer su credo religioso-moral."

No próximo post com o título Lev Tolstói, Yásnaia Poliana, 1828 - Astapovo, 1910 a primeira e a última entrada destes diários.


posted by Luís Miguel Dias quarta-feira, fevereiro 24, 2010

terça-feira, fevereiro 23, 2010


posted by Luís Miguel Dias terça-feira, fevereiro 23, 2010

segunda-feira, fevereiro 22, 2010

If you ever go to Houston (26)



1. I need a pig here.



posted by Luís Miguel Dias segunda-feira, fevereiro 22, 2010

sábado, fevereiro 20, 2010

If you ever go to Houston (25)







1. Disseram que quem viam sair da exposição saía de ar leve até bem disposto quando acabavam de ver algo de terrível, que era/é como se fossemos descobrindo camadas e mais camadas e mais camadas até chegarmos a sentir o rosto a corrigir feições expressões sentimentos.

Das imagens das acções às palavras do Padre António Vieira

"...cada um é da cor do seu coração", "a dignidade não se introduziu no mundo senão para abrigo daqueles que não a largam", "cada um ouve, não conforme os ouvidos, senão conforme tem o coração e inclinação", "nos grandes são mais avultados os erros, porque erram com grandeza e ignoram com presunção", "o não ter respeito a alguns é procurar, como a morte, a universal destruição de todos", "a pior coisa que têm os costumes é serem costumes: ainda é pior que serem maus", "para as acções humanas escandalizarem não é necessário que sejam injustas; basta que humana e moralmente possam ser reputadas como tais", "nos males e bens ninguém é privilegiado, sintam todos o mal que toca a todos", "pelo que fizeram se hão-de condenar muitos, pelo que não fizeram, todos"

ou, das palavras das acções às imagens vamos ficando cada vez mais sem pé nem mãos, lá fora os pavões.

Excerto do início da conversa entre Paulo Pires do Vale e Vasco Araújo no Pavilhão Branco, sábado dia 13 de Fevereiro de 2010.

[Curto excerto do texto de Paulo Vale: "Nos anos 30 do século passado, quando as aguarelas de Debret eram descobertas em Paris, quando Simone Weil trabalhava na fábrica e Hegel era relido por Kojéve na Sorbonne, Hermann Broch e Clement Greenberg, de mundos tão diferentes, interessaram-se e escreveram, no espaço de cinco anos, dois textos fundamentais sobre o kitsch.
Hermann Broch compreendeu que se a arte é um sistema de valores, este sistema pode ser perturbado por algo que vem do exterior, influenciando-o e pervertendo-o. Mas há algo mais perigoso: não o que é exterior ao sistema, mas o que lhe é interno, «o inimigo interior»1. O anti-sistema que todo o sistema é capaz de desenvolver em si. E ainda mais perverso porque parecem ser idênticos, e não se compreende que um é fechado (o anti) e o outro aberto. O sistema kitsch é, assim, um pseudo-sistema, fechado, e tem o germe do mal nele. Pode parecer-se em tudo com o sistema da arte, mas não é. É um sistema plagiário. O sistema aberto da arte é ético, o sistema fechado do kitsch é estético. E é nesta abolição da ética que, para Broch, se enraiza o mal: «O sistema do kitsch exige aos seus partidários: "faz um trabalho belo!" enquanto que o sistema da arte tomou como máxima o mandamento ético: "faz um trabalho bom!". O kitsch é o mal no sistema de valores da arte»2. E um mal que, segundo o autor, não se pode excluir, nem exterminar, e por isso é radical: ele trabalha de dentro, realizando uma autodestruição. A arte está do lado da verdade e do justo, o kitsch da mentira e da imitação da arte.

1. Hermann Broch, «Quelques remarques à propos de l`art tape-à-l`oeil« in Création littéraire et conaissance. Paris: Gallimard, 1985, p.321.
2. Ibidem, p.322.
]

Referiu o artista, mais adiante, que nenhum dos críticos que escreveu sobre este trabalho falou dessa dimensão ética, da estética apenas, não chegando, portanto, aos momentos mais difíceis vírgula terríveis.


2.Terrível é, por outro lado, logo o adjectivo utilizado por quase todos os críticos para falarem/escreverem sobre o Anticristo de Lars von Trier. Há aqui um paralelismo idiota e forçado nas ideias mas, é a vida, ocorreu-me.

É que como se disse ali em baixo, noutro post, o filme de von Trier é, para mim, um acto de amor, por diversas razões e por diversas pistas.

Fico cada vez mais surpreendido, é um direito que me assiste, com o número de gps´s que se vêem por aí nos carros, sim pode ser pela companhia de quem vai dando as notas, seria trágico mas bonito, e também pela falta deles nalguns críticos de vários géneros. Um gps é, também, à sua medida, um curriculum.

Em relação ao Anticristo algumas críticas é que me pareceram por assim dizer... algo apressadas. Mau, mau foi ver uma vez o Hostel1.

Tu dizes: a doença mental dela distorce a sua natureza (o que ela foi enquanto pessoa) que por sua vez distorce a sua percepção do meio.
Que: o doente psicótico ataca como defesa, interpretando a situação como ameaçadora; o psicopata ataca sem ser em defesa, com a intenção de induzir o mal sobre o outro.

Ela, doente (dizes: a doença não é só no processo de luto, já vem de trás, pistas: na tese dela vê-se uma perturbação da linguagem escrita pelo que se subendente uma perturbação ao nível do pensamento; mais tarde, acresce o conhecimento que ela intencionalmente calçou mal o filho, bebé - desconhece-se a intenção do gesto)

sem medicação por opção (na cena da casa de banho von Trier faz um grande plano sobre um frasco de comprimidos e sobre uma jarra com flores, focando e centrando-se depois apenas nos caules das mesmas, dando simultaneamente a entender a entrada num bosque; na água do autoclismo ficam os comprimidos),

e ele, decidem iniciar um processo terapêutico entre os dois, sem outra interferência humana. E vão para o Éden, oposição de Inferno.

Ela foi incapaz de ver a inocência das bruxas, que para ela eram merecedoras da fogueira e por isso também ela as condenou, condenando-se assim a si mesma e à sua natureza.

São vários os actos de amor:
- dela em relação a ele;
- dele em relação a ela;
- dela em relação filho;
- dele em relação filho;
- deles em relação ao filho;
- dele em relação à verdade/justiça/expiação das injustiças;
- do realizador em relação à natureza.


3. Agora, e também noutras dimensões.


posted by Luís Miguel Dias sábado, fevereiro 20, 2010

sexta-feira, fevereiro 19, 2010

meia dúzia de fotografias, ou mais, ou menos, tiradas em 2009
e
que os autores não se importaram que elas fossem mostradas aqui
(3)




MF, sem título, Londres, 2009

posted by Luís Miguel Dias sexta-feira, fevereiro 19, 2010

quinta-feira, fevereiro 18, 2010

caro visitante, sortudo, felizardo, leitor, deixe-me assim olhos nos olhos dizer-lhe que deve seguir rapidamente para aqui e para aqui. também tive essa sorte, a semana passada e hoje. até amanhã.




posted by Luís Miguel Dias quinta-feira, fevereiro 18, 2010

quarta-feira, fevereiro 17, 2010

London Calling
London Eye
(4)









The National Gallery was established in 1824 to give every person in


the country the opportunity to experience these great pictures.





in The National Gallery Companion Guide





posted by Luís Miguel Dias quarta-feira, fevereiro 17, 2010

terça-feira, fevereiro 16, 2010

Global Positioning System





Não correndo o risco rídiculo de perguntar aos poetas escritores realizadores pintores escultores fotógrafos e assim o que querem dizer quando dizem o que dizem, cada um de nós vai tentando ver olhar decifrar o que nos é dado mostrado.

Não há o ah, percebi o que quis dizer ou vi muito bem ou tão bem que você mostra o que mostra e tão bem que você não mostra o que não mostra ou simplesmente esconde de esconder.

As pedras pistas vão sendo deixadas largadas pintadas enquanto vamos andando assimilando, elasticidade perdi-me encontrei-me perdi-me outra vez.

O Antichrist, de Lars von Trier, para mim é um acto de amor.

posted by Luís Miguel Dias terça-feira, fevereiro 16, 2010

domingo, fevereiro 14, 2010



posted by Luís Miguel Dias domingo, fevereiro 14, 2010

quinta-feira, fevereiro 11, 2010

If you ever go to Houston (24)







1. O contrário do que Vasco Pulido Valente defendeu na crónica de sexta-feira passada (fica-se quase sempre surpreendido com esta não visão falta de lucidez de alguns intelectuais; as mentalidades são o que são) escreveu-o Pacheco Pereira no dia seguinte, no mesmo jornal, com muito mais clarividência: "o que é grave é que há actos, não é apenas um problema de opiniões. Há actos concretos que, em condições normais, suscitam uma grande preocupação sobre a liberdade de opinião em Portugal".

Miguel Esteves Cardoso cometeu a mesma falácia no dia seguinte ao sábado.

E Manuel António Pina na terça-feira também: "O motivo de tanto sobressalto cívico [referindo-se à manifestação de hoje em frente da Assembleia da República] é a publicação pelo "Sol" de documentos judiciais referindo indícios de um plano de controlo de alguns órgãos de comunicação social pelo poder político. Coisa, como se sabe, nunca antes vista em Portugal, ou Portugal já teria outras vezes visto milhares, talvez até milhões, de manifestantes de branco diante da AR."


2. Ora bem, o livro Sociedade de Corte, de Norbert Elias.

Começar assim, ao pedante.

Depois.

Já o escrevi por aqui há muito tempo, julgo que 3 a 4 anos: que o problema político maior deste primeiro ministro não era esta ou aquela medida mas sim o abrir da porta e mais portas ao populismo mais desbragado e sem vergonha que há por esse mundo fora, da Itália ao continente sul americano.

A juntar a isto, junte-se-lhes as averiguações judiciais e governativas e jornalísticas que lhe têm sido feitas a respeito das decisões e opiniões que vai e vem tomando, em catadupa.

Num país a sério e com vaidades doseadas este primeiro ministro já teria muito poucos indivíduos, e presume-se que pessoas, que quisessem ser seus ministros, por um motivo muito simples e primeiro: quando lhes perguntarem ou eles disserem que foram ministros deste primeiro ministro estará tudo dito. E não se foi embora porquê? Currículo? Profissão? Dizer sou ministro? Vidinha?
Já para não falar do partido socialista.

A mesma figura andam, é claro, a fazer muitos jornalistas e cronistas e humoristas e literatos.

Veja-se o caso dos indivíduos que ainda correm para a tsf. Já tentaram ouvir a tsf? Claro que já, aquilo é nojo puro, desde há muitos muitos dias, aquelas vozes melosas e aqueles raciocínios e aquelas notícias? E aquelas entoações. Ora, nesta emissora de rádio tabalha muita gente que tem de ganhar a vida, claro, e há também aqueles que têm de ganhar a vida a dizer nada, e vão lá como os comedores de fogo, os engolidores de vidro e os equilibristas dizer.


3. Leram na Pública desta semana o que escreveu Pedro Mexia a vermelho, página 9? Como é que é possível alguém, neste momento, neste momento, vir dizer e, muito pior, escrever, aquilo? Virar-se para Medina Carreira?
A citação: "O pior de tudo
Há aqueles malucos que nos gritam nos viadutos que o mundo vai acabar com chuvas de enxofre. Mas são malucos e ninguém lhes paga. Agora, com Medina Carreira e os catastrofistas da TV, o enxofre entra-nos em casa: estamos condenados como país e como povo, não há nenhuma salvação possível. É demasiado circo para tão pouco pão.
Pedro Mexia"
07/02/10

Lamentável. Ter vergonha na cara é bom.


4. O sr. ministro das finanças a dizer no parlamento que não se importava de que o seu salário... Terá noção, o homem?


5. "O Esquerda.net passa, a partir desta data, a sugerir aos seus leitores um e-book por semana. Escolhemos textos de literatura, poesia, ensaio - de domínio público ou que nos sejam oferecidos pelos detentores dos seus direitos - para serem desfrutados pelos leitores, que poderão lê-los no ecrã do computador ou imprimi-los. Começamos com um conto de Machado de Assis, um dos maiores escritores de língua portuguesa, de quem se assinala este ano o centenário da morte. "

Muitos contos e muitos parabéns pelo feito. Só aqui trouxe este texto por esta passagem: "para serem desfrutados pelos leitores, que poderão lê-los no ecrã do computador ou imprimi-los".

Por que é que escreveram isto? É desse sentimento de esquerda esquerda que se devem livrar; de comandar, de aconselhar, de dirigir, de dizer como devem fazer, faz assim ou assim. Para quê? As pessoas não sabem? "que poderão lê-los no ecrã do computador ou imprimi-los". É arrogância e pedantismo, fica só a faltar a palmadinha nas costas.


6. Volto às Memórias de Raul de Brandão, Volume I, tomos I e II (querem saber do fim da Monarquia e da implantação da República?), tão esquecidas, tão esquecido, memórias um género tão e sempre em desuso por cá e por lá, para escolher esta citação: "Se os homens de mais juízo pensarem a sério em muitos dos seus actos, hão-de reconhecer que não têm juízo nenhum."


posted by Luís Miguel Dias quinta-feira, fevereiro 11, 2010

quarta-feira, fevereiro 10, 2010

Taganrog, Anton Tchékhov: 150 anos 150 posts (1/150)





Estranhei dar de caras olhos barriga com este livro naquele sítio, com aquele custo. Procurei o tradutor, procurei do autor.
Já o tinha folheado aleatoriamente algumas vezes mas agora é que foi, é.

O livro acabou de se imprimir na tipografia Nunes, R. José Falcão, 57 -Porto, em Julho de 1960, traduzido por João Gaspar Simões para a colecção das grandes biografias da Editorial Aster, Lisboa.

Calo-me e começamos já.

"Tchekov nasceu a 16 de Janeiro de 1860 (o dia do santo de Tchekov, isto é, o santo do seu nome, é 17 de Janeiro. Como, na Rússia, se festeja o dia do santo e não o dia do nascimento, várias vezes tem havido confusões quanto à data exacta do nascimento do escritor, que alguns biógrafos dão como sendo 17 de Janeiro."

[...]

Tchekov nasceu um ano antes da libertação dos servos, mas pouco podia lembrar-se da grande vaga de liberalismo que produziram as reformas agrárias de Alexandre II em todo o país. No entanto, pouca simpatia devem ter despertado essas reformas no seu lar patriarcal. No tempo em que principiou a ir à escola, já não restavam na Rússia vestígios das ideias liberais, e o governo do país fazia o possível para que essas ideias se não espalhassem nas escolas.

No que diz respeito à vida literária, o ano do nascimento de Tchekov assistia à fuga dos assinantes da progressiva revista de Nekrassov, A Revista Contemporânea, por causa de terem deixado o jornal Turgueniev, Tolstoi, Gontcharov e Grigorovitch, os quatro grandes romancistas da época. A crise foi provocada pelo facto de Nekrassov se ter recusado a aceitar o ultimato de Turgueniev para não publicar na revista o artigo crítico de Dobroliubov ao seu livro, Nas Vésperas, no qual se exprimia a ideia de que o russo Insarov em breve apareceria a lutar pela libertação da Rússia das mãos dos opressores do povo. Um ano antes, Gontcharov terminara o seu famoso romance Oblomov. Tolstoi principiara a escrever a Guerra e Paz, que começava a aparecer cinco anos mais tarde. Além de Nas Vésperas, Turgueniev publicara já mais dois romances, nomeadamente Rudine e Um ninho de fidalgo, mas ainda ia escrever Pais e filhos, o qual seria publicado dois anos depois. Dostoievski acabava de ser autorizado a regressar a Petersburgo após a sua prisão e exílio na Sibéria, e o romance onde ele descreveria as suas experiências de penitenciário, Recordações da Casa dos Mortos, apenas apareceria um ano depois, em 1861, enquanto Crime e castigo só viria à luz seis anos mais tarde. O grande escritor satírico russo, Saltikov-Chtchedrine, que tão grande influência exerceria sobre Tchekov no primeiro ano da sua carreira de escritor, apenas conquistaria renome três anos depois, com a colecção de histórias da província, Apontamentos provincianos.

A literatura russa, especialmente o romance russo, contava, no entanto, grande número de obras-primas prontas a aparecer na altura do nascimento de Tchekov, embora quando ele saiu da escola, em 1879, muitas delas já tivessem vindo à luz."


David Magarshack (trad. João Gaspar Simões), Tchekov, Editorial Aster, Lisboa, 1960.

posted by Luís Miguel Dias quarta-feira, fevereiro 10, 2010

terça-feira, fevereiro 09, 2010

Tolstói e Tchékhov




LMD



Este é também o ano Lev Tolstói, faz 100 anos que morreu, e o ano Anton Tchékhov, faz 150 anos que nasceu.

Factos mais do que sufientes para não andar distraído e para serem lembrados aqui no blog, ao longo de todos os meses deste ano.

O primeiro post dedicado a Tchékhov já está pronto, o título, entrada: Taganrog, Anton Tchékhov: 150 anos 150 posts.

O primeiro dedicado a Tolstói ainda não está, nem tem título ainda.

Para já, uma fotografia dos dois: para memória dessa visita [de Tchékhov a Tolstói] Sónia, a mulher do autor de Guerra e Paz, tirou uma fotografia aos dois.

Noutro dia que não o mesmo desta fotografia, "A 7 de Dezembro [de 1902] Tolstoi telefonava-lhe:

«- Sinto-me hoje tão feliz --dizia ele-- que gostava que também se sentisse feliz comigo. Você especialmente. É um homem tão bom --um homem tão bom!»"

Uma nota só para dizer... acontecimento... a Relógio D`Água fez o favor de editar.


Da Relógio D`Água, para quem não sabe, são também os Contos de Tchékhov, já no sétimo volume, creio.


posted by Luís Miguel Dias terça-feira, fevereiro 09, 2010

segunda-feira, fevereiro 08, 2010


posted by Luís Miguel Dias segunda-feira, fevereiro 08, 2010

Hoje. Centro Nacional de Cultura. 19 horas




Apresentação por Guilherme d'Oliveira Martins e José Tolentino Mendonça.

Título: CRÓNICAS: IMAGENS PROFÉTICAS E OUTRAS 1.º volume
Autor: João Bénard da Costa
Colecção: Peninsulares
Ano de edição: 2010 / Tema, classificação: Crónicas
N.º de páginas: 416


"Divino no sentido de divo, que ele semo ser plenamente foi, como seu porte de velho senhor, o mesmo riso de demiurgo que quase juramos haver já visto fixado pelos romanos em alguma estatuária, o brilho hiperbólico, a inteligência analogamente intensa, o timbre cavo, a curiosidade, a coquetterie, o enigma e, por fim, surpreendentemente ou não, a inocência.
E divino também no sentido literal, na medida em que essa era a natureza do seu olhar. Quando João Bénard explicava aos incautos (osmesmos que, semo saber ou dizer, chegamtão cautos) que o seu tempo não era este, não era o deles, era o da maria cachucha, que reivindicava ele? Uma imperdoável apostasia: a de um contemporâneo que se coloca na pré-história.

[…]

A escrita de Bénard, costurada em digressões permanentes, parêntesis e alvéolos, mostra, além disso, como a palavra é inseparável da memória. Nos ambientes gregos inspirados, ela era tida por omnisciência de carácter divinatório, expressa nomantra: «o que é, o que será, o que foi».Nosmeios judaicos e cristãos, era interpretada pelo binómio profecia e cumprimento. Amemória não é apenas o suporte da palavra: é, sobretudo, a potência (poética, maiêutica…) que confere ao verbo o seu estatuto de significação máxima.»


José Tolentino Mendonça, na apresentação"


posted by Luís Miguel Dias segunda-feira, fevereiro 08, 2010

sexta-feira, fevereiro 05, 2010

on the soundtrack to Martin Scorsese’s film Shutter Island







Do extraordinário Alex Ross,

“This may be the most outrageous and beautiful soundtrack I’ve ever heard,” Robertson says, in a press release. It’s hard to argue with the claim, given that the playlist includes Cage’s “Music for Marcel Duchamp,” Scelsi’s “Uaxuctum,” Feldman’s “Rothko Chapel,” and Ligeti’s “Lontano.” Ligeti and Penderecki come out of the familiar Kubrick playbook—“Lontano” figured memorably in “The Shining”—but many of the other selections are unexpected, most of all the choice of Mahler’s Piano Quartet in A Minor.


posted by Luís Miguel Dias sexta-feira, fevereiro 05, 2010

quinta-feira, fevereiro 04, 2010

aún sin título ou post preparado para 30 minutos de leitura e





Terrence Malick


1. ...estará en la nueva película de Terrence Malick . A grande notícia não é que vamos ter mais um Malick, não, não se enganem, é, antes, isso sim, ai, ai, que bom, que Bardem fará parte do elenco, isso é que é importante, importantíssimo.
Nadal era inumano e Rohmer légende du cinéma français.

Já por cá, até o jornal A Bola anunciou a boa nova.


2. Ora aí está: Llega el 'blog' de Babelia: Papeles Perdidos : "es un cajón de sastre de la cultura y la creación, elaborado por el equipo que hace cada semana Babelia, la revista cultural de EL PAÍS. Arte, literatura, música, arquitectura, artes escénicas y cine, recomendaciones de fin de semana, tendencias... Como dijo alguien sobre la cerveza de botella y la de barril, "lo mismo, nomás que diferente". "


3. Editado em 1978, Mondo y otras historias, Le Clézio, vai ser agora publicado em Espanha; para quem não conhece, como é aqui o caso, aqui fica mais uma oferta de um dos diários espanhóis, el pais, neste caso no Babelia:


La rueda de agua

El sol todavía no ha salido sobre el río. Por la angosta puerta de la casa, Juba mira las aguas planas que ya espejean, al otro lado de los campos grises. Se incorpora en la cama, aparta la sábana que lo envuelve. El aire frío de la mañana le da escalofríos. En la casa oscura, hay otras formas enrolladas en las sábanas, otros cuerpos dormidos. Juba reconoce a su padre, al otro lado de la puerta, a su hermano y, al fondo, a su madre y a sus dos hermanas muy juntas bajo la misma sábana. Un perro ladra largamente, en alguna parte, con una voz extraña que canta y luego se estrangula. Pero no hay muchos ruidos en la tierra, ni en el río, pues el sol todavía no ha salido. La noche está gris y fría, lleva el aire de las montañas y del desierto y la luz pálida de la luna.
Juba mira la noche temblando, sin moverse de su cama. A través de la manta de juncos trenzados, el frío de la tierra sube y se forman gotas de rocío sobre el polvo. Fuera, las hierbas brillan un poco, como filos húmedos. Las acacias grandes y delgadas están negras, inmóviles en la tierra resquebrajada.
Juba se levanta sin hacer ruido, dobla la sábana y enrolla la estera, luego camina sobre el sendero que atraviesa los campos desiertos. Mira el cielo, al este, y adivina que el día aparecerá de un momento a otro. Siente la llegada de la luz en el fondo de su cuerpo, y la tierra también lo sabe, la tierra labrada de los campos y la tierra polvorienta entre los arbustos de espinos y los troncos de acacias. Es como una inquietud, como una duda que viene desde el cielo, recorre el agua lenta del río y se propaga a ras de la tierra. Las telas de araña tiemblan, los pastos vibran, los moscardones sobrevuelan las charcas, pero el cielo está vacío, pues los murciélagos se han ido y todavía no han llegado los pájaros. Bajo los pies descalzos de Juba, el sendero es duro. La vibración lejana camina al mismo tiempo que él, y los grandes saltamontes grises comienzan a brincar por los pastos. Lentamente, mientras Juba se aleja de la casa, el cielo se aclara río abajo. La bruma desciende entre las orillas, a la velocidad de una balsa, estirando sus membranas blancas.
Juba se detiene en el camino. Mira un instante el río.
Sobre las orillas de arena, los juncos mojados están inclinados. Un gran tronco negro oscila en la corriente, se hunde y saca sus ramas como el cuello de una serpiente que nada. La sombra está todavía sobre el río, el agua es pesada y densa, fluye formando pliegues lentos. Pero más allá del río, ya aparece la tierra seca. El polvo es duro bajo los pies de Juba, la tierra roja está quebrada como las vasijas viejas, los surcos zigzaguean, semejantes a antiguas fisuras.
La noche se abre poco a poco, en el cielo, sobre la tierra. Juba cruza los campos desiertos, se aleja de las últimas casas de campesinos, ya no ve el río. Sube un montículo de piedras secas de donde cuelgan algunas acacias. Juba recoge del suelo algunas flores de acacia que mastica al escalar el montículo. El jugo se esparce en su boca y disuelve el embotamiento del sueño. Al otro lado de la colina de piedras esperan los bueyes. Cuando Juba llega cerca de ellos, los grandes animales patean cojeando y uno de ellos echa la cabeza hacia atrás para mugir.
«¡Tttt! ¡Uta, uta!», dice Juba y los bueyes lo reconocen. Sin dejar de chasquear con la lengua, Juba les quita las trabas y los conduce hacia lo alto de la colina de piedras. Los dos bueyes avanzan con dificultad, cojeando, porque las trabas han entumecido sus patas traseras. El vapor sale de su hocico.
Cuando llegan frente a la noria, los bueyes se detienen. Se agitan y tiran para atrás, hacen ruidos con la garganta, las pezuñas golpean el piso y despiden piedras. Juba ata los bueyes en el extremo de un largo madero. Mientras ajusta las bestias en el yugo, sigue chasqueando la lengua contra el paladar. Las moscas comienzan a volar alrededor de los ojos y el hocico de los bueyes y Juba ahuyenta las que se posan en su cara y en sus manos.
Los animales esperan junto al pozo, el pesado timón de madera cruje y rechina cuando dan un paso adelante. Juba tira de la cuerda atada al yugo y la rueda comienza a gemir, como un barco que se sacude. Los bueyes grises caminan pesadamente por el sendero circular. Las pezuñas se apoyan sobre las huellas del día anterior, cavan los antiguos surcos en la tierra roja, entre las piedras. En el extremo del largo madero está la gran rueda que gira al mismo tiempo que los bueyes y cuyo eje impulsa el engranaje de la otra rueda vertical. La larga correa de cuero baja hasta el fondo del pozo, llevando los cubos hasta el agua.
Juba excita a las bestias haciendo chasquear la lengua continuamente. También les habla, en voz baja, suavemente, porque la oscuridad envuelve aún los campos y el río. La pesada máquina de madera rechina y cruje, se resiste, vuelve a empezar. Los bueyes se detienen cada tanto, y Juba tiene que correr tras ellos, darles un latigazo en las nalgas, empujar el timón. Los bueyes retoman su marcha circular, la cabeza gacha y resoplando.
Cuando el sol sale por fin, ilumina de una vez los campos. La tierra roja está llena de surcos, muestra sus bloques de greda seca, sus piedras agudas que brillan. Sobre el río, al otro lado de los campos, la bruma se rasga, el agua se ilumina.
Una bandada de pájaros surge brutalmente de las orillas, entre los juncos, estalla en el cielo claro lanzando su clamor. Son las gangas, las perdices del desierto, y sus gritos agudos sobresaltan a Juba. De pie sobre las piedras de los pozos, las sigue por un instante con la mirada. Los pájaros suben alto en el cielo, pasan frente al disco del sol, luego se inclinan nuevamente hacia la tierra y desaparecen en las hierbas del río. Lejos, al otro lado de los campos, las mujeres salen de las casas. Encienden los braseros, pero la luz del sol es tan nueva que no llega a empañar el brillo rojo del carbón de madera que está ardiendo. Juba oye gritos de niños, voces de hombres. Alguien, en alguna parte, llama y su voz aguda resuena largo rato en el aire:
«Ju-uuu-baa».
Ahora los bueyes caminan más rápido. El sol recalienta sus cuerpos y les da fuerzas. El molino gime y rechina, cada diente del engranaje cruje al encajar en el otro, la correa de cuero, tensa por el peso de los cubos, produce una vibración continua. Los cubos suben hasta el brocal del pozo, se derraman por la canaleta de chapa, vuelven a bajar golpeando las paredes del pozo. Juba mira el agua que fluye haciendo olas a lo largo de la canaleta, corre por la acequia, baja a espacios regulares hacia la tierra roja de los campos. El agua corre como tragos lentos y la tierra seca bebe ávidamente. El barro invade el fondo del foso y el flujo regular avanza, metro a metro. Juba no se cansa de mirar el agua, sentado sobre una piedra en el borde del pozo. Junto a él, la rueda de madera gira muy lentamente, crujiendo, y el zumbido continuo de la correa sube por el aire, los cubos golpean contra la canaleta de chapa, uno después de otro, derraman el agua que fluye sibilante. Es una música lenta y llorosa como una voz humana, llena el cielo vacío y los campos. Es una música que Juba reconoce día tras día. El sol se eleva lentamente por encima del horizonte, la luz del día vibra sobre las piedras, sobre los tallos de las plantas, sobre el agua que fluye en la acequia. Los hombres caminan a lo lejos, en la curva del campo, siluetas negras en el cielo pálido. El aire se calienta poco a poco, las piedras parecen inflarse, la tierra roja brilla como una piel de hombre. Hay gritos, de un extremo a otro de la tierra, gritos de hombres y ladridos de perros, y que retumban en el cielo sin fin, mientras la rueda de madera gira y cruje. Juba ya no mira más a los bueyes. Les da la espalda, pero oye el aliento que les raspa la garganta, que se aleja, que vuelve. Las pezuñas de los animales golpean siempre las mismas piedras en el camino circular, se hunden en los mismos huecos.
Entonces Juba envuelve su cabeza en la tela blanca y ya no se mueve. Mira a lo lejos, tal vez, al otro lado de los campos de tierra roja, al otro lado del río metálico. No oye el ruido de la rueda que gira, no oye el ruido del pesado timón de madera que gira alrededor de su eje.
«¡Eh-oh!»
Canta en su garganta, lentamente, él también, con los ojos entrecerrados.
«¡Eeeeh-oooh, oooh-ooooh!»
Con las manos y el rostro ocultos bajo la tela blanca y el cuerpo inmóvil, Juba canta al mismo tiempo que la rueda que gira. Abre apenas la boca y su canto sale largamente de su garganta, como el aliento de los bueyes, como el zumbido continuo de la correa de cuero.
«¡Eeh-eeh-eyaah-oh!»
El aliento de los bueyes se aleja, vuelve, gira sin cesar a lo largo del camino circular. Juba canta para sí mismo y nadie lo puede oír, mientras el agua fluye a borbotones a lo largo de la acequia. La lluvia, el viento, el agua pesada del gran río que desciende hacia el mar, están en su garganta, en su cuerpo inmóvil. El sol sube sin prisa en el cielo, el calor hace vibrar las ruedas de madera y el timón.
Quizá sea el mismo movimiento que mueve el astro hacia el centro del cielo, mientras los bueyes avanzan pesadamente a lo largo del camino circular.
«¡Eya-oooh, eya-oooh, oooh-oh-ooo-oh!»
Juba oye el canto que sube en él, que atraviesa su vientre y su pecho, el canto que viene de la profundidad del pozo. El agua fluye en olas, del color de la tierra, y desciende hacia los campos desnudos. El agua gira también, lentamente, rodea los ríos, rodea los muros, rodea las nubes alrededor del eje invisible. El agua fluye estallando, crujiendo, fluye sin cesar hacia el abismo oscuro del pozo donde los cubos vacíos la vuelven a tomar.
Es una música que no puede terminar, pues está en todo el mundo, en el mismo cielo, donde asciende lentamente el disco solar, a lo largo de su camino curvo. Los sonidos profundos, regulares, monótonos, suben de la gran rueda de madera de engranajes plañideros, el torno gira alrededor de su eje haciendo su queja, los cubos de metal descienden hacia el pozo, la correa de cuero vibra como una voz y el agua sigue fluyendo por la canaleta, en oleadas, inunda el canal de la acequia. Nadie habla, nadie se mueve y el agua cae en cascadas, crece como un torrente, se expande en los surcos, en los campos de tierra roja y de piedras.
Juba inclina un poco la cabeza hacia atrás y mira el cielo. Ve el lento movimiento circular que deja sus huellas fosforescentes, ve las esferas transparentes, los engranajes de la luz en el espacio. El sonido de la rueda de agua llena toda la atmósfera, gira interminablemente con el sol. Los bueyes caminan al mismo ritmo, con la frente inclinada, la nuca tiesa bajo el peso del yugo. Juba oye el ruido sordo de sus pezuñas, el ruido de su aliento que va y viene, y les sigue hablando, les dice palabras graves que duran mucho, palabras que se mezclan con el quejido del timón, con los ruidos de esfuerzo de los engranajes de las ruedas, con el tintineo de los baldes que suben sin cesar, derraman el agua.
«¡Eeeya-ayaaah, eyaaa-oh! ¡Eyaaa-oh!»
Luego, mientras el sol sube lentamente, arrastrado por la rueda y por los pasos de los bueyes, Juba cierra los ojos. El calor y la luz forman un torbellino suave que lo transporta en esa corriente, a lo largo de un círculo tan vasto que parece que nunca se volverá a cerrar. Juba está sobre las alas de un buitre blanco, muy alto en el cielo sin nubes. Se desliza sobre sí mismo, a través de las capas del aire, y la tierra roja da vueltas lentamente bajo sus alas. Los campos desnudos, los caminos, las casas de techos de hojas, el río de color metal, todo gira alrededor del pozo,
haciendo un ruido que cruje y se desvencija. La música monótona de las ruedas de agua, el aliento de los bueyes, el gorgoteo del agua en la acequia, todo eso da vueltas, lo transporta, lo levanta. La luz es grande, el cielo está abierto. Ahora no hay más hombres, han desaparecido. Solamente hay agua, tierra, cielo, planos móviles que pasan y se cruzan, cada elemento semejante a una rueda dentada que muerde un engranaje.
Juba no duerme. Ha abierto nuevamente los ojos y mira frente a él, más allá de los campos. No se mueve. La tela blanca cubre su cabeza y su cuerpo y respira suavemente.
Entonces aparece Yol. Yol es una ciudad extraña, muy blanca en medio de la tierra desierta y de las piedras rojas. Sus altos monumentos todavía se mueven, indecisos, irreales, como si no hubieran sido terminados. Son semejantes a los reflejos del sol en los grandes lagos de sal.
Juba conoce bien esta ciudad. La ha visto a menudo, a lo lejos, cuando la luz del sol está muy fuerte y un velo de fatiga cubre los ojos. La ha visto a menudo, pero nadie se ha acercado, por los espíritus de los muertos. Un día, le preguntó a su padre el nombre de la ciudad, tan bella y tan blanca, y su padre le dijo que se llamaba Yol, y que no era una ciudad para los hombres sino solamente para los espíritus de los muertos. Su padre también le habló de aquel que reinaba en esta ciudad, hace mucho tiempo, un joven rey que había venido del otro lado del mar y que llevaba el mismo nombre que él.
Ahora, en la música lenta de las ruedas, en la luz cegadora, cuando el sol está en lo más alto del cielo, Yol ha aparecido, una vez más. Crece delante de Juba y él ve claramente sus grandes edificios temblar en el aire caliente. Hay altas torres sin ventanas, casonas blancas en medio de jardines de palmeras, palacios, templos. Los bloques de mármol brillan como si acabaran de ser cortados. La ciudad gira lentamente alrededor de Juba y la música monótona de la rueda de agua se parece al rumor del mar. La ciudad flota sobre los campos desiertos, liviana como los reflejos del sol en los grandes lagos de sal y, frente a ella, fluye el agua del río Azan como un camino de luz. Juba escucha el rumor del mar, al otro lado de la ciudad. Es un ruido muy pesado, que se mezcla con los redobles del tambor y con los bramidos de las bocinas y de las tubas. El pueblo de Himyar se amontona en las calles de la ciudad. Hay esclavos negros llegados de Nubia, cohortes de soldados, caballeros de capas rojas con cascos de cuero, los niños rubios de los habitantes de las montañas. El polvo sube por el aire, por encima de los caminos y de las casas, forma una gran nube gris que se arremolina en las puertas de las murallas.
«¡Eya! ¡Eya!», grita la multitud, mientras Juba avanza a lo largo de la vía blanca. Es el pueblo de Himyar que lo llama, que le tiende los brazos. Pero él avanza sin mirarlos, a lo largo de la vía real. En lo alto de la ciudad, por encima de las casas y de los árboles, el templo de Diana es inmenso, sus columnas de mármol parecen troncos petrificados. La luz del sol ilumina el cuerpo de Juba y lo embriaga, y él oye crecer el rumor continuo del mar. La ciudad a su alrededor es liviana, vibra y se ondula como los reflejos del sol en los grandes lagos de sal. Juba camina y sus pies no parecen tocar el suelo, como si lo transportara una nube. El pueblo de Himyar, los hombres y las mujeres caminan con él, la música escondida resuena en las calles y en las plazas y, a veces, el rumor del mar queda cubierto por los gritos que llaman:
«¡Juba! ¡Eya! ¡Ju-uuu-baa!».
La luz aparece de repente, cuando Juba llega a lo alto del templo. Es el mar inmenso y azul que se extiende hasta el horizonte. El lento movimiento circular traza la línea pura del horizonte y la voz monótona de las olas retumba contra las rocas.
«¡Juba! ¡Juba!»
Las voces del pueblo de Himyar gritan y su nombre suena en toda la ciudad, por encima de las murallas color tierra, en los peristilos de los templos, en los patios de los palacios blancos. Su nombre llena los campos rojos, hasta los límites del río Azan.
Entonces Juba sube los últimos peldaños del templo de Diana. Está vestido de blanco, sus cabellos negros están atados con una cinta de hilo dorado. Su bello rostro color cobre señala la ciudad y sus ojos oscuros miran, pero es como si vieran a través del cuerpo de los hombres, a través de los muros blancos de los edificios.
La mirada de Juba atraviesa las murallas de Yol, va más allá; sigue los meandros del río Azan, pasa la extensión de los campos desiertos, va hasta los montes Amour, hasta el manantial de Sebgag. Ve el agua clara que surge entre las rocas, el agua preciosa y fría que fluye haciendo su ruido regular.
La multitud se calla ahora, mientras Juba mira con sus ojos sombríos. Su rostro se parece al de un joven dios y la luz del sol parece multiplicada en sus ropas blancas y en su piel color cobre.
La música surge nuevamente, como un clamor de pájaros, reverbera entre los muros de la ciudad. Hincha el cielo y el mar, su onda se aleja largamente.
«Soy Juba», piensa el joven rey, luego dice en voz alta, con fuerza:
«¡Soy Juba, el hijo de Juba, el nieto de Hiempsal!».
«¡Juba! ¡Juba! ¡Eya-oooh!», grita la multitud.
«¡Soy Juba, vuestro rey!»
«¡Juba! ¡Ju-uuu-baa!»
«¡He regresado hoy y Yol es la capital de mi reino!»
El rumor del mar sigue creciendo. Ahora, por los escalones del templo sube una joven mujer. Es hermosa, lleva un vestido blanco que se mueve con el viento y sus cabellos claros están cargados de chispas. Juba toma su mano y camina con ella hasta el templo.
«¡Cleopatra Selene, hija de Antonio y de Cleopatra, vuestra reina!», dice Juba.
El ruido de la multitud cubre la ciudad.
La joven mira sin moverse las casonas blancas, las murallas y la extensión de tierra roja. Tiene una leve sonrisa.
Pero el lento movimiento de las ruedas continúa y el ruido del mar es más fuerte que las voces de los hombres. En el cielo, el sol desciende poco a poco, en su camino circular. Su luz cambia de color en los muros de mármol, alarga las sombras de la columnas.
Es como si ahora estuvieran solos, sentados en lo alto de los escalones del templo, junto a las columnas de mármol. A su alrededor, la tierra y el mar giran mientras emiten su quejido regular. Cleopatra Selene mira el rostro de Juba. Admira el rostro del joven rey, la frente alta, la nariz aguileña, los ojos alargados rodeados por el dibujo negro de las pestañas. Ella se inclina hacia él y le habla suavemente en una lengua que Juba no puede comprender. Su voz es suave y su aliento perfumado. Juba, a su vez, la mira y dice:
«Todo es hermoso aquí, hace tanto tiempo que deseo volver. Cada día, desde mi infancia, pensaba en el momento en que podría volver a ver todo esto. Quisiera ser eterno, para no abandonar nunca esta ciudad y esta tierra, para ver esto siempre».
Sus ojos sombríos brillan por el espectáculo que lo rodea. Juba no deja de mirar la ciudad, las casas blancas, las terrazas, los jardines de palmeras. Yol vibra a la luz de la tarde, ligera e irreal como los reflejos del sol en los grandes lagos de sal. El viento que sopla mueve los cabellos de Cleopatra Selene, el viento lleva hasta la parte más alta del templo el rumor monótono del mar.
La voz de la joven lo interroga, pronunciando simplemente su nombre:
«¿Juba... Juba?».
«Mi padre murió vencido aquí mismo», dice Juba.
«Me llevaron como un esclavo a Roma. Pero hoy esta ciudad es bella y quiero que sea aún más bella. Quiero que no haya una ciudad más bella sobre la Tierra. Se enseñará la filosofía, la ciencia de los astros, la ciencia de las cifras, y los hombres vendrán de todos los puntos del mundo para aprender.»
Cleopatra Selene escucha las palabras del joven rey sin comprender. Pero también mira la ciudad, escucha el rumor de la música que gira alrededor del horizonte. Su voz canta un poco cuando lo llama:
«¡Juba! ¡Eyaaa-oh!».
«En la plaza, en el centro de la ciudad, los maestros enseñarán la lengua de los dioses. Los niños aprenderán a venerar el conocimiento, los poetas leerán sus obras, los astrólogos predecirán el porvenir. No habrá tierra más próspera ni pueblo más pacífico. La ciudad resplandecerá por los tesoros del espíritu, por esta luz.»
El hermoso rostro del joven rey brilla en la claridad que rodea el templo de Diana. Sus ojos ven lejos, más allá de las murallas, más allá de las colinas, hasta el centro del mar.
«Los hombres más sabios de mi nación vendrán aquí, a este templo, con los escribas, y yo estableceré con ellos la historia de esta tierra, la historia de los hombres, de las guerras, de los grandes hechos de la civilización, y la historia de las ciudades, de los cursos de agua, de las montañas, de las orillas del mar, desde gipto hasta el país de Cerné.»
Juba mira a los hombres del pueblo de Himyar que se amontonan en las calles de la ciudad, alrededor del templo, pero no oye el ruido de sus voces, escucha solamente el rumor monótono del mar.
«No he venido por venganza», dice Juba.
Mira también a la joven reina sentada a su lado.
«Mi hijo Ptolomeo va a nacer», sigue diciendo. «Reinará aquí, en Yol, y sus hijos reinarán después de él, para que nada se termine.»
Luego, se pone de pie, en la plataforma del templo, completamente frente al mar. Una luz cegadora está sobre él, la luz que viene del cielo, que hace resplandecer los muros de mármol, las casas, los campos, las colinas. La luz viene del centro del cielo, inmóvil sobre el mar.
Juba ya no habla. Su rostro parece una máscara de cobre y la luz brilla en su frente, en la curva de su nariz, en sus pómulos. Sus ojos sombríos ven lo que hay más allá del mar. A su alrededor, las paredes blancas y las estelas de calcita tiemblan y vibran como los reflejos del sol en los grandes lagos de sal. El rostro de Cleopatra Selene está inmóvil también, iluminado, apaciguado como el rostro de una estatua.
Juntos, de pie el uno contra el otro, el joven rey y su esposa están sobre la plataforma del templo y la ciudad gira lentamente a su alrededor. La música monótona de las grandes ruedas ocultas llena sus oídos y se confunde con el ruido de las olas sobre las rocas de la orilla. Es como un canto, como una voz humana que grita de muy lejos, que llama:
«¡Juba! ¡Ju-uuu-baa!».
Las sombras se agrandan en la tierra, mientras el sol baja poco a poco hacia el oeste, a la izquierda del templo. Juba ve los edificios temblar y deshacerse. Se deslizan como nubes y, en el cielo y en el mar, el canto de las ruedas se vuelve más grave, más quejumbroso. Hay grandes círculos blancos en el cielo, grandes ondas que nadan. Las voces humanas disminuyen, se alejan, se desvanecen. A veces, todavía, se oyen los acentos de la música, los sonidos de las tubas, las flautas agrias, el tambor. O los gritos guturales de los camellos, cerca de las puertas de las murallas. La sombra gris y malva se extiende bajo las colinas, avanza en el valle del río. Sólo el templo está iluminado por el sol, se levanta sobre la ciudad como un navío de piedra.
Ahora Juba está solo en las ruinas de Yol. Las ondas lentas pasan sobre los mármoles quebrados, agitan la superficie del mar. Las columnas descansan en el fondo del agua, los grandes troncos petrificados perdidos entre las algas, las escaleras devoradas. No quedan hombres ni mujeres aquí, no hay más niños. La ciudad se asemeja a un cementerio que tiembla en el fondo del mar, y las olas vienen a golpear los últimos peldaños del templo de Diana, como un escollo. Siempre está el ruido monótono, el rumor del mar. Es el movimiento de las grandes ruedas dentadas que rechinan todavía, que gimen, mientras el par de bueyes atados al timón hace más lenta su marcha circular. En el cielo azul oscuro, la luna creciente ha salido y brilla con su luz sin calor.
Entonces Juba se quita el velo blanco que cubre su cabeza. Tiembla, porque el frío de la noche llega rápido. Sus miembros están entumecidos y tiene la boca seca. En el hueco de su mano, toma un poco de agua de un cubo inmóvil. Su bello rostro está muy oscuro, casi negro, por todo el calor del sol. Sus ojos miran la extensión de los campos rojos, donde ahora no hay nadie. Los bueyes se detienen en su camino circular. Las grandes ruedas de madera ya no giran, pero crujen y rechinan y la larga correa de cuero vibra todavía.
Sin prisa, Juba deshace los nudos de los bueyes, separa la pesada viga de madera. La noche avanza al otro lado de la tierra, río arriba. Cerca de las casas, los fuegos de brasas están encendidos y las mujeres están paradas frente a los braseros.
«¡Ju-uuu-baa! ¡Ju-uuu-baa!»
Es la misma voz que llama, aguda y musical, en alguna parte al otro lado de los campos desiertos. Juba se da la vuelta y mira por un instante, luego desciende el montículo de piedras guiando a los bueyes por la correa. Cuando llega al pie del montículo, Juba anuda las trabas a los jarretes de los bueyes. El silencio en el valle del río es inmenso, ha cubierto la tierra y el cielo como un agua calma donde no se mueve ni una ola. Es el silencio de las piedras.
Juba mira a su alrededor, largo rato, escucha el ruido de la respiración de los bueyes. El agua ha dejado de fluir por la acequia, la tierra bebe las últimas gotas, en las fisuras de los surcos. La sombra gris ha cubierto la ciudad blanca de los templos livianos, las murallas, los jardines de palmeras. ¿Queda, quizás, en alguna parte, un monumento en forma de tumba, una cúpula de piedras partidas, donde crecen las hierbas y los arbustos, no lejos del mar? Tal vez mañana, cuando las grandes ruedas comiencen de nuevo a girar, cuando los bueyes vuelvan a empezar, lentamente resoplando, por su camino circular, tal vez entonces la ciudad aparezca nuevamente, muy blanca, temblorosa e irreal como los reflejos del sol. Juba gira un poco sobre sí mismo, mira solamente la extensión de los campos que descansan de la luz bañadas por el vapor del río. Luego, se aleja, avanza rápidamente por el camino, hacia las casas donde esperan los vivos.


4. O artigo completo de Arundhati Roy, La endeble luz de la democracia, en septiembre pasado, durante el Festival de Literatura de Berlín.

posted by Luís Miguel Dias quinta-feira, fevereiro 04, 2010

blogsportime melbourne final moment (3)






Photo by: Getty Images/Quinn Rooney



Quem não viu não está bem a ver como foi, a meia final e a final.

A KIA parece ser o maior patrocinador deste australian open, e enquanto olhava para aquelas iniciais e jogava com as palavras... killed in action, já alguém mas havia soletrado, há uns meses.

Tsonga deve recordar esta pouco mais do que hora e meia de jogo muito bem guardada, defrontou um génio que, hoje, foi, mais uma vez, avassalador.

Dizer que há dois dias atrás [antes do jogo com Tsonga] Federer foi ao Mats não sei mais o quê e disse que o ténis hoje está diferente, que os jogadores são cada vez mais altos, servem com muita força, e que há jogadores que conseguem devolver quase todas as bolas, paredes portanto. Federer fala assim de mudança.

Federer.

- Onde ides, D. Isabel, madrugais hoje senhora?

[...]

- São rosas, senhor, são rosas.

Murray começa por desafiar Federer e depois não aguenta o maxilar nem o joelho nem o músculo da barriga da perna nem aquela direita.

É como aquele caso da final dos oitenta metros nos jogos desportivos de fim de período no décimo ano de escolaridade: ias com mais dois lado a lado na frente até te estatelares e romperes os joelhos no alcatrão com areia.

Federer foi tão soberano como o havia sido com Tsonga, que foi passado a ferro.

Com Murray Federer também só mudou de t-shirt para ir receber o troféu. Blue on blue.

A Murray só lhe faltou um pouco para, também, ser cilindrado, ainda que psicologicamente o tenha sido. Federer é uma lenda viva, sem opositor.


posted by Luís Miguel Dias quinta-feira, fevereiro 04, 2010

quarta-feira, fevereiro 03, 2010

If you ever go to Houston (23)






Joseph Kosuth



Jornal Público, Segunda-feira, 1 de Fevereiro de 2010, P2, página 8:

- Inédito de Bolaño terá a primeira tradução mundial em Portugal

Repetição:

- Inédito de Bolaño terá a primeira tradução mundial em Portugal


Ficamos a saber que o lançamento mundial vai acontecer na Póvoa de Varzim (oh, poveirinha, oh, póvoa de varzim), entre 24 e 27 de Fevereiro. E logo a seguir a esta data diz assim: "O livro só sairá no dia 4 de Fevereiro em Espanha, editado pela Anagrama, e a Quetzal será a primeira editora no mundo a lançar a tradução."

Repetição:

E logo a seguir a esta data diz assim: "O livro só sairá no dia 4 de Fevereiro em Espanha, editado pela Anagrama, e a Quetzal será a primeira editora no mundo a lançar a tradução."

Adiante no texto: "O próprio Roberto Bolaño era fã de jogos de estratégia e de guerra, segundo um artigo que saiu no diário espanhol El Mundo, em que se diz que sabia tanto de Segunda Guerra Mundial como de literatura latino-americana."

O pequeno e ridículo texto de onde foram tirados estes excertos é muito mau, e ainda é mais mau por sair no jornal público. Claro que os critérios seguidos pelo The New York Times são os critérios seguidos pelo The New York Times. É a vida.

A mim, o diário El Mundo deu-me o primeiro capítulo de El Tercer Reich e sem ser em primeira tradução mundial, nem num dos shoppings maiores do mundo, nem numa das livrarias que tem as maiores escadarias de sei lá o quê para se lerem excertos de livros, aqui fica ele que só sairá em Espanha no dia 4 de Fevereiro. Retiveram aquele ...? Eh, eh, eh.

Lamento muito pelo jornal público.



El Tercer Reich, de Roberto Bolaño


20 de agosto

Por la ventana entra el rumor del mar mezclado con las risas de los últimos noctámbulos, un ruido que tal vez sea el de los camareros recogiendo las mesas de la terraza, de vez en cuando un coche que circula con lentitud por el Paseo Marítimo y zumbidos apagados e inidentificables que provienen de las otras habitaciones del hotel. Ingeborg duerme; su rostro semeja el de un ángel al que nada turba el sueño; sobre el velador hay un vaso de leche que no ha probado y que ahora debe estar caliente, y junto a su almohada, a medias cubierto por la sábana, un libro del investigador Florian Linden del que apenas ha leído un par de páginas antes de caer dormida. A mí me sucede todo lo contrario: el calor y el cansancio me quitan el sueño. Generalmente duermo bien, entre siete y ocho horas diarias, aunque muy raras veces me acuesto cansado. Por las mañanas despierto fresco como una lechuga y con una energía que no decae al cabo de ocho o diez horas de actividad. Que yo recuerde, así ha sido siempre; es parte de mi naturaleza. Nadie me lo ha inculcado, simplemente soy así y con esto no quiero sugerir que sea mejor o peor que otros; la misma Ingeborg, por ejemplo, que los sábados y domingos no se levanta hasta pasado el mediodía y durante la semana sólo una segunda taza de café –y un cigarrillo– consiguen despertarla del todo y empujarla hacia el trabajo. Esta noche, sin embargo, el cansancio y el calor me quitan el sueño. También, la voluntad de escribir, de consignar los acontecimientos del día, me impide meterme en la cama y apagar la luz.
El viaje transcurrió sin ningún percance digno de mención. Nos detuvimos en Estrasburgo, una bonita ciudad, aunque yo ya la conocía. Comimos en una especie de supermercado en el borde de la autopista. En la frontera, al contrario de lo que nos habían advertido, no tuvimos que hacer cola ni esperar más de diez minutos para pasar al otro lado. Todo fue rápido y de manera eficiente. A partir de entonces conduje yo pues Ingeborg no confía mucho en los automovilistas nativos, creo que debido a una mala experiencia en una carretera española, hace años, cuando aún era una niña y venía de vacaciones con sus padres. Además, como es natural, estaba cansada.
En la recepción del hotel nos atendió una chica muy joven, que se desenvuelve bastante bien con el alemán, y no hubo ningún problema para encontrar nuestras reservas. Todo estaba en orden y cuando ya subíamos divisé en el comedor a Frau Else; la reconocí de inmediato. Arreglaba una mesa mientras le indicaba algo a un camarero que, a su lado, sostenía una bandeja llena de botellines de sal. Iba vestida con un traje verde y en el pecho llevaba enganchada la chapa metálica con el emblema del hotel.
Los años apenas la habían tocado.
La visión de Frau Else me hizo evocar los días de mi adolescencia con sus horas sombrías y sus horas luminosas; mis padres y mi hermano desayunando en la terraza del hotel, la música que a las siete de la tarde comenzaban a esparcir por la planta baja los altavoces del restaurante, las risas sin sentido de los camareros y las partidas que se organizaban entre muchachos de mi edad para salir a nadar de noche o ir a las discotecas. ¿En aquella época cuál era mi canción favorita? Cada verano había una nueva, en algo semejante a la del año anterior, tarareada y silbada hasta la saciedad y con la que solían cerrar la jornada todas las discotecas del pueblo. Mi hermano, que siempre ha sido exigente en lo musical, seleccionaba con esmero, antes de comenzar las vacaciones, las cintas que habrían de acompañarlo; yo, por el contrario, prefería que fuese el azar quien pusiese en mis oídos una melodía nueva, inevitablemente la canción del verano. Me bastaba con escucharla dos o tres veces, por pura casualidad, para que sus notas me siguieran a través de los días soleados y de las nuevas amistades que iban festoneando nuestras vacaciones. Amistades efímeras, vistas desde mi óptica actual, concebidas sólo para ahuyentar la más mínima sospecha de aburrimiento. De todos aquellos rostros apenas unos cuantos perduran en mi memoria. En primer lugar, Frau Else, cuya simpatía me conquistó desde el primer instante, lo que me valió ser el blanco de las bromas y chirigotas de mis padres, quienes incluso llegaron a burlarse de mí en presencia de la mismísima Frau Else y de su marido, un español cuyo nombre no recuerdo, haciendo alusiones acerca de unos pretendidos celos y de la precocidad de los jóvenes, que consiguieron ruborizarme hasta las uñas y que en Frau Else despertaron un tierno sentimiento de camaradería. A partir de entonces creí ver en su trato conmigo un calor mayor que el dispensado al resto de mi familia. También, pero en un nivel distinto, José (¿se llamaba así?), un chico de mi edad que trabajaba en el hotel y que nos llevó, a mi hermano y a mí, a lugares que sin él no hubiéramos pisado nunca. Cuando nos despedimos, tal vez adivinando que el próximo verano no lo pasaríamos en el Del Mar, mi hermano le regaló un par de cintas de rock y yo mis viejos pantalones vaqueros. Diez años han pasado y aún recuerdo las lágrimas que de pronto se le saltaron a José, con el pantalón doblado en una mano y las cintas en la otra, sin saber qué hacer o decir, murmurando en un inglés del que mi hermano constantemente se burlaba: adiós, queridos amigos, adiós, queridos amigos, etcétera, mientras nosotros le decíamos en español –idioma que hablábamos con cierta fluidez, no en balde nuestros padres llevaban años pasando sus vacaciones en España– que no se preocupara, que el próximo verano volveríamos a estar juntos como los Tres Mosqueteros, que dejara de llorar. Recibimos dos postales de José. Yo contesté, a mi nombre y de mi hermano, la primera. Luego lo olvidamos y de él nunca más se supo. Hubo también un muchacho de Heilbronn llamado Erich, el mejor nadador de la temporada, y una tal Charlotte que prefería tomar el sol conmigo aunque mi hermano estaba loco de remate por ella. Caso aparte es la pobre tía Giselle, la hermana menor de mi madre, que nos acompañó durante el penúltimo verano que pasamos en el Del Mar. Tía Giselle amaba por encima de todo el toreo y su voracidad por esta clase de espectáculo no tenía límites. Imborrable recuerdo: mi hermano conduciendo el coche de mi padre con entera libertad, yo, a su lado, fumando sin que nadie me dijera nada, y tía Giselle en el asiento trasero contemplando embelesada los acantilados cubiertos de espuma bajo la carretera y el color verde oscuro del mar, con una sonrisa de satisfacción en sus labios tan pálidos, y tres pósters, tres tesoros, en su regazo, que daban fe de que ella, mi hermano y yo habíamos alternado con grandes figuras del toreo en la Plaza de Toros de Barcelona. Mis padres, ciertamente, desaprobaban muchas de las ocupaciones a las que tía Giselle se entregaba con tanto fervor, al igual que no les resultaba grata la libertad que ella nos concedía, excesiva para unos niños, según su manera de ver las cosas, aunque yo por entonces rondaba los catorce. Por otra parte siempre he sospechado que éramos nosotros quienes cuidábamos de tía Giselle, tarea que mi madre nos imponía sin que nadie se diera cuenta, de forma sutil y llena de aprensiones. Sea como fuere, tía Giselle sólo estuvo con nosotros un verano, el anterior al último que pasamos en el Del Mar.
Poco más es lo que recuerdo. No he olvidado las risas en las mesas de la terraza, los supertanques de cerveza que se vaciaban ante mi mirada de asombro, los camareros sudorosos y oscuros agazapados en un rincón de la barra conversando en voz baja. Imágenes sueltas. La sonrisa feliz y los repetidos gestos de asentimiento de mi padre, un taller donde alquilaban bicicletas, la playa a las nueve y media de la noche, aún con una tenue luz solar. La habitación que entonces ocupábamos era distinta a esta que ocupamos ahora; no sé si mejor o peor, distinta, en un piso más bajo, y más grande, suficiente para que cupieran cuatro camas, y con un balcón amplio, de cara al mar, en donde mis padres solían instalarse por las tardes, después de comer, a jugar infinitas partidas de naipes. No estoy seguro de si teníamos baño privado o no. Probablemente algunos veranos sí y otros no. Nuestra habitación actual sí que tiene baño propio, y además un bonito y espacioso closet, y una enorme cama de matrimonio, y alfombras, y una mesa de hierro y mármol en el balcón, y un doble juego de cortinas, unas interiores de tela verde muy fina al tacto y otras exteriores, de madera pintada de blanco, muy modernas, y luces directas e indirectas, y unas bien disimuladas bocinas que con sólo apretar un botón transmiten música en frecuencia modulada... No cabe duda, el Del Mar ha progresado. La competencia, a juzgar por el rápido vistazo que pude dar desde el coche mientras enfilábamos el Paseo Marítimo, tampoco ha quedado rezagada. Hay hoteles que no recordaba y los edificios de apartamentos han crecido en los antiguos descampados. Pero todo esto son especulaciones. Mañana procuraré hablar con Frau Else y saldré a dar una vuelta por el pueblo.
¿También yo he progresado? Por supuesto: antes no conocía a Ingeborg y ahora estoy con ella; mis amistades son más interesantes y profundas, por ejemplo Conrad, que es como otro hermano para mí y que leerá estas páginas; sé lo que quiero y tengo una perspectiva mayor; soy económicamente independiente; al revés de lo que habitualmente sucedía en los años de adolescencia hoy jamás me aburro. Sobre la falta de aburrimiento Conrad dice que es la prueba de oro de la salud. Mi salud, según esto, debe ser excelente. Sin pecar de exagerado creo que estoy en el mejor momento de mi vida.
En gran medida la responsable de esta situación es Ingeborg. Encontrarla es lo mejor que me ha sucedido. Su dulzura, su gracia, la suavidad con que me mira hacen que lo demás, mis esfuerzos cotidianos y las zancadillas que me ponen los envidiosos, adquieran otra proporción, la justa proporción que me permite enfrentarme con los hechos y vencerlos. ¿En qué terminará nuestra relación? Lo digo porque las relaciones entre parejas jóvenes son hoy tan frágiles. No quiero pensarlo mucho. Prefiero la amabilidad; quererla y cuidarla. Por cierto, si acabamos casándonos, tanto mejor. Una vida entera al lado de Ingeborg, ¿podría pedir, en el plano sentimental, algo más?
El tiempo lo dirá. Por ahora su amor es... Pero no hagamos poesía. Estos días de vacaciones serán también días de trabajo. He de pedir a Frau Else una mesa más grande, o dos mesas pequeñas, para desplegar los tableros. Tan sólo de pensar en las posibilidades que ofrece mi nueva apertura y en los diferentes desarrollos alternativos que se pueden seguir me entran ganas de desplegar el juego ahora mismo y ponerme a verificarlo. Pero no lo haré. Sólo tengo cuerda para escribir un rato más; el viaje ha sido largo y ayer apenas dormí, en parte porque era la primera vez que Ingeborg y yo iniciaríamos unas vacaciones juntos y en parte porque volvería a pisar el Del Mar después de diez años de ausencia.
Mañana desayunaremos en la terraza. ¿A qué hora? Supongo que Ingeborg se levantará tarde. ¿Había un horario fijo para los desayunos? No lo recuerdo; creo que no; en cualquier caso también podemos desayunar en un café del interior del pueblo, un viejo local que siempre estaba lleno de pescadores y turistas. Con mis padres solíamos hacer todas las comidas en el Del Mar y en ese café. ¿Lo habrán cerrado? En diez años ocurren muchas cosas. Espero que aún esté abierto.

posted by Luís Miguel Dias quarta-feira, fevereiro 03, 2010

terça-feira, fevereiro 02, 2010

.



The Laughing Heart by Charles Bukowski

your life is your life
don’t let it be clubbed into dank submission.
be on the watch.
there are ways out.
there is a light somewhere.
it may not be much light but
it beats the darkness.
be on the watch.
the gods will offer you chances.
know them.
take them.
you can’t beat death but
you can beat death in life, sometimes.
and the more often you learn to do it,
the more light there will be.
your life is your life.
know it while you have it.
you are marvelous
the gods wait to delight
in you.

Charles Bukowski


Por falar em Bukowski, Barfly anda por aí, o Script fica aqui.



posted by Luís Miguel Dias terça-feira, fevereiro 02, 2010

segunda-feira, fevereiro 01, 2010

meia dúzia de fotografias, ou mais, ou menos, tiradas em 2009
e
que os autores não se importaram que elas fossem mostradas aqui
(2)



VRD, sem título, Finlândia, 2009

posted by Luís Miguel Dias segunda-feira, fevereiro 01, 2010

Powered by Blogger Site Meter

Blogue de Luís Dias
amontanhamagica@hotmail.com
A montanha mágica YouTube




vídeos cá do sítio publicados no site do NME

Ilusões Perdidas//A Divina Comédia

Btn_brn_30x30

Google Art Project

Assírio & Alvim
Livrarias Assírio & Alvim - NOVO
Pedra Angular Facebook
blog da Cotovia
Averno
Livros &etc
Relógio D`Água Editores
porta 33
A Phala
Papeles Perdidos
O Café dos Loucos
The Ressabiator

António Reis
Ainda não começámos a pensar
As Aranhas
Foco
Lumière
dias felizes
umblogsobrekleist
there`s only 1 alice
menina limão
O Melhor Amigo
Hospedaria Camões
Bartleby Bar
Rua das Pretas
The Heart is a Lonely Hunter
primeira hora da manhã
Ouriquense
contra mundum
Os Filmes da Minha Vida
Poesia Incompleta
Livraria Letra Livre
Kino Slang
sempre em marcha
Pedro Costa
Artistas Unidos
Teatro da Cornucópia


Abrupto
Manuel António Pina
portadaloja
Dragoscópio
Rui Tavares
31 da Armada

Discos com Sono
Voz do Deserto
Ainda não está escuro
Provas de Contacto
O Inventor
Ribeira das Naus
Vidro Azul
Sound + Vision
The Rest Is Noise
Unquiet Thoughts


Espaço Llansol
Bragança de Miranda
Blogue do Centro Nacional de Cultura
Blogue Jornal de Letras
Atlântico-Sul
letra corrida
Letra de Forma
Revista Coelacanto


A Causa Foi Modificada
Almocreve das Petas
A natureza do mal
Arrastão
A Terceira Noite
Bomba Inteligente
O Senhor Comentador
Blogue dos Cafés
cinco dias
João Pereira Coutinho
jugular
Linha dos Nodos
Manchas
Life is Life
Mood Swing
Os homens da minha vida
O signo do dragão
O Vermelho e o Negro
Pastoral Portuguesa
Poesia & Lda.
Vidro Duplo
Quatro Caminhos
vontade indómita
.....
Arts & Letters Daily
Classica Digitalia
biblioteca nacional digital
Project Gutenberg
Believer
Colóquio/Letras
Cabinet
First Things
The Atlantic
El Paso Times
La Repubblica
BBC News
Telegraph.co.uk
Estadão
Folha de S. Paulo
Harper`s Magazine
The Independent
The Nation
The New Republic
The New York Review of Books
London Review of Books
Prospect
The Spectator
Transfuge
Salon
The Times Literary...
The New Criterion
The Paris Review
Vanity Fair
Cahiers du cinéma
UBUWEB::Sound
all music guide
Pitchfork
Wire
Flannery O'Connor
Bill Viola
Ficções

Destaques: Tomas Tranströmer e de Kooning
e Brancusi-Serra e Tom Waits e Ruy Belo e
Andrei Tarkovski e What Heaven Looks Like: Part 1
e What Heaven Looks Like: Part 2
e Enda Walsh e Jean Genet e Frank Gehry's first skyscraper e Radiohead and Massive Attack play at Occupy London Christmas party - video e What Heaven Looks Like: Part 3 e
And I love Life and fear not Death—Because I’ve lived—But never as now—these days! Good Night—I’m with you. e
What Heaven Looks Like: Part 4 e Krapp's Last Tape (2006) A rare chance to see the sell out performance of Samuel Beckett's critically acclaimed play, starring Nobel Laureate Harold Pinter via entrada como last tapes outrora dias felizes e agora MALONE meurt________

São horas, Senhor. O Verão alongou-se muito.
Pousa sobre os relógios de sol as tuas sombras
E larga os ventos por sobre as campinas.


Old Ideas

Past