segunda-feira, 18 de janeiro de 2010

Tecnologia permitirá o fim dos testes em animais na indústria de cosméticos e medicamentos

segunda-feira, 18 de janeiro de 2010

Uma tecnologia que permite aos fabricantes de cosméticos testarem as reações alérgicas dos seus produtos, sem o uso de animais, está em desenvolvimento e pode estar ser usada no próximo ano.


A tecnologia desenvolvida pela Hurel Corp, com financiamento da fabricante de cosméticos L’Oreal, se destina a substituir os testes realizados em ratos e porquinhos-da-índia, para verificar as reações da pele em contato com medicamentos e cosméticos. O dispositivo utiliza o laboratório de produção de células da pele humana para simular a resposta do organismo a produtos químicos. Experimentos preliminares foram bem-sucedidos, mas rigorosos testes ainda são necessários para determinar a precisão da tecnologia.
O método padrão para testar reações alérgicas envolve a aplicação de produtos químicos nas orelhas dos ratos, que são posteriormente mortos e dissecados para estudo.
North Brunswick, da Hurel Corp, disse nesta quinta-feira (13) que espera eliminar a necessidade dos testes em animais, em um anúncio com a gigante dos cosméticos L’Oreal, que forneceu o financiamento para o desenvolvimento da nova tecnologia.

O produto da Hurel consiste em um chip de vidro com células da pele humana e produtos químicos que simulam o sistema imunológico do corpo. Quando uma substância estranha é colocada no chip, as células e substâncias químicas interagem para imitar a resposta alérgica natural do corpo humano.
Embora o produto ainda esteja em desenvolvimento, os funcionários da Hurel dizem que um protótipo deve estar disponível no segundo semestre do próximo ano. Além dos cosméticos, a tecnologia poderia ser usada para testar produtos de limpeza e pesticidas.
O chefe executivo da Hurel, Robert Freedman, disse que é muito cedo para estimar o preço ou a quantidade do chip que será vendida, mas ele espera cerca de 2 bilhões de dólares ao ano para o mercado de testes sem o uso de animais.
Assim como outras empresas na indústria de cosméticos, a L’Oreal está preocupada com o desenvolvimento de alternativas de testes para cumprir com as leis da União Europeia, que regulam o fim dos testes em animais em 2013.
A L’Oreal tem diminuído o uso de testes em animais ao longo dos anos, mas ainda depende da técnica para testar certas substâncias químicas.
“Eu dou crédito à L’Oreal por estar disposta a explorar este tipo de oportunidades”, disse o Dr. Charles Sandusky, do Comitê de Médicos pela Medicina Responsável. “Esta é a primeira vez que vejo o sistema imunológico ser imitado sem o uso de um componente animal.”
Uma porta-voz da L’Oreal disse que a empresa tem feito grandes investimentos em procedimentos que não utilizem animais há mais de 25 anos, mas se recusou a especificar o quanto foi gasto no desenvolvimento do chip da Hurel Corp.
A Hurel Corp. é livre para licenciar a tecnologia para outras empresas, uma vez que tenha sido provada a eficácia da tecnologia.
Sandusky, um toxicologista da Agência de Proteção Ambiental, estima que a tecnologia da Hurel Corp, se aplicada com sucesso, pode eliminar o uso de dezenas de milhares de animais em testes por ano.
Por essa razão, o grupo pelos direitos animais PETA (Pessoas pelo Tratamento Ético dos Animais) pretende conceder à empresa um prêmio pelo desenvolvimento da tecnologia. O grupo está acompanhando as pesquisas da empresa.
A Hurel Corp. foi fundada em 2005 e tem um outro produto em desenvolvimento: um ensaio de toxicidade hepática. As indústrias farmacêuticas testam em animais os efeitos dos seus medicamentos no fígado antes de serem submetidos para aprovação dos órgãos reguladores. Esse produto desenvolvido pela Hurel Corp. também colocaria um fim a esse teste feito em animais.
Além de eliminar o sofrimento dos animais, o chefe executivo da Hurel, Robert Freedman, estima que a nova tecnologia reduza cerca de 100 milhões de dólares para cada 1 bilhão de dólares usados no desenvolvimento de um novo medicamento.
Fonte: US News/ANDA

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