Ar@quém News - quinta-feira, 3 de fevereiro de 2011

Nasa descobre seis pequenos planetas que orbitam estrela similar ao Sol

Washington, 2 fev (EFE).- A Nasa (agência espacial americana) anunciou nesta quarta-feira a descoberta de seis pequenos planetas que orbitam ao redor de uma estrela semelhante ao Sol, e cuja massa oscila entre 2,3 e 13,5 vezes a da Terra, graças aos dados do telescópio espacial Kepler. Os planetas orbitam dentro de um sistema que foi batizado como Kepler-11, e que chamou a atenção dos cientistas por estar composto por um elevado número de planetas, de pequenas dimensões e muito próximos uns dos outros.

Lançado em março de 2009, o Kepler tem como objetivo recolher dados de planetas que tenham temperaturas médias que possibilitem a existência de água e vida. Com os dados do Kepler, astrônomos da Universidade da Califórnia de Santa Cruz (UCSC) analisaram a dinâmica orbital deste sistema planetário, cujos resultados aparecerão publicados na edição de fevereiro da revista científica "Nature". Para determinar o tamanho e as massas dos planetas, a equipe analisou as medições realizadas pelo observatório Kepler da Nasa, que captou a luminosidade em transformação da estrela por volta da qual os planetas giram quando passam em frente a ela.

O fotômetro sensível do telescópio capta este momento em que se interrompe o brilho da estrela. Com as imagens, os cientistas podem conhecer o tamanho e a massa de cada planeta medindo seu raio. "Isso não só é um sistema planetário surpreendente, mas também valida um novo e poderoso método para medir as massas dos planetas", assinalou Daniel Fabrycky da UCSC, que dirigiu a análise da dinâmica orbital junto a Jack Lissauer, cientista da Nasa. Cinco dos planetas descobertos têm massas que oscilam entre 2,3 e 13,5 vezes a massa da Terra e seus períodos orbitais são inferiores a 50 dias. A modo de referência, a órbita dentro dessa região poderia caber na órbita de Mercúrio em nosso sistema solar.

O sexto planeta é maior e está mais longe. Dele, os cientistas puderam determinar que o período orbital é de 118 dias, mas não puderam calcular sua massa. "Dos seis planetas, o de maior massa pode ser equivalente a Netuno e Urano", explica Jonathan Fortney, professor assistente de astronomia e astrofísica da UCSC, que dirigiu o trabalho na compreensão da estrutura e composição dos planetas, junto aos estudantes Eric López e Neil Miller. Mas no caso dos planetas de massa menor, não há nenhuma comparação próxima, já que "são diferentes a qualquer um dos que temos em nosso sistema solar", assinalou Fortney. Anteriormente, as detecções de planetas em trânsito eram realizadas da Terra com potentes telescópios. No entanto, no caso do sistema Kepler-11, os planetas são pequenos demais e a estrela que se estuda, que está a uma distância de 2 mil anos-luz, tem brilho fraco demais para ser analisada da Terra.

Mais de 100 planetas em trânsito foram observados pelo Kepler e outros telescópios, mas, em sua grande maioria, são gigantes gasosos como Júpiter, e quase todos se encontram em sistemas de um só planeta. A densidade dos planetas, derivada do cálculo da massa e do raio deles, dá pistas sobre suas composições e de como puderam se formar. Os seis planetas têm uma densidade menor que a da Terra, mas, tal como explica Fortney, "parece que o interior de dois poderiam ser em sua maioria água, possivelmente com uma fina pele de gás de hidrogênio e hélio na parte superior, como se fossem mini-Netunos". "Os que estão mais longe têm uma densidade menor que a de água, o que parece indicar uma atmosfera significativa de hélio hidrogênio", algo que a equipe considerou "surpreendente", porque um planeta pequeno quente teria dificuldades para fixar-se a uma leve atmosfera.

Uma das razões pelas quais este sistema de seis planetas é tão inovador é que ele permite aos cientistas fazer comparações entre eles. "Isso é realmente de grande alcance, já que podemos investigar o que aconteceu com este sistema em seu conjunto", disse Fortney. EFE

Fonte: Yahoo Notícias

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