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Brasileiras contam as delícias e os desafios de ser casada com um gringo

Publicada em 10/04/2008
Daniela Leiras, especial para O Globo Online

Giselle e o italiano Omar tiveram um casamento digno. Foto: arquivo pessoal

RIO - Se elas fossem publicar um diário de momentos marcantes, começariam mais ou menos assim: Amar um gringo é... Achar lindo quando ele tropeça no português e diz "te amo mais do que 'todo'". É também fazer a mala com vários casacos pesados ao receber a proposta de descobrir o mundo com ele, mesmo que seja só por uma semana. Dividir a vida com um homem que nasceu a milhares de quilômetros de distância de você pode ser uma das experiências mais enriquecedoras. Mas é também um desafio e tanto para quem se vê obrigada a discutir com o marido usando palavrões estrangeiros impronunciáveis. Brasileiras casadas com americano, alemão, francês e italiano, seja no Brasil ou no exterior, contam aqui como se divertem, e amadurecem, com as saias-justas do dia-a-dia.

Depois de quatro anos casados, a estudante brasileira Roberta Laub Rode, 27 anos, e o gerente de marketing americano John D. Rode II, 34 anos, já se acostumaram a viver tranqüilamente nos Estados Unidos como dois opostos.

    " Como íamos morar no Brasil, achei justo fazer a cerimônia na Itália, só que eu não imaginava que os rituais fossem tão diferentes "

- Eu sou paulista, de cidade grande, do calor. Ele é do interior de Nova York, do frio. Eu durmo de coberta e ele de lençol. Eu como mamão no café de manhã e ele, Sucrilhos. Amo chinelo, até no frio, e ele adora suas pantufas. Estou sempre atrasada e ele é super pontual. Nós lidamos com tantas diferenças através de muita conversa, tentamos fazer uma análise sócio-cultural de nossas personalidades e comportamentos toda vez que temos conflitos - explica Roberta, que decidiu compartilhar os micos semanais com suas conterrâneas ao criar a comunidade no Orkut "Casadas(os) com gringos(as)".

Se fosse dar uma dica, a professora Giselle Oliveira, 28 anos, avisaria: "Só se case no país dele se você tiver espírito esportivo". No ano passado, o sonho de subir ao altar de branco com o italiano Omar Bergamaschi, 31 anos, teve detalhes de filme de comédia.

- Como íamos morar no Brasil, achei justo fazer a cerimônia na Itália, só que eu não imaginava que os rituais fossem tão diferentes. Antes do casamento, tivemos que bater de porta em porta nos vizinhos para oferecer nosso confete (doce enrolado numa trouxinha). Eu não conhecia ninguém e eles nem tinham sido convidados! No dia seguinte, na hora de me arrumar para a igreja, enquanto eu tentava domar o cabelo que despencava, as pessoas do lado de fora da casa já estavam nos comes e bebes. Eu nem disse "sim" e eles já comemoravam! - conta, rindo.

E o susto de chegar à igreja e encontrar o noivo na porta esperando com o buquê na mão?

- A cidade parou para me ver saindo do carro. Eu não sabia o que fazer quando vi todos os convidados do lado de fora batendo palmas. Apesar dos sustos, não me arrependo. Tive um casamento de conto de fadas à italiana - avalia Giselle, que namorou à distância durante três anos e meio e agora, para compensar e agradar o marido, se vê às voltas com as receitas de massa italiana.
'Eu me tornei uma pessoa mais ecológica e ele, menos rígido'

Roberta e o americano John têm uma filha de 1 ano e

O jeito sério e comedido do engenheiro alemão Bernd Bechtold, 41 anos, não foi capaz de deixar acuada a carioca Claudia Dannemann. A analista de sistemas, 41 anos, que já morava na Alemanha antes de conhecê-lo, ficou encantada com a segurança dele de querer constituir família.

- Como boa brasileira, ensinei o Bernd a ser mais flexível. E ele me transformou numa pessoa mais preocupada com o meio ambiente. Antigamente, ficava horrorizado quando eu jogava o óleo de cozinha pelo ralo ou esquecia de colocar um papel no lixo para reciclagem. Hoje, estamos acostumados com os hábitos do outro, tudo de maneira saudável, sem radicalizar - analisa Claudia.

Se fazer concessões é inevitável mesmo para casais de mesma nacionalidade, como agir quando o marido é estrangeiro? Para a psicanalista Heloneida Neri, do Corpo Freudiano do Rio de Janeiro, a mulher deve analisar até que ponto está disposta a romper as barreiras.

- A tendência da mulher é de uma certa submissão, não no sentido negativo. Ela é mais condescendente e generosa, abre mão com mais facilidade. Quando se está apaixonada, porém, a gente idealiza as situações. As dificuldades não são limitadoras, tudo pode ser resolvido. O que a gente quer é ficar com aquela pessoa, que passa a simbolizar a felicidade. Isso inclui a mudança de país e o enfrentamento das barreiras da linguagem - afirma a especialista.

Foi mais ou menos assim com a empresária Vivian da Cunha, 43 anos. Ela conheceu o francês Jean-Claude Razel, 42 anos, quando morava na Espanha, tendo como cupido nada menos que o cantor Paul Mccartney, que fazia show em Madrid. Apaixonou-se no meio da multidão e resolveu se mudar para a França. Mas deixou para trás o que mais tarde decidiria seu futuro: sua essência brasileira.

    " Nosso filho fala português, francês e alemão, é o máximo "

- Meu maior erro foi querer ser como os franceses. Eu só saía com os amigos dele e não procurava fazer contato com brasileiros. Foi muito enriquecedor pelo lado de mergulhar numa outra cultura, mas, ao fim de quatro anos, eu já tinha perdido minhas raízes brasileiras e acabei voltando para o Brasil - lembra Vivian.

A psicanalista Nisara Pinheiro, da Sociedade Psicanalítica do Rio de Janeiro, destaca que há uma diferença entre se esforçar para se adaptar ao país do outro e abrir mão de sua história:

- Não dá para negar as marcas de identidade deixadas por nossa pátria. Uma brasileira no exterior nunca vai deixar de ser brasileira. Pode mostrar isso no sotaque, na forma de comer ou de se vestir. Para ser aceita em outro país, claro que é preciso adotar certos hábitos, mas, se ela quiser ser outra pessoa, vai acabar com o sentimento de não pertencer a lugar algum.

De volta ao Brasil, Vivian e seu marido francês decidiram abrir um complexo de turismo de aventuras em Brotas, São Paulo, a Alaya Expedições. Desta vez, foi Jean-Claude quem teve que se adaptar. Ouvindo-o falar português com gírias e à vontade com um bermudão e chinelos Havaianas, não parece que foi tão difícil.

- Ele adora a França, mas já se acostumou com o Brasil e com o jeito mais maleável dos brasileiros. Agora diz que demoraria a se readaptar ao estilo francês de viver - conta a empresária, que tem duas filhas que adoram ouvir o pai tocar no violão músicas francesas para ninar.
Oficializar um idioma para o casal ou misturar várias línguas?, eis a questão

Marcia Dannemann, irmã de Claudia (aquela casada com o alemão), seguiu o mesmo caminho de aventuras no exterior.

- Conheci meu marido, o francês Sylvain, através da minha irmã. Larguei tudo no Brasil para poder ir com ele pra Paris morar num conjugado de 16m2 sem banheiro. Pauleira, mas se não tivesse feito isso ia morrer de remorso - admite a brasileira, que hoje mora na Alemanha e tem dois filhos.

Decidir qual idioma deveria usar com o marido não foi tarefa fácil.

- No começo, a gente se falava em alemão, depois em inglês e em seguida em francês, até que ele aprendeu o português! Aqui em casa então é uma babel. Nosso filho fala português, francês e alemão, é o máximo.

A psicanalista Nisara Pinheiro diz ser saudável para as crianças aprender o idioma dos pais, mesmo que isso possa provocar certas confusões.

- É importante que o pai e a mãe falem com seus filhos na língua deles. Soa mais natural quando esta mãe brasileira, num momento de carinho, por exemplo, se expresse em português. É o idioma do afeto que vale mais.

Bonsoir à tous.
Je viens d’arriver à ce forum  sur lequel je suis tombée tout à fait par hasard. Je voudrais intervenir dans cette discussion sur le mariage disons binational. Dans ce qui me concerne, je suis brésilienne mariée à un français depuis 18 ans.
Si réussir un mariage tout court n’est pas en soi une mince affaire, quand il s’agit de personnes venant des horizons différents c’est peut-être plus compliqué.

Riche de mon expérience, je dirais que certains ingrédients sont absolument nécessaires. Il est important d’avoir à peu près le même niveau socioculturel, les mêmes valeurs de base (passés pas nos parents), mais aussi des aspirations en harmonie pour pouvoir construire ensemble un projet de vie future.
A court terme tout va bien : le coup de foudre est encore là. A moyen terme les choses se compliquent un peu : l’arrivée des enfants qu’on va élever dans la culture de l’autre (il y a tjs l’un et l’autre, mon pays et ton pays, ma famille et ta famille, tes amis et mes amis…ehehe)  devient source de mésententes. (exemple assez courant : le parent français va dire au parent brésilien qu’il n’a pas d’autorité sur l’enfant, qu’il lui permet tout… etc…). Autre difficulté qui peut arriver : celui qui a accepté d’aller vivre dans le pays de l’autre peut devenir frustré d’avoir quitté son travail, sa famille, ses amis, son mode de vie… L’intégration à la culture de l’autre est tjs une affaire délicate qui demande des efforts des deux parties. Il faut absolument que le conjoint qui s’est installé dans le pays de l’autre ait une activité en dehors du mariage, où il puisse entrer en contact avec d’autres personnes et construire ainsi son individualité et des liens sociaux.
A part tout ça, il faut aussi bcp de bonne volonté et une bonne dose de concessions. C’est valable pour tous les mariages, mais spécialement dans ce cas du mariage entre des ressortissants des pays différents.

Dans le cas spécifique de brésiliens ou brésiliennes mariés à des français ou françaises (on voit davantage ce couple en version femme brésilienne et homme français – et après 20 ans de France je crois que j’ai compris pourquoi, mais cela n’est pas le sujet ici aujourd’hui ) je crois pouvoir dire qu’il y a une plus grande ouverture à l’autre, à l’étranger, de la part des brésiliens et donc il va se mettre plus volontiers dans la situation de vouloir accepter la culture française, mais cela ne veut pas du tout dire qu’il va le réussir. Le chemin pourra être ardu… Il faudra bcp de bon sens pour éviter ou contourner les pièges.

Je ne sais pas si j’ai bien répondu à la question… Je l’espère en tout cas.

Mes amitiés.

Salut Philbec
Ceci dit ...Il semble que je me soit trompé de post... car ce n'est pas le point d'une brésilienne mariée avec un gringo ..Mais le contraire :-)
Je pense que t`as repondu dans le post correct ainsi comme "orange azul" bien dit sur les raports Franco/Bresiliens.
Il faut d`abord qu`elle nos explique ... Dans le cas spécifique de brésiliens ou brésiliennes mariés à des français ou françaises (on voit davantage ce couple en version femme brésilienne et homme français )... a son avis cela arrive pq ?
Elle a bcp d`experience et pouvoir 'd`observation'...

Salut

Oui ohlinda et surtout, les machos Bresiliens ( majorite ) ne sont pas trop partners dans les taches "maison". Les Francais ont ca comme une habitude, faire la cuisine, partager la responsabilite avec les enfants etc.,
Quant aux gents du nord e nord ouest du Bresil il y a une enorme diference, moi je suis carioca ( cela est evident - rires ).
Tout cela pour dire que je ne suis pas sure d`etre heureuse avec un Bresilien si je me separe de mon "gringo". Je prefere suporter quelques diferences...

clo14 a écrit :

Cristina Carioca a écrit :

Oui ohlinda et surtout, les machos Bresiliens ( majorite ) ne sont pas trop partners dans les taches "maison". Les Francais ont ca comme une habitude, faire la cuisine, partager la responsabilite avec les enfants etc.,
Quant aux gents du nord e nord ouest du Bresil il y a une enorme diference, moi je suis carioca ( cela est evident - rires ).
Tout cela pour dire que je ne suis pas sure d`etre heureuse avec un Bresilien si je me separe de mon "gringo". Je prefere suporter quelques diferences...

AH BON !!!!!J AI DE LA CHANCE ALORS car mariée à un brésilien je suis super heureuse pas de probleme a la maison il cuisine il repasse fait les courses le menage et tout le reste quand je ne peux pas le faire de plus il n est pas du tout le genre macho comme vous l ecrivez . comme quoi il ne faut pas generaliser .....

deja je ne pas connu beaucoup de bresilien mais  mes copain de la fac ils etaient un petit macho.Tu a de la chance clos nous nous devons generaliser. Il ya du bon partout il faut que trouvions au bon moment.

Bonjour, nouvelle sur ce forum. Je me suis mariée avec un brésilien en début d'année. Après notre mariage il a dû partir au bresil pour avoir son visa long séjour. Son absence a durée 1 mois et demis. Depuis son retour; il n'est plus le même. Il est redevenu macho, indifférent; de plus il refuse le mariage religieux qu'on devait faire à la rentrée. Je lui ai demandé pourquoi ce changement soudain. il m'a répondu qu'il fallait que  je lui laisse le temps de bien  se réadapter à la Fance. Cela fait 2 mois qu'il est revenu, il est toujours aussi indifférent. Est-ce que quelqu'un a vécu la même histoire que moi. HiER JE L'AI MIS A LA PORTE! RAS LE BOL DE SON COMPTEMENT MACHO !  Depuis il n'arrête pas de me téléphoner, même à mes parents, pour  qu'on lui donne une seconde chance. Qu'il ferait son maximum pour changer son comportement, il dit qu'il m'aime vraiment; qu'il ne s'était pas rendu compte à quelle point je souffrais de son indifférence. Je ne sais pas si doit le croire. Est-ce qu'un brésilien peut vraiment aimer. Les femmes là bas ne sont trop respectées cela me fait peur maintenant. J'ai pas envie de passer ma vie à me battre pour me faire respecter. ESt-ce une chance croyez-vous de vivre heureuse avec lui . Je suis complètement perdue. Il y a t-il une femme comme moi mariée avec un brésilien et ayant connu des début diffcile. J'aimerais savoir. Merci. J'ai oublié je suis française