“A
Consciência Humana é este morcego!
Por mais
que a gente faça, à noite, ele entra
Imperceptívelmente
em nosso quarto!”
(Augusto
dos Anjos, “O morcego”, 214).
A poesia de
Augusto dos Anjos pertence à época de Realismo e Naturalismo, que começou em
1881 no Brasil. Ele, conforme as características deste movimento, queria
explicar os por quês da vida por meio da ciência. Segundo ele, o comportamento
do humano podia ser compreendido só no contexto do ambiente na qual se encontrava
e as regras científicas que governavam a mente e os hábitos. Sabendo disso,
ficamos mais prontos para entender o soneto “O morcego” por Augusto dos Anjos.
Usando como
metáfora um animal (ao qual nós normalmente atribuímos uma natureza fixa),
Augusto dos Anjos explica o que é a consciência humana. Como todos os sonetos,
tem catorze linhas. É um soneto italiano, pois é composto de 8 linhas, que têm um
esquema de rima (neste caso, ABBA BAAB) e 6 mais linhas com outro esquema de
rima (CDE CDE). A interpretação e o ponto crucial do poema se econtram nas
últimas linhas aqui citadas. À noite, a consciência muitas vezes vem para nos perturbar.
Nossos pensamentos mais escuros e desaminadores vêm nos mordendo como este
morcego. Ficamos apavorados apenas pelo toque do ‘animal’. E por mais que nós
façamos, Augusto de Anjos fala, este animal faz entrada na nossa cabeça. É um
comentário da psicologia do homem e como há coisas que ficam além do poder dele
para mudar, coisas imutáveis da natureza—assim como o morcego não tem poder para
mudar a sua natureza.
Legal
ReplyDeleteEsclarecedor.
ReplyDeleteBoa análise! Mas ele é, geralmente, considerado pré-modernista pela temática e pelo conteúdo. Sofreu influências parnasianas e naturalistas, mas o conteúdo de sua obra o afasta daquelas escolas literárias.
ReplyDeleteAlguém sabe qual foi a crítica?
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