segunda-feira, 19 de março de 2012

LANÇAMENTO "APOLOGÉTICA CONTEMPORÂNEA" DE WILLIAM LANE CRAIG

Autor: Rubens Junior | Facebook | Twitter


Em seu tour aqui pelo Brasil, além de algumas palestras, no dia 19 de março William Lane Craig lançou uma nova versão, mais completa e atualizada, do seu livro Apologética Contemporânea, na Fnac da Av. Paulista, em São Paulo. Em suas palavras, este livro tem como objetivo capacitar os cristãos para que consigam fundamentar intelectualmente sua fé. A primeira versão do livro já é muito famosa e requisitada e, pelo pouco que o autor comentou no lançamento, esta segunda versão realmente vale a pena.


Logo que fiquei sabendo deste lançamento, deduzi que precisaria chegar bem mais cedo ao local pra garantir um lugarzinho, já que William é um ícone cristão da atualidade. Acabei supervalorizando o interesse do público que, mesmo o espaço de eventos da Fnac sendo pequeno, nem chegou a ficar lotado. Marcado para começar as 19h, William chegou 18h30 e, pela quantidade pequena de pessoas que haviam chegado, ele conseguiu dar atenção e tirar fotos com quase todos que ali estavam.


No horário marcado, representantes da editora apresentaram o autor estadunidense ao público e um dos editores se encarregou da tradução. William, após os agradecimentos, introduziu o assunto fazendo um resumo da importância de seu livro, já que, a cada dia que passa, os cristãos e não cristãos embasam suas crenças cada vez mais nas próprias opiniões particulares do que na verdade dos fatos reais, onde, apenas por eles, é possível discernir Jesus Cristo e o próprio Deus. Ou seja, apenas estudando a veracidade dos fatos, a fé cristã é alimentada pela verdade encontrada.


Após esta introdução, houve espaço para perguntas do público. Quando perguntado sobre "como lidar com uma liderança que não valoriza a apologética nas igrejas?", William respondeu que a liderança não precisa valorizar, principalmente porque nem toda liderança entende deste assunto. Mas basta que o povo valorize, e comece a estudar, mesmo que em grupos pequenos. Assim, aos poucos o grupo vai crescendo. Quando o grupo estiver grande, a liderança com certeza irá atrás de você para fazer parte do trabalho. Tanto a pergunta quanto a resposta foram interessantes, pois funcionam para qualquer departamento ou ministério da igreja.


William falou pouco, já que o evento priorizava o lançamento do livro, e não uma palestra, para que houvesse um maior tempo do público conseguir autógrafos do autor. Mesmo assim, o pouco do William é muito para nós, "meros mortais". A imensidão de seu conteúdo intelectual é impressionante, de forma que poucas palavras dele induzem a uma enxurrada de pensamentos para quem ouve.


Antes de começar o evento, comecei a conversar com um rapaz que estava ao meu lado, exatamente sobre este nível intelectual dos assuntos cristãos que William tem, e como é raro encontrar brasileiros neste nível. Começamos a citar diversos nomes americanos e ingleses que são referência no assunto, e lembramos poucos brasileiros (Adauto Lourenço é um deles). Chegamos a uma conclusão "não oficial" de que no exterior, é muito comum esta cultura de "debates". Desde a escola as crianças são incitadas a estudar de forma que consigam defender verbalmente suas teses. Não só isso, mas também é possível seguir carreira neste ramo, vivendo financeiramente de debates e palestras sobre o assunto que dominar melhor. Também é comum encontrar no exterior ministros que recebem salário da igreja para tocar violão, bateria, pregar, etc. Aqui este não é o costume, e as pessoas que decidem aprender ao máximo as minunciosidades do evangelho, precisam estudar nas horas vagas, pois seu maior tempo fica no emprego diário. Logo, muitos cristãos acabam desistindo, desanimando, se acomodando num evangelho mais raso, e nem sempre por falta de vontade, mas por falta de reais condições.

De qualquer forma, sou fã assumido do William, pois além da sua instrução, o que realmente me faz admira-lo como irmão, é o fato de ele não se esconder atrás das paredes da igreja, ou de uma denominação, falando só para aqueles que o admiram, onde é fácil pregar o evangelho. Este hermano põe a cara para bater, ele põe a prova o evangelho que acredita, encara aqueles que são contra e não arrega, nem ameniza. Admiro isso demais, e cada vez mais, pois essa característica de "ser macho" no evangelho está escorrendo pelo ralo a anos, e hoje quase não existem cristãos que realmente acreditam no evangelho, mesmo que não o compreendam totalmente. Basta uma palavra de dúvida de um fulano qualquer que os cristãos já fazem rebuliço na igreja, já enquadram o pastor, trocam de igreja, suavisam a doutrina, relaxam nos costumes, já duvidam se a Bíblia está mesmo correta, ou até se Deus é bom mesmo... Na minha opinião, bem pior do que cristãos que pregam um evangelho errado (por maldade ou ignorância), são cristãos frouxos que não aguentam o tranco e as pauladas do inimigo, e estremecem na primeira chacoalhada. Pois estes sãos os que envergonham, estes que desistem são aqueles que fazem os incrédulos desacreditarem que seja possível mesmo ser cristão chegar até o fim, terminar a carreira, cumprir a boa obra, que é a santificação completa de nossa vida.

William não só acredita neste evangelho real, como põe a mão e o corpo inteiro no fogo por ele. Então aproveitei esta oportunidade rara de encontra-lo no Brasil, não só para prestigiar seu livro, mas para dar-lhe um presente de agradecimento e reconhecimento. Foi a forma que encontrei para lhe expressar o quanto admiro, mais do que seu trabalho, sua fé. Embora meu inglês não seja "aquela coisa", foi o suficiente para dialogar um pouco e explicar o motivo de estar presenteando-o. Foi demais ver a cara de surpresa quando abri a pasta e, ao invés de tirar um livro para autógrafo, entreguei sua caricatura. Muito divertido. Entreguei também meu livro do Cris com uma dedicatória. É sempre bom valorizar as pessoas.


Uma noite muito agradável, que poderia ser até melhor se os cristãos invadissem aquele lugar, William começasse a pregar, as pessoas começassem a cantar e louvar, os incrédulos se convertessem, os enfermos fossem curados, e a noite se tornasse dia pelo iluminar do Espírito Santo, como achei que poderia ser. Não rolou, mas cheguei a ouvir uns "Aleluia" e "Glória ao nome do Senhor" de uma irmã do "reteté" que estava sentada atrás de mim. Pode melhorar, um dia a gente chega lá ;-)

Obs: valeu pelas fotos Vânia, ficaram show demais!

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