Livro: Comida de Verdade

No livro Comida de Verdade, com edição brasileira da ARX (335 páginas), a autora, Nina Planck, relata seu mundo infantil em uma fazenda, comendo comidas simples e naturais, sua adolescência e juventude como vegetariana, que lhe fez engordar e, finalmente, sua vida adulta com retorno à comida da infância e sua luta em defesa da comida local e como promotora de feiras de agricultores na Inglaterra e nos Estados Unidos.

Se você entendeu a essência das idéias que defendemos e divulgamos neste blogue e concordou com elas, ao ler Comidade de Verdade, você diria que se trata de um livro escrito sobre o óbvio.

O livro defende de forma contundente a comida de “antigamente”, contraposta aos alimentos industrializados. Adicionalmente busca também esclarecer o real papel do colesterol na saúde humana.

A autora condena absolutamente todas as comidas industrializadas, no geral, e as hidrogenadas, em especial. Concentra seu combate no açúcar, nas gorduras trans, nos alimentos com excesso de omega 6, na obesidade e no tabagismo.

Aconselha: exercícios, ovos, manteiga e carnes (desde que de animais alimentados sem ração). Recomenda muitas frutas e legumes, carnes de animais de pasto e as gorduras tradicionais.

Tratando do colesterol, a autora cita estudo de Kilmer McCully, que propõe que é a homocisteína que ataca as artérias e provoca a arteriosclerose. E ressalta que nas carnes de animais o colesterol está no músculo. Logo tirar a gordura não reduz nossa ingestão de colesterol.

Recomendamos. Principalmente se você for obeso, vegetariano ou toma estatinas (estatina é o nome genérico destes venenos, digo, remédios para baixar o colesterol).

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BARRA DE CEREAIS 2 – NESTON

Comida saudável? Puro marketing.

Em algum momento a propaganda convenceu um monte de pessoas de que estas barrinhas de açúcar com conservantes são saudáveis. E está cheio de gente que tem elas na gaveta do escritório, na bolsa ou no carro, para comer algo saudável na hora que bate aquela fomezinha. Puro engano: é glicose na veia. É para provocar picos de insulina e apressar a chegada do diabetes. É para engordar.

Leia os ingredientes. Para comer alguma fibra, cuja única função seria combater o fantasma do colesterol, lhe fazem ingerir uma montanha de açúcar, sal, gordura vegetal, acompanhadas de 3 estabilizantes, 2 umectantes e mais um monte destes “…antes”.

Ficha do Produto e Ingredientes

Nome Comercial: Neston Barra – Banana, aveia e mel.

Fabricante: Nestlé Brasil Ltda.

Aquisição: Aracaju, outubro/2010.

Distância rodoviária da fabricação à aquisição: 1.757 Km (fabricado em Caçapava / SP).

O Neston Barra contém 23 componentes no total

(30, se considerados os ingredientes completos do Neston)

13 ingredientes: xarope de glicose, aveia em flocos, flocos de cevada, açúcar, flocos de trigo, banana, Neston (*) – flocos de cereais trigo, cevada e aveia, oleína de palma, gordura vegetal, mel e sal.

(*) No site da Nestlé, o Neston aparece com os seguintes ingredientes: farinha de trigo enriquecida com ferro e ácido fólico, farinha de trigo integral, açúcar, cevada, sais minerais, aveia, sal e vitaminas. Contém Glúten. Contém traços de leite e soja.

10 aditivos: 3 estabilizantes – polidextrose, monoestearato de glicerila e lecitina de soja; 2 umectantes – sorbitol e glicerol; 1 aromatizante; 1 corante natural caroteno; 1 acidulante – ácido cítrico; 1 regulador de acidez – bicarbonato de sódio; e 1 antioxidante – tocoferol.

Pode conter também traços de castanha de caju, avelã e leite.

Contém Glúten? Sim.

Quanto de sódio? 59 mg (em cada 25 gramas).

A face principal da embalagem anuncia que cada 25 gramas do produto (uma barra) contém 6,8 gramas de cereal integral e 6,2 gramas de açúcar. Só isso já é um absurdo, ter quase tanto açúcar quanto cereal integral, que é, em tese, o “carro chefe” do produto. 25% do produto é açúcar, e isso sem termos a certeza de que o principal ingrediente do produto, o xarope de glicose, foi considerado como tal. Uma análise da tabela nutricional leva a pensar que não, uma vez que o produto tem 17 gramas (quase 70%) de carboidratos.

Nota: quando postamos sobre produtos e seus ingredientes, não estamos tentando lhe ajudar a escolher o menos ruim. Queremos que você conheça e exclua todos, salvo exceções para as quais chamaremos sua atenção.

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Citação: Açúcar, Farinha e Câncer

Toda a literatura médica nos leva a concluir: uma pessoa que quer evitar o câncer deve limitar seriamente sua ingestão de açúcar e de farinhas brancas.

Fonte: Livro Anticâncer – David Servan-Schreiber, pág 81.

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BARRA DE CEREAIS 1 – CORPO & SABOR

É uma barra de açúcar, isso sim.

O nome “Corpo & Sabor” encaminha o pensamento para uma coisa gostosa e saudável. Não é óbvio?

A foto da face principal da embalagem mostra castanhas do Pará (que estão sendo rebatizadas de castanhas do Brasil) e ameixas. Saudável, não?

A ANVISA obriga os fabricantes a indicarem os ingredientes em ordem decrescente de quantidade. Em uma barra de cereais esperamos que venha, em primeiro lugar, os ditos cujos. Não é o caso.

O que este produto mais tem é xarope de glicose. Nossa esperança de encontrar cereais na barrinha de cereais vai para o segundo colocado. E o segundo ingrediente é: açúcar.

Finalmente achamos: o ingrediente que está na terceira colocação são os flocos de arroz. Ufa! Mas os flocos de arroz são compostos de que mesmo? De farinha de arroz e de … mais açúcar. É de doer.

Entendendo o nome do produto: Corpo & Sabor: O Sabor é de açúcar & o Corpo logo fica obeso e diabético.

Ficha do Produto e Ingredientes

Nome Comercial: Corpo & Sabor Barra de Cereais.

Fabricante: Indústria de Torrone N. S de Montevérgine Ltda.

Aquisição: Aracaju, outubro/2010.

Distância rodoviária da fabricação à aquisição: 2.175 Km (fabricado em São Paulo / SP).

O Corpo & Sabor Barra de Cereais contém 14 componentes no total

11 ingredientes: xarope de glicose, açúcar, flocos de arroz (farinha de arroz, açúcar, extrato de malte e sal), aveia em flocos, castanha do Brasil, ameixa desidratada, clara de ovo pasteurizada, goma acácia (que é o mesmo que goma arábica), polidextrose e sal.

3 aditivos: 1 aromatizante (idêntico ao natural); 1 acidulante – ácido cítrico; e 1 antioxidante – TBHQ.

Contém Glúten? Sim.

Quanto de sódio? 34 mg (em cada 25 gramas).

Normalmente e indústria não se contenta em colocar poucos aditivos nos seus produtos, mas este, inesperadamente, tem poucos. Mas se a quantidade é pequena, a qualidade é insuperável. O antioxidante TBHQ (butil-hidroquinona) é aquele mesmo produto derivado do petróleo que tem nos McNuggets e que nós já tratamos aqui. Bastam 5 gramas de TBHQ para matar um humano.

Nota: quando postamos sobre produtos e seus ingredientes, não estamos tentando lhe ajudar a escolher o menos ruim. Queremos que você conheça e exclua todos, salvo exceções para as quais chamaremos sua atenção. No caso deste produto, não conhecemos, até o momento, nenhuma barrinha de cereais recomendável. Nem acreditamos que haverá uma. Por mais que lhe vendam isso como uma coisa saudável.

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Usar Protetor Solar?

Há algum tempo uma destas mensagens que viram praga na Internet, anexadas a e-mail, trazia um texto que era até interessante, conclamando as pessoas a viverem a vida, ousarem, se arriscarem, buscarem a felicidade. Mas a cada sugestão de ousadia, o texto intercalava uma recomendação do tipo “mas não se esqueça, use protetor solar”, de forma repetida, inúmeras vezes ao longo de todo o texto.

A mensagem final que ficava era que a pessoa deveria ousar para buscar a felicidade, mas com um mínimo de proteção e segurança traduzida, no caso, pelo uso de protetor solar. E o texto não tinha o apoio de nenhum dos fabricantes de protetor solar, ou melhor, não tinha o patrocínio porque apoio, certamente, o teria de todos.

A divulgação cada vez mais massiva do índice de incidência solar, seja através dos meios de comunicação, seja diretamente em painéis nas praias, também são fatores indutores do uso de protetores solares. Tenho uma amiga que não sai de casa sem antes consultar a previsão de radiação UV para o dia.

Se os órgãos do governo aprovam os protetores solares, se a mídia, além de veicular propaganda, divulga seu uso através de reportagens e conselhos, quem é que iria desconfiar de um produto tão útil, tão bom para as pessoas?

Pois a PRO TESTE – Associação Brasileira de Defesa do Consumidor, entidade independente e sem fins lucrativos, mantida por seus associados e que, entre outras atividades, realiza testes comparativos entre diversos produtos, testou, no segundo semestre de 2009, os protetores solares mais comuns no mercado brasileiro.

Os resultados foram estarrecedores:

A maioria não é fotoestável, ou seja, perdem a eficácia quando expostos à luz e ao calor!!!

– Apenas três das dez marcas testadas não possuíam o benzophenone-3, componente proibido em outros países por ser potencialmente cancerígeno.

– Muitos tinham baixa proteção aos raios UVA.

– Apenas duas das dez marcas de protetores testados foram aprovadas no teste.

Precisa comentar mais?

Além dos resultados que citamos, foram testadas também as perdas residuais na embalagem, a facilidade em espalhar o produto, a hidratação, a irritabilidade do produto etc. Se alguém desejar maiores detalhes é possível obtê-los acessando o site da PRO TESTE. Ou então, a reportagem pode ser acessada aqui.

Recente trabalho da dermatologista Sarita Martins, da Faculdade de Medicina da USP, com 20 pescadores da cidade de Recife que não usam protetor solar e têm exposição de até 12 horas diárias ao sol, constatou que eles não só não apresentavam problemas de câncer de pele como possuíam células imunológicas contra o câncer de pele.

É um estudo pequeno e focalizado demais para que possa ser extrapolado para outros grupos, mas sinaliza com uma área de potencial estudo futuro, desde que as indústrias farmacêutica e cosmética não se intrometam, o que vai ser difícil.

Eu, particularmente, poucas vezes usei protetor solar e o abandonei por completo há alguns anos. Até agora, não tive problemas.

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