sábado, 26 de maio de 2007

O incêndio de 1960- prefeito abandonou a cidade para não ser assassinado

Depoimento do pioneiro Elio Willy Fauth sobre o incêndio da Prefeitura de Cascavel, ao cair da tarde do dia 12 de dezembro de 1960: – Temia que acontecesse um tiroteio de conseqüências imprevisíveis. Os ânimos estavam exaltados desde o dia 4 de outubro, quando já sabiam os resultados da eleição realizada na véspera, pois a oposição havia vencido e prometia uma enorme devassa nas contas da Prefeitura. Eis porque da afirmativa que puseram fogo, bem assim como o meu temor pelo tiroteio. Este último não veio, porém esteve próximo de acontecer. – A Polícia Militar foi acionada com rapidez, pelo então major Aroldo (Cruz), que por sinal, fora o candidato a prefeito derrotado em 3 de outubro. Metralhadoras, fuzis e munições começaram a ser movimentados no velho casarão que servia de quartel, isto ao lado da casa onde então (eu) residia, e que ficava em frente à Churrascaria Tupã. Até mesmo sacos de areia foram colocados no portão de entrada do quartel para servir de trincheira ou barricada em caso de algum assalto. Enquanto a polícia se preparava para lutar, os moradores mais exaltados, atribuindo a responsabilidade pelo incêndio ao prefeito Schwarz, marchavam em direção à sua residência com o firme propósito de linchá-lo. A situação de Schwarz se tornava extremamente difícil. Acabara de retornar à cidade naquele dia 12 de dezembro para completar os preparativos da transmissão de cargo ao prefeito eleito, Octacílio Mion. A polícia havia armado sua defesa. Um grupo de jipes (os poucos automóveis da época) transportavam as pessoas iradas em direção à casa do prefeito, que já estava fora da cidade. Schwarz inicialmente ficou escondido na casa do sogro Florêncio Galafassi até conseguir fugir para Curitiba. Não houve prisões porque, além do incêndio, nenhuma outra violência foi cometida e os incendiários não foram identificados. Foi a pior notícia da vida de Schwarz, que narra seu drama: – Deixei minha bagagem na casa do sogro Florêncio Galafassi e em seguida me dirigi à Prefeitura. No caminho, encontrei o Celso Sperança, meu secretário, que pediu para eu voltar, pois estava arrumando a papelada e mandaria o contínuo à casa do Galafassi para as assinaturas. Lá pelas cinco da tarde, o Celso me procurou para que arrumássemos um lampião, pois pretendia trabalhar à noite. Quando o Celso estava voltando, a Prefeitura estava em chamas. Tanto quanto suspeitaram dele sem provas, Schwarz também tinha suposições quanto aos autores do incêndio, não citando nomes por não ter como comprovar as responsabilidades. Mas acredita que os envolvidos tinham interesse nas 22 quadras destinadas à construção de praças, então pertencentes ao Município, incluindo a quadra em que estava a Prefeitura queimada. Mais tarde essas quadras foram adquiridas por pessoas ligadas ao Departamento de Geografia, Terras e Cartografia do Governo do Estado (depois, ITCF). Roberto Paiva recordou para o jornal Hoje (5 de agosto de 1.978): – Não tenho dúvidas de que o incêndio foi criminoso, mas o inquérito obviamente não deu em nada. Ainda naquela mesma noite a população fez uma passeata, querendo linchar o Helberto Schwarz. Ele se escondeu e a polícia, que era então chefiada pelo Aroldo Cruz, teve de protegê-lo, senão ele não escapava.
Vou ficar devendo, por enquanto alguma foto da prefeitura de Cascavel na época, mas coloquei imagens de alguns locais da cidade em 1960!

6 comentários:

Rapidinhas disse...

Oi, gostei do tema de vcs, história de Cascavel e algúns fatos polêmicos, eu que moro a pouco aki fico feliz em conhecer um pouco mais a história desta cidade.
Só queria dar uma sugestão, acho que ficaria melhor se vcs reduzissem um pouco os textos e quam sab colocassem um espaço em meio aos parágrafos. isso facilitaria a a leitura...
Mas é isso ai, esse é o caminho.
Abraços.

Simone Santos disse...

Eu jamais iria imaginar uma hitória dessas, como a gente aprendeu que, um bela repostagem é uma narração, esta perfeita na minha opinião.

Het e Fabi disse...

Olha eu que moro em Cascavel desde que nasci não sabia dessa história. Obrigada pelas informações...abraços

Anônimo disse...

Quando quiserem, tenho centenas de fotos de Cascavel. E-mail: alceusperanca@ig.com.br

Anônimo disse...
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Anônimo disse...
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