terça-feira, 24 de maio de 2011

21º envolvido em escândalo da saúde em Londrina tem prisão decretada

JORNAL DE LONDRINA, 24 de maio de 2011

Publicitário Rui Nogueira teve a prisão temporária decretada e é considerado foragido pelo Gaeco. Ele é apontado por ser o articulador da contratação do instituto Atlântico


A 3ª Vara Criminal de Londrina decretou, na segunda-feira (23), a prisão temporária do publicitário Rui Nogueira Neto. Ele é a 21ª pessoa envolvida em um suposto esquema de desvio de recursos da saúde. O delegado do Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco), Alan Flore, viajou para São Paulo nesta terça-feira (24) para realizar a prisão, mas Nogueira não foi localizado e passou a ser considerado foragido.

O publicitário, que trabalhou na campanha do prefeito Barbosa Neto, é apontado como o responsável pela articulação para a contratação do Instituto Atlântico. Rui Nogueira move uma ação contra a organização, na qual tenta cobrar R$ 300 mil, a título de prestação de serviços publicitários.

A participação de Nogueira no esquema teria sido denunciada pelo ex-conselheiro municipal da Saúde Marcos Ratto, que está preso desde o dia 10 de maio. Em depoimento no dia 19 deste mês, Ratto afirmou aos promotores que Nogueira teria apresentado os diretores do Atlântico à primeira-dama do Município, Ana Laura Lino. Ela, segundo o conselheiro, teria exercido pressão nos membros do conselho para aprovarem a contratação do instituto Atlântico.

Depoimentos - Na tarde desta terça-feira (24), os promotores do Gaeco ouviram os depoimentos dos contadores André Augusto de Oliveira e David Garcia de Assis, que trabalhavam para o instituto Atlântico.

Pela manhã, o secretário municipal da Fazenda, Lindomar dos Santos, esteve no Gaeco para prestar esclarecimentos. Ele não falou com os jornalistas sobre o teor da conversa.

Santos foi o primeiro presidente da CMTU na gestão do prefeito Barbosa Neto (PDT). No dia 19, policiais e promotores do Ministério Público cumpriram mandados de busca e apreensão de documentos e computadores na presidência da companhia. Documentos e R$ 29 mil em dinheiro também foram apreendidos, na casa do presidente da CMTU, André Nadai.

A operação - A Operação Antissepsia foi deflagrada em 10 maio depois de o Ministério Público receber denúncias de um suposto esquema de desvio de recursos da área da saúde envolvendo os institutos Atlântico e Gálatas. O ex-procurador Geral do Município Fidélis Canguçu e mais 14 pessoas foram presas. Canguçu foi exonerado do cargo depois do anúncio da prisão. Quatro dos presos foram liberados no mesmo dia após fazer acordo.

Foram apreendidos R$ 20 mil em dinheiro com Canguçu, além de três armas e diversos documentos na Procuradoria, no prédio da Prefeitura e nos institutos. Ao todo, 30 mandados de busca e apreensão foram cumpridos em Londrina, Cambé, Arapongas, Bela Vista do Paraíso e Jataizinho.

A investigação começou há quatro meses, por conta de denúncias de empresários que teriam sido procurados para dar notas fiscais frias para justificar serviços prestados pelas Oscips.

O papel de Fidélis Canguçu no esquema seria o de fazer a abordagem aos institutos para cobrar a propina. A moeda de troca para receber a propina seria a liberação dos pagamentos dos valores pelos serviços prestados. Um dos institutos teria pago em torno de R$ 120 mil de propina a Canguçu.

No dia 13, a Justiça atendeu ao requerimento do Ministério Público e prorrogou a prisão temporária de nove suspeitos. Gláucia Chiararia e Sílvio Luz Rodrigues, do Instituto Gálatas, foram soltos.

No entanto, na segunda (16) e na terça (17) ocorreram mais quatro prisões, subindo para 20 o total de envolvidos no esquema. Na quinta (19), o Ministério Público cumpriu um mandado de busca e apreensão na Companhia Municipal de Trânsito e Urbanização (CMTU) e na casa do presidente da companhia, André Nadai. Lá, foram encontrados R$ 29 mil em dinheiro, guardados num envelope.

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