segunda-feira, 31 de maio de 2010

Como Acelerar a Recuperação Após a Competição

Sua capacidade de competir muitas vezes durante o ano com sucesso depende da rapidez com que seu corpo recupera-se das provas.

O tributo que as competições cobram de seu corpo está relacionado a:

1) a distância da corrida; 2) o terreno; 3) as condições climáticas; 4) o quão fadigado em função treinamento você estará no dia da competição.

Quando você vai para a linha de largada esses fatores não estão sob controle, porém eles têm grandes implicações na recuperação do seu corpo. O que você faz nos primeiros dias depois da competição, por outro lado, afeta a capacidade de recuperação do seu organismo.

Vamos considerar cada um desses fatores e o que você pode fazer para recuperar-se mais rapidamente das competições.

1. Distância da corrida. Qualquer competição que dure mais de 90 minutos pode esvaziar as reservas de glicogênio do seu organismo. Glicogênio é a forma de carboidrato armazenada no corpo e quando sua quantidade está reduzida os seus músculos são forçados a contar mais com gordura, a qual é uma fonte menos eficiente de energia. Se você fizer um bom carregamento de carboidratos antes da competição, seus músculos e fígado podem armazenar de 1.500 a 2.200 kcal de glicogênio. Mesmo depois de levar em conta a contribuição da gordura como fonte de energia durante a competição, corridas de meia-maratona ou mais longas podem requerer mais carboidratos do que seu corpo consegue armazenar.

Estudos têm mostrado que os músculos restauram suas reservas de glicogênio numa taxa mais rápida durante a primeira e segunda hora depois de um esforço exaustivo. A ressíntese de glicogênio continua mais elevada do que o normal por 10-12 horas depois de um exercício que esvazia as reservas de glicogênio. Isso significa que você irá recuperar-se mas rápido se ingerir carboidratos logo depois que completar a competição. Se o seu estômago não suportar uma refeição, coma banana e tome alguma bebida com carboidratos para começar o processo de reabastecimento, e depois coma mais quando seu estômago puder suportar. Para uma ótima recuperação, continue a ingerir comidas ricas em carboidratos por mais dois dias já que leva tempo para que seus músculos estejam plenamente reabastecidos. Adicionalmente, durante a recuperação da competição, coma de 1,1 a 1,5 gramas de proteínas por kg de peso corporal para fornecer os ingredientes para reparo dos tecidos.

2. Terreno: Durante a corrida seus músculos, tendões e ligamentos devem suportar forças de mais de 4 vezes o seu peso corporal. Depois de competição nas quais corre-se ladeira abaixo, você experimenta a dor muscular tardia, a qual acredita-se seja causada por lesões microscópicas nas fibras musculares e no tecido conectivo circundante como resultado de contrações musculares excêntricas. A contração muscular excêntrica é uma contração de frenagem ou extensão. Quando você corre ladeira abaixo, seus músculos dos quadríceps contraem excentricamente para evitar que seus joelhos verguem quando seus pés batem no chão. Quanto mais longas e inclinadas as descidas, pior será o dano.


A dor muscular tardia é geralmente mais severa de 24 a 72 horas depois do exercício. A razão para este lapso é que leva um tempo para que ocorra o processo de lesão/inflamação/dor. Se você correr com dor muscular tardia, irá retardar o processo de recuperação. Além disso, a elasticidade dos seus músculos estará baixa, o que aumenta o risco de lesão. Uma massagem leve enquanto seus músculos estão doloridos pode reduzir os sintomas da dor muscular tardia. Espere que as dores passem antes de ter uma massagem mais forte. Você deve evitar correr até que as dores diminuam. Nadar ou pedalar durante esse período irá aumentar a circulação nas fibras musculares danificadas, o que removerá substâncias residuais e acelerará os processo de recuperação.

3. Condições climáticas: Seu corpo sofre muito mais estresse quando compete a 27 graus de temperatura e 80% de umidade relativa dor ar, do que a 15 graus e baixa umidade. O estresse é devido a dois fatores: elevação da temperatura corporal e desidratação. Seu organismo normalmente regula sua temperatura corporal dentro de uma faixa estreita, porém quando você compete em um dia quente e úmido, o calor que seu corpo gera supera a capacidade de eliminá-lo, o que faz com que a temperatura do seu corpo eleve-se. Isso atrapalha muitas funções do seu organismo (incluindo partes importantes como seu cérebro) e, dependendo de o quanto elevada for sua temperatura corporal e por quanto tempo ela estiver alta, pode aumentar bastante o tempo de recuperação. Evite competir sob condições climáticas de calor e umidade alta sempre que possível.

Ficar severamente desidratado também coloca atrapalha a capacidade de recuperação do seu corpo. Quando você perde 2% ou mais do seu peso corporal devido à desidratação, sua performance é afetada. Quanto mais desidratado ficar, mais sua performance será comprometida e mais tempo levará para recuperar-se da competição. Quando você está desidratado seu organismo é menos capaz de prevenir o aumento da temperatura corporal.

Para acelerar sua recuperação, beba fluidos contendo 4 a 8% de carboidratos e, pelo menos, 400 mg de sódio por litro. Lembre-se que seu mecanismo de sede não é perfeito. Quando você não estiver mais com sede pode ser que seu organismo necessite de ainda mais fluidos. Uma vez que você elimina fluidos pela urina, deve beber 3/4 de litros de fluidos para cada 500 gramas que perder durante a corrida.

4. Fadiga antes da corrida: Se você for competir já cansado, sua recuperação será mais longa. Obviamente sua performance na competição será afetada, porém seu tempo de recuperação será ainda mais. Já que você não estará novo em folha na largada da corrida, suas reservas de glicogênio provavelmente já estarão parcialmente esvaziadas, você poderá não estar totalmente hidratado, e seus músculos provavelmente ainda estarão recuperando-se dos rigores do treinamento. Como resultado, haverá aumento no tempo de recuperação. Fazer um polimento no treinamento antes da competição não apenas melhorará sua performance na corrida, como também o colocará de volta ao treinamento a carga total mais rapidamente depois da competição devido à aceleração da recuperação.

Pico da Performance - Aspectos psicológicos

O esporte é tudo, e só é prejudicial se feito de maneira incorreta, sem acompanhamento profissional. Quem faz não larga, e quem tem objetivos altos, está sempre em busca de aperfeiçoamento e do “PICO DA PERFORMANCE”. O pico de performance (Peak Performances) significa aquele momento “mágico”, o qual um atleta consegue executar sua performance tanto física quanto psicologicamente, sem nenhum erro, de uma maneira excepcional e natural. E é nessa fase que geralmente os atletas conseguem seus recordes pessoais. Esse é o momento crucial, que o atleta e seu técnico trabalham tanto em busca da excelência. Atletas podem ser treinados para que eles alcancem esse pico de performance? Quais são as características principais de atletas que atingem esse momento mágico?

Com mais de 11 anos de experiência em esportes de resistência a nível profissional (triathlon, ciclismo e mountain bike), eu pude perceber que o mais importante é ficar traquilo e deixar tudo fluir naturalmente. Acontece muito, e já aconteceu comigo, de nós atletas fazermos tudo certo para finalmente chegarmos ao pico em uma competição importante, que gastamos uma temporada inteira para ir bem em uma só competição...E acaba que isso pôe uma pressão muito grande sobre nós, e ao invés de ajudar, atrapalha.

Nos últimos 20 anos, houveram muitas pesquisas no campo psicológico, sobre os aspectos psicológicos que levam ao pico de performance. Ken Ravizza foi um dos primeiros psicólogos esportivos a publicar um estudo com as experiências subjetivas de atletas durante seu pico de performance. Mais de 80% dos atletas perceberam as seguintes características:

· Inexistência do medo de perder;

· Inexistência de pensamentos sobre a performance em si;

· Foco total na atividade;

· Performance fluindo naturalmente e sem esforço;

· Sentimento de estar em total controle da situação;

· Experiência única, temporária e involuntária

Em outro estudo, Loerh and Garfield entrevistaram centenas de atletas de elite e identificaram 7 características físicas e mentais que os levaram ao pico de performance:

1. Relaxamento mental – Isso foi descrito como uma paz interior. Os atletas responderam que eles tinham um alto nível de concentração nesse estado, fazendo como se o tempo estivesse mais lento. Em contrapartida, a perda da concentração foi relacionada ao senso de que tudo estava acontecendo rápido demais.

2. Relaxamento físico – Sentimento de que os músculos estavam relaxados e fluindo com os movimentos.

3. Confiança / Otimismo – Atitude positiva, auto-confiança e otimismo. Conseguir manter o controle e a pose mesmo em momentos difíceis da competição.

4. Foco no Presente – Harmonia: quando o corpo e a mente estão trabalhando juntos. Nenhum pensamento do futuro ou do passado. O corpo funciona automaticamente, sem esforço mental.

5. Muita energia – Um estado de alta energia frequentemente descrita como sentimentos de satisfação, ecstasy, intensidade, e estar “quente”

6. Alerta extraordinário - o atleta está alerta a tudo. Ele está alerta em relação à reação dos outros competidores - eles perecem ler o próximo passo dos outros atletas.

7. Sob controle – O corpo e a mente parecem saber exatamente o que fazer.

Escrito por: Hugo Pradoneto c/ complemento do livro Applied Sports Psychology- 3rd edition

segunda-feira, 24 de maio de 2010

RESOLUÇÃO N. 349 DE 17 DE MAIO DE 2010
Dispõe sobre o transporte eventual de cargas ou de
bicicletas nos veículos classificados nas espécies
automóvel, caminhonete, camioneta e utilitário.
O CONSELHO NACIONAL DE TRÂNSITO CONTRAN, usando da competência
que lhe confere o inciso I do artigo 12 da Lei nº 9503, de 23 de setembro de 1997, que institui o
Código de Trânsito Brasileiro – CTB, e conforme o Decreto nº 4711, de 29 de maio de 2003, que
dispõe sobre a coordenação do Sistema Nacional de Trânsito,
Considerando as disposições sobre o transporte de cargas nos veículos contemplados
por esta Resolução, contidas na Convenção de Viena sobre o Trânsito Viário, promulgada pelo
Decreto nº 86714, de 10 de dezembro de 1981;
Considerando o disposto no artigo 109 da Lei nº 9503, de 23 de setembro de 1997,
que institui o Código de Trânsito Brasileiro - CTB;
Considerando a necessidade de disciplinar o transporte eventual de cargas em
automóveis, caminhonetes e utilitários de modo a garantir a segurança do veículo e trânsito;
Considerando a conveniência de atualizar as normas que tratam do transporte de
bicicletas nos veículos particulares.
Considerando as vantagens proporcionadas pelo uso da bicicleta ao meio ambiente, à
mobilidade e à economia de combustível;
RESOLVE:
Capitulo I
Disposições Gerais
Art. 1º Estabelecer critérios para o transporte eventual de cargas e de bicicletas nos
veículos classificados na espécie automóvel, caminhonete, camioneta e utilitário.
Art. 2º O transporte de cargas e de bicicletas deve respeitar o peso máximo
especificado para o veículo.
Art. 3º - A carga ou a bicicleta deverá estar acondicionada e afixada de modo que:
I- não coloque em perigo as pessoas nem cause danos a propriedades públicas ou
privadas, e em especial, não se arraste pela via nem caia sobre esta;
II- não atrapalhe a visibilidade a frente do condutor nem comprometa a estabilidade
ou condução do veículo;
III- não provoque ruído nem poeira;
IV- não oculte as luzes, incluídas as luzes de freio e os indicadores de direção e os
dispositivos refletores; ressalvada, entretanto, a ocultação da lanterna de freio elevada (categoria S3);
V- não exceda a largura máxima do veículo;
VI- não ultrapasse as dimensões autorizadas para veículos estabelecidas na Resolução
CONTRAN nº 210, de 13 de novembro de 2006, que estabelece os limites de pesos e dimensões para
veículos que transitam por vias terrestres e dá outras providências, ou Resolução posterior que venha
sucedê-la.
VII- todos os acessórios, tais como cabos, correntes, lonas, grades ou redes que
sirvam para acondicionar, proteger e fixar a carga deverão estar devidamente ancorados e atender
aos requisitos desta Resolução.
VIII- não se sobressaiam ou se projetem além do veículo pela frente.
Art. 4º Será obrigatório o uso de segunda placa traseira de identificação nos veículos na
hipótese do transporte eventual de carga ou de bicicleta resultar no encobrimento, total ou parcial, da
placa traseira.
§1° A segunda placa de identificação será aposta em local visível, ao lado direito da traseira
do veículo, podendo ser instalada no pára-choque ou na carroceria, admitida a utilização de suportes
adaptadores.
§2° A segunda placa de identificação será lacrada na parte estrutural do veículo em que estiver
instalada (pára-choque ou carroceria).
Capítulo II
Regras aplicáveis ao transporte eventual de cargas
Art. 5º Permite-se o transporte de cargas acondicionadas em bagageiros ou presas a
suportes apropriados devidamente afixados na parte superior externa da carroçaria.
§1° O fabricante do bagageiro ou do suporte deve informar as condições de fixação
da carga na parte superior externa da carroçaria e sua fixação deve respeitar as condições e restrições
estabelecidas pelo fabricante do veículo
§2° As cargas, já considerada a altura do bagageiro ou do suporte, deverá ter altura
máxima de cinqüenta centímetros e suas dimensões, não devem ultrapassar o comprimento da
carroçaria e a largura da parte superior da carroçaria. (figura 1)
Y≤ 50 cm, onde Y = altura máxima;
X ≤ Z, onde Z = comprimento da carroçaria e X = comprimento da carga.

Figura 1












Art. 6º Nos veículos de que trata esta Resolução, será admitido o transporte eventual
de carga indivisível, respeitados os seguintes preceitos:
I- As cargas que sobressaiam ou se projetem além do veículo para trás, deverão estar
bem visíveis e sinalizadas. No período noturno, esta sinalização deverá ser feita por meio de uma luz
vermelha e um dispositivo refletor de cor vermelha.
II- O balanço traseiro não deve exceder 60% do valor da distância entre os dois eixos
do veículo. (figura 2)
B ≤ 0,6 x A, onde B = Balanço traseiro e A = distância entre os dois eixos.

Figura 2










Art. 7º Será admitida a circulação do veículo com compartimento de carga aberto
apenas durante o transporte de carga indivisível que ultrapasse o comprimento da caçamba ou do
compartimento de carga.
Capítulo III
Regras aplicáveis ao transporte de bicicletas na parte externa dos veículos
Art. 8º A bicicleta poderá ser transportada na parte posterior externa ou sobre o teto,
desde que fixada em dispositivo apropriado, móvel ou fixo, aplicado diretamente ao veículo ou
acoplado ao gancho de reboque.
§ 1º O transporte de bicicletas na caçamba de caminhonetes deverá respeitar o
disposto no Capítulo II desta Resolução.
§ 2º Na hipótese da bicicleta ser transportada sobre o teto não se aplica a altura
especificada no parágrafo 2º do Artigo 5°.
Art. 9º O dispositivo para transporte de bicicletas para aplicação na parte externa dos
veículos deverá ser fornecido com instruções precisas sobre:
I- Forma de instalação, permanente ou temporária, do dispositivo no veículo,
II- Modo de fixação da bicicleta ao dispositivo de transporte;
III- Quantidade máxima de bicicletas transportados, com segurança;
IV- Cuidados de segurança durante o transporte de forma a preservar a segurança do
trânsito, do veículo, dos passageiros e de terceiros.
Capítulo IV
Disposições Finais
Art. 10 Para efeito desta Resolução, a bicicleta é considerada como carga indivisível.
Art. 11 O não atendimento ao disposto nesta Resolução acarretará na aplicação das
penalidades previstas nos artigos 230, IV, 231, II, IV e V e 248 do CTB, conforme infração a ser
apurada.
Art. 12 Esta Resolução entra em vigor noventa dias após a data de sua publicação,
ficam revogadas as Resoluções nº 577/81 e 549/79 e demais disposições em contrário.
Alfredo Peres da Silva
Presidente
Rui César da Silveira Barbosa
Ministério da Defesa
Esmeraldo Malheiros Santos
Ministério da Educação
Rudolf de Noronha
Ministério do Meio Ambiente
Elcione Diniz Macedo
Ministério das C

quinta-feira, 20 de maio de 2010

A subida de sua vida

Descer um morro de bike com rapidez transmite uma sensação de adrenalina inexplicável. Mas subi-lo usando sua inteligência e sua força é uma vitória!

Mountain bike

Na prática de mountain bike – na qual os desníveis são freqüentes –, ficar em uma posição adequada sobre a bicicleta é a chave para vencer as principais barreiras. O primeiro passo é baixar o tronco dobrando-se para a frente e colocando o peito perto da manopla. Dessa maneira, você baixa o ponto de gravidade e reparte homogeneamente o seu peso entre ambas as rodas, o que possibilita um maior controle da direção e da tração.


Se o seu braço ficar flexionado você perceberá que o pedal terá mais força, por isso se diz que também é possível pedalar com os braços. Nessa postura, consegue-se uma pedalada contínua, isto é, mantém-se uma transferência de energia pelo corpo, subindo e descendo as pernas, não apenas empurrando para baixo. É possível perceber que essa maneira de pedalar faz com que você sente mais para a frente no selim, que é uma posição um pouco incômoda, mas vale a pena agüentar até chegar ao fim da subida.


A cadência do pedal é a regra que mais precisa ser obedecida, pois se você for muito rápido, pode desequilibrar, muito pesado fica impossível continuar... O ideal é olhar para a subida e já pensar em todo o trajeto e em quais marchas irá usar. À medida que você acumula experiência, todas essas dicas tornam-se automáticas.

Não pare
Pedalar em pé acarreta um aumento de esforço de aproximadamente uns 10%. Para os esportistas mais leves, pedalar em pé não tem segredo, inclusive por vários minutos. Mas para quem é mais pesado, isso pode ocasionar um maior desgaste. Fazer esse movimento faz com que você ganhe mais potência e atrase um pouco a fadiga muscular, pois a ação em determinados grupos musculares é alterada.


1. Equilibre sua posição. Quando se fica em pé em um final de subida, é preciso colocar o corpo um pouco para trás; quanto mais vertical ele ficar, mais difícil será pedalar. Além disso, é preciso ter um pouco de peso na roda de trás, para que ela não perca a direção. Mantenha o peito paralelo ao guidão.

2. Não estenda as pernas totalmente. Pedalar com as pernas totalmente estendidas origina um ponto morto em seu técnica. Quando se faz isso com as pernas semiflexionadas, mantém-se a continuidade e a cadência.

3. Segure firme! Segure a manopla com firmeza. Os seus braços precisam ajudá-lo a nivelar o corpo e a mover a bike para a esquerda e direita. Experimente tentar subir uma vez sem colocar força e outra com. Lembre-se de que força não quer dizer braços estendidos!

4. Bloqueie a suspensão. Muitas mountain bikes têm o bloqueio da suspensão em seu garfo. Diante de uma grande subida de terra, é melhor usar esse botão para evitar que a bicicleta fique pulando e perdendo energia. Agora, se a sua bike não tem esse acessório, é porque sua suspensão não oscila, nesse caso, não precisa se preocupar.

Truques do escalador
Siga as dicas abaixo e logo dominará as subidas

1. Faça uma revolução. Todo mundo diz: “É preciso subir pedalando com fluidez”. Mas, muitas vezes, a subida é tão difícil que cada um deve encará-la como achar mais fácil. Aproveite os caminhos melhores, faça uma estratégia e revolucione a sua pedalada.

2. Pés planos. Calma, isso não quer dizer que você precisa ter pés planos para “escalar” uma subida, apenas que mantenha seus pés na horizontal em todo o ciclo da pedalada. Dessa forma, você trabalhará os músculos da perna e terá mais energia.

3. Não mexa a cabeça. Os grandes campeões são capazes de pedalar até o limite de suas forças sem mexer a cabeça. Tente não movimentá-la para baixo ou para o lado.

4. Não sente! Faça um bom treino, por exemplo, escolha uma subida “pesada”. Comece pedalando sentado, depois, em pé, por pelo menos 3 min, volte a pedalar sentado. Siga as dicas desta reportagem sobre a melhor posição a se adotar.

5. Para a frente e para trás. Outra maneira de mudar os grupos musculares é mover-se para a frente e para trás quando se está sentado no selim. Quando estiver para a frente, perceberá que o quadríceps ficarão mais tensos e, para trás os glúteos ficarão contraídos.

6. Braços relaxados. Segurar com firmeza no guidão não significa que os ombros precisam estar tensos. Mantenha os braços semiflexionados e uma boa postura.

7. Curvas. Pelo instinto humano, preferimos fazer as curvas por dentro, mas se ela estiver em uma subida, opte fazê-la por fora. Assim, fará menos esforços, por mais que pedale mais alguns metros.

8. Respire como um escalador. No começo da subida, quando o corpo ainda está um pouco frio, concentre-se em respirar com força. Isso ajuda a entrar no ritmo e o seu corpo pedirá a quantidade de ar que necessita.

9. Concentre-se. Em uma longa subida, você pode pensar em parar ou outras coisas, mas não desista e não perca a concentração para não gastar energia.

Redação / Texto por Patrícia Larsen

Suco de beterraba aumenta a resistência

Estudo mostra que o nitrato contido na bebida leva à redução do consumo de oxigênio, tornando o exercício menos cansativo

Suco de beterraba

Pesquisa da Universidade de Exeter, Reino Unido, revelou que o suco de beterraba reduz o consumo de oxigênio em níveis nunca vistos em outros meios. Os pesquisadores acreditam que os resultados poderão ser aplicados em atletas de alta performance e em idosos ou pessoas com problemas cardiovasculares, respiratórios e com doenças metabólicas.

Oito homens entre 19 e 38 anos foram acompanhados e a eles foi dado 500 ml de suco orgânico de beterraba por seis dias consecutivos antes de fazerem o mesmo teste de bike. Depois de tomarem a bebida, o grupo foi capaz de pedalar 16% mais do que o grupo que tomou placebo.

Os voluntários que tomaram a bebida também apresentaram menor pressão sanguínea em repouso. Os cientistas ainda não sabem como o nitrato contido no suco é capaz de aumentar a resistência, mas suspeitam que ele se converte em óxido nítrico no corpo, reduzindo o custo de oxigênio gerado pelo exercício.

O estudo foi publicado na revista Journal of Applied Physiology. “Esse foi o primeiro estudo a mostrar que um alimento rico em nitrato aumenta a performance”, disse Andy Jones, autor do estudo.

Fernando Fischer / texto: Vanessa de Sá

quarta-feira, 19 de maio de 2010

O CROSS COUNTRY E SUAS PARTICULARIDADES

As competições de Mountain bike Cross Country (XCO) são disputadas oficialmente em Olimpíadas e, por isso, é o principal foco de muitos atletas (ou pelo menos deveria). Não sou contra as competições de maratona ou qualquer outra modalidade do Mountain Bike, mas compartilho da idéia que o XCO é a base para as demais. Além disso, é imprescindível para os atletas profissionais que desejam representar o seu país em eventos internacionais.
Para isso, não basta apenas sentar na bicicleta e pedalar por longas distâncias e intercalar com treinos de menor duração e alta intensidade, seria muito fácil, mas não é. Quem deseja melhorar o desempenho no Cross Country deve treinar muita técnica, aprimorar a potência aeróbia e simular muitas largadas.
Um exemplo disso aconteceu no Tour da Villa D´aosta em que a seleção brasileira, formada pelos atletas Rubens Donizete, Edivando de Souza Cruz, Ricardo Pscheidth, Shermann Tereza e Henrique Avancini participaram do Tour da Villa D´aosta, uma competição de quatro etapas sendo um contra-relógio e mais três provas de Cross Country.
No primeiro dia de competições do Cross Country, menos de 1 quilômetro após a largada, o circuito tinha um trecho mais estreito e aqueles que conseguiram chegar à frente neste local tiveram vantagem no decorrer da prova, enquanto a maioria ficou “travada” (foto ao lado).
Situações como estas são comuns no XCO e reforça a idéia que uma boa largada é fundamental para o bom desempenho nestas competições. Além disso, preparar-se para situações como chuva, lama, trechos escorregadios e perigosos faz com que o atleta de Mountain Bike Cross Country adquira características bem específicas e não somente melhore a capacidade física.
A delegação brasileira teve excelentes resultados na Itália, apesar de eles terem que encarar situações diferentes das habituais, tais como: grande número atletas de alto nível disputando a mesma categoria, percurso técnico e competição em formato diferente (4 etapas, sendo 3 delas Cross Country não existe no Brasil).
Por isso, espero que as “novas gerações” reflitam sobre a importância de se treinar os aspectos específicos do Cross Country para que a renovação da nossa “safra” de bons atletas ainda mais.

sexta-feira, 14 de maio de 2010

Manutenção do Sistema Imunológico - 2ª Parte

Nesta segunda e última parte do artigo, a equipe do Prof. Ricardo W. Portela mostra que a nutrição adequada do organismo é uma das principais formas de manutenção do sistema imunológico, além da hidratação e higiene.


:: O bom estado do seu intestino promoverá um sistema imunológico forte.

O intestino é onde ocorre a absorção dos nutrientes, e ele é povoado por microorganismos que constituem a microbiota residente do corpo, e ela nos protege contra infecções de patógenos transitórios e oportunistas, além de metabolizar alguns nutrientes.

Então, ações como o uso de antibióticos por tempo prolongado e de forma inadequada, assim como conservantes e agrotóxicos podem causar alterações no intestino, favorecendo as infecções. A ingestão de alimentos como iogurtes, auxilia no reequilíbrio da microbiota normal do intestino. Os mais indicados são iogurtes probióticos, principalmente os que contêm Lactobacillus acidophillus, que reajustam a flora intestinal.

Proteínas devem ser consideradas fundamentais também nesse processo, visto que diversas substâncias que induzem a ativação e o funcionamento correto do sistema imunológico, como por exemplo grande parte das citocinas, são moléculas polipeptídicas, precisando dessa forma de um adequado fornecimento de aminoácidos da dieta para que sejam sintetizados.

Ainda com relação ao intestino, deve-se dar especial importância à infecção e presença de parasitas intestinais, principalmente helmintos. Estes podem, quando em um parasitismo intenso, sugar grande parte dos nutrientes ingeridos por um indivíduo, e dessa forma causar um déficit nutricional, o que pode refletir numa deficiência para o funcionamento correto do sistema imunológico. Além disso, esses parasitas podem desencadear um tipo de resposta imunológica especial, que é específica para combatê-los mas que, em excesso, pode inibir a imunidade direcionada para outros agentes, como por exemplo vírus e protozoários.


:: É necessário preservar partes do organismo que sejam portas de entrada em potencial para agentes infecciosos.

Nosso organismo possui barreiras naturais contra os microorganismos patogênicos, porém devemos fazer nossa parte, dificultando a entrada desses invasores. Eles podem penetrar principalmente pelos olhos, narinas, ouvido, boca e mucosas em geral, e pela pele, que apesar de ser uma barreira eficiente, pode ser uma porta de entrada potencial no caso de feridas. Não é mera coincidência que muitas vítimas de queimaduras morrem por infecções.

É preciso ter o devido cuidado com feridas, lava-las com água e sabão e usar medicamentos (como álcool-iodado) para fazer a assepsia do local. Evite apertar a mão de pessoas gripadas, se isso acontecer, lave suas mãos imediatamente, pois é uma grande via de disseminação de microorganismos. Não roer unhas, nem “lanchar” suas cutículas, pois atuam também como barreiras.


:: Hidratação

Os fluidos corporais são de extrema importância no combate as infecções, e isso depende da ingestão de água. Como exemplos de fluidos, podemos citar o sangue, o líquido céfalo-raquidiano, e outros, nos quais estão diluídos em grandes quantidades os anticorpos, servindo de mecanismo de defesa do organismo. É importante manter o organismo sempre bem hidratado, não só durante treinos ou competição, mas durante todo o dia, rotineiramente. É fundamental ingerir água pela manhã, assim que acordar, pois, dessa forma você estará reabastecendo todos os sistemas que passaram a noite na ativa. É válido ingerir também, chás, sucos de laranja e frutas em geral.


:: Você está em dia com suas vacinas?

Vacinas são o mecanismo mais eficaz de prevenção de doenças infecciosas. Têm sido utilizadas largamente pela população em geral, e muitas são oferecidas gratuitamente pelo Sistema Único de Saúde. Atuam mimetizando a infecção com determinado agente infeccioso, mas sem desenvolvimento de doença, ativando o sistema imunológico e induzindo esse a desenvolver uma memória que vai ser rápida, protetora e eficaz no caso de infecção com o microrganismo.
Por isso, é importante estar atento quanto aos tipos de vacina que são necessários e quando receber sua aplicação. Pessoas que estejam em processos infecciosos, mal nutridas, utilizando de tratamento com quimioterápicos e antiinflamatórios esteroidais não devem ser vacinadas.

Deve-se respeitar também o esquema de intervalo e número de vacinas, pois um excesso de vacinação pode funcionar ao contrário do que se deseja, em outras palavras, vacina demais pode induzir o organismo a tolerar um microorganismo e não agir contra ele, ao invés de combatê-lo.

Um atleta deve também estar atento às exigências de vacinações de regiões ou países em específico. Muitos países determinam vacinação obrigatória contra diversas doenças, como por exemplo a febre amarela na América do Sul, e essas vacinas devem ser aplicadas com um antecedência mínima, que varia em cada caso, antes que a pessoa viaje. A ausência dessas vacinações pode acarretar em recusa dos departamentos de imigração para que a pessoa ingresse no país, mesmo estando inscrita em provas desportivas.


:: Equipe do artigo

Supervisão: Prof. Ricardo W. Portela – Professor de Imunologia do Instituto de Ciências da Saúde (ICS) da Universidade Federal da Bahia (UFBA).

Péricles Maia Andrade: Estudante de Medicina Veterinária da UFBA – Estagiário do Laboratório de Microbiologia do ICS (Instituto de Ciências da Saúde - UFBA).

Colaboração: Marlus H. Queiroz – Estudante de Nutrição da UFBA.

Manutenção do Sistema Imunológico - 1ª Parte

O PEDAL solicitou o presente artigo à Universidade Federal da Bahia, que por intermédio do ciclista e estudante, Péricles Maia Andrade, coordenou a elaboração do mesmo, tendo como destaques: o estudante de nutrição, Marlus H. Queiroz e o Prof. Ricardo W. Portela; Professor de Imunologia do Instituto de Ciências da Saúde (ICS).

A equipe do artigo separou o mesmo em duas partes. Confiram a primeira parte.


:: Manutenção do Sistema Imunológico

No meio ambiente, existe uma grande variedade de agentes infecciosos – vírus, bactérias, fungos, protozoários e parasitas multicelulares, que podem causar diversas doenças, podendo levar o hospedeiro (nesse caso o homem) a óbito, se sua multiplicação no organismo ocorrer de forma descontrolada. A nossa existência se deve a uma máquina poderosa de defesa do nosso organismo, o Sistema Imunológico.

Porém, os microorganismos são seres complexos, que foram capazes de se especializarem evolutivamente e desenvolver mecanismos de sobrevivência dentro de seus hospedeiros, e é por isso que devemos estar bem condicionados fisicamente, realizando a manutenção correta do nosso sistema imunológico.

Existem dois tipos de respostas imunológicas geradas contra invasores: a resposta Inata (que é a primeira linha de defesa do nosso organismo, sendo efetuada por várias células, entre elas células fagocíticas, que englobam e destroem organismos estranhos, utilizando mecanismos inespecíficos de reconhecimento) e a Adaptativa (que atua através de Linfócitos T e B, promovendo memória imunológica e reconhecendo especificamente cada microrganismo).

Como o sistema imunológico funciona através da migração e da proliferação de células, bem como através da secreção de diversas moléculas que farão a comunicação entre esses mesmos tipos celulares, é importante ingerir nutrientes em quantidade e qualidade suficientes para sustentar essas atividades, e dessa forma eliminar agentes infecciosos.

Os nutrientes como carboidratos, lipídeos e proteínas, são a base para a formação das células de defesa (Linfócitos T e B, Células NK, Macrófagos, Células Dendríticas), constituem suas fontes energéticas, e são essenciais para que essas se encaminhem para os locais aonde ocorreu a infecção com determinado agente, bem como para a síntese das moléculas secretadas por estes. É ideal adaptar o consumo de calorias à realidade de cada individuo, de acordo com seu gasto energético. Mas é bom saber que a ingestão média de calorias para um brasileiro adulto saudável, é de 2 mil calorias diárias.

Quando o consumo de calorias diminui além do normal, a prioridade do organismo é manter as funções vitais básicas, como funcionamento do coração e pulmão, deixando assim o fornecimento de nutrientes para o sistema imunológico em déficit. Além disso, quando o consumo dos carboidratos e lipídeos é diminuído, o organismo utiliza o aporte protéico para gerar a energia necessária. Esse processo no atleta pode acabar resultando na perda de massa magra ou muscular. O índice de massa corpórea (IMC) é um bom parâmetro para saber se você está no peso ideal. O IMC é o cociente entre o peso (em quilos) e o quadrado da altura (em metros). Se o resultado obtido for menor que 18,5, você precisa de uma alimentação melhor. A variedade na dieta é fundamental.

A fórmula é a seguinte: IMC = P/H2

Seu Sistema Imunológico está sendo afetado pelo seu status físico-psicológico? Stress causado por falta de sono, ou outras condições, pode influenciar na sua capacidade de se defender de microrganismos?

O sono é um fator crucial para a boa condição física do atleta, e dormir bem e relaxar previne muitas infecções e doenças. Ficar sem dormir provoca estresse físico e emocional, e desencadeia liberação de hormônios, principalmente endocorticóides, que afetam diretamente a função das células do sistema imunológico, podendo levar à inibição de suas funções, ou mesmo indução de apoptose. Pesquisadores do GEPEC (Grupo de Estudos e Pesquisas em Ciclismo) da UFSM afirma que mais vale duas horas de sono, do que 200 km de pedal.

Um bom teste para saber a sua deficiência de sono é: comece a ler, se não terminar duas páginas sem bocejar, é sinal de sono.

Deve-se lembrar também que em situações caracterizadas como “stress”, há intensa liberação de corticóides pela glândula supra-renal, e esses corticóides funcionarão como um agente inibidor de diversas células do Sistema Imunológico, podendo até mesmo causar um estado de imunodepressão.


:: A saúde das células os tecidos é essencial para uma resposta imunológica bem sucedida.

É fundamental importância que se tenha o músculo trabalhando de forma integral, e para isso é necessário o aminoácido glutamina, que é essencial para o crescimento muscular. O organismo consegue produzi-lo, porém em exercícios longos e intensos, provoca uma drástica redução da substancia, podendo causar lesões teciduais. Se a glutamina estiver em déficit, o organismo utilizará a musculatura esquelética como fonte desse aminoácido, desestabilizando o músculo. Uma das opções é ingerir salmão, por exemplo, para garantir o fornecimento de glutamina.

Em casos de lesões teciduais, o Sistema Imunológico também atua de forma extremamente importante, participando da remodelação tecidual. Mas se as células imunológicas encontram-se ocupadas tentando reparar tecidos danificados, pode haver um déficit na resposta a parasitas que estejam infectando o organismo nesse instante, além do que deve-se levar em consideração que lesões teciduais são portas de entrada para diversos microorganismos, favorecendo a infecção por estes, e expondo diversas células do organismo à ação de toxinas.


:: Treino e potencial energético do organismo

Treinar é a base para ser bem sucedido nas competições, porém seu corpo precisa ser bem suplementado com a ingestão correta de carboidratos (para repor as necessidades energéticas), proteínas (que são precursoras de hormônios e diversas substâncias secretadas pelas células imunológicas, chamadas de citocinas), sais minerais, fibras, vitaminas e líquido, observando a quantidade certa para a necessidade de cada indivíduo. Se seu organismo é mal suplementado, as células de defesa estarão em déficit para atuarem no combate as infecções, principalmente devido ao fato de que essas células funcionam primordialmente através da mitose e multiplicação após o reconhecimento de moléculas estranhas ao organismos, e para que as células possam se dividir, é necessário o estoque adequado de proteínas, açúcares, lipídios e outros, para que possam compor essas novas células produzidas. Além disso, diversos sais minerais e vitaminas, como o zinco, o magnésio e a vitamina B12 funcionam como co-fatores importantes para o processo de mitose, o qual se encontra prejudicado na sua ausência.

Portanto a alimentação adequada é fundamental para bons resultados nos treinos e competições e na defesa do organismo.


:: Equipe do artigo

Supervisão: Prof. Ricardo W. Portela – Professor de Imunologia do Instituto de Ciências da Saúde (ICS) da Universidade Federal da Bahia (UFBA).

Péricles Maia Andrade: Estudante de Medicina Veterinária da UFBA – Estagiário do Laboratório de Microbiologia do ICS (Instituto de Ciências da Saúde - UFBA).

Colaboração: Marlus H. Queiroz – Estudante de Nutrição da UFBA.

Cuide do seu joelho - Síndrome do Trato Iliotibial

A Síndrome do Trato Iliotibial é uma lesão inflamatória aguda comum em ciclistas, corredores (é conhecida também como “joelho do corredor”) e em outros atletas que praticam atividades envolvendo flexão repetitiva do joelho.

Caracteriza-se por uma dor na região lateral do joelho que ocorre devido ao atrito repetido do trato iliotibial contra o epicôndilo lateral do fêmur.

O trato iliotibial é uma fáscia que se localiza na parte lateral da coxa e é responsável principalmente pela estabilização ântero-lateral do joelho.

Este trato sofre atrito com a parte óssea lateral do fêmur quando o joelho flete a aproximadamente 30°. A sobrecarga e o atrito repetido desta estrutura contra o osso provocam a inflamação da fáscia.

O atleta geralmente percebe a dor na região lateral do joelho durante a atividade, e a cada treino, pode aparecer mais precocemente. Muitos atletas relatam sentir fisgadas durante a atividade, e muitas vezes intensas. Quando esta se torna mais crônica, pode incomodar em atividades cotidianas como subir e descer escadas.

São causas comuns do surgimento da Síndrome do Trato Iliotibial:

● Encurtamento da banda iliotibial;
● Fraqueza do músculo glúteo médio e maior ativação do músculo tensor da fáscia lata;
● Aumento abruto da intensidade do treinamento - treinamento sem orientação de um profissional;
● Pronação excessiva dos pés;
● Calçado inadequado para seu tipo de pé;
● Posicionamento incorreto dos pés no pedal da bike – uma dica é posicionar o pedal com o calcanhar aproximadamente 6° para fora
● Altura incorreta do banco da bike;
● Corrida em terrenos irregulares, subidas e descidas em excesso;
● Joelho varo (arqueado para fora), torção tibial ou epicôndilo lateral do fêmur anormalmente saliente.

E o que fazer quando a dor aparecer?

● Uso de gelo no local – 20 min 3 x /dia
● Tente encontrar dentre as causas acima o que pode estar acontecendo com você e procure corrigi-las;
● Faça um alongamento suave do trato iliotibial e do ventre do tensor da fáscia lata;
● Procure um profissional adequado (médico e fisioterapeuta do esporte) para um exame clínico preciso e possíveis exames complementares para confirmação do diagnóstico.

Por Silvia Guedes – Fisioterapeuta formada pela Faculdade de Ciências Médicas de Minas Gerais / Especialista em Fisioterapia Esportiva pela PUC-MG e em Osteopatia pela Escola Brasileira de Osteopatia

Autor

Silvia Guedes

Fisioterapeuta especialista em Fisioterapia Esportiva e em Osteopatia. Além da terapia manual, utiliza o Pilates para prevenção, tratamento e melhora da performance de atletas. É fisioterapeuta da OCE, corredora e praticante de MTB.
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quinta-feira, 13 de maio de 2010

Brasil sobe no ranking, mas poderá ir às Olimpíadas ?

Masculino na 16ª colocação e o Feminino na 22ª colocação

Após o Pan-Americano de Mountain Bike na Guatemala, os excelentes resultados fizeram com que o Brasil chegasse na 16º colocação no ranking das nações, categoria XCO - Masculino.

Esse ranking é computado pelo somatório dos pontos dos três melhores atletas colocados no ranking geral da UCI. Ou seja, os países têm seus diversos atletas que ficam competindo em variadas partes do mundo. Muitos deles são estratégicos, justamente para conseguir esses valiosos pontos e, consequentemente, a vaga para as Olimpíadas.

No caso do Brasil, só temos Henrique Avancini competindo no exterior, que sozinho, tem 383 pontos. Mas aqui dentro, temos excelentes atletas que competem nas poucas provas válidas pelo ranking da UCI, chegando a arrecadar esses valiosos pontos para o país. Exemplos como Rubens Donizette - 476 pontos; Edivando de Souza Cruz - 305 pontos; e outros. Alguns desses atletas também competem algumas provas no exterior.

Mas ainda temos que cair na real porque isso é muito pouco. Se quisermos essas vagas, teremos que competir mais provas no exterior - aquelas que têm a pontuação máxima da UCI. Nesse contexto, Rubinho, Avancini e Vando, são os nossos melhores atletas no ranking geral da UCI. Lembrando que a Elite e Sub-23 fazem parte da mesma pontuação.

A Confederação Brasileira de Ciclismo enviou nesta semana, alguns dos melhores atletas da Elite do mountain bike para Europa, onde disputarão algumas provas da World Cup 2010 e competições que têm pontuação no ranking. Essa notícia agrada a todos, porque mostra empenho do órgão maior. Vamos esperar e torcer para que esses atletas façam bonito no velho continente.

Sobre esses atletas que viajaram, estes citados e Ricardo Pscheidt e Sherman Paiva.

Já no feminino, Érika Gramiscelli é a primeira brasileira da lista, com 330 pontos. Em segundo lugar vem Roberta Stopa, com 247 pontos. E Julyana Machado aparece como a terceira brazuca com 243 pontos. As mulheres que se cuidem também, pois a disputa será acirrada novamente, correndo risco de não classificarmos. Mas como eu acredito nelas, vamos ficar na torcida. Mesmo tento que enfrentar todas as dificuldades.

Confira os dois rankings. Em destaque, a briga acirrada do masculino.

:: Ranking das nações - MTB 2010 - Categoria XCO Masculino

1 - França - 4153 Pontos
Julien ABSALON 2110
Cédric RAVANEL 963
Jean-Christophe PERAUD 960

2 - Suíça - 3983 Pontos
Ralph NAEF 1400
Nino SCHURTER 1334
Lukas FLÜCKIGER 1159

3 - Espanha - 3331 Pontos
José Antonio HERMIDA RAMOS 1577
Sergio MANTECON GUTIERREZ 892
Ruben RUZAFA CUETO 862

4 - Alemanha - 2471
Moritz MILATZ 1030
Wolfram KURSCHAT 946
Jochen KASS 420

5 - Canadá - 2306
Geoff KABUSH 1117
Derek ZANDSTRA 634
Andrew WATSON 405

6 - República Tcheca - 2045
Jaroslav KULHAVY 776
Milan SPESNY 616
Jiri FRIEDL 583

7 - Estados Unidos - 1990
Todd WELLS 722
Adam CRAIG 680
Samuel SCHULTZ 538

8 - Bélgica - 1945
Roel PAULISSEN - 1137
Sven NYS - 429
Bjorn BREMS - 319

9 - África do Sul - 1832
Burry STANDER 1496
Renay GROUSTRA 198
Matthys BEUKES 138

10 - Itália - 1815
Marco Aurelio FONTANA 1013
Tony LONGO 343
Giuseppe LAMASTRA 259

11 - Holanda - 1514
Jelmer PIETERSMA 620
Rudi VAN HOUTS 527
Bas PETERS 287

12 - Áustria - 1360
Christoph SOUKUP 547
Hannes METZLER 402
Alban LAKATA 376

13 - Austrália - 1338
Chris JONGEWAARD 524
Daniel MCCONNELL 421
Lachlan NORRIS 353

14 - Inglaterra - 1277
Liam KILLEEN 535
Oliver BECKINGSALE 508
David FLETCHER 169

15 - Polônia - 1165
Marek GALINSKI 452
Marek KONWA 434
Piotr BRZOZKA 224

16 - Brasil - 1164 *
Rubens VALERIANO 476
Henrique AVANCINI 383
Edivando De Souza CRUZ 305

17 - Grécia - 1059
Periklis ILIAS 610
Georgios PATTES-TOUMANIS 282
Alexios KOKOVIKAS 167

18 - Suécia - 1028
Emil LINDGREN 631
Mattias WENGELIN 162
Magnus DARVELL 135

19 - Rússia 950
Maxim GOGOLEV 425
Anton GOGOLEV 277
Evgeniy PECHENIN 223

20 - Ucrânia - 750
Sergji RUSENKO 383
Igor BOGDAN 202
Oleksandr GERASHENKO 165

21 - Colômbia 730
Hector Leonardo PAEZ LEON 397
Luis Anderson MEJIA SANCHEZ 170
Fabio Hernando CASTANEDA MONSALVE 163

22 - Japão - 729
Kohei YAMAMOTO 471
Seiya HIRANO 147
Kenji TAKEYA 96

23 - Turquia - 651
Bilal AKGUL 315
Halil KORKMAZ 204
Abdulkadir KELLECI 132

24 - Namíbia 609
Marc BASSINGTHWAIGHTE 389
Christo SWARTZ 120
Mannie HEYMANS 100

25 - Noruega - 567
Anders HOVDENES 354
Ola KJÖREN 132
Jo Thorson NORDSKAR 81

26 - Israel - 541
Rotem ISHAI 235
Shlomi HAIMY 219
Oded DANON 87

27 - Eslováquia - 521
Michal LAMI 198
Peter SAGAN 188
Milan BARENYI 90

28 - Portugal - 476
David Joao Serralheiro 223
Tiago Jorge Oliveira FERREIRA 146
Davide MARQUES 107

29 - Hong Kong, China - 450
Chun Hing CHAN 270
Chak Shing CHENG 110
Chi Pui YEUNG 70

30 - Argentina - 448
Catriel Andres SOTO 234
Dario Alejandro GASCO 134
Rodrigo Adrian DARNAY 80

:: Ranking das Nações - MTB 2010 - XCO Feminino

1 Canadá 3,522 pontos
2 Polônia 3,408
3 Estados Unidos 2,885
4 Suíça 2,840
5 França 2,747
6 Alemanha 2,715
7 Áustria 2,516
8 Rússia 2,228
9 Espanha 1,962
10 Noruega 1,747
11 Itália 1,744
12 Austrália 1,505
13 Inglaterra 1,499
14 Holanda 1,194
15 Eslovênia 1,183
16 Suécia 1,143
17 República Tcheca 1,123
18 Eslovênia 1,090
19 Ucrânia 937
20 Bélgica 919
21 Hungria 833
22 Brasil 820 *
23 Dimanarca 812
24 México 805
25 Turquia 783
26 China 767
27 Nova Zelândia 639
28 Japão 593
29 Colômbia 590
30 Portugal 526

* Última atualização da UCI. Mas como todo final de semana tem provas no mundo inteiro valendo pontos para o ranking internacional, esses pontos e colocações se alteram.

Autor

Guiné

Há mais de 20 anos pedalando, já participou de competições de todas as modalidades que abragem o aro 20: BMX, Street, Flaland e Dirt Jump. Migrando para o mountain biking, pratica também todas as modalidades das 26". Atualmente dedica-se ao urban, mountain cross e all mountain. Além de se der um dos pioneiros em bikes 29" no país.
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Treino de speed é bom para mountain biking e vice-versa?

A fisiologia do ciclismo em prol do mountain biking

O Pedal solicitou ao nosso colunista e treinador, Hugo Prado Neto, que falasse sobre um assunto que todos os ciclistas e mountain bikers debatem constantemente: uso da bike de speed para treinos de MTB.

Mas o mestre Hugo se superou mais uma vez. Ele elaborou um artigo – digno de "enciclopédia" – relacionando não só o uso da primeira opção, mas o oposto: MTB para treinos de Speed.

Com uma explicação, simples, dinâmica e descontraída, Hugo mostra porque é considerado um dos maiores treinadores de bicicletas do país. Confiram:

“Os atletas de MTB me perguntam: é interessante ter uma bicicleta de “speed” para eu treinar? Na verdade os ciclistas nunca me perguntam o oposto, mas também para o ciclista é interessante efetuar treinos de MTB? Do ponto de vista da fisiologia do exercício, a resposta para as duas perguntas é um afirmativo SIM. Existe ainda o fator psicológico que também conta muito na hora: dar uma mudada de ares.

:: Treinos de Speed para o Mountain Bike

Vamos começar pelo uso do ciclismo (bike de speed) a favor do mountain bike. A base como todos devem saber é o primeiro componente de um treinamento metódico e bem feito. Esta fase envolve uma intensidade baixa para estimular o uso da gordura como primeira fonte de energia (isso ensina o corpo a economizar glicogênio), com um volume alto para estimular as células e enzimas responsáveis pelo sistema aeróbico. É muito mais correto efetuar a maioria dos treinos de base em outras fases na bike de speed, porquê:

1 - O estímulo aeróbico é bem maior uma vez que, o treino na speed o ritmo é constante e melhor para monitorar – o pedal sai redondo. Se você treina de MTB, a cadência, a velocidade e a potência não serão constantes. É claro que por questões financeiras o atleta pode “tunar” sua MTB para ser utilizada no asfalto. Melhora sim, mas não substitui totalmente pela bike de speed. Tendo falado isso, na fase de base é importante que o atleta ande pelo menos 2 vezes por semana em sua MTB, considerando que um treinamento deve conter no mínimo 4 dias de treinos por semana.

2 - Vários intervalos específicos devem ser efetuados na speed para ter uma maior repetibilidade e também para que o atleta não desfoque dos intervalos por causa de pedras, obstáculos que exigem técnica e terreno variado de MTB; o que obviamente vai atrapalhar por completo o objetivo específico de cada intervalo.

3 - O medidor de potência é a melhor ferramenta para um treinamento ideal, mas seu alto custo impede até mesmo os atletas – com condições – de terem um desses na speed e na MTB. Eu, por exemplo, só tenho na minha speed e TODOS os meus intervalos específicos são feitos na bike de speed. Divido meus treinos em 50% de ciclismo e 50% de MTB.

4 - Por fim, porque vocês acham que um atleta especialista em provas de maratona não tende a ir bem nas provas de XC? Na minha opinião, o principal culpado se chama sistema neuromuscular. Os atletas de maratona tendem a girar mais e manter um ritmo constante, assim o sistema neuromuscular desses bikers foram ensinados durante anos a manter uma velocidade de perna alta (cadência), sem alterar muito o ritmo de pedal, igual acontece nas provas de XC. Torna-se evidente que o treinamento com uma bike de ciclismo na estrada vai ajudar muito esses atletas ou os iniciantes que querem andar bem de maratona.

:: E os ciclistas? O que eles ganham nessa troca?

Quem acha que ciclismo não exige técnica e habilidade sobre duas rodas esta ligeiramente enganado. Lance já nos provou isso no Tour uma vez lembram? Aquela cena foi clássica e histórica. O mountain bike pode ajudar os ciclistas a evoluirem no ciclismo nas seguintes hipóteses:

1 - Como comentando o uso esporádico de uma mountain bike para um ciclista pode ajudá-lo a adquirir técnica, fazendo com que esse atleta tenha mais sucesso. Podendo evitar colisões desviando corretamente de carros em treinamentos e caminhoneiros que insistem em manter a ignorância de não nos respeitar, e simples obstáculos como um buraco ou um “bump” em uma estrada.

2 - Além da técnica, o ciclista pode também ter uma MTB para aliviar um pouco mais os impactos diários dos treinos de ciclismo. Um ciclista acima de 50 anos com hérnia de disco, por exemplo, por mais que tenha a melhor bicicleta de speed, vai encontrar em uma boa mountain bike maior conforto e alívio para as suas costas e seu corpo em geral.

3 - O mountain bike para o ciclista pode também ajudá-lo a trabalhar alguns membros superiores com mais afinco, ajudando o mesmo a obter um melhor equilíbrio muscular.

4 - Na OFF SEASON, fase da periodização, caracterizada por um descanso ativo através de outras atividades físicas, o ciclista pode encontrar no mountain bike uma segunda alternativa para se manter ativo depois de uma cansativa temporada na magrela, fazendo assim uma manutenção da forma física junto a natureza, envolvendo outro esporte de pedalar.

5 - Por fim, parece bobagem, mas o mountain bike é uma atividade longe de grandes cidades urbanas que são bastante poluídas. Dizem que morar na poluição da grande São Paulo equivale a um ser humano fumar dois cigarros por dia. Como tenho certeza que todos nos temos NOJO dessa droga, praticar o mountain bike pode dar uma aliviada até nos seus pulmões.

Bom, se você pedala mountain bike ou ciclismo já está de bom tamanho, mas espero que essa artigo abra ainda mais o horizonte de todos vocês sobre os benefícios dos dois esportes em prol do outro. Boa sorte aos ciclistas e mountain bikers, acho que deu para perceber que somos de um só planeta: o planeta da saúde, do esporte, do desafio, da conquista e da disciplina em cima de 2 rodas! Viva nosso esporte, longe de nós Ronaldinho!

Autor

Hugo Prado Neto

Diretor da OCE (Tetra Campeã Brasileira de MTB) atleta profissional patrocinado pela Specialized/Keico/Tripp/BWA e trabalha para a conceituada Carmichael Training Systems
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