domingo, 1 de abril de 2012

DISSERTAÇÃO SOBRE A AMIZADE

A meio do nosso percurso de vida, não sei por que instinto natural ou qualquer acto reflexo, somos levados a fazer um balanço das nossas vidas.

Vivemos sempre entalados entre dois tempos: o passado e o futuro. E porque o presente é efémero agarramo-nos às nossas memórias passadas e a partir delas construímos / sonhamos o nosso futuro. Assim caminhamos lentamente num longo percurso, em busca do que designamos “felicidade”, algo tão utópico como real, passe a aparente contradição.

A palavra “saudade” (reparem que não disse “saudosismo”) é das mais caras que a língua portuguesa tem e uma das mais profundas de sentimento. A saudade existe porque a nossa memória constrói-se sobre boas experiências, já que as más não deixam saudade, não obstante deixem marcas, muitas vezes indeléveis. No centro das nossas boas recordações existe sempre a amizade, o amor, as relações fortes. A nossa felicidade existe de facto e é feita de momentos únicos na relação que mantemos com os outros. Ninguém é feliz sozinho. Os amigos, as pessoas que nos são queridas serão sempre a nossa referência, mesmo quando não estão perto de nós. Os nossos valores vão-se construindo com exemplos, experiências e sensações que desenvolvemos a partir das nossas relações.

As amizades e os afectos ao longo da vida fazem de nós gente e sem elas não passaríamos do pequeno grão de areia no meio de todo um universo grandioso mas indiferente aos nossos dramas pessoais. Do futuro esperamos sempre poder ser amados e amar, recordar e ser recordados. A pouco e pouco vamos trilhando um caminho onde cada vez mais o rumo se torna imaterial, onde nos vamos despojando do acessório e nos focamos no que realmente nos faz felizes e cada vez precisamos mais: os afectos.
Aos meus amigos de sempre, da infância, da adolescência e da minha juventude, aos meus amigos de hoje que perdurarão na minha vida e na minha memória quero dizer que os adoro, que sou feita de todos eles e dos momentos que passámos juntos, rimos e chorámos juntos, dos momentos em que demos as mãos e nos entreolhámos. A minha felicidade passa por aí, passou e virá de novo em cada instante de amizade verdadeira, nesta lenta marcha das nossas vidas entrecruzadas, entre o ontem e o amanhã, até sempre. Porque tudo, enquanto dura, é eterno.


1 comentário:

  1. Obrigada Paula por me incluires no grupo dos teus amigos. Concordo contigo. Os amigos ficam para sempre ainda que por motivos diversos sigamos caminhos muito diferentes. Tudo muda, se transforma. A amizade permanece e a qualquer pretexto....aparece!
    Também gostei muito de rever todos os meus amigos de menina e moça! Um grande beijinho para ti e parabéns pelo blog. Fiquei fã.

    ResponderEliminar