sábado, 6 de abril de 2013

Fígado e Pâncreas

FÍGADO E PÂNCREAS


São glândulas anexas ao intestino com importante função na digestão.

FÍGADO

Introdução

O fígado é um órgão parenquimatoso, formado de agregados de hepatócitos denominados de lóbulos. Possui duas faces: visceral e diafragmática. Geralmente vermelho-acastanhado, o fígado fresco é macio, com uma consistencia friável caracterísctica. Sem dúvida, é a maior glândula no corpo e realiza muitas funções essenciais à vida. As principais são:
  • Produção de bile;
  • Armazenamento de glicose sob a forma de glicogênio;
  • Armazenazenamento de ferro e vitaminas;
  • Metabolismo de carboidratos, proteínas e lipídios; 
  • Ação desintoxicante;
  • Destruição de hemácias velhas ou anormais;
  • No feto, desempenha funções hemocitopoiéticas; 
  • Síntese de diversas proteínas presentes no sangue, de fatores imunológicos e de coagulação e de substâncias transportadoras de oxigênio e gorduras;

Localização 

Localiza-se na parte mais cranial do abdome, imediatamente atrás do diafragma.
O figado adulto interpõe-se entre o diafragma cranialmente e o estômago e a massa intestinal caudalmente. Embora ultrapasse o plano mediano, a maior parte fica à direita em todas as espécies. Não é assim tão assimétrico no cão, sendo as proporções à direita e à esquerda do plano mediano de cerca de 3:2. 

Superfície caudal do fígado das diferentes espécies domésticas. Os planos medianos estão indicados. O fígado é assimétrico, menos no cão, mais no porco e no cavalo, e mais no boi, no qual a massa do órgão fica deslocada para a direita. Observe a ausência de vesícula biliar no fígado do cavalo.
Fonte: DYCE, K. M. et al. Tratado de Anatomia Veterinária. 2007.

Projeção das vísceras sobre a parece abdominal esquerda.


Lobação

Na maioria das espécies, inclusive o cão, o fígado é nitidamente dividido em lobos por uma série de fissuras que se estendem interiormente a partir da borda ventral.  O padrão teórico - que estabelece os lobos lateral esquerdo, medial esquerdo, lateral direito, medial direito, quadrado e caudado do fígado canino, o último dilatado por processos papilar e caudado - é ilustrado. Não deve ser considerado mais que uma invenção conveviente que facilita a descrição. Estudos recentes reduzem a importância da fissuração externa e baseiam-se mais nas ramificações internas dos vasos para estabelecer homologias.

Fígado em cães e gatos:
  • O lobo direito é subdividido em lobo medial e lateral direito;
  • O lobo esquerdo também é subdividido em medial e lateral esquerdo;
  • O lobo caudado é subdividido em processo papilar do lobo caudado e processo caudado do lobo caudado;
  • O lobo quadrado não apresenta subdivisões;
OBS.: Vesícula biliar no cão mede 15 cm, no gato é visível na face diafragmática. Essa estrutura possui mucosa rugosa com dobras. 
 
Superfície visceral do fígado de carnívoros.


Fígado em equinos:
  • Somente o lobo esquerdo é subdividido em lateral e medial;
  • Não apresenta vesícula biliar;
Superfície visceral do fígado de equinos.


Fígado em ruminantes: 

 Não apresenta nenhuma das subdivisões;

Superfície visceral do fígado de ruminantes.


Fígado em suínos:
  • O lobo direito é subdividido em lobo medial e lateral direito;
  • O lobo esquerdo também é subdividido em medial e lateral esquerdo;
  • O lobo caudado apresenta apenas processo caudado;
  • O lobo quadrado não apresenta subdivisões;
OBS.: O lobo quadrado é um pouco menor e não acompanha o comprimento do lobo esquerdo e direito, neste caso a incisura do ligamento redondo separa o lobo direito do lobo esquerdo.

Superfície visceral do fígado de suínos.


Estruturas

Em vida, o fígado adapta-se à forma de órgãos adjacentes e quando fixo in situ conserva a conformação e as impressões impostas por estes órgãos.
Em direção ao plano mediano, a borda dorsal do fígado apresenta um sulco para a passagem da veia cava caudal e, à esquerda deste, uma incisura para o esôfago. A vesícula biliar situa-se entre os lobos quadrado e medial direito; é em parte fixa e em outra livre, e em alguns cães fica tão profundamente encaixada que atinge a superfície parietal, entrando assim em contanto com o diafragma.
O fígado é coberto pelo peritôneo, exceto em áreas relativamente pequenas na porta (hilo), na fossa para a vesícula biliar e na origem de determinados reflexos peritoneais. Os ligamentos triangulares direito e esquerdo, o coronário e o falciforme possuem núcleos fibrosos e fixam o fígado firmemente;
O hilo hepático é a inserção dos grandes vasos no fígado, constituído pela veia porta, e artéria hepática. 


Irrigação

O fígado recebe um suprimento sangüíneo muito abundante através da artéria hepática, um ramo da artéria celíaca e da veia porta.
A veia porta é formada pela união de tributárias que drenam o trato digestivo, o pâncreas e o baço. Conecta-se às veias sistêmicas nas regiões cardioesofágica e retoanal nas extemidades de seu território. Estas conexões estabelecem saídas alternativas para o sangue portal, quando o fluxo através do fígado se encontra obstruído ou reduzido.
Todo o sangue distribuído ao fígado é coletado por um único conjunto de veias, das quais as veias centrais dos lóbulos hepáticos são as menores radículas. Estas acabam por formar as poucas veias hepáticas grandes que se abrem na veia cava caudal quando a mesma atravessa o parênquima hepático.

 
Vista dorsal semi-esquemática da formação da veia porta (cão).

1-Veia porta; 2-veia esplênica; 3-veia gastroduodenal; 4-veia mesentérica cranial; 5-veia mesentérica causal; 6-veia gástrica esquerda; 7-veia gastrepiplóica direita; 8- veia pancreaticoduodenal cranial.
Fonte: Fonte: DYCE, K. M. et al. Tratado de Anatomia Veterinária. 2010.



 OBS.: Todos os animais, exceto o eqüino, possuem vesícula biliar para armazenamento da bile. A secreção digestiva do fígado, a bile, deixa o fígado pelos ductos hepáticos, que se unem ao ducto cístico da vesícula biliar e formam o ducto biliar comum (colédoco) - duodeno proximal.



PÂNCREAS 

Introdução

O pâncreas é uma glândula mista (de secreção endócrina e exócrina), localizada na alça formada pelo duodeno, sobre o estômago. É amarelado e exibe uma certa semelhança com uma glândula salivar, embora seja mais mole e mais frouxamente entrelaçado que a maioria destas glândulas. 


Fonte: Setor de Morofologia DVT/UFV

 
O componente exócrino é certamente o maior; produz um suco digestivo (composto por enzimas que decompõem proteínas, carboidratos e gorduras) que é lançado na parte proximal do duodeno através de um ou dois ductos.  O componete endócrino, que por meio de vasos sanguíneos chega ao fígado, compreende as ilhotas pancreáticas, agregados celulares que ficam dispersos entre os ácinos exócrinos e são a fonte de insulina, glucagon e gastrina; as ilhotas, portanto, são de capital importância no metabolismo de carboidratos.

Fonte: DYCE, K. M. et al. Tratado de Anatomia Veterinária. 2010

O pâncreas é convencionalmente considerado como sendo constituído de um corpo e dois lobos, descrição adaptada ao pâncreas canino, porém menos adequada a este órgão em algumas outras espécies. Quando endurecido in situ, o pâncreas canino curva-se intensamente, com o ápice do V localizando-se junto à flexura cranial do duodeno. O lobo direito delgado segue no mesoduodeno; o lobo esquerdo mais espesso, porém mais curto, estende-se sobre a superfície caudal do estômago em direção ao baço, no omento maior.
O suprimento sanguíneo abundante é proveniente das artérias pancreaticoduodenais cranial e caudal, a primeira ramificando-se a partir da artéria celíaca, a última da artéria mesentérica cranial. As veias drenam para a veia porta. A glândula é suprida por nervos simpáticos e parassimpáticos. 



Referências Bibliográficas:

POPESKO, P. Atlas de anatomia topográfica dos animais domésticos. 1985.
DYCE, K. M. et al. Tratado de anatomia veterinária. 2010
KONIG, H. E. Anatomia dos animais domésticos. 2004.   
https://www.google.com

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