terça-feira, 29 de julho de 2008

Roubando LIXO???

Quem diria?

Roubo de lixo reciclável

Quem poderia imaginar que isso poderia acontecer? Roubo de lixo. Lixo reciclável. Muitos de nós tomamos medidas de segurança para proteger nossos imóveis, automóveis e conteúdos. Mas lixo? Já comentamos aqui no site que o Brasil é um mercado bilionário em se tratando de lixo. Em News Jersey já há registros de roubos de lixo. Com a economia ainda passando por dificuldades, um número cada vez maior de municípios, em New Jersey, estão recebendo reclamações sobre o roubo de latas de alumínio, papéis de escritório, jornais velhos, vidros, que são roubados por ladrões. Lynn Rubinstein, diretora executiva do Conselho de Reciclagem do Nordeste, disse que os materiais recicláveis estão sendo roubados porque “eles estão em demanda e aumentaram consideravelmente de valor”. Caso você veja alguém roubar material reciclável em sua cidade, comunique imediatamente as autoridades, recomendou a diretora executiva.

(da Newsletter de Enio Raffin - Máfia do Lixo-6a.Feira-25-07-2008-no.208-147)

Quem não liga para ter um filho com hidrocefalia?

Pois porque não proibem de uma vez???

Anvisa propõe banir agrotóxico usado na cultura de laranja

da Folha de S.Paulo, em Brasília

Por meio de consulta pública iniciada no último dia 25, a Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) recomendou o banimento do país da cihexatina, princípio ativo usado na fabricação de agrotóxicos utilizados principalmente na citricultura. Sugestões à proposta da agência poderão ser feitas até 25 de agosto.

"Por enquanto, os agrotóxicos à base de cihexatina podem continuar a ser utilizados. O motivo é que o registro do produto é concedido pelo Ministério da Agricultura por tempo indeterminado", disse a Anvisa por meio de assessoria de imprensa.

Segundo a agência, estudos em laboratório com animais mostram que a cihexatina traz graves riscos à saúde. Os principais efeitos são malformações fetais, em especial a hidrocefalia. Há ainda risco de aborto, danos à pele, pulmões, entre outros.

A cihexatina já foi banida dos EUA, Reino Unido, Canadá, Japão, China, Áustria, Belize, Kuwait, Laos, Suécia e Tailândia, de acordo com a Anvisa. O cancelamento do registro não pode ser feito sem uma consulta pública.



(de http://www1.folha.uol.com.br/folha/cotidiano/ult95u427244.shtml)

segunda-feira, 28 de julho de 2008

Um sonho de projeto - o VERDADEIRO reflorestamento

Anitápolis (e todas as cidades que sofrem com a devastação das florestas) precisa de projetos assim e não de fosfateiras, Bunges e Yaras:

Grupo projeta maior bosque nativo da Inglaterra

da Ansa, em Londres

Um grupo britânico adquiriu um campo de cerca de 325 hectares para criar o bosque nativo mais extenso da Inglaterra.

O Woodland Trust confirmou hoje que plantará cerca de 600 mil árvores perto da cidade medieval de St. Albans, no condado inglês de Hertfordshire, sul da Inglaterra.

O grupo informou que a extensão e configuração do novo bosque nativo são fatos sem precedentes na Inglaterra. A empreitada pode levar cerca de 12 anos até que as árvores atinjam um tamanho adequado.

O país perdeu desde a década de 1930 a metade de seus bosques devido ao avanço da construção e da agricultura. A Woodland Trust disse que plantará espécies nativas inglesas, como o carvalho, o bordo e o freixo.


(de http://www1.folha.uol.com.br/folha/ambiente/ult10007u426945.shtml)

sexta-feira, 25 de julho de 2008

Modelo a ser seguido por Anitápolis

Um "Festival de Inverno":

Cidade de Minas Gerais promove "Inverno Orgânico" até domingo

da Folha Online

Divulgação
Cappelletti brodo orgânico é uma das receitas servidas no festival que termina no domingo
Cappelletti brodo orgânico é uma das receitas servidas no festival que termina no domingo

Termina no próximo domingo (27), o festival "Inverno Orgânico" na cidade de Gonçalves há 220 km de São Paulo.

Conhecida como a cidade dos orgânicos graças a produção de frutas, legumes, verduras, cachaça, café e pinhão sem o uso de agrotóxicos e pelas características do solo e plantação.

Até o fim de julho, a cidade que registra uma altitude média de 1.300 metros e possui aproximadamente 35 cachoeiras, promove um festival gastronômico nos finais de semana.

Entre as atrações está a apresentação do chef de cozinha Sérgio Peres, do restaurante Nó de Pinho, de Gonçalves que vai apresentar receitas preparadas com produtos orgânicos. Os pratos poderão ser provados pelo público presente na "Feira dos Orgânicos" no centro da cidade.


Mais informações podem ser obtidas no site: www.invernoorganico.com.br

(de http://www1.folha.uol.com.br/folha/comida/ult10005u425939.shtml)

quinta-feira, 24 de julho de 2008

Blog sobre "atitudes ambientalistas".

O artigo abaixo me deu a idéia de escrever sobre as atitudes claras que se deve tomar em favor do meio-ambiente. O que acham? Vou deixar esta idéia amadurecer.

Excesso de informações sobre ecologia confunde consumidores

JULLIANE SILVEIRA
da Folha de S.Paulo

O motivo (salvar o planeta) é justo e a demanda, grande: reciclar o lixo, diminuir o consumo, preferir os orgânicos, usar papel reciclado, gastar menos energia elétrica e menos água, ter sempre à mão uma "ecobag" para não passar nem perto das sacolinhas plásticas.

O problema é que, como se fala tanto em sustentabilidade e aquecimento global, a quantidade de informações, muitas vezes contraditórias, confunde e cansa até o mais bem intencionado ecologicamente.

Alex Almeida/Folha Imagem
Quinteiro decidiu levar caneca para o trabalho, para não usar copos, mas foi avisada de que uso da água geraria outro impacto
Quinteiro decidiu levar caneca para o trabalho, para não usar copos, mas foi avisada de que uso da água geraria outro impacto

A consultora em desenvolvimento organizacional Sandra Quinteiro, 41, por exemplo, não acha fácil cumprir a sua parte. No prédio onde mora, o lixo reciclável é todo separado: papel, plástico, metal... Mas ela não sabe onde se encaixa a caixinha longa vida --e já ouviu diversas teorias sobre o assunto.

Também se sentiu bem ao levar uma caneca para o trabalho, para não usar mais copos descartáveis. Até alguém comentar que a água usada para lavá-la geraria outro tipo de impacto ao ambiente.

"Existem muitas informações contraditórias porque elas envolvem dados técnicos bastante complexos. Se até entre os cientistas há controvérsias, imagine entre os leigos. O consumidor teria de ser um especialista em energia, em água etc. para entender tudo", analisa a socióloga Fátima Portilho, da UFRRJ (Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro), autora do livro "Sustentabilidade Ambiental, Consumo e Cidadania" (ed. Cortez).

Além de ter os dados em mãos, é preciso entender por que se deve adotar determinada ação --e saber que nem sempre uma iniciativa terá somente resultados positivos--, o que torna o engajamento ecológico ainda mais complicado.

Por exemplo, ao escolher um carro a álcool porque polui menos do que o veículo a gasolina, o consumidor sustenta a produção de um combustível que pode ser responsável por desmatamento de floresta e que pode oferecer condições ruins de trabalho.

"As escolhas sempre terão elementos contraditórios e é preciso fazer ponderações, decidir o que deve ser priorizado. Minha ação vai diminuir o aquecimento global? Ou desencadear algum problema social? Ao compreender isso, percebe-se que as respostas não são "preto no branco'", diz Hélio Mattar, diretor-presidente do Instituto Akatu.

E, mesmo com essa reflexão, ainda ficam questionamentos, pois é difícil saber como uma escolha poderia causar tamanho efeito no ambiente, quando se abordam somente termos genéricos. "Isso atrapalha porque se fala muito das conseqüência globais, mas falta o direcionamento para o que pode ser feito localmente", explica Eliane Saraiva, coordenadora do curso Técnico Ambiental do Senac de São Paulo.

De olho nesse turbilhão de informações e dúvidas, o Idec (Instituto de Defesa do Consumidor) criou um site de orientação para o consumo consciente (www.climaeconsumo.org.br), que pretende ligar as pequenas ações às grandes questões ecológicas. "Falta uma conexão entre os problemas ambientais e os hábitos de consumo, não é fácil ser um consumidor responsável", diz Lisa Gunn, coordenadora-executiva do Idec.

Tantas incertezas podem explicar os números de uma pesquisa do WWF (Fundo Mundial para a Natureza) e do Ibope, divulgada no mês passado. Apesar de todas as sugestões, a população ainda não tem uma ação ecológica relativamente simples: 67% dos brasileiros entrevistados não separam o lixo reciclável e somente 5% encaminham o lixo orgânico para a transformação em adubo.

Além de informações incompletas, outro problema que desestimula a adoção de atitudes ecológicas é a falta de opção aos hábitos poluentes. Esse é o dilema do administrador Matheus Oshikiri, 34. Ele reutiliza quase todo o lixo que produz --manda as embalagens para reciclagem, e o orgânico vira adubo para seu jardim--, não come fritura, "não sei o que o estabelecimento que fritou o meu pastel vai fazer com aquele óleo" e evita as sacolinhas plásticas.

Eduardo Anizelli/Folha Imagem
Matheus Oshikiri procura agir de modo sustentável, mas gostaria de fazer mais, como deixar de usar o carro e comprar discos de segunda mão
Oshikiri procura agir de modo sustentável, mas gostaria de fazer mais, como deixar de usar carro e comprar discos de segunda mão

Ainda assim, gostaria de fazer mais, como deixar de usar o carro, comprar discos de segunda mão e escolher embalagens de papel reciclado. "Quero ter a opção de ser mais sustentável. Mas o sistema de transporte de São Paulo é horrível, a malha ferroviária é insuficiente, não se estimula o comércio de produtos usados, só se fala em recicláveis, mas não em reciclados... O meu esforço tem de ser muito maior aqui do que em outros países", lamenta.

Falta de alternativa

Maria Cláudia Kohler, coordenadora do curso de pós-graduação em meio ambiente e sociedade da FESPSP (Fundação Escola de Sociologia e Política de São Paulo) e coordenadora de voluntários do Greenpeace Brasil, concorda: o assunto está em pauta, mas é difícil aderir por falta de alternativa.

"O produto orgânico é melhor, mas é mais caro. As pessoas não têm opção na questão financeira e faltam estímulo e políticas de governo. E ainda falta opção. Adoraria escolher entre energia eólica e solar, mas não há essas possibilidades em minha rede de abastecimento. Não há pasta de dente sem caixa de papelão...", diz.

Algumas escolhas convergem para ações econômicas, como a diminuição no consumo de energia elétrica, explica Fátima Portilho, da UFRRJ. Esse benefício imediato pode facilitar a adesão à mudança do hábito. Verifica-se isso na mesma pesquisa do WWF e do Ibope: 80% dos entrevistados sempre desligam lâmpadas e deixam o computador em estado de hibernação quando saem do ambiente por pouco tempo.

Isolado, mas produtivo

O psicólogo Sean White, 29, acredita que as mudanças precisam ser drásticas para causar efeito na natureza e que, apesar de estar na moda dizer que é ecologicamente sustentável, não sente um compromisso geral com a causa. "Esse monte de informação me desestimula, porque faço pequenos gestos e ainda assim me sinto culpado. Ficam na discussão se uso um copo de plástico ou de papel, mas eu preciso tomar o meu café de algum jeito", desabafa.

Essa sensação de isolamento também torna mais difícil o engajamento às ações ecológicas, segundo Fátima Portilho. "Eu faço o esforço, mas posso desanimar quando percebo que só eu ajo", diz.

E, para constar, sem querer causar confusão: a caixinha longa vida deve ir ao compartimento dos papéis. De acordo com a Tetra Pak, a embalagem segue antes para a indústria papeleira e, depois, para outras indústrias que aproveitarão o plástico e o alumínio.


(de http://www1.folha.uol.com.br/folha/ambiente/ult10007u425860.shtml)

De novo as sacolas plásticas

E aqui no Brasil, quem vai ser o pioneiro?

Cansei de ver os rios levando sacolas, sacolas presas nos galhos das árvores às margens após as chuvas...

Los Angeles proibirá sacolas de plástico a partir de 2010

Consumidores deverão utilizar as próprias bolsas para carregar as compras ou a pagar US$ 0,25 para adquiri-las

Efe

LOS ANGELES - A cidade de Los Angeles anunciou que proibirá o uso de sacolas de plástico nos comércios a partir de julho de 2010, conforme foi aprovado em uma votação na Prefeitura da cidade californiana, informou nesta quarta-feira, 23, a imprensa local.

Quando a medida entrar em vigor, os consumidores serão obrigados a utilizar as próprias bolsas para carregar as compras ou a pagar US$ 0,25 para adquiri-las nos estabelecimentos de comércio, em papel ou em material biodegradável.

A iniciativa tem como objetivo reduzir o consumo de plástico nesta cidade, a segunda maior dos Estados Unidos, atrás de Nova York, e evitar que se polua mais o mar, como acontece muitas vezes.

"É a regra mais sensível com o meio ambiente que fizemos", assegurou o vereador Bill Rosendahl.

Los Angeles será a segunda cidade da Califórnia, após San Francisco, a autorizar esta medida. San Francisco aprovou algo similar em 2007.

O objetivo das duas cidades é pressionar os legisladores do estado para que aprovem uma lei que eliminaria o uso das sacolas de plástico de seus territórios a partir de 2012.

Estima-se que Los Angeles consuma 2,3 bilhões de bolsas de plástico ao ano, das que só 5% são recicladas em todo o estado.


(de http://www.estadao.com.br/vidae/not_vid210923,0.htm)

quarta-feira, 23 de julho de 2008

A estrada que causa devastação...

Será que é só lá?

Morosa, BR-163 ainda faz papel de elo com passado
Mauro Zanatta, de Altamira e Novo Progresso (PA)
23/07/2008

Na manhã de uma quarta-feira de junho, no coração da Amazônia, o madeireiro Rusever Oliveira, 43 anos, comanda o ritmo frenético da empilhadeira que separa dezenas de toras de espécies nobres da região. No pátio de sua serraria, em Castelo de Sonhos, distrito de Altamira (PA) de 10 mil habitantes cortado pela BR-163, os troncos derrubados ilegalmente secam sob o sol abrasador e um grosso poeirão. As encomendas vêm de toda parte. Um caminhoneiro de Maringá (PR) reclama do atraso no pedido e um fazendeiro consulta o preço de algumas tábuas. Naquele dia, o metro cúbico do ipê-champanhe era comprado a R$ 150 e vendido a R$ 350 por Rusever.


A 23 quilômetros dali, longe dos negócios madeireiros, o ex-garimpeiro gaúcho Telmo Davies, 57 anos, acabara de estender no varal de casa retalhos de carne bovina cedidos por um fazendeiro vizinho. Rodeado por uma pequena roça de mandioca e meia dúzia de galinhas, Davies ocupa sozinho o primeiro lote do Assentamento Brasília, criado pelo Incra há três anos. Ali, tem apenas a companhia do rádio de pilha e de dois vira-latas. Sem energia elétrica nem água, vive com R$ 150 do aluguel de uma casa em Castelo. Também não tem o título de posse da terra. Cesta básica, bolsa-família e aposentadoria nunca beneficiaram o migrante.


Mais adiante, em Novo Progresso, município de 36 mil habitantes a 150 km no eixo norte da BR, a comerciante Rodemeire de Camargo, 42 anos, sofre, no único e desequipado hospital da cidade, para conseguir o diagnóstico da doença do filho de 16 anos. Para obter um exame de sangue mais preciso, teria que encarar 715 km da quase intransitável rodovia até Santarém ou voltar 600 km até Sinop (MT), trafegando por 360 km em uma estrada recheada de buracos de todos os tamanhos e profundidades.


Desde o primeiro solavanco na rodovia Cuiabá-Santarém, ainda na área urbana de Guarantã do Norte, a 50 km da divisa do "nortão" de Mato Grosso com o sudoeste do Pará, a precariedade da infra-estrutura, dos serviços públicos e a ausência quase total do Estado refletem a situação de abandono da região. A dura realidade dos dez municípios cortados pela BR-163, onde 90% do território é ocupado por reservas florestais, produz um forte contraste quando confrontada com os planos do governo para incentivar o chamado "desenvolvimento sustentável" da Amazônia e brecar o desmatamento ilegal.


Ao longo dos 360 km de crateras e poeirão da BR-163 entre Guarantã do Norte e Novo Progresso, percorridos pelo Valor, é possível ver extensas áreas de pastagem, fazendas cheias de gado nelore, imensas castanheiras queimadas em pé e um intenso vaivém de caminhões de oito eixos abarrotados de toras de madeira. E muito abandono. Em dois dias de viagem, à exceção de uma barreira fiscal próxima à base aérea da Serra do Cachimbo, a reportagem não viu vestígios de presença do Poder Público. Nenhum agente ou veículo oficial foi avistado nesse longo trecho não-pavimentado da rodovia aberta nos anos 70 pela ditadura militar para forçar a ocupação do território. Novo Progresso está na lista dos 36 municípios campeões do desmatamento ilegal, onde a derrubada da mata está embargada.


No início de 2006, o governo federal lançou um ambicioso plano que seria o "novo paradigma de desenvolvimento sustentável" para a Amazônia. O "Plano BR-163 Sustentável", que inclui 73 municípios da área de influência da rodovia, prometia amenizar a precariedade da vida dos moradores ao conjugar asfaltamento da estrada com ações de ordenamento territorial, infra-estrutura, fomento de atividades econômicas sustentáveis, melhoria dos serviços públicos, inclusão social e fortalecimento da cidadania. Dois anos e meio depois, o plano ainda não teve força para virar realidade.


E isso apesar do apoio obtido em 16 audiências públicas realizadas entre 2004 e 2005 com moradores da região, lideranças indígenas, movimentos sociais, ONGs e autoridades de todos os níveis. A resolução de graves problemas sociais, desde a escassez de emprego até a precariedade dos serviços sociais e a infra-estrutura incipiente, ainda parece utopia. "Não é o ritmo que a sociedade quer", admite o coordenador do comitê gestor do plano, Johaness Eck. "Tínhamos a expectativa de funcionar mais rapidamente, mas a ausência prolongada do Estado nos obrigou a fazer um trabalho de base, de ordenamento territorial", afirma Eck, também subchefe-adjunto de Políticas Governamentais da Casa Civil da Presidência da República.


O próprio comitê é sinal da morosidade do plano. Até hoje, os membros não foram todos indicados e nenhuma reunião ordinária aconteceu. "Estamos muito aquém das ações previstas, e a lentidão da pavimentação tem afetado a credibilidade do plano", reconhece Júlio Miragaya, ex-secretário-executivo do plano e coordenador de Planejamento Territorial do Ministério da Integração Nacional. A pavimentação da BR, orçada em R$ 1,1 bilhão até 2011, é prioridade do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC).


De avanços substanciais, o governo aponta a criação de 6,8 milhões de hectares de unidades de conservação ao longo da BR e o início do asfaltamento de dois trechos de 20 km pelo Exército até o fim do ano. Ocorre que parte das unidades não tem, como previsto, gestores do Instituto Chico Mendes e as obras na BR só começaram, timidamente, no fim de junho. Houve atraso na liberação de verbas para contratação de pessoal e material de apoio ao Exército. Como as chuvas amazônicas começam em novembro e só dão trégua em junho, resta pouco tempo para avançar. "O plano está quase na estaca zero. O Incra não fez a regularização fundiária e as ações sociais ainda não foram implementadas", reconhece Luiz Antonio Pagot, diretor-geral do Departamento Nacional de Infra-Estrutura de Transportes (DNIT).


A promessa do Incra de determinar as coordenadas geográficas (georreferenciamento) de 7,7 milhões de hectares nas margens da estrada neste ano deve atrasar mais o início do processo de regularização fundiária. Assim, os assentamentos de reforma agrária seguem sem a documentação de posse, o que impede o acesso dos moradores aos serviços básicos. "É sofrido aqui. Não tem água nem luz, que dirá posto de saúde. Se quebrar o braço, tem que ir pro Guarantã [a 210 km]", diz Telmo Davies, que ficou seis meses acampado à beira da BR antes de ganhar o lote de 20 hectares em Castelo.


A situação piorou quando o Ministério Público Estadual interditou uma centena de assentamentos por irregularidades fundiárias e denúncias de corte ilegal da floresta. Davies confirma: "De noite, é caminhão o tempo inteiro. Não pára faz três anos. Só tem ´torero´, mas não tiro a razão de quem vende [a madeira]. A pessoa tem sete filhos para criar e faz o quê? O Incra jogou a gente aqui sem nada. Precisa o Ibama vir aqui".


A grilagem segue corriqueira, gerando violência, pistoleiros e mortes pela posse da terra. O governo admite a necessidade de "implantar o Estado de Direito na região", dada a dimensão do problema. Mas a instalação de delegacias da Polícia Federal e postos da Polícia Rodoviária na região ainda está no campo das promessas. "Aqui a pistolagem manda", diz o catarinense Cleo Almeida Becker, pioneiro de Castelo de Sonhos. Há 16 anos no lugar, dono de uma pousada, ele está de malas prontas. "Vou vender tudo e ir embora porque esse asfalto nunca vai chegar".


Para piorar, foi suspensa a aprovação de novos planos de manejo na região por falta de regularização fundiária. O Ibama repassou a ação à secretaria estadual do Pará. A medida é criticada pelos madeireiros. "Temos trabalhado na ilegalidade porque não temos os planos de manejo. Tem que comprar nota para transportar a madeira porque o plano depende de comprovar a posse da terra", diz Rusever Oliveira, presidente de uma associação de 24 madeireiras dos distritos de Castelo e Cachoeira.


Denúncias de corrupção dos fiscais são comuns. O Ibama também tem dificuldades para criar o chamado Distrito Florestal Sustentável da BR-163, área de 16 milhões de hectares onde seria permitida a exploração de até 6 milhões de m³ de madeira segundo regras mais rígidas. "Até agora só veio a parte ruim do plano, a repressão", diz Adriano Ferreira, secretário-executivo do Sindicato das Madeireiras do Sudoeste do Pará (Simaspa). "O governo precisa incentivar o manejo aprovando os planos. Ele ataca a conseqüência, e não a causa do problema, que é a ausência de Estado com infra-estrutura e regularização fundiária".

(da ValorOnLine - http://www.valoronline.com.br/valoreconomico/285/primeirocaderno/especial/Morosa+BR-163+ainda+faz+papel+de+elo+com+passado,08237,,59,5053976.html)

A praga de ratos quando da florada do bambú não ocorre apenas aqui...

...

Vejam, na Índia:
Praga de ratos devasta plantações em Estado indiano

Invasão está ligada a fenômeno que se repete a cada 48 anos.

- Autoridades do Estado de Mizoram, no nordeste da Índia, dizem que uma praga de ratos já destruiu quase todas as plantações de cereais da região.

Segundo as autoridades, a praga já está no terceiro ano, mas os ratos continuam a se multiplicar, se alimentando de bambu.

A última vez que uma praga de ratos atingiu a região de Mizoram, nos anos 60, a fome em massa provocou uma rebelião armada que durou cerca de 20 anos.

Mas, dessa vez, segundo o correspondente da BBC em Calcutá Subir Bhaumik, as autoridades indianas foram rápidas em levar comida para os atingidos.

A cada 48 anos

A secretária de Agricultura de Mizoram, Helen Rammawi, disse à BBC que a produção de alimentos no Estado caiu 90% nos últimos dois anos.

Segundo ela, a colheita de arroz e milho pode ser ainda pior, com uma produção de apenas 5% do montante normalmente colhido.

A praga de ratos acontece a cada 48 anos durante um fenômeno chamado Mautam, quando os bambus - que cobrem 30% do Estado - florescem. Os ratos, que se alimentam dos bambus, se multiplicam várias vezes.

Depois de atacarem os bambus, os animais começam a devorar as plantações.

Segundo a tradição local, o Mautam geralmente passa depois de dois anos, quando os ratos começam a ficar sem comida. Mas, dessa vez, os bambus ainda estão florescendo no terceiro ano, e os ratos estão em toda parte.

Para o especialista em Mautam James Lalsiamliana, isso é pouco comum e também perigoso. Ele diz que a praga já se espalhou para o Estado de Manipur e para o país vizinho de Bangladesh. BBC Brasil
(de http://www.estadao.com.br/geral/not_ger210689,0.htm)

Conviver com a fauna nativa...

...é bonito! Lembra-me da ignorância dos que caçam tatus em Anitápolis... Porque não aprendem a conviver com os tatuzinhos? Criem galinhas para comer!

Macacos-prego invadem casas para comer em Rosana-SP

Segundo técnico da prefeitura, os cerca de 30 macacos convivem pacificamente com os moradores

JOSÉ MARIA TOMAZELA - Agencia Estado

SOROCABA, SP - Grupos de macacos-prego começaram a invadir as ruas e casas do Distrito de Porto Primavera, em Rosana, no Pontal do Paranapanema, extremo oeste de São Paulo. Em busca de alimentos, os macacos-prego saem da mata, entram nas residências e até abrem geladeiras. Os moradores convivem pacificamente com os macacos, segundo o técnico de Meio Ambiente da prefeitura Alan Queiroz de Lima.

Foto: Divulgação

"Não registramos nenhum caso de ataque às pessoas e nem aos bichos." São cerca de 30 animais, segundo a Polícia Ambiental. Eles vivem em três bosques que circundam a área urbana e, nesta época do ano, por causa da seca e da escassez de comida, intensificam as incursões pela cidade. "Um deles se pendurou no meu varal, depois entrou na copa e abriu a geladeira", afirmou a moradora Maria Tereza de Lima. O primata fugiu levando um pote de iogurte. Viajantes que passam pela rodovia de acesso ao distrito são obrigados a reduzir a velocidade para não atropelar os pequenos símios.

Foto: Divulgação

Muitos param para ver os macacos. "Virou uma atração turística da cidade", disse Lima. Segundo ele, as matas onde os animais vivem são consideradas reservas ecológicas dentro da cidade. "São áreas preservadas, e os animais saem porque os moradores oferecem comida." É comum, de acordo com o técnico de Meio Ambiente da prefeitura, donas de casa colocarem frutas e bolachas em tabuleiros, nos quintais, para atrair os macacos.



(de http://www.estadao.com.br/geral/not_ger210215,0.htm)

Se é preciso meeesmo produzir carvão...

...que nunca seja da mata nativa. Façamos de eucalipto, de reflorestamento. E da maneira apropriada:

A máquina que faz carvão

Desenvolvida no PR, ela impede a liberação de gases tóxicos no ambiente e exige mão-de-obra especializada

Evandro Fadel - O Estado de S.Paulo

- Um sistema de produção de carvão vegetal deve aposentar os tradicionais fornos de alvenaria, volta e meia apontados como responsáveis por parte da poluição ambiental, doenças respiratórias e trabalho escravo. Composto por fornos, queimadores de fumaça poluente e estufas de secagem, o novo sistema permite redução acentuada na emissão de gases do efeito estufa e alcatrão.

O sistema foi desenvolvido pela Bricarbras, de Jaguariaíva (PR). ''No forno tradicional, para cada tonelada de carvão emitem-se de 50 a 60 quilos de metano; no nosso sistema, 59 quilos de metano correspondem a 800 toneladas de carvão'', diz uma das responsáveis pela empresa, Janete Tomelin.

A Unidade de Produção de Carvão (UPC) é composta por oito fornos feitos com material isolante, que não permite perda de calor. Cada um tem três cilindros metálicos, com capacidade individual para 6,4 metros cúbicos de madeira. Uma grelha de ferro fundido na parte inferior faz com que o calor circule no interior do cilindro e transforme madeira em carvão.

A fumaça é conduzida por dutos para um queimador, onde são destruídos termicamente o metano, o dióxido de carbono e o alcatrão, entre outras substâncias. ''Isso torna o processo limpo'', afirma Janete.

Os gases quentes do processo de carbonização são direcionados para uma estufa, onde, agregado a pulsos de microondas, ajudam na secagem da madeira que será utilizada na nova fornada. O sistema permite que a madeira esteja pronta para ir aos cilindros em cerca de 40 horas. Ao ar livre, levaria entre 60 e 90 dias.

Nos fornos tradicionais, a madeira queima por cinco dias até virar carvão. Depois são necessários mais sete dias para resfriar, antes de o funcionário enfrentar as partículas e a fumaça para retirá-lo. No novo sistema, o carvão fica pronto em 8 horas, e leva 12 horas para esfriar. A retirada é mecanizada, sem emissão de fumaça.

INFORMAÇÕES: Bricarbras, tel. (0--43) 3535-7047


(de http://www.estadao.com.br/suplementos/not_sup210471,0.htm)

Pilhas, baterias e lâmpadas com... mercurio!

A exemplo de Portugal, crie-mos recipientes para recolher este tipo de lixo! Coloquemo-los nas vias públicas!

LEI PREVÊ MULTA POR DESCARTE

IRREGULAR DE PILHAS E BATERIAS


A nova regulamentação da Lei de Crimes Ambientais, sancionada em decreto assinado ontem (22) pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva, define como infração e prevê o pagamento de multa para empresas que não derem destinação correta a produtos tóxicos, como pneus, pilhas e baterias. O valor da multa pode chegar a R$ 50 milhões. Entre as novas infrações também previstas pelo decreto, que tem mais de 100 artigos, está a previsão de multa para quem deixar de registrar reserva legal. De acordo com a legislação, as propriedades na Amazônia Legal têm que preservar 80% da área com cobertura florestal original. No Cerrado, esse percentual é de 35% e nos outros biomas, 20%. O proprietário que já desmatou percentual maior que o permitido pela lei, terá que assinar um termo de ajustamento de conduta para recuperação da área. Os proprietários que mantiveram as reservas legais em suas terras serão obrigados a protocolar nos órgãos ambientais dos estados, em um prazo de 120 dias, a averbação da manutenção dessas reservas. Quem não fizer o registro, será multado.

O ministro do Meio Ambiente, Carlos Minc, acredita que a mudança vai dar mais efetividade à lei. “Vai acabar a impunidade ambiental. Não somos bobos nem ingênuos; quem insistir em desafiar a legislação vai sentir a mão pesada do ministério, do Ibama [Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis] e da Polícia Federal. Temos tudo de bom para quem quiser entrar na legalidade”, apontou. De acordo com a procuradora geral do Ibama e do Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio), Andrea Vulcanis, o decreto também “aperfeiçoa regras” para aplicação de sanções contra indústrias que liberem odores desagradáveis, “mesmo que não represente risco à saúde”. Outra mudança listada pela procuradora é a possibilidade de conversão de parte da multa em “prestação de serviços ambientais” em unidades de conservação ou financiamento de iniciativas de educação ambiental, por exemplo. “A regulamentação assinada hoje corrige brechas do decreto anterior [de 1999]. Isso deixa a legislação mais clara”, avalia Andrea. As novas regras entrarão em vigor depois da publicação do decreto no Diário Oficial da União, que dever ocorrer hoje (23). Por Luana Lourenço – Foto José Cruz/ABr



(do Jornal Absoluto - http://www.jornalabsoluto.com.br - de 23/07/2008)

terça-feira, 22 de julho de 2008

"(...) decisão de banir produtos químicos das lavouras não teve caráter técnico e foi baseada apenas na opinião de um juiz."

Agrotóxicos... Um leigo (o juiz) decide se vai ser usado ou não!

Liminar veta agrotóxicos perto do parque das Emas

FELIPE BÄCHTOLD
da Agência Folha

O risco de contaminação de parques nacionais por agrotóxicos aplicados em lavouras próximas vêm deixando em alerta pesquisadores e chefes das unidades de conservação. Em Goiás, no parque nacional das Emas, a Justiça Federal suspendeu o uso de produtos químicos numa faixa de dois quilômetros ao redor da unidade --só um tipo, pouco tóxico, permanece liberado.

Segundo pesquisa feita na USP (Universidade de São Paulo), os agrotóxicos têm afetado pelo menos uma ave em processo de extinção no local, um dos 17 pontos do país considerados Patrimônio da Humanidade pela Unesco (Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura).

O estudo, finalizado em 2007, aponta que a maior parte da população da ave em questão --o bacurau-do-rabo-branco-- acumulava quantidades altas de um produto usado na lavoura. O agrotóxico chega ao pássaro por meio de insetos que vivem nas plantações e servem como alimento.

Muitas lavouras das imediações, a maioria de soja e milho, usam aviões para pulverizar inseticidas e herbicidas. A Justiça considerou que havia "descaso" na elaboração de um plano para ocupação das áreas em volta ao parque e concedeu a liminar.

A administração do parque diz que houve demora porque não há um modelo de pesquisas no país sobre efeitos do uso de agrotóxicos. Agentes da unidade e do Ibama (Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis) já alertam produtores da região sobre a determinação judicial. O parque tem área equivalente à da cidade de São Paulo.

Bahia, Minas e Piauí

No parque nacional da Chapada Diamantina (BA), em meio a brigas entre ambientalistas e produtores de batatas, biólogos da USP e da Universidade Estadual do Sudoeste da Bahia também estudam os efeitos dos produtos químicos. O resultado sai no fim do mês. O Ministério Público tem promovido audiências sobre o tema.

No parque nacional de Caparaó (MG), a administração está refazendo um plano de controle para evitar contaminação de agrotóxicos. No Piauí, agricultores do entorno do parque das Nascentes responderam a processo administrativo por descartarem embalagens de agrotóxicos dentro da área de conservação, em 2005. Uma multa de R$ 500 mil foi aplicada.

O responsável pela pesquisa sobre o parque das Emas, Sady Valdes, da Esalq (Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz) de Piracicaba, afirma que qualquer unidade de conservação que faça limites com áreas agrícolas tem a fauna exposta a agrotóxicos.

Segundo ele, a ameaça é maior no cerrado porque nas culturas de soja e algodão --típicas da região-- o uso de agroquímicos é intenso.

Gemiro Carafini, presidente da associação de produtores de grãos de Mineiros (GO), ao lado do parque das Emas, diz que a liminar contra agrotóxicos "inviabiliza a agricultura" na região. "Quando o Ministério [da Agricultura] libera um produto, libera para o país, não só para A, B ou C", diz. Segundo ele, a decisão de banir produtos químicos das lavouras não teve caráter técnico e foi baseada apenas na opinião de um juiz.

(de http://www1.folha.uol.com.br/folha/ambiente/ult10007u424800.shtml)

segunda-feira, 21 de julho de 2008

Uma alternativa para o salame bovino/suíno: o salame de peixe

Mas alguém pode me perguntar: - "E o que isso tem a ver com o meio-ambiente?"...

Tema ver, se formos pensar que isto oferece alternativa para a criação de bovinos e suínos. E para prover uma renda alternativa aos agricultores familiares.

Publicado no Diário Catarinense de 21 de julho de 2008 - edição 8137 (Campo e Lavoura):

Peixe vira salame e pode agregar valor

Opção saudável ao consumidor

Uma opção mais saudável e com menos gordura é a novidade apresentada pelo curso de Química Industrial de Alimentos da Universidade do Contestado (UnC), de Caçador. Depois de um semestre de testes e experimentos, o salame de peixe está pronto para sair do laboratório para ganhar as pequenas propriedades da região.

O gosto suave da carne de peixe se torna mais encorpado com os temperos naturais. Além de salsinha, cebolinha, alho, coentro e urucum - um corante natural - o salame recebe pimenta, que proporciona um toque mais picante.

O processo para fazer o salame de peixe é praticamente o mesmo do produto tradicional, feito com carne suína. Depois de retiradas escamas, víceras e a cabeça, o peixe é triturado.

A partir daí é feita uma massa, que misturada com os temperos fica pronta para ser envolvida pela tripa de bovino, que dá o formato e reveste a massa, como é feito com o salame tradicional.

No laboratório os alunos adaptaram uma churrasqueira que serve como defumador. Os salames são curtidos com a fumaça do fogo feito de maravalha de árvores frutíferas, o que agrega um sabor especial ao produto. Segundo o professor da disciplina de Tecnologia do Pescado e coordenador do curso, Ilce Picoli, o salame pode ser feito de vários tipos de peixe, como carpa, tilápia e merluza. Dos testados no laboratório, o que mais agradou o paladar dos alunos foi a tilápia, peixe produzido na região de Caçador.

Como não utiliza nenhum equipamento ou ingrediente especial, o salame pode ser feito por qualquer produtor que disponha da matéria-prima e que já produza o salame de suíno. Por esse motivo, a partir de agora sua produção será foco de um projeto de Extensão Universitária.


(de http://www.clicrbs.com.br/diariocatarinense/jsp/default2.jsp?uf=2&local=18&source=a2057862.xml&template=3898.dwt&edition=10312&section=129)

quarta-feira, 16 de julho de 2008

O que fazer com o aumento do preço dos fertilizantes?

Nos biodigestores a matéria orgânica do esgoto não perde nitrogênio. Já quando ocorre a decomposição aeróbica, este se perde.
A matéria orgânica dos esgotos é rica em fósforo. Aí se torna desnecessário dizer que se dispensam os fertilizantes fosfatados... E assim pode-se dispensar a exploração das fosfateiras, como a de Anitápolis...
E ao mesmo tempo se evita a poluição dos rios, lagos, mares e águas subterrâneas.

Já usar o esgoto "in natura"... ? Tenho minhas duvidas.

Fazendeiros britânicos usam esgoto como fertilizante

ANNA HILL
da BBC

Fazendeiros britânicos estão optando em cada vez maior número pelo uso de dejetos humanos para fertilizar suas plantações.

O custo do fertilizante convencional --que está ligado ao preço do petróleo-- disparou no último ano. Mas muitos proprietários de terras estão adquirindo o material humano de companhias de tratamento de esgoto que não têm mais autorização para despejá-lo no mar.

A empresa Severn Trent Water, que fornece esgoto para a agricultura, disse que nem consegue atender à demanda. Jonathan Barrett, que tem 4,5 mil acres com plantações em Norfolk, no nordeste da Inglaterra, disse que fertilizantes humanos custam apenas 20% do preço do produto convencional.

Mau cheiro

Mas Barrett admite que recebe alguns vizinhos reclamam do mau cheiro de sua fazenda. "Nós estamos fazendo um esforço para misturá-lo bem ao solo", afirma.

"Se nós recebemos reclamações, voltamos aqui e trabalhamos para que ele (o fertilizante humano) se incorpore um pouco mais ao solo."

Dejetos humanos podem ser usados na agricultura, mas não na plantação de vegetais que servirão para saladas, de frutas e aqueles cuja raiz é consumida.

Tony Martindale, gerente de reciclagem da estação de tratamento Seven Trent Water, que fornece 600 mil toneladas de dejetos a fazendeiros todos os anos, diz que houve um aumento de 25% da demanda em relação a anos anteriores.

Todos os esforços estão sendo feitos para que não haja risco para a saúde humana, disse Martindale, insistindo que 99% dos microorganismos nocivos são mortos no processo de tratamento.

O esgoto vendido também é testado em laboratórios para garantir que eles não contenham metais pesados e não foram registrados casos de pessoas afetadas pelo produto, acrescentou Martindale.

E o mau cheiro? O gerente da Seven Trent Water diz que a empresa está se esforçando para minimizar o problema. "Nós sempre levamos em conta a direção do vento", afirma.

(de http://www1.folha.uol.com.br/folha/bbc/ult272u422834.shtml)

Enquanto isso, em Santa Catarina devastam a Mata Atlântica...

Mais um exemplo de como se pode chegar à sustentabilidade:

Projeto ajuda a preservar Serra do Mar

Em Ubatuba, colheita de 2 mil quilos de frutos rende 1.300 quilos de sementes para polpa e replantio em parque

João Carlos de Faria - O Estado de S.Paulo

- A merenda escolar da rede municipal de Educação de Ubatuba, no litoral norte paulista, vai receber em breve um reforço significativo, vindo de uma nova proposta de sustentabilidade para a Serra do Mar. Cerca de 700 quilos de polpa de juçara serão acrescentados à dieta dos alunos em forma de suco, com propriedades altamente nutritivas para o organismo das crianças, sendo também um passo muito importante para o futuro do meio ambiente naquela região.

A polpa vendida para a prefeitura é parte da colheita da safra do juçara - no ano passado já houve uma primeira experiência -, mas é a primeira com plano de manejo aprovado pela Fundação Florestal e uma estrutura de processamento de frutos aprovada pela Vigilância Sanitária.

MANEJO SUSTENTÁVEL

O plano faz parte de outra ação para combater a extração ilegal do palmito juçara, o projeto Educação Agroflorestal para o Manejo Sustentável nas Comunidades Tradicionais da Mata Atlântica, financiado pelo Subprograma PDA/Mata Atlântica do Ministério do Meio Ambiente e é executado pelo Instituto de Permacultura da Mata Atlântica (Ipema), com sede em Ubatuba.

A proposta visa a coleta de frutos de juçara no entorno e no interior do Parque Estadual da Serra do Mar e está vinculada a uma pesquisa para avaliar os impactos da atividade. A aprovação do plano de manejo possibilita que as comunidades que vivem no interior do parque possam ter renda com o manejo sustentável da floresta e agroflorestas.

As ações de produção de polpa de juçara estão sendo desenvolvidas em cinco comunidades tradicionais de Ubatuba: Ubatumirim, Quilombo do Camburi, Quilombo da Fazenda, Aldeia Indígena Boa Vista e Corcovado.

Segundo o coordenador do projeto, Luciano Corbelini, do Ipema, uma segunda fase, no valor de R$ 350 mil, está sendo negociada com o ministério, para estender o projeto para os Estados do Rio Grande do Sul, Santa Catarina e Rio de Janeiro, formando a Rede Juçara. "Além do Ipema, estão envolvidas outras 12 entidades que trabalham diretamente no processamento da polpa, de caráter socioambiental atuante, com foco na agricultura familiar e tradicional e a sustentabilidade da Mata Atlântica", explica Corbelini.

COMUNIDADES COMEMORAM

A colheita deste ano, apesar da quebra de cerca de 30%, por causa do excesso de chuva, que impediu que a coleta dos frutos fosse feita a tempo, e por causa de alguns problemas de manejo, deixou animadas as 13 famílias que fazem parte do projeto. No total foram colhidos este ano cerca de 2 mil quilos de frutos, com rendimento de mil quilos de polpa e 1.300 quilos de sementes para serem plantadas, repovoando a região.

"Foi a melhor coisa que aconteceu para a comunidade", afirma entusiasmada a agricultora Laura de Jesus Braga, moradora do Sertão da Fazenda, um remanescente quilombola, onde vivem mais de 40 famílias. Muitas dessas famílias, segundo ela, viviam do corte clandestino do palmito, única alternativa de renda que lhes restava. A comunidade colheu 115 quilos de frutos, o que deve resultar em 50 quilos de polpa e cerca de 75 litros de suco.

A produção será congelada, para ser vendida aos turistas na temporada, na praia, numa lanchonete cedida à comunidade pela administração do Parque Estadual da Serra do Mar. "No ano passado nós já vendemos e a aceitação foi muito boa", revela Laura.



INFORMAÇÕES: Ipema, tel. (0--12) 3848-2682

(de http://www.estadao.com.br/suplementos/not_sup206690,0.htm)

segunda-feira, 14 de julho de 2008

Em uma das cidades mais poluidas do Brasil...

...mudas cultivadas em garrafas PET:

Para fazer de Cubatão um pomar, mudas em pet

O pescador Josuel de Abreu recolheu garrafas plásticas e terra, investiu R$ 200 e montou um viveiro com diversas espécies de árvores frutíferas

Rejane Lima

O pescador Josuel Ferraz de Abreu, de 33 anos, há 12 morador da Vila dos Pescadores, em Cubatão, na Baixada Santista, montou entre as palafitas um canteiro com mais de 2 mil mudas de árvores frutíferas, todas plantadas em garrafas pet, recolhidas do estuário.

Feito com telhas e tijolos, o viveiro de 18 metros tem camadas de cascalho e terra, recolhida do outro lado do rio. Foi construído grudado à parede do barraco vizinho, que ganhou calhas para que a chuva não alague o plantio.

Pintor afastado por acidente de trabalho, Abreu investiu cerca de R$ 200 em seu projeto. A idéia veio há nove meses, durante uma visita à escola de seu filho Jefferson, de 8 anos. ''Percebi que lá tinha muito espaço vazio e nenhuma árvore. Conversei com a diretora e ela falou que não plantava porque não tinha mudas. Pretendo mudar isso, quero doar mudas para as escolas e toda a cidade'', diz. Migrante nordestino, Abreu vivia em um sítio no interior de Pernambuco. ''Lá eu plantava muito, mas essa terra aqui é boa demais, eu pego do aterro do antigo lixão de Santos. O bom de plantar na garrafa pet é que você transporta junto, leva para onde quiser. É fácil de manusear.''

As centenas de garrafas retiradas do estuário e doadas por vizinhos acumulam-se na casa do pescador e já causaram algumas brigas. ''Primeiro eu não gostei, porque fazia sujeira em casa, mas agora que está dando certo. Aprovei e quero que ele faça uma horta para eu plantar alface, coentro e rabanete'', afirma a mulher de Abreu, a dona de casa Luciana.

Por enquanto, o canteiro tem apenas árvores frutíferas e chuchu. São mudas de laranja, acerola, mexerica, carambola, abacate, jabuticaba, jaca, maracujá, pinha, goiaba, manga, tamarindo, cambuci e pinha. Abreu está esperando as plantas atingirem um metro de altura para replantá-las por toda Cubatão. ''Quero mudar a cara da cidade, que só tem uma avenida com árvores frutíferas'', planeja.

''Em um ano quero ter 10 mil mudas. Em cada metro quadrado de pet dá para plantar cem árvores'', contabiliza. Ele comprou os tambores para o novo canteiro, que pretende erguer onde havia alguns barracos, destruídos num incêndio.

Assim como a família de Abreu, cerca de 9.800 pessoas moram na Vila dos Pescadores, área invadida à margem da rodovia Anchieta, do Rio Casqueiro - e da sociedade. No local, paga-se um taxa simbólica pela eletricidade (não há relógios individuais). Há rede de água encanada.

Já o esgoto é despejado sem nenhum tratamento no mangue. O forte cheiro ruim contrasta com a delicadeza das futuras árvores de Abreu.


(de http://www.estadao.com.br/estadaodehoje/20080713/not_imp205026,0.php)

sexta-feira, 11 de julho de 2008

Sustentabilidade

Vejam só! Eles conseguiram!

Família come só alimentos orgânicos para provar sustentabilidade

FLÁVIA GIANINI
Colaboração para a Folha de S.Paulo

Ela não protestou nua, nem fez greve de fome, nem abraçou árvores, mas conseguiu uma vitória considerável para qualquer ativista ecológico. Para provar a viabilidade da agricultura sustentável e a importância de pensar a alimentação politicamente, a escritora Bárbara Kingsolver e sua família viveram um ano só comendo alimentos orgânicos que produziam na própria fazenda ou trocavam com pequenos agricultores vizinhos.

A experiência hercúlea, narrada sem perder o bom humor, é contada no livro "O Mundo É o que Você Come" (ed. Nova Fronteira), que está sendo lançado no Brasil.

Hank Daniel/Divulgação
Família viveu um ano comendo só o que cultivava e trocava com os vizinhos para provar viabilidade da agricultura sustentável
Família viveu um ano comendo só o que cultivava e trocava com os vizinhos para provar viabilidade da agricultura sustentável

Formados em biologia, a autora e seu marido, Steven L. Hopp, sempre foram ligados ao campo e à natureza. O casal tentava ao máximo levar um estilo de vida natural e saudável com as duas filhas em Tucson, segunda maior cidade do Estado americano do Arizona. Eles moravam em um sítio, cultivavam legumes e passavam as férias na fazenda da família no interior da Virgínia. Mas dois anos de seca na região de clima árido geraram uma piora progressiva na qualidade de vida.

Assim, os antigos planos para uma vida rural ficaram mais atraentes a partir de 2004. "Bebíamos a água que as autoridades garantiam ser potável, mas elas desaconselhavam o uso nos aquários porque matavam os peixes", disse a filha mais velha do casal, Camille, 21, em entrevista por telefone à Folha. A estudante de biologia garante que a mudança foi compartilhada por todos. "Havia o plano de produzir alimentos próprios. Mas o Arizona era um deserto com poucas opções de culturas familiares viáveis."

A fuga do Arizona ensolarado era uma tentativa de alinhar a vida com a cadeia alimentar e abandonar o comportamento de "leitores de rótulos desconfiados". Mas a despedida da antiga vida passou longe do ecologicamente correto. Antes de encarar os cinco dias de carro até a Virgínia, eles pararam para abastecer o tanque de combustível e a bolsa com um pouco de "junk food".

Ao chegar à fazenda, o primeiro desafio foi definir o cardápio de acordo com as estações do ano. No desafio, exceções para óleo, azeite, vinagre e alguns grãos, de produção e processamento improvável naquela região dos EUA.

O planejamento e a experiência não evitaram os percalços. A perda das hortaliças com a chegada do frio foi só um dos problemas. "Deu medo de não ter o que comer no dia seguinte", conta a estudante. Criatividade era a solução. "Durante uma semana, a base do cardápio foi abóbora. Teve pão, torta, sopa e cozido. Até a sobremesa era de abóbora", lembra.

Matar os frangos que criaram desde pintinhos também não era fácil. "Conflitos morais eram inevitáveis no início, mas aprendemos a valorizar o consumo consciente e a importância desses animais na nossa alimentação durante o inverno", afirma Camille.

A jovem pretende se especializar em nutrição após concluir o curso de biologia. Se abater os frangos já era difícil, imagine perus de mais de 20 quilos. "Precisávamos estocar tudo o que fosse possível antes do inverno", diz. A família produzia artesanalmente salsichas, lingüiças e mussarela.

Receita possível

Todo o trabalho de subsistência era feito em grupo e as dificuldades deixavam as vitórias maiores. Camille se lembra da festa de aniversário de 50 anos da mãe. "Alimentamos mais de cem pessoas apenas com alimentos da região. O cardápio incluía entrada, prato principal e sobremesa", conta.

Ela e o pai participaram do livro. Cada um tem espaço próprio, onde abordam questões sobre política alimentar e produção orgânica. Camille, que durante o ano na fazenda entrou na universidade, fala sobre as dificuldades de manter seu estilo de vida comendo a comida do campus. Também é a responsável pelas receitas criadas, adaptadas ou testadas pela família no período. Ela garante que é possível alimentar crianças avessas a legumes com cookies de abobrinha.

Barbara escreve que, se o atual padrão de consumo gera desgaste ao ambiente, pequenas mudanças têm grandes resultados. "A comida na prateleira de um mercado americano percorreu uma distância maior do que a maioria das famílias percorre nas férias. Em média, 2.500 km. Se cada americano fizesse uma refeição por semana com alimentos locais, 1,1 milhão de barris de petróleo seriam economizados."

A escritora não economiza críticas ao "american way of life". O discurso político ácido, porém, tem argumentação sólida, baseada em dados sobre a cadeia de produção de alimentos. Guardadas as devidas proporções, as críticas servem aos padrões da maioria das grandes cidades.

Hoje, a fase radical passou. A família vive na fazenda, mas compra boa parte do que consome, desde que seja produzida de forma sustentável, de preferência orgânica. Entrar em contato com a terra, consumir alimentos de procedência conhecida, escolher de acordo com a estação e aproveitar ao máximo os recursos naturais: essa é a receita da família para não agredir o ambiente.

O Mundo É o que Você Come
Editora: Nova Fronteira
Quanto: R$ 44,90 (480 págs.)

Site da família: www.animalvegetablemiracle.com


(de http://www1.folha.uol.com.br/folha/ambiente/ult10007u421568.shtml)

quinta-feira, 10 de julho de 2008

Turismo em Parques Nacionais

O que acham deste caminho, sugerido pelo Minc?

Minc propõe estimular ecoturismo em parques nacionais

LEONARDO GOY - Agencia Estado

BRASÍLIA - O ministro do Meio Ambiente, Carlos Minc, informou que pretende estimular o ecoturismo em parques nacionais de preservação ambiental. Ele disse que essa é uma forma de ajudar na conservação dos parque e de produzir recursos para a manutenção das reservas. "A melhor defesa (do meio ambiente) é o bom uso. Nossos parques hoje são mal defendidos, mal protegidos e dão prejuízo", afirmou. Em outros países, como no Canadá, o dinheiro da entrada paga pelos visitantes ajuda a autoridade ambiental a proteger o parque. Minc ressaltou que a própria presença dos visitantes pode ajudar na fiscalização.



O ministro tratou do assunto hoje com o ministro do Turismo, Luiz Barretto. Os dois já escolheram seis parques que terão especial atenção no estímulo ao ecoturismo: Aparados da Serra (RS), Chapada dos Veadeiros (GO), Serra dos Órgãos (RJ), Lençóis Maranhenses (MA), Serra da Capivara (PI) e Parque do Jaú (AM).


(de http://www.estadao.com.br/geral/not_ger203737,0.htm)

Precisamos de mais gente agindo assim!

E mais gente criando suas RPPN também!

Parabéns, colega Henry Henkels!

Área é devastada para dar lugar a plantação de eucaliptos em SC

Polícia Ambiental flagrou homens derrubando árvores em São Bento do Sul

Uma denúncia anônima levou a Polícia Ambiental, na manhã desta terça-feira, até uma área onde era feito o corte da vegetação nativa para dar lugar a plantação de eucaliptos. No local, no bairro Serra Alta, em São Bento do Sul, no Planalto Norte de Santa Catarina, homens derrubavam árvores quando a polícia chegou.

Parte da vegetação da área, de cerca de 17 mil metros quadrados, estava em chamas. O fogo era utilizado na limpeza do terreno.

Segundo o ambientalista Henry Henkels, espécies como canela vermelha, araucária e cedros de grande porte estavam sendo derrubadas. Tudo era levado até uma serraria próxima.

O funcionário que trabalhava no local foi detido pela polícia. Ele prestou depoimento e foi liberado em seguida. O proprietário do terreno, que também é dono da serraria, não apresentou documentos, nem a autorização para a extração da madeira.

Ele foi intimado a se apresentar no quartel da Polícia Ambiental até quinta-feira com a documentação. Caso contrário, será autuado por crime ambiental e a serraria será fechada.

De acordo com Henkels, qualquer morador de São Bento do Sul pode denunciar um crime ambiental. Para isso, não é preciso se identificar, basta ligar para o SOS Meio Ambiente por meio do telefone (47) 3633-7433. O serviço é mantido pela secretaria de Meio Ambiente do município.


(de http://www.clicrbs.com.br/especiais/jsp/default.jsp?template=2095.dwt&newsID=a2032348.htm&tab=00052&order=datepublished&espid=21&section=Not%EDcias&subTab=04400&colunista=&uf=2&local=18)

Florianópolis - um grande lixão...

Quando vim morar em Florianópolis, me encantei! Era a cidade que foi a minha (Santos - SP) há 50 anos. Isto foi no fim da década de 1970... As pessoas se cumprimentavam na rua.

Fui morar na Lagoa da Conceição. Meu endereço era "Praça da Igreja da Lagoa da Conceição sem número". Eu morava na casa do Luiz Vicente Vieira, que tinha pertencido ao "seo" João Sobrinho e em cuja sala se realizavam os bailes de antigamente...

"Seo" Inacinho era o dono do engenho de farinha. Dona Ruth Andrino me ajudou, me contratando para fazer reparos na instalação elétrica de sua casa...

Pouco tempo depois comprei um terreno e fui morar na Costa da Lagoa. Me encantei com a Costa! E me propus a fazer alguma coisa para preservar a região.

Hoje vejo no que se transformou Floripa, e sinto desilusão... O Parque Florestal do rio Vermelho, que era "propriedade comum" do povo da Costa, virou lixão!

Vejam só:

Lixão em Reserva Florestal de Florianópolis

aldo mira soares de oliveira | aldo.mira@uol.com.br

Há mais ou menos um ano, recebi visitas de amigos em minha casa, aqui em Florianópolis, e, como sempre fazemos, fomos levá-los para conhecer a Ilha.

Resolvi levá-los para a Praia de Moçambique, e no caminho fui dizendo, com orgulho, que se tratava de uma praia quase selvagem, muito preservada, sem lixo etc...

Seguíamos naquela estrada que vai do Rio Vermelho à Barra da Lagoa e, em certa altura, logo após a entrada da estrada que leva ao terminal lacustre, entramos à esquerda em uma estradinha que existe ali, e que segue em direção ao mar.

Quando entramos nessa estrada, imediatamente, começamos a avistar montes e mais montes de lixos à beira da estrada, tudo muito nojento com mosquitos e muito mal cheiro. Havia desde cachorro morto até pedaços de televisores, móveis etc.

Foi um impacto fulminante.

Imediatamente, todos olharam para mim com aquela cara: "É isso que você chama de preservação, praia quase selvagem, local limpo? Que vergonha, que vergonha!

Não sabia onde esconder o rosto. Foi terrível, muito decepcionante, fiquei arrasado e sem graça. Voltamos imediatamente para a estrada principal e fomos para outros locais. Mas a primeira impressão é a que fica, e ficou mesmo.

Daquele momento em diante nenhum local pode mais ser visto com beleza, sempre imaginávamos o que estaria por trás dos matos, das pedras etc. Chegando em casa, liguei imediatamente para a empresa de coleta de lixo relatando o ocorrido, pedi que fossem ao local e, se possível, retirassem aquele lixo. Nunca mais levei amigos para aqueles lados e nunca mais passei por lá.

Domingo passado, entretanto, resolvi fazer um passeio de bicicleta com meu filho e, passando pelo local, resolvi entrar na referida estrada para ver como estava. Para minha surpresa, a situação está ainda pior, mais nojenta, mais imunda, mais lamentável, mais revoltante. Não ligarei mais para a empresa que retira lixos, como fiz da outra vez, perdi a vontade de participar, de denunciar para os órgãos públicos diretamente. Eles não ligam para a gente.

Resolvi denunciar via jornal porque acho que assim algo poderá mudar. Sempre denunciei os problemas que vejo na nossa cidade, mas estou perdendo as esperanças, perdendo a vontade de contribuir, de ser participativo, como sempre pedem que sejamos.

(de http://www.clicrbs.com.br/diariocatarinense/jsp/home.jsp?uf=2&local=18&section=Leitor-Rep%F3rter&secao=detalhe&localizador=Diario+Catarinense/Diario+Catarinense/Leitor-Reporter/2287)

quarta-feira, 9 de julho de 2008

Queres morangos com veneno? Com herbicidas?

,,,Com Roundup? Com inseticidas? Com larvicidas?

Aí está a alternativa ao morangos, os quais se constatou serem, junto com alface, os mais contaminados com agro-tóxicos...

Festa do morango orgânico

O Estado de S.Paulo

- Aproveitando a temporada e a safra de mais de 30 toneladas de morango, a Associação dos Moradores e Produtores Organo-Agrícolas da Microbacia do Ribeirão do Meio de Socorro realiza, de sexta-feira até o dia 20, a 6ª edição da Festa do Morango e Produtos Orgânicos do município. A expectativa dos organizadores é receber cerca de 30 mil pessoas. Além de exposição e venda de produtos orgânicos, o destaque são os estandes de entidades do setor que estarão difundindo temas como alimentação saudável e preservação do meio ambiente.

Anteriormente, a festa era conhecida como Festa do Morango. Mas, com o crescimento do cultivo orgânico na cidade, o evento ampliou o foco e incorporou novas culturas à festa. Os visitantes podem conferir, além da fruta, a batata doce, o milho e o tomate. Outro destaque da festa é a cachaça orgânica. ''Nosso objetivo é despertar nas pessoas a conscientização sobre a importância da alimentação saudável e dos produtos orgânicos para o meio ambiente e para o homem'', comentam os organizadores.

Mais informações no site: www.estanciadesocorro.com.br/festadomorango/.


(de http://www.estadao.com.br/suplementos/not_sup202905,0.htm)

sexta-feira, 4 de julho de 2008

Eis uma solução linda para evitar garrafas descartadas em nosso meio-ambiente.

O que acham? Eu acho lindo! E funcional!

Britânicos criam garrafa biodegradável que vira planta

Uma cadeia de supermercados se declararou disposta a 'explorar o potencial comercial' do objeto

Efe

Abertura da exposição 'wonderland' na Inglaterra

Divulgação

Abertura da exposição 'wonderland' na Inglaterra

LONDRES - Uma designer e um cientista britânico inventaram uma garrafa de plástico biodegradável que, uma vez utilizada, pode transformar-se em uma planta de uso culinário, ou em uma flor.

Uma das mais importantes cadeias de supermercados britânica pretende comercializar o produto.

São garrafas que podem conter detergente ou outros tipos de produtos de limpeza líquidos, e que têm uma tampa com sementes.

A transformação se produz quando, uma vez utilizada, se enche a garrafa de água quente e suas paredes, feitas de um plástico solúvel, se derretem e se transformam em um gel.

É esse gel onde, posteriormente, se plantarão as sementes, das quais nascerão hortelã ou manjericão, alface ou até mesmo um planta com flor.

Os dirigentes da cadeia de supermercados Sainsbury's se declararam dispostos a "explorar o potencial comercial" do objeto.

As garrafas podem ser vistas em Sheffield, norte da Inglaterra, em uma exposição chamada "O país das maravilhas: o começo de algo extraordinário."

A mostra fala sobre materiais recicláveis em que a designer - Helen Storey, professora da Faculdade de moda de Londres - e o cientista - Tony Ryan, chefe da Faculdade de Ciências e Matemática de Sheffield - trabalharam com o objetivo de provocar um debate sobre sustentabilidade.

"O objetivo é que pensemos sobre a reciclagem e a sustentabilidade de uma maneira diferente", insiste o cientista antes de lembrar que a população já "está aborrecida com as mensagens verdes tradicionais."

A outra grande atração da exposição são vestidos que desaparecem ao entrar em contato com a água. Feitos a partir de tecidos solúveis, esses vestidos se desintegram lentamente, como se derretessem.

Tony Ryan diz que, nesse caso, se usam os vestidos como uma "metáfora para falar dos resíduos do consumidor", e também para lançar a crítica à própria indústria da moda, em que as "coisas estão durante uma temporada e logo são descartadas."


(de http://www.estadao.com.br/vidae/not_vid200685,0.htm)

quinta-feira, 3 de julho de 2008

Preparem-se para a invasão!

Com isso, vai-se acelerar o processo!

Governo estuda taxar fertilizante importado

da Folha Online

Hoje na Folha O governo estuda aplicar uma alíquota de 5% sobre os fertilizantes importados para proteger o desenvolvimento das jazidas em território brasileiro, informa reportagem de Iuri Dantas na Folha (íntegra do texto restrita para assinantes do jornal e do UOL) desta terça-feira. A medida deve ser uma reação à alta internacional no preço de adubos e fertilizantes e à tentativa do governo federal de reduzir a dependência externa desses insumos, elevando a produção nacional em minas ainda não utilizadas, inclusive no bioma amazônico.

A estratégia do governo prevê ainda um terceiro eixo de atuação, que ficará a cargo inicialmente da Embrapa (Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária). A instituição vai pesquisar matrizes alternativas de fertilizantes, que vão de moagem de rochas a areia de habitats de tubarões.

O governo também negocia nos bastidores com as principais produtoras de fertilizantes no Brasil, mercado oligopolizado segundo estudos do Ministério da Agricultura. A Bunge e a Vale concordaram em elevar os níveis de produção. A Cargill e a Yara silenciaram sobre os pedidos estatais.

Uma das dificuldades nas negociações com o setor privado é a avaliação governamental de que as empresas não produzem tanto fertilizante como poderiam no país. Para resolver isso, o DNPM (Departamento Nacional de Produção Mineral) estuda cassar licenças de exploração em vigor.


(de http://www1.folha.uol.com.br/folha/dinheiro/ult91u417991.shtml)

Reservas privadas! Adote esta idéia!

Tanto no grande terreno urbano quanto na área rural, a idéia é para ser considerada.

Criação de reserva privada colabora com biodiversidade

Ação que uniu pesquisadores e fazendeiros evitou extinção de primata

Giovana Girardi

Juréia ainda abriga vários trechos de mata atlântica

Thiago Queiroz/AE

Juréia ainda abriga vários trechos de mata atlântica

SÃO PAULO - A manutenção das áreas remanescentes da mata atlântica depende, em sua maioria, da boa vontade de proprietários rurais. Ao transformarem seus terrenos em Reservas Particulares do Patrimônio Nacional (RPPNs), eles estão conseguindo proteger a biodiversidade do bioma. Que o diga o macaco símbolo da mata atlântica, o mico-leão-dourado.

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Na década de 70, a espécie se encontrava criticamente ameaçada de extinção, com somente 250 indivíduos vivendo na natureza, na região do município de Silva Jardim (RJ). Hoje são mais de 1,6 mil, como resultado de um trabalho que uniu pesquisadores e fazendeiros dispostos a salvar a espécie. Em meados da década de 80, um projeto de cientistas brasileiros, americanos e europeus começou a reproduzir o animal em zoológicos para depois soltá-lo na recém-criada Reserva Biológica Poço das Antas, em Silva Jardim, e em áreas particulares nos seus arredores.

"No começo, muitos fazendeiros tinham medo de que, se a espécie fosse detectada em suas terras, elas poderiam ser desapropriadas. Até o momento em que um líder da comunidade aceitou o desafio e conduziu os demais. Hoje trabalhamos com 33 propriedades parceiras", conta a diretora da Associação Mico-Leão-Dourado, Denise Rambaldi. Com o passar do tempo, eles não apenas abriram suas fazendas para a entrada dos micos como passaram a plantar corredores ecológicos para aumentar a área disponível para os animais.

A última reintrodução de micos foi feita em 2000, mas agora já não resta muito mais espaço para aumentar as populações. "Nosso desafio agora é ampliar o hábitat disponível. Muitos remanescentes são menores do que o mínimo necessário para uma família viver, que é de 50 a 60 hectares de floresta bem conservada. Para isso precisamos mudar o uso da terra, plantar corredores em meio à pastagem, por exemplo", explica. A espécie só é considerada viável se houver pelo menos 2 mil indivíduos vivendo em 25 mil hectares.

"As técnicas de reprodução e reintrodução dos animais já estão bem dominadas, mas nosso problema agora é alcançar essa área", diz Denise. Segundo ela, juntando a área de Poço das Antas mais algumas reservas da união presentes na região e as RPPNs são cerca de 13 mil ha. Mas essas áreas estão desconectadas. Denise acredita que os corredores podem ampliar esse espaço.



(de http://www.estadao.com.br/vidae/not_vid199465,0.htm)