Quem será que sou eu?

Minha foto
Tô aqui pra mostrar o quão pode ser ruim a vida de alguém que tem cisto pilonidal e o quão as pessoas que reclamam da vida tão na boa e não sabem. ¬¬

quinta-feira, 19 de agosto de 2010

Dias após...

Legal, fui embora no outro dia. Pena ter o curativo antes, que doeu bastante. As gaze ensanguentada grudaram secas na pele, cada pazada era uma minhoca. ;@
Me assustavam ainda.. dizendo que o meu buraco era enoooooorme, que cabia uma mão dentro.. eu só agradecia pelo apoio. ^^  (risos)
Pra que ter inimigo? :)

O buraco estava ali aberto, sempre saia sangue, tinha que meter o toalhão. Sorte que o pai me levava fazer o curativo, meus trajes não seriam os melhores a ser vistos pelas outras pessoas... Em geral, um estilo largadão, as calças de pijamas... Calcinhas 1000 vezes maiores pra não apertar... ¬¬'

Lembro que as 2 primeiras semanas foram terríveis, doía tanto, tanto que eu tomava injeção na bunda. hoho (6)'
Depois começou a ficar tranquilo... eu ia tão feliz que conquistei várias pessoas com o meu carisma (hauhuhahhuha). Os curativos levaram 3 meses, fiquei 3 meses com a bunda aberta e virada em açucar. Sim, o primeiro procedimento levou açucar. As formigas me adoravam. Como foi a primeira e eu não tinha preocupações eu saía, me divertia, nem pensava no Cicinho. Melhorei, que felicidade. Nenhuma cicatriz õ/.

Era julho, continuava estudando, agora só fazendo farra. Minha vida voltava ao normal gradativamente. O que será que pode acontecer? :)

Próximos capítulos.. digo POSTS! =D

A cirurgia.

A bélissima realizou-se em 18/03/08. Lembro vagamente, mas preferiria lembrar dessa do que a última... Mas essa é assunto pra mais tarde!

Eu queria anestesia geral, e o médico dizia que a peridural era a melhor... Eu tinha medo daquele agulhão adentrando minha coluna. :S

Eu levei um sustinho ao saber que a cirurgia era de fora pra dentro e por isso, ficaria aberta, nem tinha me ligado de procurar por isso na internet, por um lado foi melhor, se não eu teria me assustado na época. E hoje também me assustaria, sou tri cagona.

É meio "caborteiro" falar isso, mas a preparação para a cirurgia foi o mais complicado... :S

-> o nervosismo é um excelente destruídor de esperança
-> só de pensar em várias pessoas mexendo no seu bumbum não é tão legal assim...  hoho
-> eu não sabia... mas certa hora chegou uma enfermeira com uns caninhos e 4 soros... (era a tal da lavagem).. eu fiquei confusa, chorava, não queria mais desastres em volta da minha bunda.. iuahiuhiuah agora eu acho engraçado
-> depois vieram depilar tudo tudo tudo.. >< tristeza sem fim.. depois da gilete.. pelo amor de Deus... ¬¬'

pois bem, me deram aqueles remédinho, coloquei aquela roupinha linda de hospital... e eu tava mais nervosa que um cara que o time caiu pra série B. A última vez que tinha ficado nervosa foi quando o Grêmio jogou contra o Náutico (a Batalha dos Aflitos) e tinha 4 expulsos e um pênalti contra. ;@

Chegou o anestesista que vendo minha angústia tentou me acalmar, mandou eu ficar numa posiçao inconforta e me aplicou a tal da peridural, nem senti, e com isso me veio um alívio: "eu não senti nada, não senti nada, o que pode acontecer de errado se meu medo era só esse?"

Procedeu-se com a cirurgia... 50 minutos só!
Fui pra sala de recuperação, tinha um paco de gente, eu era a única razoavelmente bem, não consegui dormir, tinha um cara bonito do meu lado cheio de tubos... eu sempre tentava/tento achar algo bom nas paradas sinistras da minha vida. Fiquei amiga das enfermeiras e combinamos até festa (eu achando que em 1 semana tava tri boa =x). Depois percebi o porque que a peridural era melhor que a geral. O bonitão tinha feito apêndicite e quando ele acordou foi terrível... Era tubo saindo da boca, e outro saindo lá de baixo. Dava Graças pôr não ter feito anestesia geral, tudo que eu queria era agradecer o médico por não ter me ouvido.

Sorte? Onde ela andará?

Pois bem, decidi ir pra casa e pensar que nunca voltaria. Esqueci por um tempo. Mas há certas coisas nessa vida que a gente não deveria esquecer...
Nunca vi como naquele ano eu gostava de cair, eu achava lugares pra cair.

Tava andando com um namoradinho pela rua... e resolvemos atravessar a rua, beleza! Se não fosse por eu pisar nas pedrinhas que estavam na calçadinha e virar um 180 graus e cair de bunda no meio da rua... Sorte que naquela bendita rua movimentada, certa hora não tinha ninguém, caso contrário eu iria ser a mais comentada. Naquela hora eu senti dor no meu pé que ficou meio torto, mal sabia eu que o pé ia sarar em 2 dias e que minha bunda ia voltar a doer em 1 semana... ¬¬

Fui lá no médico de novo (por volta de novembro/07), drenei, chorava feito condenada, ainda mais que ele me chamava de Mimosinha... (é a vaca) UEHUEHEUHUE... mas ainda conseguia crer que não era nada grave e não ia voltar, eu jurava que não ia mais no médico. Só jurava. Passaram-se mais 4 meses sem dor, até chegar o carnaval de 2008. Sabe como é carnaval... Bumbum sendo batido, Cicinho (apelido carinhoso dado ao meu cisto pilonidal) aparecendo. Sorte que eu aproveitei o carnaval pois os sintomas apareceram na última noite. Beleza, fui pro médico, dessa vez com a certeza de que eu tinha que operar, não queria mais sofrer.

domingo, 15 de agosto de 2010

Como começou...

Parece que foi ontem, mentira, faz um tempinho já.
Acho que foi por 2007... 
Minha vida sempre foi muito desastrosa, no sentido desastroso da palavra.
Eu adorava cair... Pois bem,
eu tinha mania de ser pop, queria me meter em tudo, e então como estava no 3º ano do ensino médio, me enfiei nas interséries... (péssima escolha)!!
Mas péssima não era a idéia de jogar volêi, eu não era das piores, e tinha altura, valia muito. (y)
Péssimo era o modelito que eu resolvi usar pra jogar volêi a tarde: jaquetinha apertada, calça jeans... chave e celular no bolso da jaqueta. Sinal de merda!
Certa hora, fui fazer uma jogada sensacional, salvei a equipe, mas não me salvei, virei um mortal e cai com tudo (e de bunda) no chão. Na hora, altos risos, e eu nem senti dor. Mas foi só por aquelas horas. O primeiro tombo ocorreu em meados de maio.

Passaram-se uns 3 dias, eu adorava ficar no pc até madrugadão e não levantava, ficava só sentada, bem sentada. Comecei a sentir dores no que julgava ser o cóccix. E não dava bola, nem lembrava do tombo... Tomava paracetamol e deu. Certas vezes na outra semana, não conseguia ficar sentada na escola tamanha era dor que eu sentia, algo não era normal, mas eu ainda achava que era de tanto sentar que meu cóccix doía.
Me lembro de passar pelas ruas, e ver algumas velhinhas andando curvadas e achava aquilo o máximo, até acontecer comigo. Inchou atrás, ali no comecinho da "linha escura", pois bem, eu não conseguia ficar ereta mais, não riem do ereta mas é a melhor palavra para designar que eu não conseguia ficar em pé.
Quando eu explodia de dor e não conseguia mais sentar e nem ficar em pé, depois de tantas simpatias (achando se tratar de um furuncúlo), resolvemos ir no médico... Eu que não conseguia subir direito escadas, muito menos rampas (eu ia me arrastando), um médico covardão, me fez subir na maca pra dizer que não sabia o que era (me bateu a revolta), pois bem, ainda bem que ele não sabia, me mandaram pra outro... meu Salvador... que salva até hoje... ¬¬
Chegando lá tive que esperar, enquanto esperar, eu parecia o corcunda de Notredame e me comparar com as velhinhas de bengala medindo 1,50m de altura, agora já era comum em meus pensamentos. E enfim, entrei no consultório... Era um abcesso. Ali na região sacro-coccigea. Fizeram um dreno. Aff, o dreno, Achei que o dreno era o pior que poderia me acontecer, enganada estava eu...
Anestesia local, vários apertões, cheiro de ovo podre... tamanha inflamação.
Tudo de dentro pra fora. Fiquei aliviada, tirei o peso das costas (literalmente), eu era de novo a mesma de sempre. Tranquila e serena, nem tão serena, mas eu estava tranquila, nada poderia estragar minha vida novamente.
O médico disse que eu precisava consultar depois pra operar, que era um cisto pilonidal e que eu teria de retirá-lo. Eu tinha o maior medo de cirurgia, sempre achava que eu nunca ia fazer cirurgia (não naquela idade - 17anos- ), ou pelo menos fazê-la por algo importante, uma cesariana lá pelos 30, ou só depois de velha. Com muito medo, eu disse: "Não doutor, não vai voltar, já tô bem até. A gente se vê por aí" É a gente iria se ver.. muitas e muitas vezes...

O que é o cisto pilonidal?

Primeiramente vou pesquisar no google, pois, com minhas palavras não conseguiria explicar. A única coisa que consigo saber pelo cisto é a dor. Eu acho que ele estava meio de mal comigo, então resolvi lhe fazer um blog, e para as pessoas que nunca tiveram um cisto pilonidal na vida e que reclamam de tudo, até dor de amor, que existem coisas bem piores. O cisto se não tiver malignidade, com certeza não vai te matar, mas ele causa muita dor, incomodo e constrangimento. ;)



O que é?

Cisto pilonidal é o nome específico que se dá para o mais comum dos cistos dermóides, quando ele se localiza na região sacral (abaixo da região lombar, onde se inicia o sulco entre as nádegas). Cistos dermóides podem estar presentes também em outras áreas, além da região sacral, tais como o pescoço, regiões em torno das orelhas, nariz e olhos, mas não recebem o nome de cisto pilonidal.
Apesar do nome nos fazer crer se tratar de um cisto, na verdade ele não é um cisto verdadeiro e sim um resquício embrionário de pele. Durante o desenvolvimento do embrião, na barriga da mãe, formam-se "dobras" de pele que são normalmente eliminadas. Algumas destas "dobras" podem permanecer ocultas no interior da pele. São denominadas fendas embrionárias e, quando são grandes o suficiente para inflamarem ou serem notadas a olho nu, recebem o nome de cisto dermóide.
Normalmente o cisto pilonidal contém em seu interior pêlos e glândulas sebáceas e sudoríparas. Provavelmente é a presença destas glândulas sudoríparas que faz com que a lesão piore com o calor. Isto porque com o aumento da temperatura no local elas produzem suor, que fica acumulado dentro da pele, podendo inflamar e até infeccionar.

Manifestações clínicas

Normalmente os primeiros sintomas surgem na adolescência ou no início da idade adulta. A doença se inicia como uma inflamação na região sacral. Surge desconforto na região, principalmente quando permanecemos muito tempo sentados. Com a evolução, percebe-se uma lesão nodular, que geralmente varia de 1 a 5 cm, de consistência amolecida e que pode ter sinais inflamatórios, como dor, calor e vermelhidão.