terça-feira, 16 de julho de 2013

7 histórias de gelar o sangue


Quem não gosta de ouvir uma boa história de terror? Ainda mais se for contada numa noite de tempestade e com falta de luz elétrica. Com certeza, a emoção fica ainda maior. Ouvir e contar causos assustadores e que fogem da explicação natural é um fato muito comum no cotidiano dos mortais. Particularmente, sempre gostei das narrativas que causam medo e desconforto na hora de dormir. Na casa de minha avó paterna, a luz era fornecida por lampiões e, à noite, ficávamos em volta do fogão à lenha conversando durante horas. Guardo esta lembrança de forma muito clara: Seu Negrinho, o caseiro de minha avó, contava suas histórias de mau assombro, e eu ficava atento aos barulho de fora que pudessem prenunciar o desconhecido.
Ao me tornar um leitor, peguei na biblioteca da escola o livro: Contos de assombração, da Editora Ática:


Costumava ler à noite. No silêncio do meu quarto, conheci Maria Angula. Foram muitas noites de sobressalto. Aquela história com alma penada saindo do cemitério me deixou com um pavor tremendo. Até hoje sinto um pouco de medo dela, tanto, que não assisto filme de terror sozinho...
Agora, já um pouco mais crescido, surgiu a oportunidade de escrever algumas histórias de terror e suspense. Não perdi tempo. Comecei a lembrar daquelas velhas narrativas contadas ao pé do fogo; bebi na fonte de autores tão nossos, como a querida Rosana Rios e seu: Sangue de lobo; li os clássicos contos de Edgar Allan Poe, e deixei que esse universo ganhasse forma no computador lá de casa. E, assim, nasceu o livro: 7 histórias de gelar o sangue, lançado pela Editora BesouroBox.
A simpatia quem contou foi o Eliandro Rocha. Ele jura que aconteceu com uma amiga dele. Imaginei que ela não poderia escolher outro livro, senão O morro dos ventos uivantes, para colocar uma florzinha de cemitério.
Olhos na noite aconteceu com meu compadre Saraiva. Ele era criança e foi passar uma temporada na casa da avó. Numa noite de lua cheia, uns olhos que não eram de gente brilharam assustadoramente nas frestas da cozinha atrapalhando seu sono durante anos.
Seu Orides, o pai do Eliandro Rocha, me presenteou com o relato A burra da figueira. Ele não tirou um tesouro do pé daquela velha árvore que povoou a sua infância, mas, para mim, ele deu essa pérola.
Ilha da Sepultura é a narrativa mais urbana do livro, prova de que uma praia, em pleno verão, também pode esconder relatos de arrepiar.
Corre uma lenda urbana no Brasil de que as obras do pintor italiano Giovanni Bragolin estão envoltos em uma maldição. Verdade ou não, os quadros das crianças chorando sempre me assustaram. 


Ao revisar o livro, me dei conta de que o nome da personagem de Uma lágrima na parede era Giovanna... O mesmo nome do artista desses quadros tão medonhos...
O marido da minha irmã, Valmor, certa vez me contou uma história, e meu pai disse que é verdade, então acreditei. Meu cunhado é pescador, gosta de caçadas... Bom, o fato é que Noite de caça foi o primeiro conto que produzi para o livro. Naquela noite, digitando no meu laptop, senti medo de olhar para os cantos escuros da sala.
Muito do que criei em O último conto condiz com a experiência de ir para uma pousada durante o carnaval e escrever a última história para o livro. O clima da casa não permitiu que lá ficássemos o feriado inteiro, mas foi determinante para a criação de mais um cenário de horror.
A ilustração do Marco Cena e o projeto gráfico da BesouroBox estão impecáveis.
Espero que os leitores também possam enveredar pelo caminho do desconhecido e, assim, recuperar e vivenciar velhas histórias que sempre farão nosso sangue gelar nas veias.

Confira algumas fotos do lançamento do livro na sede da Ama Livros:

https://picasaweb.google.com/106461277366375993869/LancamentoDoLivro7HistoriasDeGelarOSangue02?authuser=0&feat=directlink

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