terça-feira, 6 de abril de 2010

historia do futebol RN


História do Futebol do Rio Grande do Norte


História do Futebol do Rio Grande do Norte

O surgimento dos primeiros clubes organizados

A fundação do ABC ABC FUTEBOL CLUBE



O ano de 1915 foi importantíssimo para o futebol do estado. Naquele ano, eram fundados os primeiros três clubes devidamente organizados no estado do Rio Grande do Norte: o ABC, o América e o Alecrim. O primeiro deles, o ABC Futebol Clube, foi fundado em 29 de junho de 1915 em reunião realizada na residência do Coronel Avelino Alves Freire, presidente da Associação Comercial do Rio Grande do Norte. Sua casa era localizada na Avenida Rio Branco, em frente aos fundos do antigo teatro Carlos Gomes, hoje teatro Alberto Maranhão, sendo que João Emílio Freire, filho do Coronel, foi nomeado como o primeiro presidente do recém-fundado clube. O nome do clube vem das iniciais de Argentina, Brasil e Chile e era uma homenagem a um tratado de amizade e cooperação assinado à época por estes três países. As cores preta e branca foram adotadas desde o início como sendo as oficiais do clube. O primeiro campo de futebol do ABC foi construído numa área nobre da cidade, onde hoje está o Colégio Ateneu, a Biblioteca Pública Câmara Cascudo e o Shopping CCAB. O campo tinha o nome de "estádio Maria Farache", em homenagem à família doadora do terreno, e possuía arquibancadas, vestiários e sanitários. À época de sua fundação, o ABC era formado basicamente por jogadores oriundos do bairro da Ribeira, conhecidos como "Canguleiros". Possuía ajuda financeira proveniente de comerciantes do bairro e desde o início, já contava com uma torcida entusiástica.

A fundação do América AMÉRICA FUTEBOL CLUBE

Francisco Lopes


Por sua vez, o América de Natal, o América Futebol Clube, foi fundado em 14 de julho de 1915, na residência do juiz Joaquim Homem de Siqueira, situada na rua Vigário Bartolomeu (outras fontes citam a rua Vaz Gondim). Seu 1º presidente foi o amazonense radicado em Natal, Francisco Lopes de Freitas (foto). Curioso saber que as cores iniciais do clube eram o azul e o branco, e não o vermelho e o branco atuais. A oficialização jurídica do clube tem uma história curiosa. Sobre isto, existe uma versão que diz que o então Coronel Júlio Canavarro de Negreiros Melo, no dia 3 de junho de 1918, furou a única bola que o clube
tinha para treinar e jogar, tendo sido o América obrigado a possuir personalidade jurídica para poder entrar com uma ação indenizatória. Para tanto, os Estatutos foram registrados pela primeira vez no dia 3 de julho de 1918, no Primeiro Ofício de Notas, em documento assinado pelo então presidente Oswaldo da Costa Pereira. Diferentemente do ABC, os jogadores do América eram provenientes do bairro da Cidade Alta, e eram conhecidos como "Xarias". Nos seus primeiros sete anos de existência, os recursos financeiros do clube vinham em grande parte do bolso de Aguinaldo Tinôco, um dos seus fundadores e que também era zagueiro e capitão do time. Orestes Silva foi outro famoso benemérito do clube nos seus primórdios.

O surgimento do Alecrim e o do Centro Esportivo Natalense ALECRIM FUTEBOL CLUBE

Outro importante clube, o Alecrim Futebol Clube, representante do bairro do Alecrim, foi fundado em 15 de agosto de 1915. O Alecrim é proveniente da "pelada" de um grupo de amigos que se reuniam aos domingos em frente à igreja de São Pedro, coordenados por José de Barros Tinôco. A fundação do Alecrim foi realizada no sítio Vila Maria, de Cândido Medeiros, à rua General Fonseca e Silva. Lauro Cândido de Medeiros foi o primeiro presidente do clube, que tinha o futuro presidente da república do Brasil, João Café Filho, como seu primeiro goleiro. O primeiro jogo do Alecrim foi contra o time da Escola de Aprendizes Artífices, quando o time alecrinense sairia vencedor. Segundo alguns estudiosos do futebol potiguar, existem divergências quanto ao ano da fundação do Alecrim, posto que alguns documentos citam o ano de 1917 e não o de 1915, como tendo sido a real data de nascimento do clube esmeraldino. A edição de "O Poti" de 04/09/1983 cita categoricamente o ano de 1917, como sendo o ano da fundação do Alecrim. Discussões a parte, pouco tempo depois, em 1918, surgia o Centro Esportivo Natalense, fundado por Antônio Afonso Monteiro Chagas. Os senhores Henrique Castriciano e João Café Filho estavam presentes na reunião de fundação deste clube de vida efêmera. Este time era formado por marinheiros e oficiais lotados à época em três encouraçados que se encontravam fundeados no Porto de Natal devido à Primeira Guerra Mundial. Seu uniforme possuía camisa verde com faixa amarela e calção branco. Tinha muita torcida nos bairros da Cidade Alta e do Alecrim, e foi o primeiro clube no estado a ter uma agremiação feminina de futebol. Durante algum tempo, o Centro Natalense absorveu os jogadores do Alecrim, que pararia suas atividades neste período por falta de recursos financeiros. Aquele clube se extinguiria em 1922, logo após a transferência do comandante Monteiro Chagas, que era da Marinha. O Alecrim voltaria a suas atividades no ano seguinte.

Surge o futebol em Mossoró

ASSOCIAÇÃO CULTURAL ESPORTE CLUBE BARAÚNAS ASSOCIAÇÃO CULTURAL E DESPORTIVA POTIGUAR

No interior do estado, a história do futebol começa em Mossoró em 14 de outubro de 1919, com a fundação do Humaitá Futebol Clube, o primeiro grêmio esportivo daquela cidade, em reunião realizada no sítio Canto, de propriedade do farmacêutico Jerônimo Rosado. Este clube adotava as cores alvi-celeste. Essa data é também considerada como a da fundação da Liga Desportiva Mossoroense (LDM), a mais antiga do estado. O segundo clube da cidade foi o alvi-negro Ipiranga Esporte Clube, fundado em 12 de setembro de 1920. Tanto o Humaitá quanto o Ipiranga são hoje clubes já extintos. Dos clubes mossoroenses em atividade, a Associação Cultural e Desportiva Potiguar foi fundado em 11 de fevereiro de 1945, e a Associação Cultural Esporte Clube Baraúnas em 14 de janeiro de 1960, sendo este último originário de um bloco carnavalesco da cidade cujas origens remontam à década de 1920. O primeiro Potiba da história, aconteceu em 15/05/1960. Nessa partida, o Potiguar bateu o rival Baraúnas por apertados 4 a 3.


A história do campeonato estadual

A organização dos primeiros campeonatos estaduais no Brasil ocorreu no início do século XX, em São Paulo (1902), Bahia (1904) e Rio de Janeiro (1906). Embora estas fossem competições de clubes de uma única cidade, as capitais dos estados, estas se autodenominavam "campeonatos estaduais". E não foi diferente com os primeiros campeonatos do estado do Rio do Grande do Norte, cuja disputa se concentrava totalmente na cidade de Natal.

O primeiro campeonato estadual

Existem registros de que a primeira disputa no RN aconteceu em 1918, pouco depois da criação da Liga de Desportos Terrestres. Contudo, uma epidemia de gripe espanhola que grassava mundo afora, interrompeu a realização do certame. À época, reuniões públicas eram desestimuladas como uma forma de se evitar a possibilidade de contágio com a terrível doença. Até mesmo as aulas nos colégios de Natal foram suspensas.

Assim, a primeira disputa oficial de futebol no estado aconteceria um ano depois, em 1919. Apenas três clubes participariam do primeiro campeonato: ABC, América e Centro Esportivo Natalense. O campeonato foi realizado entre 22 de junho e 17 de agosto daquele ano, no campo da Liga de Desportos. Para se tornar o primeiro campeão da história do estado, o América precisou jogar 4 vezes, sendo 2 vezes contra cada adversário. No seu caminho rumo ao título, o América venceu o ABC por 3 a 0, naquele que foi o primeiro clássico entre as duas equipes valendo dois pontos, para depois ser derrotado no jogo de volta pelo mesmo ABC pela contagem de 2 a 0. Contra o Centro Esportivo Natalense, por sua vez, o América empataria a primeira partida sem gols, para vencer em seguida pelo placar apertado de 1 a 0. O time base do América de 1919, o nosso primeiro campeão estadual, formava com Oscar, Abel, Benfica, Canela de Ferro e Aguinaldo, Lopes, Ricardo e Aminadab, Gallo, Nilo (Chico) e Lauro Lustosa. Jogavam ainda no América: Barroca, Petró, Arari de Brito, Alberto Nesi, Mário, Juca e Américo. O atacante carioca Nilo Murtinho Braga, à época com 15 anos, morava em Natal e fez parte daquele escrete americano. Nilo se tornaria no futuro, um dos maiores ídolos da história do Botafogo-RJ e titular da seleção brasileira que disputou a Copa do Mundo de 1930.



Títulos duvidosos na década de 20

O título do América de 1919 é incontestável. Porém, o mesmo não se pode dizer dos campeonatos seguintes disputados entre 1920 e 1926. Como a Liga de Desportos não possuía nessa época uma legislação clara e não havia um Tribunal Desportivo, muitos títulos daquele período passaram a ser reivindicados por vários clubes da capital, sem que os mesmos fossem homologados pela Liga. Naqueles idos, a Liga não era sequer filiada à CBD. Em consequência, isso gerou um certo número de casos mal resolvidos que causaram distorções na contabilidade dos títulos dos clubes potiguares como em nenhum outro estado do Brasil. Neste trabalho, tentaremos da maneira mais imparcial possível, dar a César o que é de César. Uma melhor análise dos chamados campeonatos duvidosos pode ser encontrada no próximo capítulo deste trabalho intitulado "Campeonatos estaduais duvidosos".

Os campeões

Entre 1919 e 2009, o campeonato estadual do RN conheceu apenas oito campeões certos (4 da capital, Natal: ABC, América, Santa Cruz e Alecrim; e 4 do interior: Potiguar e Baraúnas, ambos de Mossoró, e Coríntians, de Caicó) e ASSU, de cidade homônima e um duvidoso (o Centro Esportivo Natalense, em 1921). Excluindo o período 1920-1926, em somente dez ocasiões o título foi parar em mãos diferentes dos dois grandes clubes do estado, ABC e América: em 1943 (Santa Cruz), 1963, 1964, 1968, 1985 e 1986 (Alecrim), 2001 (Coríntians), 2004 (Potiguar), 2006 (Baraúnas) e 2009 (Associação Sportiva Sociedade Unida - ASSU). Além do Centro Esportivo Natalense, apenas um outro time já extinto veio a ganhar um título potiguar: este foi o Santa Cruz Esporte e Cultura, campeão de 1943, que disputou o campeonato estadual entre 1935 e 1966. Segundo o jornalista Everaldo Lopes, nos primeiros anos do campeonato potiguar era comum a temporada avançar pelo ano seguinte, pois clubes e Federação costumavam adiar partidas por qualquer motivo. Quando havia o campeonato brasileiro de seleções, tudo parava em nome do treinamento e jogos da seleção do Rio Grande do Norte.


Partida Final (2009) Potyguar 2x1 ASSU. No primeiro
jogo ASSU 4 x 1 Potyguar.

Os títulos do América

O América sagrou-se o primeiro campeão do estado em 1919. No total, o alvi-rubro da avenida Rodrigues Alves já conquistou um total de 29 títulos estaduais certos, sendo o último em 2003. O América possui mais dois títulos não homologados, portanto duvidosos: os de 1920 e 1922. Na revista comemorativa dos seus 90 anos de fundação, o América considera erradamente como seu também, o título de 1943, vencido na realidade pelo extinto Santa Cruz.



Os títulos do ABC

Quanto ao ABC, este é considerado por muitos como o maior recordista de títulos estaduais de todo o Brasil. Seriam 50 no total, desde o primeiro vencido em 1920 até o último, em 2008. Contudo, na realidade, o ABC possui 45 títulos estaduais reconhecidos pelos pesquisadores e 2 outros duvidosos (o de 1923 e o de 1925, sendo esse último sem registro quanto ao resultado final da disputa contra o Alecrim. Por isso nesse estudo consideramos o campeonato de 1925 com o título repartido entre os dois clubes). Com base no amadorismo da Liga nos anos 20, o ABC passaria a reivindicar também os títulos de 1920 (que seria do América), 1921 (do Centro Esportivo) e 1924 (do Alecrim). O ABC também é o recordista brasileiro de títulos consecutivos, com o decacampeonato conquistado entre 1932 e 1941. Tal façanha está registrada inclusive no Guiness Book of Records. Neste caso, o alvinegro de Natal divide a primazia com o América mineiro, que também venceu dez vezes seguidas o campeonato do seu estado entre 1916 e 1925. Em 2007, com a conquista de mais um título estadual, o ABC completou a façanha de ter sido o primeiro vencedor do campeonato estadual nos três estádios da capital: Juvenal Lamartine(1928), Castelão, hoje Machadão (1972) e Frasqueirão (2007).

ABC FC - Decacampeão 1941

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Clássico rei: ABC 5 x 2 América (ABC Campeão do RN/2007)
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Estádio Maria Lamas Farache(Frasqueirão)


Após a conquista do Campeonato Estadual 2008



Um campeonato que não terminou

Entre 1919 e 2005, o campeonato estadual do RN só não foi disputado em 1942, devido ao medo que tomou conta da cidade com relação à Segunda Guerra Mundial, e por precaução do então presidente da Federação, capitão Porphirio da Paz, que decidiu suspender o campeonato daquele ano. A competição começou a ser disputada e chegou a ter algumas interrupções durante aquele ano, inclusive por motivo de chuvas fortes que caíam sobre Natal, e só foi dado finalmente como suspenso no ano seguinte. Explica-se: sendo Natal considerada uma cidade estratégica, distando apenas 20 km da importante base aérea de Parnamirim, onde à época faziam escala os bombardeiros norte-americanos que rumavam para o teatro de operações do Norte da África, e com o advento dos primeiros torpedeamentos de navios mercantes brasileiros por submarinos alemães, o receio de um ataque nazista à cidade ficou patente na população, influenciando até mesmo na sequência do estadual de futebol daquele ano. Neste ano também, a Federação Norteriograndense de Desportos estava sob intervenção da CBD, uma vez que a FND tolerava a existência de clubes chamados de "filiais" que facilitavam conquistas de suas "matrizes". Nesta intervenção, o Paysandu, um clube "filial" do ABC, foi definitivamente suspenso do campeonato estadual.



Os clubes do interior no estadual

Entre 1919 e 1945, o campeonato estadual foi disputado apenas por equipes da capital, Natal. Somente a partir de 1946, com a participação do Potiguar Futebol Clube, do município de Parnamirim, é que se teve a primeira presença de um clube representando uma cidade do interior do estado. O Potiguar de Parnamirim acabava de ser fundado, sendo registrado em 15 de fevereiro daquele mesmo ano. Interessante notar que o primeiro clube de Mossoró, a segunda maior cidade do estado, a participar do campeonato estadual foi a Associação Desportiva e Cultural Potiguar, o que se deu somente a partir de 1974. Antes disto, aquela cidade vivia um certo isolamento, mantendo em disputa uma competição interna chamada de campeonato mossoroense.

O primeiro título de uma cidade do interior veio com o Corintians Futebol Clube, da cidade de Caicó, em 2001. Na ocasião, o time de Caicó venceria o América na final em duas partidas fora e dentro de casa, ambas pelo mesmo placar de 1 a 0. O Corintians formava com Pacato, Jorge Alagoano, Amaral, Vladimir e Rogério, Raminho (Jefferson), Márcio Silva, Betinho e Duda (Zé Roberto), Júnior Bahia e Pedro. A equipe era treinada por Pedrinho Albuquerque. Finalmente, em 2004, a cidade de Mossoró conquistaria o seu primeiro título estadual com a Associação Cultural e Desportiva Potiguar, também conhecido como "time macho" ou "time príncipe". O segundo título da capital do oeste potiguar seria vencido pelo Baraúnas em 2006, em um campeonato bastante confuso marcado por ações na justiça desportiva em torno do uso de um jogador em situação irregular pelo time do ASSU. A final do campeonato estadual de 2006 foi também a primeira a reunir dois times mossoroenses, uma vez que Potiguar e Baraúnas disputaram o título naquela ocasião.

A primeira finla envolvendo dois times de duas cidades diferentes do interior teve lugar em 2009, quando o ASSU, agremiação de cidade homônima, bateu na final o Potyguar do município de Currais Novos.





Curiosidades do estadual

O maior artilheiro da história do estadual do RN foi Silva, do ABC, com 32 gols marcados no campeonato de 1983. Naquela temporada, o ABC marcaria fantásticos 114 gols. A maior goleada entre ABC e América no estadual aconteceu em 14 de outubro de 1945, quando o ABC aplicou 8 a 1 no rival. O jogador com o maior número de títulos estaduais no RN, foi Mário Crise, que jogou pelo ABC e ganhou 9 vezes o campeonato estadual entre 1929 e 1938. Além do decacampeonato do ABC entre 1932 e 1941, registram-se ainda como as maiores sequências de títulos estaduais o penta do ABC entre 1956 e 1962, os tetras do ABC entre 1970 e 1973 e entre 1997 e 2000, e o tetra do América entre 1979 e 1982

ABC FC 1941.

Entre 1960 e 1965, o tradicional clube América de Natal decidiu se licenciar da Federação. Curiosamente, a justificativa do clube foi a necessidade de se dedicar à construção da sua sede social, que era uma exigência de seus sócios.



Clubes extintos

Ao longo de todos estes anos, muitos clubes já extintos fizeram parte da história do estadual potiguar, como por exemplo: Centro Natalense, Ipiranga, Paysandu, Sport Club Natal, Santa Cruz, Tuiuti, Natal Futebol Clube, Força e Luz, Baixa Verde, Baependi, Juventus, Riachuelo, União, Asas, Grêmio, Globo, Ferroviário, Racing, Atlético de Natal, Cosern e Monte Castelo.

AREIA BRANCA COSERN
Areia Branca e COSERN

Um dos clubes extintos de história bastante controversa, o Paysandu Sport Club surgiu de uma dissidência do América em 1928. Essa dissidência americana estava revoltada com a intenção de alguns membros do clube que haviam se unido para alijar a presença do América nos esportes, visando torná-lo uma entidade voltada unicamente para a dança e para os jogos de salão. A sede do novo clube, cujo nome homenageava seu homônimo do estado do Pará, ficava no ex-Cine Rio Branco, cedido por Alberto Leal. O Paysandu chegou a disputar o estadual daquele ano, terminando a competição em quarto lugar. O América, por sua vez, teria sido o vice-campeão. Após o fim das atividades deste primeiro Paysandu, um outro clube homônimo foi criado em 1937 por inspiração de Vicente Farache, desta vez para se transformar numa espécie de filial do ABC, o que segundo alguns estudiosos, muito ajudaria na conquista do decacampeonato estadual por parte do alvi-negro natalense. Finalmente, em 1942, o novo Paysandu foi suspenso definitivamente pela Federação, acusado de facilitar os seus jogos contra o ABC.

Vale aqui comentar sobre a figura de Vicente Farache (1903-1967), advogado e comerciante, um verdadeiro entusiasta e protetor do ABC, que durante a época do decacampeonato do time alvi-negro (1932-1941) atuava como uma espécie de dirigente com múltiplas funções, que iam desde a de provedor financeiro e tesoureiro a técnico, passando por massagista e roupeiro.


Vicente Farache (de chapeu) em 1939.

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