3 de jun. de 2009

HOMILÉTICA

1º ACTERÍSTICAS DE UM BOM SERMÃO

O sermão é caracterizado como um bom sermão não pela sua extensão e nem mesmo pelas virtudes do pregador, sejam intelectuais ou morais, mas pela qualidade do sermão:

  • 1. UNÇÃO

Todo sermão deve ter iluminação divina. Um sermão sem unção, ainda que tenha uma excelente estrutura, não apresentará poder para conversão, consolação e edificação.

Devemos lembrar que ao transmitir um sermão estamos e não estamos transmitindo conhecimento humano, mas a Palavra de Deus é a única que penetra até a divisão da Alma e Espírito, portanto é fundamental a unção.
  • 2. FIDELIDADE TEXTUAL

Fidelidade textual é importante, visto que os ouvintes estão atentos ao texto de referência ou ao tema escolhido. Há muitos pregadores que toma um texto como referência e depois se esquecem dele.
  • 3. UNIDADE

Todo sermão tem um objetivo a ser alcançado. O seu conteúdo deve convergir para um único alvo.
  • 4. FINAL

Tudo tem um começo e um final. O Pregador deve ter em mente que o ouvinte está se alimentando espiritualmente. Um sermão bem terminado será muito produtivo ao ponto de despertar o desejo de querer ouvir mais.

 COMO PREPARAR UM SERMÃO
  • A - O PENSAMENTO CENTRAL

O pensamento central é a mensagem, ou seja, é o Tema. Sempre procurar definir o tema no sentido positivo.

Exemplo: Será que existe Deus? É um tema indesejado, pois suscitam mais dúvida do que fé. Como ser curado? É um tema sugestivo, pois fortifica a fé.

Em alguns casos o pregador fala o título (Tema) da pregação outras vezes não é necessário, porém no esboço é aconselhável colocar.

O orador deve ser um homem de Deus e que possui a mensagem de Deus e esta deve ter com fonte as Sagradas Escrituras.
  • B – Titulo pode ser:

Imperativo Quando sugere uma ordem. (Ide Marcos 16.15)

Interrogativo Quando sugere uma pergunta. (Que farei a este povo? Ex. 17.14).

Enfático Quando é reduzido. (Amor, Fé)

A origem pode ser:

Através da leitura da Bíblia.

A Bíblia contém argumentos, respostas, exemplos, e ensinamentos para todos os seres humanos.

Cristo usou a Palavra de Deus (Bíblia) para combater a Satanás. A Palavra de Deus é a primeira fonte do pregador. Como fontes de inspiração para nossos sermões devem observar os recursos internos e os externos.

As literaturas religiosas e não religiosas.

Todas as literaturas podem ser fontes de inspiração para o pregador desde que esteja sob a orientação do Espírito Santo.

As fontes podem ser: jornais, revistas etc. Os livros religiosos são boas fontes de inspiração, pois constitui também na Palavra de Deus.

Em uma observação.

É uma rica fonte de inspiração, desde que o pregador esteja atento, pois Deus pode transmitir uma mensagem de várias maneiras.

Mateus 6.28 E pelo que haveis de vestir, por que andais ansiosos? Olhai para os lírios do campo, como crescem; não trabalham nem fiam; o pregador deve observar: Rios, pedras, árvores, animais, etc.

Através da oração;

Na letra de um hino;

Em obras literárias (religiosa ou não ).

1º - 3 MÉTODO DE PREPARAR E PREGAR SERMÕES

Existem três métodos pelos quais os pregadores podem preparar e pregar:
  • A - ver e ler o sermão

Traz habilidade ao pregador em escrever, ter um estilo sempre correto, perfeito e atraente, visto que emprega as palavras com bastante cuidado e segurança.

Conserva melhor a unidade do sermão, evitando assim que o pregador vá para o púlpito nervoso e preocupado como vai falar.

Pode citar os textos bíblicos com bastante precisão, e gasta menos tempo em dizer o que tem a transmitir.

O pregador deve ter cuidado, pois este método traz alguma desvantagem tais como:

Muito tempo para escrever, fica preso à leitura e pode perder o contato com os ouvintes, não é simpático ao povo e nem todo pregador sabe ler de maneira que impressione.
  • B – escrever, decorar, e recitar o sermão

Possui muitas vantagens como exposto no método anterior, tem mais vantagem porque exercita a desenvolver a memória, e deixa o pregador livre para gesticular, parece mais natural.

Cuidado deve ser tomado, pois o pregador pode esquecer uma palavra ou frase, pondo assim em perigo todo o sermão é cair em descrédito.
  • C – PREPARAR UM ESBOÇO E PREGAR

O pregador gasta menos tempo em preparar o sermão, habitua-se a desenvolver o pensamento e fica-se livre para gesticular.

O pregador fica livre para usar sua imaginação, criatividade e usar ilustrações que se lembrar no momento, também podem expandir seu temperamento emocional.

Este é o método mais utilizado na oratória.

Cuidados também devem ser tomados, pois o pregador perde o hábito de escrever, pode se empolgar com a mensagem e esquecer o tema e o estilo não é tão apurado e elegante como os escrito.
  • D – PREPARAR A INTRODUÇÃO

É o início da pregação.

O ideal é que a introdução seja algo que prenda logo a atenção dos ouvintes, despertando-lhes o interesse para o restante da mensagem.

Pode até começar com uma ilustração, um relato interessante, porém sempre ligado ao tema do sermão.

Outro recurso muito bom é começar com uma pergunta para o auditório, cuja resposta será dada pelo pregador durante a mensagem. Se for uma pergunta interessante, a atenção do povo esta garantida até o final do sermão. A introdução produz a primeira impressão aos ouvintes e esta deve ser boa. Não é aconselhável ultrapassar os cinco minutos. Nunca (em hipótese alguma) dizer que não está preparado ou foi surpreendido.
  • E – ESCOLHA DO TEXTO

É imprescindível a escolha de um texto que se relacione com o tema do sermão, porém adequado. Vejamos o tipo de textos que devemos evitar:

Textos longo Cansam os ouvintes. (Salmo 119)

Textos obscuro Causam polêmicas no auditório. (I Cor. 11.10 Véus)

Textos difíceis Os ouvintes não entendem. (Ef. 1:3 Predestinação)

Textos duvidosos “E Deus não ouve pecadores" (João 9.31)
  • F – ESCOLHER O MÉTODO APROPRIADO

De posse do pensamento central e o texto escolhido, deve-se determinar o método a ser utilizado. Existem muitos textos e temas que permitem a escolha de qualquer um dos métodos, porém há temas que não permitem.


2º ESTUDO BÍBLICO

Consistem os estudos bíblicos em escolher uma idéia central e depois, através da Bíblia, fazer um estudo das passagens que se relacionam com a idéia central. Para se conseguir isso, geralmente se necessita de uma concordância.

O segundo passo é escolher e determinar os pensamentos que vão ser usados como divisões do tema.

Depois escolher, dentre os muitos textos relacionados com o assunto, quais vão ser usados no desenvolvimento da exposição.

Geralmente se usa um ou dois textos, dos mais importantes e claros, no desenvolvimento de cada divisão.

Para desenvolver de maneira contínua a mensagem, e não ter que parar para procurar as passagens na Bíblia, convém copiá-las no esboço.

Essa forma de exposição tem muito valor, porque apresenta o ensinamento global da Bíblia referente a um assunto, e é fácil de se desenvolver.
  • 1. FIDELIDADE TEXTUAL

Fidelidade textual é importante, visto que os ouvintes estão atentos ao texto de referência ou ao tema escolhido. Há muitos pregadores que toma um texto como referência e depois se esquecem dele.
  • 2. UNIDADE

Todo sermão tem um objetivo a ser alcançado. O seu conteúdo deve convergir para um único alvo.

"Há sermões que são uma colcha de retalho, uma verdadeira miscelânea de assuntos, idéias e ensinos".

A IMPORTÂNCIA DESTE ESTUDO
  • A – O Próprio Pedro admitiu que houvesse textos difíceis de entender: “os quais os indoutos e inconstantes torcem pela sua própria perdição” (2 Pedro 3:15 e 16).

  • B – A arma principal do soldado cristão é a Escritura, e se desconhece o seu valor ou ignora o seu legítimo uso, que soldado será? (2 Timóteo 2.15).

  • C – As circunstâncias variadas que concorreram na produção do maravilhoso livro exigem do expositor que o seu estudo seja meticuloso, cuidadoso e sempre científico, conforme os princípios hermenêuticos.



 A REGRA FUNDAMENTAL

A Escritura é explicada pela própria Escritura. A Bíblia interpreta a própria Bíblia..
  •  PRIMEIRA REGRA

Enquanto for possível, é necessário tomar as palavras no seu sentido usual e ordinário..
  • SEGUNDA REGRA

É absolutamente necessário tomar as palavras no sentido que indica o conjunto da frase..

Esta regra tem importância especial quando se trata de determinar se as palavras devem ser tomadas em sentido literal ou figuradas. Para não incorrer em erros, convém, também, deixar-se guiar pelo pensamento do escritor, e tomar as palavras no sentido que o conjunto do versículo indica.
  • TERCEIRA REGRA

É necessário tomar as palavras no sentido que indica o texto, isto é, os versos que precedem e seguem o texto que se estuda.
  •  QUARTA REGRA

É preciso tomar em consideração o desígnio ou objetivo do livro ou passagem em que ocorrem as palavras ou expressões obscuras.
  • QUINTA REGRA

É indispensável consultar as passagens paralelas explicando as coisas espirituais pelas espirituais (I Cor 2.13) .
  • SEXTA REGRA

Um texto não pode significar aquilo que nunca poderia Ter significado para seu autor ou seus leitores.
  • SÉTIMA REGRA

Sempre quando compartilhamos de circunstâncias comparáveis (isto é, situações de vida específicas semelhantes) com o âmbito do período quando foi escrita, a Palavra de Deus para nós é a mesma que sua Palavra para eles.



3º CLASSIFICAÇÃO DO SERMÃO

O sermão é classificado por duas formas, a saber: pelo assunto ou pelo método, podendo ser discursivo ou expositivo.

1. Pelo assunto

- Doutrinário. É aquele que expõe uma doutrina. (Ensinamento)

- Histórico. É aquele que narra uma história.

- Ocasional. É aquele destinado a ocasiões especiais.

- Apologético. Tem a finalidade de fazer apologia. ( defender )

- Ético. É quando exalta a conduta e a vida moral e ética.

- Narrativo Quando narra um fato, um milagre.

- Controvérsia tem por finalidade atacar erros e heresias.

2. Pelo método

- Tópico ou Temático.

É aquele onde a divisão faz-se pelo tema. Todas as divisões devem derivar do tema.

A melhor forma é fazer perguntas ao tema escolhido, tais como: Por quê? Como? Quando? O Que? Onde?


- Textual.

São aqueles onde a sua divisão encontra-se no próprio texto. É um método muito bom, pois oferece aos ouvintes a oportunidade de acompanhar, passo a passo a exposição do sermão.

- Expositivo.

Quando os textos são longos. Este pode expor uma história ou uma doutrina. ( Parábola, Milagre, Peregrinação, Pecado)

Em certo sentido todo sermão é expositivo, mas aqui indica a extensão do texto.

4º DIVISÃO DO SERMÃO

O Sermão deve possuir divisões, que permitem um bom aproveitamento do assunto que vai ser apresentado:

1. Introdução (Exórdio)

Tem por finalidade chamar a atenção dos ouvintes para o assunto que vai ser apresentado e também para o pregador.

Tem que ser apropriado e deve estar relacionado com o tema, mas cuidado para não antecipar o sermão.

Neste momento o pregador vai se familiarizar com o auditório, cuidado especial teve ser tomado quanto ao entusiasmo, pois o povo pode ainda estar frio.

Deve ser breve, é muito importante, pois é a primeira impressão produzida nos ouvintes. Pode conter: o anúncio do tema, texto a ser lido.

2. Texto

É trecho lido pelo orador, podendo ser um capítulo, uma história, uma frase ou até mesmo uma palavra.

Quando o texto é bem escolhido o pregador desperta nos ouvintes o desejo de conhecer mais a Palavra de Deus. Não devemos escolher textos proferidos por homens ímpios ou por Satanás. Escolha textos que tragam estímulo, lição etc. Evite textos que provoquem repugnância, gracejos ou que descrevem cenas da vida sexual.


3. O corpo

É a parte mais linda porque aqui se revela a Mensagem como Deus que dar.

É o mesmo que desenvolvimento do sermão.

O corpo é a seqüência das divisões do sermão e pode ter de 2 a 5 divisões (quanto mais divisões mais complexo ficará o sermão) e ainda conter subdivisões.

Deve chamar à consciência dos ouvintes para colocar em prática os argumentos expostos.

O pregador deve saber colocar em ordem as divisões, ou seja, os pontos que vão ser incluídos na mensagem; geralmente, convém ordenar os pontos a fim de que aumentem em força até terminar com o mais forte.

Esta é uma regra geral que pode ser aplicada a todos os pontos de ensinamento.

4. Conclusão

A conclusão é o fechamento do sermão e deve ser bem feita, um sermão com encerramento abrupto é desaconselháveis.

A conclusão deve ser breve e objetiva. É um resumo do sermão, uma recapitulação e reafirmação dos argumentos apresentados.

Durante a conclusão pode efetuar um convite de acordo com a mensagem transmitida.



5º ILUSTRAÇÃO

1) Definição

A palavra “ilustração” vem do latim, ilustrare, signica “lançar a tornar algo mais luz ou brilho, ou tornar algo mais evidente claro.

Os educadores reconhem que uma das principais leis de ensino, para alcançar a mente e o coração é a associação de idéias. O material ilustrativo tem sido comparado a janelas, que deixam a luz entrar e ilumina uma casa. A ilustração visa ajudar os ouvintesa “viver a verdade”;


2) O uso de material ilustrativos na Bíblia
  • Natã: Usou a ilutração de um homem pobre com uma cordeirinha para levar o Rei Davi a condenar-se a si mesmo (II Sm 12.1-14);

  • Aías: Rasgou sua roupa nova em doze pedaços e deu dez para Jeroboão, representando o fato de que Deus havia determinado que dez das tribos de Israel seriam tiradas de Reoboão (I Rs 11.26-40)

  • Isaías: Enquanto pregava durante certa época de seu ministério, andou descalços e despido como sinal de como o povo de Deus seria levado pelos Assírios, Egípcios e Etíope (Is 20.1-6);

  • Jeremias: Usou muito sermões visuais, como a parábola do cinto de linho (Jr 13.1-11), o jarro quebrou (Jr 113.12-14), o vaso do oleiro(Jr 18.1-17), a botija quebrada (Jr 19.1-15), os canzis simbólicos (Jr 27.1-22), além da compra de um erreno que simbolizava a esperança na restauração de Israel depois do exílio (Jr 32.1-25)

  • Ezequiel: Usou tanto o método visual e ilustrativo que chegou a se queixar com Deus: Ah Senhor Deus! Eles dizem de mim: não é este um fazedor de alegorias? (Ez 20.49)

  • Jesus Cristo: Quase sempre usava material ilustrativo para apresentar conceitos de natureza espiritual. As parábolas (50% do Evangélio de Lucas é composta de parábolas). O uso de uma moeda para ensinar o dever do bom cidadão (Mt 22.19). A pregação significativa através de uma bacia e de uma toalha (Jo 13.1-17). Jesus também falou das aves do céu, lírios dos compo, do pão, da água. Jesus, também usosuma criança para mostrar que é preciso se tornar como uma criança para entrar no Reino de Deus.

3) Os propósitos para o emprego do material ilustrativo

a) Despertar o interesse e prender a atenção dos ouvintes;

b) A clarar, iluminar e explicar as verdades apresentadas;

c) Confirmar, fortalecer os argumentos apresentados e persuadiar os ouvintes;

d) Ajudar os ouvintes a gravar a grarem bem as idéias do sermão;

e) Tocar nos sentimentos dos ouvintes;

f) Dar mais vida ao sermão;

g) Ornamentar e embelezar o sermão;

h) Tornar o sermão mias agradável, proporcionar descanço mental aos ouvintes;

i) Ajudar com a repetição da verdade;



4) Tipos de Ilustração e fontes de bom material ilustrativo

i. A propria Bíblia é um verdadeiro tesour de ilustrações. Elas dão até mais autoridade ao semão. São autênticos e atuais!

ii. o mundo da literatura;

a) Biografias da literatura;

b) Obras e autobiografias;

c) Poesias;

d) Drama (como Shakespeare), mitologia (egípcia, grega, romana), fábulas e fonclore relacionada as à vida de países e regiões, etc.

iii. A história. Aquilo que aconteceu no passado e também aquilo que está acontecendo em nossos dias, como aparece nos jornais, revistas.

iv.Experiências pessoais;

v. A ciência e a medicina;

vi. Obras de arte, e etc.


5) Advertências quanto ao uso de ilustração

a) Não é necessário ilustrar as coisas óbvias;

b) ilustração que tem pouco a ver com o ponto que está sendo focalizado no sermão;

c) Evite ilustração cujas bases não têm nenhuma relação com a vida dos ouvintes;

d) Evite ilustração que parecem exageradas ou improváveis, mesmo que acontecido;

e) Não faça do sermão somente de ilustração;

f) Evite ilustração que exija muita explicação para entende-la;

g) Tenha cuidado com ilustrções enlatadas.


Estudo feito para uma apresentação na FAESP-Guarulhos por:

EDERALDO MANFRIN



FÁBIO VENTURA


JOSÉ BENEDITO


SIDNEI


ZIZA

Nenhum comentário:

Postar um comentário