O estudo revela que 53% das crianças que participaram no mesmo transportavam mochilas com uma carga acima do recomendável, isto é, superior a 10% do seu próprio peso. A pior das situações, foi verificada para uma criança de 11 anos, com 32 kg, que transportava uma mochila de 10! O ideal seria que esta criança não carregasse mais de 3,2 kg!
As crianças mais novas são as mais afectadas: 61% dos estudantes com 10 anos transportavam cargas excessivas, o mesmo acontecendo a 44% com 12 anos.
Confirmado também ficou que a percentagem de mochilas com peso a mais é maior na escolas privadas do que nas públicas, independentemente da idade dos estudantes.
Actualmente, a posição mais consensual entre os especialistas é de que o peso da mochila não deve ultrapassar 10% do peso de quem a transporta. Isto significa que uma criança de 35 a 40 kg não deverá carregar às costas mais do que 3,5 a 4 kg.
As crianças que transportam regularmente mochilas com peso a mais podem desenvolver afecções ao nível dos ossos e dos músculos. As zonas mais afectadas são a coluna vertebral, os pés e as ancas. E os problemas de saúde serão tanto mais graves quanto mais pesada for a mochila e maior o período que a criança andar com ela às costas.
Às editoras e ao Ministério da Educação, sugere que, à semelhança dos seus congéneres franceses, cheguem a acordo para utilizar papel mais fino nos livros escolares. A distribuição do programa por vários livros e o aproveitamento das potencialidades da informática, como o CD-Rom, podem ser outras soluções.
Às escolas, apela a que distribuam as aulas pela semana, para evitar que os estudantes andem muito carregados nalguns dias e com a mochila vazia noutros. Os professores poderiam também ter o peso como um factor de escolha dos manuais escolares.
Aos pais, recomenda que:
- pesem regularmente a mochila e verifiquem, com os seus filhos, se não há objectos desnecessários para as aulas;
- ensinem as crianças a arrumar a mochila da forma mais conveniente, colocando os objectos maiores e mais pesados junto das costas, de forma a repartir melhor o peso e a poupar a coluna;
- expliquem às crianças que devem transportar a mochila nos dois ombros e poisá--la sempre que haja oportunidade (por exemplo, nos transportes públicos e quando estão à espera das aulas);
- ensinem os seus filhos a ajustar as alças, para que o fundo da mochila fique acima das ancas;
- incentivem a prática de exercício físico. Este, além de contribuir para o desenvolvimento harmonioso dos mais pequenos, previne eventuais efeitos negativos da má utilização das mochilas.