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Álcool ou gasolina?

O Ministério do Meio Ambiente (MMA) e o Ibama lançaram no início da semana um método de classificação dos veículos de passeio produzidos no Brasil em 2008, em função das emissões de dióxido de carbono (CO2) e de poluentes – monóxido de carbono (CO), hidrocarbonetos (HC) e óxidos de nitrogênio (NOx). A repercussão foi enorme, do tamanho da desinformação que há em relação ao assunto.

Em primeiro lugar, gostaria de deixar claro que o CO2 não é um poluente. A vida na Terra é baseada no CO2, na água e em um milagre, chamado fotossíntese. Nesse planeta, as plantas precisam de CO2 e tudo o que é vivo produz CO2. Todos nós produzimos CO2. E não confunda o dióxido de carbono (CO2) com o monóxido de carbono (CO). O CO2 é incolor, inodoro, insípido e inofensivo. O CO também é incolor, inodoro e insípido, mas é mortal. O CO normalmente é produzido em combustões imperfeitas, onde falta oxigênio, em motores desregulados, etc.. Quem quiser conhecer uma visão, digamos, menos convencional sobre o CO2, sugiro que visite A Grande Farsa do Aquecimento Global.

Para medir a poluição, o MMA e o Ibama criaram a Nota Verde (vide a sistemática de cálculo no link, ou consulte a nota do seu aqui). O que eles se “esqueceram” é que, em 2008, não foram produzidos motores específicos a álcool, somente motores flex – e há uma reportagem muito esclarecedora sobre esse assunto aqui mesmo, nesse Blog. Os motores flex são bons quando funcionam com gasolina, mas são apenas razoáveis quando funcionam somente com álcool.

E não há como se aprofundar no assunto sem entrar na questão técnica do funcionamento de motores ciclo Otto: a taxa de compressão ideal de um motor a gasolina é de cerca de 9 : 1 e a taxa de compressão ideal de um motor a álcool é de mais de 12 : 1. Pois bem, a taxa de compressão de um motor flex é de mais de 10 : 1. Uma média acochambrada, por assim dizer. Os sistemas de injeção eletrônica modernos detectam se o usuário colocou álcool ou gasolina ou mesmo uma mistura dos dois no tanque, e então, fazem a mágica, isto é, fazem o motor funcionar. Mas entre fazer o motor funcionar e fazer o motor funcionar bem, amigo, há uma significativa diferença.

Minha avó me dizia que não se deve tentar comparar alhos com bugalhos, mas, pelo visto, muitos não escutaram o que diziam as suas avós… E o que interessa para o brasileiro é o custo: é mais barato rodar com álcool que com gasolina. Com o meu VW Fox 1.0, por exemplo, de combustível custa R$ 0,16 / km quando abasteço com álcool e R$ 0,22 / km quando abasteço com gasolina, uma diferença de 37,5% a mais quando uso gasolina, uma baita diferença…

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