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Leituras de 5a Feira

Na Canadian Running uma matéria BEM legal falando sobre o maior velocista canadense da história. (não, não é nem Ben Johnson nem Donovan Bailey!)

Mais um curto documentário da NN Running Team, dessa vez falando sobre treinos intervalados e de velocidade.

Não deixemos esquecerem de Alvin Kraenzlein, o homem que revolucionou o atletismo (barreiras) e que ganhou 4 medalhas individuais nos mesmos jogos (1920)!

Um lançador de disco com um talento raríssimo vê sua forma se esvair sem explicações. E aí acontece algo de diferente. Um longo texto que li em um respiro. Demais!

A Podium Runner fala sobre como treinar melhor “socialmente” uma equipe feminina. Tudo dito ali funciona 99% em uma assessoria ou grupo de corrida. Qualquer treinador moderno de corredores amadores tem que saber o que vai ali no texto! Mas nossa formação olha para as células, para mitocôndrias e não para o ser humano.

Quando os EUA decidiram boicotar os Jogos Olímpicos de Moscou/1980 era preciso fazer algo com toda uma geração dos melhores atletas do mundo. Especulou-se um torneio alternativo que nunca vingou e uma competição internacional que não foi à altura dos planos, mas entrou para a história. A incrível Lope Magazine nos conta a história dessa histórica competição que poucos sabem que ocorreu.

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Top 25 marcas do atletismo Brasileiro (Masculino)

Ontem publiquei pelas fórmulas de cálculo da World Athletics (ex-IAAF) o ranking brasileiro feminino de marcas mais fortes da história. Hoje trago o MASCULINO! Tal qual ontem, o ranking traz apenas um atleta por prova (seja indoor ou outdoor) e ainda exclui os revezamentos.

O teto do ranking é de 1400 pontos. Eu ainda normalizei as marcas de saltos horizontais e velocidade em função do vento e da altitude da cidade em questão.

Por fim, vale destacar que (nessa ordem) Joaquim Cruz, João Carlos de Oliveira (o João do Pulo) e o Marílson Gomes dos Santos são os 3 únicos a aparecem duas vezes no ranking. João do Pulo era tão excecional que figura com marcas da década de 70!

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Top 25 marcas do atletismo Brasileiro (Feminino)

Usando as fórmulas de cálculo da World Athletics (ex-IAAF) fiz um ranking de marcas. Nelas entram apenas uma atleta por prova (indoor ou outdoor) excluindo-se os revezamentos.

O teto é 1400 pontos. Eu ainda normalizei as marcas de salto e velocidade em função do vento e da altitude da cidade em questão. Por isso umas marcas mais fortes nos 100m e 200m, por exemplo, ficam atrás de outras.

Por fim, vale destacar que (nessa ordem) Luciana Mendes, Keila Costa, Vitória Cristina, Maria Magnólia Figueiredo e Ana Claudia Lemos são as que aparecem duas vezes no ranking. E apenas Maurren Higa Maggi que, além de líder, aparece três vezes.

Amanhã eu trago o masculino.

 

 

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A maior revolução da história do atletismo

Nos últimos dias fiz no meu Instagram uma contagem regressiva das 5 maiores revoluções da história do atletismo. Após passar pela quinta posição (o Brasil revolucionando a técnica do 4x100m em Atlanta/1996), passando pela quarta colocação (o campeão olímpico de 1908, Gilbert, introduzindo um buraco no corredor do salto com vara).

Passei depois pelo hipotético pódio com o terceiro lugar (as varas feitas em material ultramoderno, o equipamento responsável pelo segundo maior aumento de desempenho na história do esporte olímpico). Feito esse que contou novamente com Gilbert (EUA) que usava varas de bambu e não mais madeira.

O segundo lugar fica com dois iconoclastas: Dick Fosbury (EUA), o mais famoso, e a então jovem canadense Debbie Brill que revolucionaram sua prova, o salto em altura. Agora o primeiro!

Bobby McDonald foi um famoso velocista indígena australiano. Em 1887 ele apresenta ao mundo uma nova técnica de largada, à época chamada de “largada canguru”. Isso porque, inspirado no animal, McDonald percebeu que tinha vantagens ao sair “agachado” ao contrário da norma vigente de largar em pé.

Foi um militar americano (C. H. Sherrill) quem levou à inovação aos EUA. Nas primeiras vezes, assim como Fosbury, Sherrill era motivo de piada diante do público que o achava exótico e de árbitros que achavam que ele não sabia o que estava fazendo e tentavam demovê-lo da ideia.

Em um dos jornais da época lê-se: “Apesar de Sherrill ter parecido tombar na largada da prova, ele ainda assim se recuperou e venceu”.

Depois disso a técnica chegou à Europa e é usada por todos os atletas do mundo até hoje.

p.s.: nos destaques dos meus stories estão os 5, além do por que não se pode comparar o avanço das varas com os cheatflyers.

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Quem é o velocista?

Quem você acha que é lo velocista da figura de cima? A ou B? Pense bem…m olhe, repare e pense. Um deles é um velocista e outro um jogador de futebol americano dando um tiro. Abaixo dou a resposta…

Eu coloquei ontem esse teste nos meus stories pra saber quem seria o velocista da foto (sombras reais). As respostas ficaram em mais ou menos 52% pela opção errada. Eu não esperava tantas respostas e explicações que me ajudarão a guiar a ”explicação”. Primeiro, não existe 100% certo ou errado. Não acho difícil errar o teste, mas de certa forma fácil explicar que o atleta de BAIXO é o velocista.

Eu tive um treinador que pedia pra corrermos como se estivéssemos segurando um ovo. Se apertar ele quebra, se abrir a mão (como fazem e PODEM fazer muitos velocistas), ele cai. Então lição número 1: mão aberta na velocidade NÃO é obrigatório.

Escolhi A porque o quadril está projetado pra frente”. Não ganha a prova quem mais projeta o quadril, mas quem corre a distância da prova o mais rápido possível. Não esqueça isso! Ao projetar o quadril o atleta BAIXA o Centro de Gravidade (running tall). Quando a gente quer MUITO uma coisa, a gente pode ir na contramão dela. A maior aula da história foi Usain Bolt ultrapassando Justin Gatlin nos metros finais da final do Mundial de Londres de 2015. Gatlin faz força excessiva (ele queria MUITO correr mais rápido), desce o CG, perde velocidade, perde o ouro. Um exemplo de como buscar o que mais se quer pode ser obstáculo.

 

“Do not show yours spikes to Jesus”

O jogador exagera no braço! Ao projetar o quadril (e não o mantendo alto, na MELHOR prosição possível de se EXPRESSAR a velocidade) o tronco também vai à frente, para compensar a perna lá pra trás cometendo o pecado de mostrar os cravos da sapatilha pra Jesus Cristo, forçando toda a cadeia posterior.

Por fim (somente daquilo que ME fez identificar o B): repare no olhar do velocista…. à frente… é uma posição de força MELHOR do que a cabeça caída pra trás do jogador… Pense: como você faria um agachamento pesado? Olhando pra frente ou pro teto da academia?

Existem outras nuances que não caberiam no espaço… o A parece rodar (o que é causa e o que é consequência? Eu não sei… de verdade não sei… o braço exagerado parece ser consequência dessa cambalhota). O joelho alto pra MIM NÃO me disse nada… o dedão do velocista parece mais pra cima… me disse mais que o joelho.

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Um pouco de história de biomecânica

Já que vocês gostam de divagar sobre biomecânica nas perguntas, vamos trazer um pouco de história? Semana passada em bate-papo pro podcast (que ainda não foi ao ar), o Fabio Pierry quando perguntado sua opinião sobre o que explica o crescimento da corrida em Balneário Camboriú disse: o Instagram. TODOS rimos. Toda piada parece explorar um fundo de verdade.

Por que as pessoas querem TANTO correr bonito? Pra melhorar? Lógico que NÃO! Tiros de 400m fazem melhorar MAIS que QUALQUER educativo ou suplemento. Mas dói, incomoda. É o Instagram!

Eu sempre falo aqui que acho bobagem educativos em corredor amador por 2 motivos. É total falta de foco e totalmente improdutivo. “Não se ensinam pássaros a voar”, mas o acadêmico acha que precisamos ensinar alguém a correr. A foto que ilustra o post tem na esquerda a imagem em uma ânfora datada de 4 séculos antes de Cristo.

Vemos nela a reprodução de alguém correndo retratada puramente com a MEMÓRIA de um pintor que não tinha CREF nem diploma. Será que Bolt se inspirou na ânfora? Ou seguiu a escola egípcia sem tradução no atletismo? Ou ele apenas CORREU?

Correr é 100% natural, competir com regras não. Vamos à história.

Cerca de 150 anos atrás um australiano percebeu que largar em 4 apoios trazia vantagens e após isso o mundo todo copiou na velocidade (só um desavisado Peter Snell largava de 4 nos 800m em Roma/1960). Depois disso houve RARÍSSIMAS mudanças técnicas. Na primeira metade do século passado os velocistas corriam desde a largada olhando pra frente. Na segunda metade percebemos que era melhor por até cerca de 40m correr olhando pra BAIXO. E só.

Um bom treinador sabe que velocistas correm DIFERENTE nas pistas de carvão (até Tóquio/1964 era esse o piso) e nas sintéticas (tartã). Correm DIFERENTE com sapatilha ou com tênis. (*muda se puxa mais que empurra, aumenta tempo de contato, etc)

E só!

Ah o relaxamento o Bolt…” BOBAGEM! Wyomia Tyus dançava na largada em 64, Tommie Smith falava disso já em 68… Mudou pouco, bem pouco.

Dá pra melhorar a técnica? Dá, lógico! Inventar a roda? Já talhavam a roda com pedra antes… é mais simples do que parece. Não problematize.

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O que o Cócoras nos fala sobre o mundo da corrida…

Os amadores migram rotineiramente entre algumas insistências, manias, como se tivessem descoberto o Santo Graal da corrida. Buscam a alquimia que transformaria chumbo em ouro porque garimpar com uma picareta dá trabalho. Dá mesmo! Por isso também encontrar ouro enriquecia!

Palatinose, educativos, suco de beterraba, BCAA… Repare: há SEMPRE alguém VENDENDO a solução. E quando ela não é palpável (ex: educativos), o vendedor a torna complexa pra ser o intermediário que dará o atalho, igual um coiote de fronteira que foge no meio da noite porque NÃO irá entregar a promessa!

O Thadeu Miranda falou um negócio brilhante pra mim: “vivemos tempos estranhos, da complicação e metodolização de coisas que até um cachorro é capaz de fazer sozinho”. SIM, eu não preciso calcular necessidade hídrica de um labrador, por que preciso fazer pra corredor??

Ele segue: “somos ainda muito pautados pelo positivismo, tudo que é natural e funciona parece que acreditamos que se sistematizado será melhor”. Perfeito! Nutricionista ADORA fazer cálculo assim seja porque NÃO entende, seja porque te APRISIONA (sempre recebendo, lógico) seja porque acha que estruturar apresenta vantagens. Não, NÃO apresenta.

 

Andam me perguntando sobre “treinar” cócoras! Isso NÃO existe! Cócoras é sobre CONSEGUIR chegar e sustentar uma posição NATURAL ao ser humano. Você não treina isso, você pratica para RECUPERAR um gesto que é NATURAL e se perde o no mundo moderno. E se você NÃO chega à naturalidade envolvendo duas das três articulações mais importantes na corrida é porque há algo de MUITO errado.

Acabei ontem um desafio proposto pelo Léo Moratta que é ficar 30 minutos seguidos por 30 dias seguidos de cócoras. Sem folga! Dói! Visitar o desconforto o nome já diz… exercício, jejum, restrição de carboidratos… TUDO vem com… desconforto! Sou mais uma vez grato ao Léo porque sem ele “individualizar” (BULSHITAGEM DESGRAÇADA) o resultado foi surreal!

A extensão ótima da passada na corrida não se consegue VENDO imagens, fazendo educativos, mas tendo os RECURSOS (Mobilidade e Força) necessários!

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A terceira onda

Sempre que tenho a chance pergunto a treinadores como estão os negócios nas assessorias em quarentena. O cenário é geral: queda considerável do número de alunos. O ser humano até aceita pagar por algo que ele não usa, mas não gosta de pagar por algo que ele não pode usar, ainda que faça bem logo logo. Então era esperada e natural a queda.

Mas nas nossas conversas em off no 3 Lados da Corrida acho que eu e o Ricardo Hirsch pensamos bem parecidos: há uma queda agora e quando os parques e academias reabrirem haverá OUTRA queda porque o temor será ainda mais visível. Ou ainda mesmo nas provas… como ficar ombro a ombro com milhares de pessoas?

Isso me preocupa pouco, bem pouco. É a terceira onda que eu temo. Sairemos dessa fase com pessoas passando álcool em gel na caixa da pizza e no pacote de batata palha porque o ser humano é MUITO ruim em enxergar riscos ocultos. Um levantamento (de baixa confiança) diz que espanhóis ganharam 3-5kg até agora. Qual o impacto disso na sociedade? O que a gente JÁ SABE é que a IMENSA MAIORIA dos que ganharam peso NÃO perderá quase NADA dele.

Viveremos em um novo mundo onde as pessoas passarão álcool em seus frappuccinos com 84g de açúcar (pode checar!), gastarão menos energia abrindo as portas (automatizarão o abre e fecha de parte delas). E deixarão de ir aos treinos das assessorias porque -sabe como é, né? – … Porém, se a pessoa PRECISA treinar em grupo a gente SABE que ela NÃO treinará sozinha. E essa pessoa não terá coragem de dividir aparelhos, já que foi isso que a tirou da assessoria.

As pessoas farão menos exercício, serão mais higienistas (o que é a gente SABE que é ruim) e ficarão em casa mais, com mais gordura e menos vitamina D, sendo que ambos têm forte correlação com imunidade mais baixa.

Teremos uma sociedade mais fraca, mais gorda, mais pálida, mais vulnerável, menos ativa, menos móbil, mais MOLE, mais FRÁGIL. O pior (talvez não em números senão em comportamento!) ainda está por vir porque ele será oculto. E esse estrago a imprensa não fará boletins diários nem gráficos bonitos.

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