30 de novembro de 2009

Flamengo, Campeão Brasileiro 2009

Boa noite amigos! Desculpem a falta de assuntos novos no blog, mas estou na França resolvendo uns problemas particulares aqui em Paris. Nada demais, só vim fechar minha conta no banco e buscar o resto das coisas que deixei aqui na casa de amigos, quando me mudei para Montreal.
Vamos ao assunto que é o título desse post: Flamengo campeão Brasileiro. Infelizmente é verdade. Algúem pode perguntar se sou vidente, mas não! Sei que o futebol é uma caixinha de surpresas, mas infelizmente não vai ter salvação. Sou Vascaíno e isso pra mim é terrível, mas vamos aos fatos:
  1. O próximo jogo do Flamengo, na última rodada do campeonato, será no Maracanã;
  2. Para o azar dos que não gostam do Flamengo (como eu), o próximo jogo é contra o Grêmio de Porto Alegre. E dai, alguns se perguntam?
  3. Se vocês olharam bem a tabela, o segundo colocado não é ninguém menos que o arqui rival do Grêmio, o Internacional;
  4. O Grêmio, se ganhar ou perder este jogo, não altera em nada o resultado final do campeonato para ele. Já está classificado para a copa sul-americana;
Baseado nos fatos acima, porque o Grêmio iria ganhar do Flamengo (ou pelo menos tentar)? Para dar o título ao Internacional, o arqui rival? Bem, não precisa ser muito inteligente pra saber que isso... nem em sonho!
Lamento aos São Paulinos, Palmeirenses e Colorados... mas infelizmente, para a minha tristeza e de mais muita gente.... o Flamengo será o campeão do nacional deste ano de 2009.
Abraço a todos e... como se diz em francês: "Je suis VRAIMENT desolé..."


25 de novembro de 2009

O Rodízio de Pizza

Essa é mais uma no mínimo, curiosa. Creio eu que o ano era 1998 e em Ilha Solteira ainda não havia uma pizzaria, das poucas que existiam na cidade, que ofereciam o tão conhecido pelo Brasil a fora, RODIZIO DE PIZZA! Não amigos... não escrevi 1898, escrevi sim 1998, ou seja: Há 11 anos atrás foi que o rodízio de pizza chegou em Ilha Solteira, acreditem se quiser. O “papa” dos empreendimentos que teve esta brilhante idéia, foi o proprietário da famosa pizzaria Biruta.
Me recordo que o rodizio começaria a ser servido em um sábado. Vários cartazes foram espalhados pela cidade, pois agora, o filão do “business” de Ilha Solteira seria o rodizio de pizza. O problema é que para a infelicidade do nosso homem de negócios, os primeiros clientes não foram nem de perto o que ele esperava, de acordo com seus cálculos de consumo médio de pizza por pessoa. Eu explico o porque...
Sábado era o tradicional dia do rachão da turma do basquete. No nosso curso de engenharia mecânica, tinhamos uma turma boa de bola. Aquele dia, o rachão começou por volta das duas da tarde e se estendeu quase até às seis. Terminado o jogo, me recordo que sentamos na quadra para conversar um pouco, quando o nosso amigo Frei faz o seguinte comentário:
“Ouvi falar que hoje vai inaugurar o rodízio de pizza do Biruta. Vamos nessa galera?”
De bate pronto, todos os que estavam ali no local toparam a idéia. Só iriamos para nossas casas, no meu caso o alojamento, tomar um banho e trocar de roupas. O Frei se habilitou a ir pegar todos para irmos no carro dele até a pizzaria, já que ele era um dos poucos da turma que havia carro naquela época, um golzinho bola.
Chegada a hora combinada, o Frei passou no alojamento e recolheu a galera. O ponto de encontro marcado era na frente do alojamento. Me lembro que quando o guarda que fazia a segurança do alojamento, viu aquela meia duzia de marmanjos entrando no golzinho, o cara até ficou assustado e percebeu que não só o fusca que era como coração de mãe. O golzinho também rendeu e seis homens estavam se espremeram lá dentro.
Vocês devem pensar: “Bem, seis pessoas dentro de um carro, não é nada demais?”. Concordo. O problema, é que dos seis elementos que estavam entrando naquele carro, eu era o menor de todos, tanto em altura quanto em largura. Só para vocês terem uma idéia, eu na época tinha a mesma altura 1,81m e pesava uns 85 kg mais ou menos. Os outros, vejam só a escalação: Frei (o dono do carro, 1,90m e uns 100kg), Rincon (vulgo “senhor negão”, 1,92m e na época uns 95 kg), Hipopó (1,80m e uns 100kg), Simonetti (1,93m e 95kg) e pra fechar a contenta o Cramunhão (1,92m e uns 95kg). Quem conhece os caras que listei, deve estar dando risada só de imaginar seis mamutes dentro de um gol bola.
O pior vem a seguir. O golzinho foi rebaixado, se arrastando no chão, do alojamento da faculdade até a pizzaria Biruta. Recordo que enquanto o Frei manobrava o carro no estacionamento, o dono do estabelecimento ainda estava com um sorriso no rosto, esperando alegre e contente a clientela que daria um “boost” no seu empreendimento. Afinal de contas, o cidadão acreditava que teve a sacada mais brilhante que alguém já teve na cidade, desde que algum outro brilhante da CESP (Compania Energética do Estado de São Paulo) resolveu construir uma usina hidrelétrica as margens do Rio Paraná e fundar a cidade.
Quando ele nos viu descendo de dentro do carro, seu rosto se modificou. Aquele sorriso de quem havia acabado de ganhar na mega-sena, se transformou em um olhar de preocupação e de certa forma desespero. Algo que depois foi confirmado na hora que a trupe começou as atividades.
Dava gosto de ver a rapazeada comendo. Seis “pequenos” esfomeados, após 4 horas de basquete. Creio que vocês conseguem imaginar o tamanho do estrago que seria feito no local. Passa a primeira forma de pizza, com 8 fatias, não sobra mais nenhuma para a mesa seguinte. Passa a segunda forma, a terceira e a cena se repete. Nesta hora vejo o proprietário do estabelecimento com a sua somadeira na mão, tentando fazer um rápído cálculo para descobrir algo que já estava implicito desde o começo: ele iria levar prejuizo com aqueles seis elementos lá no restaurante. O “break-even” da quantidade pizzas por cabeça versus lucro, já havia passado seu ponto ótimo na terceira rodada de pizza!
O proprietário do lugar estava suando mais que o Simonetti. A diferença era que, enquanto o proprietário estava suando pensando no dinheiro que iria perder, o Simonetti estava suando de tanto comer. Parecia uma máquina niveladora, que depois que começa só para quando termina a empreitada.
O Rincon lembrava um daqueles pobres coitados que vemos nas fotos da Etiópia. Não porque ele era negro, não isso, mas porque parecia que o menino não via comida há semanas! Realmente era uma atração a parte observar o pessoal devorando as fatias de pizza como se fossem canapés de festinha de bacana.
Após acabarmos com o estoque de farinha de trigo e ingredientes da pizzaria, ainda vem o Hipopó e pede um calzone só pra “rebater”. Nessa hora o nosso homem de negócios já não tinha mais nenhum fio de cabelo na sua cabeça. Já havia arrancado todos!
Liquidamos a fatura, pedimos a conta e o garçom chega com a conta, individuais é claro que, somando o que haviamos bebido, não daria mais que 15 reais por cabeça. Diga-se de passagem, só o rodizio seria algo em torno de 8 reais per capita.
Com lágrimas nos olhos, o proprietário vem perguntar se gostamos do rodízio, e sem demora, nosso amigo Simonetti solta:
“Olhe cara, só achei que demorou demais o intervalo entre uma pizza e outra! No resto estava bom.”
Não sei se ria ou se chorava pra me solidarizar com o proprietário. Honestamente não sei o porque, mas no dia seguinte o preço do rodizio de pizza havia praticamente dobrado. Alguém consegue imaginar o motivo?

DICIONÁRIO FEMININO x DICIONÁRIO MASCULINO

DICIONÁRIO FEMININO

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FRASE
TRADUÇÃO

Sim
Não.


Não
Sim.


Não sei
sim


Talvez
Não.


Sinto muito
Vai ser como eu quero..


Nós queremos
EU quero.


Faça como quiser
Você vai pagar muito caro por isso.


Precisamos conversar
Quero me queixar de você.


Vá em frente
Não quero que você vá.


Não estou chateada
Lógico que eu estou chateada.



Seja romântico, apague as luzes
Estou me sentindo gorda.


Esta cozinha é meio desajeitada
Quero uma casa nova.


Quanto que você me ama?
Eu fiz algo de que você não vai gostar de saber.


Estarei pronta em um minuto
Tire os sapatos, escolha um canal de TV e relaxe..


Estou gorda?
Diga que eu estou bonita


Você precisa aprender a se comunicar
Concorde sempre comigo.


Não estou gritando!
Estou berrando!



DICIONÁRIO MASCULINO

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FRASE
TRADUÇÃO


Estou com fome
Estou com fome.

Estou com sono
Estou com sono.

Estou cansado
Estou cansado.


Quer ir ao cinema?
Gostaria de transar?

Posso te levar para jantar?
Gostaria de transar?

Posso te ligar?
Gostaria de transar?


Quer dançar comigo?
Gostaria de transar?


Bonito vestido!
Que decote! Gostaria de transar?


Você parece tensa, deixe-me fazer uma massagem
Gostaria de transar?


Estou chateado
Quer transar?


Eu te amo
Quero transar agora.


Vamos conversar
Estou querendo mostrar como sou uma pessoa sensível e,por isso, talvez você queira transar comigo.


Quer casar comigo?
Não quero que você transe com outros.


Gostei mais desse
Pegue qualquer vestido e vamos transar logo.

24 de novembro de 2009

Meu sonho é sair em todos os Hot Dogs (?)

Puts... essa eu admito que copiei do blog do meu amigo Nabo. É simplesmente sensacional!!! hahahaha

http://www.youtube.com/watch?v=AWS9htVxMso&feature=player_embedded

Esse é o Brasil...

(Origem da matéria: http://www1.folha.uol.com.br/folha/brasil/ult96u656664.shtml)

E tem gente que acha que o Brasil tem salvação. Doce ilusão... Assim como alguns acham que a copa e as olimpíadas eram o que faltava para "impulsionar" o Brasil rumo ao primeiro mundo. Desculpa a franqueza, mas a minha opinião a respeito do assunto é clara: Quem acredita nisso, ou tem um retardo mental ou acredita em Papai Noel.
Tenham um bom dia...




Performance média do Brasileiro

Um estudo realizado pelo departamento de medicina da USP, constatou que o brasileiro anda em média 1500Km por ano.

Em outro estudo, desenvolvido pelo ministério da saúde, foi constatado que o brasileiro bebe em média 86 litros de cerveja por ano.

Conclusão = O brasileiro tem "performance" de 17,44Km/litro

PS: Isso porque meu amigo Mandela era total-flex. Além da cerveja, bebia gasolina...

23 de novembro de 2009

Vida de Engenheiro

Três amigos se encontram, durante um almoço...


- O que você está fazendo na vida, João (ex-executivo da Pirelli)?

- Bem.... eu montei uma recauchutadora de pneus. Não tem aquela

estrutura e organização que havia quando eu trabalhava na Pirelli

mas vai indo muito bem...

- E você, José (ex-gerente de vendas da Shell)?

- Eu montei um posto de gasolina. Evidentemente também não tenho

a estrutura e a organização do tempo que eu trabalhava na Shell,

mas estou progredindo. ..

- E você Orlando (ex-Gerente Executivo de uma empresa de

engenharia)?

- Eu montei um puteiro.

- Um puteiro ???

- É, um puteiro! É claro que não é aquela zona toda da

Engenharia, mas já tá dando algum lucro...

Segue o motivo.

O que é trabalhar com Engenharia:

1 - Você trabalha em horários estranhos (que nem as putas).

2 - Te pagam para fazer o cliente feliz (que nem as putas).

3 - Seu trabalho vai sempre além do expediente (que nem as putas).

4 - Você é mais produtivo à noite (que nem as putas).

5 - Você é recompensado por realizar as idéias mais absurdas do cliente (que nem as putas).

6 - Seus amigos se distanciam de você e você só anda com outros iguais a você (que nem as putas).

7 - Quando você vai ao encontro do cliente você precisa estar apresentável (que nem as putas),

mas quando você volta parece que saiu do inferno (que nem as putas).

8 - O cliente sempre quer pagar menos e quer que você faça maravilhas (que nem as putas)..

9 - Quando te perguntam em que você trabalha você tem dificuldade para explicar (que nem as putas ).

10 - Se as coisas dão errado é sempre culpa sua (que nem as putas).

11 - Todo dia você acorda e diz: NÃO VOU PASSAR O RESTO DOS MEUS DIAS FAZENDO ISSO (que nem as putas).

Quem mexeu no meu Queijo?

Bem, este trote não era muito comum mas mesmo assim, todos os anos sempre pegava um bixo desavisado. Em 1994 o desavisado fui eu...
Como as aulas haviam começado em março daquele ano, o primeiro feriado seria a páscoa, em abril. Hora da bixarada voltar pra casa, comer a comidinha da mamãe e trazer mais algumas guloseimas para compensar aquelas que foram “confiscadas” durante a Inspeção anti-drogas do alojamento.
Eu, como de praxe, não viajaria naquele feriado. Para falar bem a verdade, aquele seria meu primeiro feriado depois que entrei na faculdade e de cara, não voltaria para casa.
Sem nenhum amigo na cidade, tive que me juntar as poucas cabeças que ficariam lá durante o feriado. Para a minha felicidade, 99% dessas poucas cabeças eram veteranos, entre eles o ET que me apadrinhou nos primeiros meses lá.
Ilha Solteira nem de perto era um paraíso do entretenimento. Não haviam boates, o que hoje em dia se chamam “Clubs” – diga-se de passagem uma amiga minha me chamou de velho, quando falei para ela boate – nem haviam barzinhos legais, com gente legal, e outras coisas que fariam aqueles adolescentes no início da fase adulta se divertirem como em outras cidades de médio e grande porte ao redor do Brasil. A única salvação seria o Bar do D.A (já mencionado aqui nos posts anteriores) mas este ficaria fechado no feriado, já que não haveria estudantes suficientes para justificar a sua abertura. O que mais então poderia salvar o nosso final de semana prolongado do feriado? Apenas a famosa pizzaria Biruta salvaria a pátria daqueles estudantes universitários.
Em 1994, a pizzaria Biruta era um dos “points” (de dois points) daquela cidade. Não, a pizza nem de perto se compara com as pizzas de qualquer cantina da cidade de São Paulo, mas não sei o porque, o fato é que se aglomerava uma muvuca imensa na frente daquele lugar, transformando ele em um dos points (de dois points) da cidade. E naquele final de semana do feriado, este seria o destino de todos nós, estudantes ou não, para termos algum momento de “lazer”.
Me lembro que no sabado, o ET me convidou para um esquenta na república dele, antes de partirmos para o local acima descrito. Ao chegar na república do meu camarada, estavam o Omar, o Cozido e mais duas menininhas da cidade que não me recordo o nome. Tenho que confessar que como maioria das mocinhas daquela cidade, não abririam o olhos de ninguém, mas enfim... eu também ainda estava me situando no ambiente e não conhecia a regra do jogo (como fazer o “approach” nas mulheres locais). Depois de algumas caipirinhas e alguma conversa, partimos todos para o “point” disponível da cidade naquele feriado.
Antes de continuar, creio que alguns de vocês devem estar se perguntando: “O que leva alguém então a ir estudar em um lugar destes? Sem lazer, sem opções de trabalho, etc?”. Digo que também não sei, mas sei que já passou e dei muitas risadas naquele lugar.
Enfim, voltando ao assunto, chegamos em frente a pizzaria Biruta. Como diriam os surfistas: “o lugar estava crowdeado”. Gente que não cabia mais. Creio que da cidade inteira, quem não viajou naquele feriado estava lá na frente da pizzaria. Neste momento, fizemos a nossa roda e ficamos de papo observando o movimento no local. Como saco vazio não para em pé, e no nosso caso na época de estudante o que sustentava era a cerveja Schincariol, o ET se ofereceu para pagar a primeira rodada de cerveja. Ele sai da roda e o Omar e o Cozido o seguem para ajudar trazer a loira gelada. Antes de sair, ele me chama no canto e solta os seguinte comentário:
“Meu velho, aproveita que a mulherada da cidade adora um cara de cabeça raspada. Bixo aqui faz sucesso!”
Neste instante, ficamos só eu e as mocinhas amigas deles, sendo que logo em seguida uma das moças some e ficamos só eu e a outra pobre alma guardando o nosso espaço no meio da muvuca.
Sem mais demoras, a moça começa a puxar um papinho mais, digamos, interessante. Queria saber o que eu gostava de fazer, se tinha namorada na minha cidade, se já tinha conhecido muita gente por lá, etc, etc, etc... Como malandro é o pato, eu mais uma vez só tentei ser esperto e lembrando das recomendações do meu amigo ET, tentei usar um pouco das minhas habilidades de “Zé Mayer”, que naquela época era apenas um pequeno gafanhoto. Eu ainda tinha muito a aprender...
Conversa vai, Conversa vem, a mocinha começa a pegar na minha mão. Eu naquela inocência, típico de bixo que acha que está mandando bem, deixo ela lá agarrando a minha mão e continuamos com aquele papinho mole. Nem havia percebido que já fazia quase meia hora que o ET e os outros tinham saído pra buscar a cerveja e com certeza eles não tinham ido em Itu buscar a bendita Schincariol.
Alegria de pobre dura pouco, como já diria meu pai. Sem mais nem menos, sinto alguém tocar no meu ombro, e quando me viro para ver quem era, só escuto aos berros:

“O QUE VOCÊ ESTÁ FAZENDO, SEGURANDO A MÃO DA MINHA NAMORADA?”
Pausa. Em situações normais, com pessoas normais, já ficaria assustado. O problema é que o cara que tinha profanado as palavras acima aos berros, não era ninguém mais, ninguém menos que.... o Jamanta!
O Jamanta era meu veterano na Engenharia Mecânica. Creio que não preciso descrever o rapaz, já que seu apelido diz exatamente o porte físico da criança, mas para aqueles que gostam de detalhes, o Jamanta deveria ter mais de 1,90m de altura e uns 2 ou 3 de largura só de músculos. Em suma... o rapazinho era grande.
Quem me conhece hoje em dia, sabe que tenho alguma carne em cima dos esqueletos, principalmente na região abdominal depois de anos de cerveja. Não que eu seja um Schwarzeneger da vida, mas perto do que eu era na época, com 17 anos, tenho que confessar que a alcunha de “chassi de grilo” me caia bem.
Quando ele “sussurou” aquelas palavras, perguntando o que eu estava fazendo segurando a mão da namorada dele, mais que depressa tentei soltar a mão da menina. Não, não consegui soltar. A lazarenta ficou segurando minha mão como se eu fosse salvar ela de despencar de cima de um prédio. Nesse momento, toda a muvuca no local estava olhando a cena e alguns outros veteranos tentavam segurar o Jamanta. Entre eles o Pé Inchado e o Barrão, que também era tão grandes quanto o Jamanta.
Sem mais demora, o Barrão falou: “Bixo, corre! Tá dificil de segurar o homem! Corre!”. Nesse instante o ET vendo a cena grita: “Vai lá pra república, depois conversamos”. Caros amigos, creio que naquele momento, perdi a oportunidade de ter feito a vida como corredor de velocidade. Meu amigo Usain Bolt novamente ficaria com vergonha, mas se tivesse alguém cronometrando, eu lhes garanto que bati o recorde dos 100m na casa do 8 segundos e alguma coisa. Disparei e fui parar apenas na república do ET.
Chegando lá, fui direto para a cozinha tomar água, recompor meu estado e dei uma olhadinha rápida no espelho. Estava branco igual folha de papel. Pensam que a brincadeira parou aí? Não... dez minutos após, escuto baterem na porta e quando abro, quem está na minha frente? O Jamanta. O próprio.
O Jamanta já chega anunciando que iria me matar. Pensei em todos os momentos tristes e alegres da minha vida e olhe que só tinha 17 anos naquela época. Quando achei que ia apanhar igual cachorro sem dono, ele dá um tapa nas minhas costas e sorrindo, fala: “Relaxa bixão, é só mais um trote!”. Naquela hora, fiquei mole igual gelatina. Antes, todos os músculos que eu tinha no corpo estavam tão contraídos esperando o pior, que tive caimbras até onde não imaginei que o ser humano poderia ter.
Logo após o Jamanta anunciar que era trote, entram todos na casa: As duas mocinhas (inclusive a lazarenta que fez parte do trote), o Cozido, Omar, Barrão, o Pé Inchado e o ET. A noite acabou com um dos tradicionais churrascos regados a Schincariol e carne de terceira, enquanto a turma dava risada da minha cara e eu tentava me recuperar das caimbras pelo corpo...

O professor do "cara"

Que conste nos anais (sem trocadilhos, por favor) deste blog:

"Zé Mayer aprendeu todas as suas habilidades nos anos que cursou engenharia em Ilha Solteira. O problema é que ele, quando ia a cidade grande, ficava deslumbrado com seu aprendizado e a sua performance na arte da sedução, que logo, logo desistiu da faculdade."

Vejam tudo isso e mais algumas aqui:

http://www.zemayerfacts.com.br/josemayer/facts

21 de novembro de 2009

Falta de combustivel



"Ter seu veículo imobilizado na via por falta de combustível: Infração - média;
Penalidade - multa; Medida administrativa - remoção do veículo.” (Art. 180 do CTB).

20 de novembro de 2009

Teste para Homem

Este aqui era um dos testes que aplicávamos nos calouros pra tentar detectar se o cara seria bem sucedido ou não naquela escola...




1 - ESPORTES

a.. Futebol, automobilismo, esportes radicais = MACHO
b.. Boliche, voleibol = TENDÊNCIAS GAYS
c.. Aeróbica, spinning = GAY
d.. Patinação no Gelo, Ginástica Olímpica = BICHONA
e.. Os mesmos anteriores, usando short de lycra = BICHONA LOUCA

2 - COMIDAS

a.. Capivara, javali, comida muito apimentada = CONAN
b.. Churrasco, Massas, Frituras = MACHO
c.. Peixe e salada = FRESCO
d.. Sanduíches integrais = GAY
e.. Aves acompanhadas de vegetais cozidos no vapor = BICHA ASSUMIDA

3 - BEBIDAS

a.. Cachaça, cerveja, whisky = MACHO
b.. Vinho, vodka = HOMEM
c.. Caipifruta = GAY
d.. Suco de frutas normais e licores doces = MUITO GAY
e.. Suco de açaí, carambola, cupuaçu, com adoçante = PERDIDAMENTE GAY

4 - HIGIENE

a.. Toma banho rápido, usa sabão em barra = LEGIONÁRIO
b.. Toma banho rápido, usa xampu e esquece das orelhas ou do pescoço = MACHO
c.. Toma banho sem pressa e curte a água = HOMEM
d.. Demora mais de meia hora e usa sabonete líquido = TENDÊNCIAS GAYS PREOCUPANTES
e.. Toma banho com sais e espuma na banheira = VIADAÇO SEM CURA

5 - CERVEJA

a.. Gelada e em grandes quantidades = DESTROÇADOR
b.. Só cervejas extra, premium e importadas = HOMEM FINO DEMAIS
c.. Só uma às vezes para matar a sede = BICHICE SOB CONTROLE
d.. Com limão e guardanapo em volta do copo = BICHA
e.. Sem álcool = GAZELA SALTITANTE

6 - PRESENTES QUE GOSTA DE GANHAR

a.. Ferramentas = OGRO
b.. Garrafa de whisky = MACHO
c.. Eletrônicos, informática, roupas de homem = HOMEM MODERNO
d.. Flores = VIADO
e.. Velas aromáticas, perfumes,doces caramelados, bombons = DONZELA VIRGEM

7 - CREMES

a.. Só creme dental = GORILA
b.. Protetor solar só na praia e piscina = HOMEM MODERNO
c.. Usa cremes no verão = BICHA FRESCA
d.. Usa cremes o ano todo = BICHONA TOTAL
e.. Não vive sem hidratante = CONSTA NA FILA DE ESPERA DA OPERAÇÃO PRA TROCA DE SEXO

8 - ANIMAIS DE ESTIMAÇÃO

a.. Só dinossauros =BRUTO
b.. Tem um vira-lata que come restos da comida = HOMEM
C.. Tem cão de raça que só vive dentro de casa e come ração especial = BICHA
d.. O cão de raça dorme na sua própria cama = BICHONA TOTAL
e.. Prefere gatos = TOTALMENTE PASSIVA

9 - PLANTAS

a.. Nem pra comer = TROGLODITA
b.. Come algumas de vez em quando = RAMBO
c.. Tem umas no quintal, mas nem são regadas = HOMEM
d.. Tem plantinhas na varanda do apartamento = VIADO
e.. Rega, poda e conversa com as flores do jardim = BICHONA PERDIDA

10 - RELAÇÃO COM ESPELHO

a.. Não usa = VIKING
b.. Usa para fazer barba = MACHO
c.. Admira sua pele e observa seus músculos = GAY
d.. Idem c, e ainda analisa a bunda = LOUCA
e.. Admira-se com diferentes camisas e penteados = TRAVECO

11 - PENTEADO
a.. Não se penteia ou rapa tudo = SELVAGEM
b.. Só se penteia pra sair à noite = HOMEM
c.. Penteia-se várias vezes ao dia = FRESCO
d.. Pinta o cabelo = BICHONA TOTAL
e.. Dá conselhos de penteados = BELA ADORMECIDA

19 de novembro de 2009

Lavagem Cerebral

O fato que narro aqui não é engraçado, mas é no mínimo interessante. Se estiverem procurando alguma história para dar risadas, sugiro escolherem alguma outra. Esta aqui é mais um relato curioso do comportamento humano do que uma história que farão vocês rirem.
Uma das coisas que aprendi durante a faculdade é que o poder de persuasão que os veteranos tinham em cima dos bixos era basicamente exercido de forma psicológica. Levou tempo pra entender como o mecanismo funcionava, mas depois que você entende como as coisas acontecem, é interessante ver o psicológico das pessoas frente a algumas situações que viviamos no nosso dia a dia.
Bixo revoltado era o que mais se dava mal. Quanto mais rebelde, mais sofria. Quanto mais low-profile melhor para o próprio indívíduo. Lembro que meu amigo Macumba, foi um dos bixos que menos sofreu no trote. Ele era o bixo que os veteranos chamavam de “pau pra toda obra”. Mal ordenava ele fazer algo, ele já estava fazendo. Bixo assim não sofria! Não tinha graça! O legal era dar trote naqueles que se recusavam a fazer as coisas, que ficavam pensando muito antes de aceitar o trote. Esses ai sim, tinha graça. Calouros como o Macumba, faziam os veteranos perder o interesse cedo e o bixo que percebia isto e aprendia este “truque” rapidamente, passava praticamente ileso pelo período dos trotes.
Um dos trotes que deixavam para aplicar nos bixos do alojamento, já ao final da primeira semana de aula era a famosa “lavagem cerebral”. Esse trote daria um laboratório incrível para estudantes de psicanalise e psicologia. Era realmente algo surpreendente e vou narrar aqui para que vocês possam perceber o que se passa na cabeça do ser humano mediante uma situação adversa.
O trote acontecia no banheiro do alojamento. Imagine um banheiro com estes de shopping, com várias pias, privadas, só que incluindo vários chuveiros também. Cada uma das oito alas do alojamento possuia um banheiro como este. Separavam os bixos em grupos de 10 aproximadamente e sempre deixavam o bixo “especial” sendo o último da fila.
O bixo “especial”, geralmente era o conhecido bixo rebelde. Aquele que se rebelava contra os trotes, que dizia que lutava karate, taekwondo ou qualquer coisa do tipo. Só que esqueceram de dizer a ele, ou o cerébro dele não era tão eficiente ao ponto de perceber, que ele era apenas um enquanto os veteranos eram as dezenas, pra não dizer as centenas.
Havia uma equipe que organizava o trote e executava. Era muito bem bolado, tenho que dizer. Dois veteranos tomando conta da fila, do lado de fora do banheiro e uns três ou quatro dentro do banheiro, com baldes d’água, cornetas, ou o que fosse, para gerar o clima de pânico no ambiente. Quando a fila era formada, entrava o primeiro bixo e os demais ficavam de fora do banheiro sem ver o que acontecia, mas ouviam muito bem o que se passava e esta era a intenção.
Se a fila tivesse dez pessoas como já disse, o “especial” ficava por ultimo e o trote com os nove primeiros acontecia da seguinte forma: O bixo entrava e um veterano falava para ele em voz baixa: “Nós vamos te jogar água, dar descarga na privada e você grita desesperadamente como se estivessemos te matando aqui dentro!”. Dito e feito, os veteranos começavam a gritar falando que iam enfiar a cabeça dele na privada, o bixo também gritava, davam a descarga, um outro veterano jogava um balde d´água no bixo e logo em seguida, tiravam o cidadão sem deixar que ele tivesse contato com os outros que ainda estavam na fila e ouviam toda a gritaria do lado de fora.
O psicológico era tão interessante, que me lembro que depois de 3 ou 4 bixos terem passado por isto, o próximo da fila já entrava praticamente enfiando a sua cabeça dentro da privada sem nenhuma reluta, sem nenhuma palavra. Era como um animal que vai pro abate e sabe que não tem para onde fugir. Nesta hora, seguravam o cidadão e aí explicavam toda a dinâmica do trote pra ele. Afinal de contas, este privilégio, de enfiar a cabeça na privada por conta própria, era apenas para o “especial”.
Quando chegava a vez do especial, me lembro que até os outros bixos eram liberados para ver o fato. Juntavam-se todos em volta da privada, os nove primeiros calouros ficavam mais atrás dos veteranos presenciando o evento e deixavam o bixo rebelde enfiar a cabeça na privada, sem dó nem piedade. Nesta hora geralmente a privada estava “preparada” para receber o cidadão. Creio que não preciso explicar aqui o que significa “preparada”, certo?
A bem verdade é que, após o período do trote, a relação entre veteranos e bixos se tornava amena. No meu caso posso dizer que os mesmos veteranos que me deram trote, me ajudaram muito depois que este período passou. O segredo da coisa como disse, era entender que o trote era parte do ritual da faculdade e se rebelar contra isso, não era coisa muito inteligente de se fazer.

The Official Canadian Temperature Conversion Chart

The Official Canadian Temperature Conversion Chart

50* F (10* C)
Californians shiver uncontrollably.
Texans die of exposure.
Canadians plant gardens.

35* F (1.6* C)
Italian Cars won't start.
Canadians drive with the windows down.

32* F (0* C)
American water freezes.
Canadian water gets thicker.

0* F (-17.9* C)
New York City landlords finally turn on the heat.
Canadians have the last cookout of the season.

-60* F (-51* C)
Mt. St. Helens freezes.
Canadian Girl Guides sell cookies door-to-door.

-100* F (-73* C)
Santa Claus abandons the North Pole.
Canadians pull down their ear flaps.

-173* F (-114* C)
Ethyl alcohol Freezes.
Canadians get frustrated when they can't thaw the keg.

-460* F (-273* C)
Absolute zero; all atomic motion stops.
Canadians start saying "cold, eh?"

-500* F (-295* C)
Hell freezes over.
The Toronto Maple Leafs win the Stanley Cup

18 de novembro de 2009

Estudante Universitário na Loja de Conveniência

Rapaz, quando vi este vídeo por um instante pensei que era eu na época áurea! rsrs
Se não fosse o cabelinho comprido e a barbicha....

http://www.youtube.com/watch?v=ZZZqITKlfdQ

Prazer. Meu nome é "Engenheiro"

As vezes eu gostaria de saber se certas coisas aconteciam em outras escolas e em outros cursos. Ou se realmente os caras que estudaram comigo tinham um parafuso a menos...

Me lembro que naquele ano de 1999 em Ilha Solteira, as últimas notas sairam por volta do dia 9/10 de dezembro e a colação de grau e o baile estavam marcados para dia 18 e 19 do mesmo mês. Não era o costume. Geralmente as formaturas da nossa faculdade aconteciam em janeiro, com tempo do pessoal curtir as famílias no Natal e ano novo, antes de pegar o canudo e sair pro mercado de trabalho. Muitos da nossa turma, pra não dizer todos, já estavam com destino certo na indústria ou em outras universidades para cursar o mestrado.

O curso de engenharia mecânica naquele tempo era privilegiado. Tinha um centro computacional privativo para os alunos do curso e era monitorado por algum aluno que era bolsista. Esse centro computacional se chamava NAC-CEM.

Na época, MSN, Orkut, isso não existia. O que muitas vezes fazia a alegria da moçada era o chat provido pelo UOL, famoso até hoje. A moçada passava horas ocupando os computadores tentando conhecer menininhas via net nas suas cidades de origem para combinar os eventos nos feriados e férias. Lamentável, não?

No último dia de aula, para não ser diferente, todos os formandos após pegarem as notas e saberem que iriam se formar, foram felizes e contentes para o NAC-CEM paquerar as menininhas pela net. Só que agora sem usar aqueles “nicks” (apelidos) chinfrim como: “bonitão”, “gato”, “moreno selvagem”, ou coisas do tipo. A onda agora éra: “ENGENHEIRO bonitão”, “ENGENHEIRO gato” ou “ENGENHEIRO moreno selvagem”. A referência a ENGENHEIRO tinha que aparecer! Afinal de contas, mesmo sem o canudo na mão, já eram engenheiros! Os anos de sofrimento tinham chegado ao fim. Agora era a hora da fama e do estrelato!

Entre os presentes no centro computacional aquele dia, estava meu grande amigo PG. O PG era um carinha sui generis. Playboy, sempre bem vestido, uma exceção ao “dress-code” da faculdade. Enquanto todos andavam de chinelão, bermuda e camisa regata, o PG estava de calça jeans, sapatinho “Samelo docksides” e camisetinha da Lacoste (aquela com jacarézinho no peito). O nosso amigo Jason chamava-o de Doug Funny, o do desenho animado, devido a sua semelhança física.





Por muito tempo a galera pensou que ele era mais um daqueles homosexuais enrustidos, o que hoje em dia se chama de “metrosexual”. Mas depois, o rapaz provou o seu valor de ser mais um dos heróicos estudantes daquela escola.

O PG iria fazer entrevista em Manaus, se não me engano na Honda, e como bom estudante daquela escola, não perdia tempo. Não era como os caras da UNIBAN que se assustam com mulher. A galera da minha escola sempre honrou as origens! Faca na caveira! O PG não era diferente. Entrou em uma sala de chat de Manaus e começou a prospectar o ambiente com aquele famoso nick: ENGENHEIRO. O problema é que para o azar dele, eu monitorei o nick que ele estava usando e a sala exata de bate-papo que ele se encontrava. Chamei dois outros amigos no canto, o Pauta e o Motorista, e bolamos o plano maquiavélico que irei contar agora...

Pegamos eu e o Motorista um computador, enquanto o Pauta sentou-se na frente de outro micro. Me recordo que todos nós procuramos a sala de chat que o PG se encontrava e entramos com os seguintes apelidos: “Morena Procura” (eu e o Motorista) e “Loira Gaúcha em Manaus” (o Pauta). Meus amigos, foi mais fácil que tirar doce de criança....

Assim que entramos, ouvimos o PG falando lá do outro lado da sala: “Ai rapazeada (com aquele sotaque paranaense do interior que ele tinha), tou aqui no chat e acabou de entrar duas mulheres. Uma tal de “morena procura” e parece que a outra é “gaúcha” e tá lá em Manaus perdida.” Amigos, nós três tivemos que esconder a cabeça embaixo das mesas pra dar risada. Não podiamos levantar a suspeita com o nosso amigo.

Sem mais demoras, o PG começa a puxar papo com a Morena e com a Gaúcha, se apresentando como engenheiro, que fazia e acontecia, que iria morar em Manaus e queria fazer "amizades" com o povo local. Sem mais demoras começamos a dar corda e era só questão de tempo pra criança se enforcar. Me lembro que na sala do centro computacional, existiam uns 20 computadores, todos ocupados e em fração de minutos, todos na sala sabiam o que estava se passando, menos óbvio, o PG.

O papo foi rolando quente, demos realmente corda pro rapaz. Me lembro de ter ouvido ele: "Aê rapaziada (com o sotaque paranaense) tou me dando bem, a mulherada em Manaus é pra "frentex" total". Incentivamos o rapaz, dizendo que era isso aí. Já que ia morar em Manaus, tinha que ir esquematizado conhendo as mocinhas locais, coisa e tal. Me lembro que quanto mais bola dávamos para ele, mais ele sorria. O sorriso dele estampado no rosto, era como o de uma criança de três anos que tinha acabado de ganhar um carrinho de brinquedo novo.

O golpe fatal. Após uma meia hora de conversa, e com ele se achando a última bolacha no pacote, demos a última cartada. A "morena procura" manda a seguinte pergunta: "Então, já que você está vindo pra cá, que tal me dar seu telefone celular? Te ligo e aí marcamos alguma coisa!". Meus amigos, o clima no núcleo computacional estava como final de copa do mundo em refeitório de empresa, com apenas uma televisão 14 polegadas disponível. Me recordo que atrás de mim e do Motorista, olhando para a tela do computador, haviam pelo menos umas dez pessoas só esperando o tiro de misericórdia em cima do coitado. Após a pergunta da "Morena procura", meu amigo PG manda pelo chat: "Então... estou sem celular, vou deixar pra comprar um aí. Você não gostaria de me dar o seu celular e aí eu, quando chegar aí, te ligo?".

Era tudo o que a gente queria... Sem mais enrolar, digitamos o seguinte na tela do computador:
" Dá uma olhadinha atrás de você e pega o número de telefone."
Me lembro que o PG levou alguns segundos até cair a ficha dele. Ele não queria olhar, mas nesta hora o Banha, que era o monitor do centro computacional naquele dia e estava a par da ocorrência, chegou nele deu três tapinhas nas costas do rapaz e disse alto, claro e em bom tom para todos ouvirem: "Ai PG, dá uma olhadinha pra trás que a Morena Procura quer te passar o telefone dela em pessoa".

Nesta hora meus olhos já estavam cheio de lágrimas de tanto dar risada. O duro é que todos que estavam lá estavam rolando de rir! Quando ele olhou pra trás, a cara de fezes dele era a melhor. Por um instante pensei que ele ia chorar, mas apenas soltou o seguinte comentário com aquele tom de velório: "Vocês são foda! Não se faz isso com amigo".

Moral da história: Nunca entre em sala de bate-papo na internet para chavecar mocinhas com os amigos do lado.

17 de novembro de 2009

O livro de máquinas hidráulicas

Esta história foi "o clássico" da minha turma. Infelizmente, a vítima desta vez... fui eu mesmo. Como disse, não se ganha todas nessa vida!
Uma das matérias mais complexas que cursei na faculdade, pelo menos na minha opinião, foi máquinas hidráulicas e de fluxo, mais conhecida apenas por "máquinas de fluxo". Basicamente era a parte de projeto e dimensionamento de máquinas hidráulicas e termicas, como bombas, turbinas, etc. Pra melhorar ainda mais a coisa, o professor que nos lecionou essa matéria era o famoso JBA.
O JBA tenho que admitir, foi um dos caras mais inteligentes que conheci na minha vida. O Q.I do cara era impressionante. A capacidade de raciocínio dele era fora da média e quando ele estava com o bolo pronto, 99% da turma ainda estava pondo a farinha na tigela. Porém, como Deus não dá duas qualidades tão excepcionais a mesma pessoa de uma vez só, o sujeito tinha uma capacidade de se relacionar com as pessoas que era lamentável. Quem não conhecesse ele e o currículum académico invejável que ele tinha, pensaria que ele era um peão de fazenda de tão educado que era.
Hoje com dez anos de experiência na indústria e tendo trabalhado em duas grandes multinacionais, vejo que se colocassemos um sujeito deste pra trabalhar em uma empresa deste porte, teriamos que colocá-lo em uma salinha pequena, atrás do computador, isolado do resto do mundo e com o seguinte letreiro na porta:

"Não perturbe, alimente de 4 em 4 horas, deixe a comida na porta, toque a campainha e saia correndo."
Exageros a parte ainda bem que ele se fez como professor universitário. Outro defeito na minha opinião era sua didática, ainda mais com uma matéria "fácil" como aquela. Decepcionante.
Eu tenho que confessar também e quem estudou comigo sabe: Nunca fui um aluno brilhante. Sempre fiquei ali na turma do "5 passa". Copiar matéria definitivamente, não era comigo. Ainda mais quando eu chegava na aula dele e via o sujieto praticamente transcrevendo para a lousa, o conteúdo inteiro de um livro que de tão velho pensei que tinha sido escrito pelo próprio Bernoulli (quem não conhece este cidadão, procure no Google: "equação de Bernoulli).
Como malandro é o pato, eu só tentei ser esperto. Um belo dia, cansado de ver ele copiando o livro na lousa, esperei ele encerrar a aula, me aproximei dele e pedi: "Professor, olhei na Biblioteca e infelizmente no nosso acervo, não temos este livro. Como vejo que ele é o livro texto que o senhor adota, gostaria de pedir emprestado para fazer uma cópia. Faço isto hoje e entrego para o senhor amanhã".
Apesar dos seus resmungos, ele emprestou o livro e fez apenas uma ressalva: "Tudo bem, mas cuidado com este livro pois a ultima edição dele foi publicada em 1979!".
Bem, até aí tranquilo. Sai da aula, fui direto na copiadora que tinha na cidade, ao lado do campus da faculdade e deixei o material para ser feito a cópia. Minhas instruções para a funcionária da loja de cópias, foram claras como água cristalina: "Por favor, gostaria que vocês fizessem uma cópia deste livro e encadernassem". A mocinha fez o orçamento, me passou o preço e disse que poderia voltar no dia seguinte para pegar o material. O detalhe, é que no dia seguinte seria a sexta-feira, primeiro dia de Festival InterUnesp de MPB. Bem, quem já leu meus posts anteriores, sabe então que na sexta do festival, a faculdade praticamente parava. Os churrascos em repúblicas e as festas da galera da faculdade, faziam com que praticamente os professores não dessem aula. Afinal de contas, neste dia o indice de ausência nas classes de todos os cursos batia recordes! Como a próxima aula do JBA seria terça-feira a tarde, depois que a ressaca já teria passado, resolvi deixar para pegar o material na segunda-feira antes de ir para a aula da tarde.
Segunda-feira. Depois de vários engovs para curar a ressaca de Schincariol e Pitu do final de semana, acordei as 10 horas da manhã em ponto. Teoricamente a esta hora deveria estar na faculdade tendo aula, porém minha cabeça parecia que tinha concreto dentro e meu estômago estava pior que "saco de gato". Em suma, estava em uma situação deplorável como ser humano. Sai da cama, fui até o banheiro, tomei aquele banho de uma hora, tentando lembrar pelo menos de 10% das cagadas que eu havia feito no final de semana. Feito o check de consciência e nada muito grave tendo aparecido, sai do banho e esperei dar a hora do bandejão abrir, para comer aquele grude que serviam, antes de ir pra aula de Mecânica dos Solidos às duas da tarde.
Chegou a hora de ir pra aula e os poucos neurônios que restavam trabalhando no meu cérebro, me lembraram que eu tinha que ir até a copiadora buscar o material que tinha deixado na quinta-feira passada para copiar. Já estava em cima da hora. Teria que ser rápido para não chegar tarde na aula de Mec Sólidos. Cheguei na copiadora faltando dez minutos para a aula começar e pedi para a moça que havia me atendido na sexta: "Olá boa tarde. Não sei se você se recorda de mim, mas deixei um livro aqui na qunta passada para copiar e encadernar. Vim buscá-los". A mocinha se recordou de mim e pediu para que eu aguardasse um minuto que ela iria buscar a ecomenda. Após alguns instantes ela retorna com a cópia do livro encadernada, exatamente como eu havia pedido. Porém ela havia se esquecido de me trazer o livro original, o do professor. Mais uma vez ela pediu um instante, e quando retornou, tive a impressão que meus dias na face da terra tinham chegado ao fim...
A visão que eu tive foi algo indescritivel. O meu pior pesadelo se tornou realidade. Ela retornou com um livro de aproximadamente 300 páginas que originalmente era encadernado em brochura, encadernado em espiral. Meus caros, meu coração deve ter passado para algo em torno de 1000 batimentos por minuto e minhas pernas tremiam tanto, que tive que me escorar no balcão para não cair no chão. Fiquei mais branco que folha de papel e minha voz por um instante sumiu.
Quem me conhece sabe que não sou de forma alguma um pessoa rude e sem educação. Mas confesso que na hora que recuperei as forças e o equilíbrio nas pernas, xinguei a mocinha de todos os nomes que me vieram na cabeça, exceto "bonita". Dei um esculacho digno de marido machão que pega a mulher no pulo. Se ela fosse homem, acho que teria feito besteira. Ela coitada, tentando se defender solta o seguinte comentário: "Mas moço, as páginas do original estavam se soltando, pensei que estaria fazendo um favor encadernando o livro!".
Sem meias palavras, soltei o verbo de uma maneira que hoje em dia, me arrependo as vezes:
"Minha senhora, quem disse que você está aqui para pensar! Você esta aqui para executar! Se tivesse capacidade de pensar não estaria trabalhando em uma XEROX!". Confesso, fui muito rude mesmo, mas quem conhecia o professor, sabia que eu estava literalmente fu....
O dono do estabelecimento vendo o barraco e tentado amenizar a situação, disse que eu poderia ficar tranquilo, que eu não pagaria pelo serviço e se em ultimo caso eu precisasse pagar o livro, os custos seriam por conta dele.
A iniciativa foi boa confesso, mas o problema é que o livro já não era publicado, havia na época, quase vinte anos! Se eu soubesse que aquele maldito livro existia em algum lugar do planeta, eu mesmo teria ido comprar para entregar um outro novo ao professor.
Tentei recuperar as forças e segui para a aula de Mec Solidos. Cheguei uns 15 minutos atrasados e todos os locais na frente da sala já estavam ocupados. Não restando outra opção, me dirigi ao fundo da sala e me sentei. Ao meu lado esquerdo estava meu amigo Aloprado e do meu lado direito meu amigo Beiçudinho. Ambos cunhados, diga-se de passagem.
Quando sentei, o Aloprado olhou pra mim e comentou: "Cara, você está branco, palido! Aconteceu alguma coisa?". O Beiçudinho ouviu o comentário e também me olhou para saber se estava tudo bem. Eu confesso que não tinha nem palavras para responder. Só balancei  a cabeça indicando que não e ambos perguntaram com aquela sincronia: "O que aconteceu?". Não respondi nada, só coloquei o livro encadernando em espiral em cima da mesa.
Lembro que o Aloprado soltou o seguinte comentário (com essas palavras): "Cara, só não me diz que esse é o livro do JBA!?". Ainda continuava atônito e não respondi uma palavra. Novamente balancei a cabeça, só que agora indicando um sim. Instantanêamente o Aloprado começou a rir e o Beiçudinho manda aquela: "Puta que pariu, tá fudido!". O riso escancarado dos dois por um instante me fizeram quase chorar. Me lembro que na fileira de carteiras a frente o primeiro a seguir era o Simon. Discreto como ele sempre foi, já virou pra trás com as gargalhadas dos caras e perguntou o que tinha acontecido. O Beiçudinho, com lágrimas nos olhos respondeu: "O cara encadernou o livro do JBA em espiral!".
O que aconteceu a seguir transformou meus medos em pânico total. As gargalhadas se propagaram pela sala em efeito dominó, fila após fila, até que chegou lá na frente e incomodaram o professor que estava dando aula. Com um tom autoritário ele interrompeu a aula, virou pra trás e perguntou: "Alguém poderia me explicar o motivo das gargalhadas?".
Não me lembro qual dos CDFs da minha turma foi, mas lembro que foi algum deles que comunicou a notícia do ocorrido ao professor. Como a faculdade era pequena e todo mundo conhecia todo mundo, os professores também, esses conheciam os alunos quase como filhos, ele simplesmete parou a aula, olhou pra mim no fundo da sala e soltou: "Velho, pelo amor de Deus, diz que é brincadeira isso?".
Bem, se antes dos comentários do professor eu já estava em pânico, imaginem agora após toda essa situação. Eu simplesmente estava mais perdido que "filho de puta em dia dos pais". Não sabia o que fazer! Sem nenhuma capacidade de tentar arquitetar um plano bem elaborado pra entregar o livro, me levantei, aproveitei a oportunidade que a aula ainda estava na metade e sai para entregar o livro ao JBA no departamento de engenharia mecânica. Inacreditavelmente, todos, mas TODOS inclusive o professor, sairam da sala e me seguiram até o departamento.
Quando cheguei lá, adivinhem vocês quem foi a primeira pessoa que cruzei? Ele mesmo... o dono do livro. A multidão que vinha atrás de mim fez ele achar que eu era algum lider revolucionário conduzindo o bando pra alguma manifestação de vandalismo. Sem mais demorar, querendo me livrar logo desta dor de cabeça, falei: "Professor, aconteceu algo terrível!". Ele me olhou fixo nos olhos e disse já totalmente transtornado: "Não vem me dizer que você perdeu meu livro!?". As gargalhadas começaram de novo, mas tentei me concentrar e soltei: "Não professor, algo pior...". "O que pode ser pior que perder o meu livro?" ele perguntou.
Expliquei pra ele todo o ocorrido e entreguei o livro de volta para ele, encadernando na maldita espiral. Ele olhou o livro, abriu, folheou pagina por página e soltou: "É... até que ficou bom". Nesta hora, até o outro professor que nos acompanhou para presenciar a cena, já estava chorando de dar risada.
Bem ou mal, o pesadelo tinha acabado. No dia seguinte as oito da manhã teriamos aula com ele. Me recordo que cheguei uns quinze minutos antes da aula, sentei no meu lugar e junto com os colegas ficamos conversando esperando o cidadão chegar para ministrar a aula. Quando ele chega com o livro embaixo do braço com aquelas espirais a amostra... o que posso dizer é que as gargalhadas começaram novamente e por fim, não tivemos aula... ou melhor, ficamos lá apenas de corpo presente.

Hippies Uruguaios

O ano se bem me lembro era 1997. Eu, o Nabo e o Salsicha fazemos aniversário em outubro, logo no começo do mês, então decidimos fazer um churrasco com os amigos comuns para celebrar o evento. O local seria a famosa república Tabajara, que tinha como membros o próprio Salsicha, o Ramiro, Camundongo, Macumba, Rola e o Broba. Sem contar os inúmeros co-habitantes, eu me incluo nessa, aqueles que passavam o dia lá as vezes até dormiam, mas não participavam das contas da casa.


O evento seria algo grande. A república dos caras era uma das maiores daquela época e tinha uma área bem grande. O Nabo era de Três Lagoas, cidade do Mato Grosso do Sul vizinha a Ilha Solteira e iria convidar alguns amigos de lá para virem a nossa festa de aniversário. Seria no sábado dia 04 de outubro.

A festa estava rolando, a tradicional Schincariol com carne de terceira estava descendo que era uma beleza, até que certa hora da tarde chegaram duas amigas do Nabo, com três Hippies acompanhando elas. Eu conhecia uma das meninas, e coincidentemente, na hora que elas chegaram, eu estava na frente da república batendo papo com dois camaradas. Reconheci a moça e deixei-a entrar junto com seus amigos, já que eram todos amigos do Nabo.

Ao entrarem na casa, foram se dirigindo até o quintal onde a festa estava acontecendo de verdade e como entre engenheiros não existe cerimônia, os amigos do Nabo já entraram no clima. Foram pegando a cerveja, a carne e logo, logo já estavam inturmados com todos nós. O interessante foi que os amigos hippies do Nabo, começaram a puxar papo com a galera e percebemos que eles possuiam um sotaque um tanto quanto “portenho” na fala. Algum iluminado perguntou por curiosidade para eles de onde eram, e falaram que eram Uruguaios. Menos mal, podiam ser Argentinos...



Me lembro que a Gabi, namorada do nosso amigo Bambi (sim o apelido dele era Bambi) sempre curtiu estes badulaques que hippie usava e quando viu os caras usando pulseiras, cordões e aneis feitos de artesenato, foi puxar papo com eles. Não deu cinco minutos, os caras esticaram umas esteiras no chão, puxaram as ferramentas, arames, conchinhas e pedrinhas e começaram a confeccionar aneis, pulseiras e cordões para as poucas moças que estavam na festa. O clima estava legal, a galera bebendo a vontade, comendo carne de terceira sem miséria, os hippies estavam deixando as meninas contentes com o artesenato, até que eu cheguei no grande Nabo, que nesta hora estava de papo com o Maguilão e perguntei: “Pô Nabo, esses teus amigos são gente fina pra caramba! Onde você conheceu eles?”. A resposta dele foi a melhor: “Amigos? Nem conheço estes caras!?” (dei risada sozinho agora lembrando deste fato).

Quando ele falou isso, a pouca meia duzia de três ou quatro que estavam ao nosso redor, começou a ficar preocupada. “Como assim Nabo, não conhece os caras?”. Chamamos a mocinha amiga do Nabo de lado e perguntamos pra ela, de onde ela conhecia os “hermanos” e se eram amigos de longa data. A resposta dela, ei de confessar... deixou a do Nabo no chinelo: “Então, conheci os caras dentro do ônibus que vinha pra Ilha Solteira, eles me perguntaram para onde nós estavamos indo e dissemos que vinhamos para a festa de aniversário de um amigo. Ai eles simplesmente seguiram a gente e vieram juntos pra festa!”.

Amigos, 12 anos depois do ocorrido eu dou muita risada, mas confesso que na hora instaurou-se um certo clima de pânico no ar. Hippies, Uruguaios, que ninguém conhecia. Excelente... principalmente para os donos da casa!

Ficamos monitorando o movimento dos caras e nada de mais aconteceu. Ficaram na festa, foram conosco pegar a balada no bar do D.A a noite... até aí tudo ia bem. Quando saímos do bar do D.A um dos hippies chegou para o Salsicha e solta: “Hermano, podemos posar em tu casa esta notche?” o Salsicha, depois de beber o dia inteiro e a noite também, já havia perdido a noção das coisas há tempos e fez a camaradagem com os caras para o desespero dos outros integrantes da república. Os caras dormiram lá de sabado para domingo, de domingo para segunda, de segunda para terça, etc, etc, etc...

Saíam de manhã para fazer os artesenatos deles e ganhar uns trocados, mas a noite voltavam pra república dos caras para dormir. Não gastavam água nem luz dos caras, pois não tomavam banho, nem tinham equipamentos eletrônicos para usar, mas de qualquer forma o povo não podia deixar a casa vazia em nenhum momento do dia, pois afinal de contas, sempre existiu o medo do assalto e nessa, sobrou para os co-habitantes, eu me incluo no grupo, monitorar a segurança da república. Faziamos rodizio na casa, para nunca deixar ela vazia, o que muitas vezes sacrificou os horários de aula de alguns. Combinamos um esquema de rodizio de duas horas, todo dia, até que um belo dia, eles se despediram e foram embora. Em suma: os caras moraram na república Tabajara por cerca de um mês seguido. Acreditem se quiser!

Passado o trauma inicial deste episódio e os caras quase terem expulso o Salsicha da república pela sua “camaradagem” com os Hippies, a vida voltou ao normal. Continuamos frequentando as aulas até que chegou o feriado do 15 de novembro. Eu como morava longe, raramente ia para Brasilia rever minha familia e este seria mais um feriado que eu ficaria por lá. Como os caras precisavam de alguém para olhar a casa, me deram a chave e fizemos um bem bolado. Eu vigiaria a casa para eles e em contrapartida, usaria o computador da república para agilizar os meus relatórios que estavam atrasados. Não senhoras e senhores, não existia internet naquela época acessível como hoje.

O feriado se não me engano caiu em uma quinta-feira, e no sábado a tarde, estava eu dentro de casa com as janelas fechadas, pois estava um pouco frio aquele dia, quando toca a campainha. Ao abrir a porta para ver quem era, não sei se vocês conseguem imaginar quem estava do lado de fora? Yes ladies and gentlemen, eram os hippies em pessoa. “Buenas tardes hermano, como passa?” disseram eles, já abrindo o portão para entrar.

Meu reflexo foi rápido. Fechei a porta atrás de mim, tranquei com a chave deixando tudo para trás ligado (computador, televisão, etc) e fui saindo da casa. Eles perguntaram onde estavam os caras e eu disse que como era feriado, todos tinham ido embora para suas cidades de origem e não voltariam até segunda de manhã. Eles ficaram tristes, pediraram para eu transmitir os “cumprimentos portenhos” aos amigos da república e foram embora. Imaginem vocês o que iria acontecer comigo se aqueles hippies tivessem entrado dentro daquela casa e os caras chegassem segunda-feira e os encontrado lá? Bem, dá pra imaginar certo?

Moral da história: Nunca convidem Hippies para passar uma noite na sua casa. A noite poderá durar semanas!

16 de novembro de 2009

Agradecimento

Queria agradecer a todos que hoje me enviaram mensagens parabenizando pela iniciativa e pela qualidade do texto. Agradeço mesmo. Não sou profissional da comunicação, nem tenho pretensão, mas tenho tentado redigir o texto de uma maneira que a leitura não fique muito massante.
As histórias que tenho pra contar são quase infinitas, mas tenho que selecionar bem, pra não publicar nenhum texto vulgar ou que exponha a vida íntima de outras pessoas sem autorização. Tento aqui colocar histórias engraçadas porém amenas, das coisas que vivemos na faculdade. Vou tentar na medida do possível tentar publicar pelo menos uma por dia. Amanhã irei colocar uma que na minha opinião, foi uma das TOP 5 que já presenciei nesta vida. A dos Hippies Uruguaios.
Abraço a todos e continuem vindo me visitar aqui!

Buterfly, o novo Fokker 100

As vezes acho que quem anda acompanhando meu blog deve pensar: Ou esse cara é mentiroso, ou tem uma criatividade fora do normal. Nenhum dos dois. Realmente o que relato aqui, aconteceu verdadeiramente e temos várias testemunhas de cada história destas.
Esta história também, é um pouco absurda pra quem lê, mas tenho que confessar que até nós, que estudamos lá e estavamos acostumados com coisas não tão habituais no quotidiano de pessoas comuns, ficamos espantados com esse episódio.
Primeiro como sempre faço dou a introdução da história. Creio que muitos de vocês devem se lembrar do acidente aéreo com o Fokker 100 da TAM em 1996, mas precisamente no dia 31 de Outubro daquele ano. Este acidente sem sombra de dúvida, foi uma das maiores tragédias da aviação brasileira.



Vocês devem estar pensando: "o que o acidente acima tem a ver com a história?" Calma, guardem bem as datas.
Me recordo que em 1997 na turma dos calouros daquele ano, entrou um dos bixos mais malucos que tive a oportunidade de ver naquela faculdade. O cara era tão retardado, que as vezes misturava nos veteranos um sentimento de ódio e pena do sujeito ao mesmo tempo. Ele chegou ao alojamento da faculdade, procurando uma vaga na moradia, de cabelo comprido (como o de mulher, grande mesmo!), colete de couro, óculos escuro ao estilo John Lenon e ainda quando os veteranos foram cortar o cabelo dele, ele tentou tirar a tesoura da mão de um veterano e quis fazer uma gracinha com o cara. Isso na minha época era suicídio, pedir pra morrer na mão dos veteranos. Nesta época, eu já estava no quarto ano de faculdade, e tenho que confessar que a empolgação dos veteranos para os trotes, vai diminuindo a cada ano que passa como uma curva exponencial negativa. Naquela época eu já não tinha mas a mesma motivação que tinha em 1995, quando era meu segundo ano. Mas mesmo assim, ao ver aquela cena, tive que tomar a frente, como um bom veterano do quarto ano orientando os segundanistas e tosamos a cabeça do infeliz. Acreditem.... está foi só a primeira de uma série quase infinita de cagadas que este sujeito fez durante o tempo que ficou naquela escola. Creio que ele abandonou no fim de 1998, se não me engano.
Devido ao seu jeito rebelde e os trajes que estava usando no dia em que chegou a moradia, não demorou muito pra algum veterano brilhante arrumar um apelido pro indivíduo. Butterfly (borboleta).
A história de verdade começa agora. As sextas e sábados, o bar do D.A (diretório acadêmico) era o destino certo da moçada da cidade, estudantes ou não. Tenho que confessar que o público masculino que era da cidade e não era estudante, não frequentava muito o local, mas as mocinhas sim. Davam um certo ar de equilíbrio numérico no ambiente, já que em uma escola de engenharia mulher é coisa rara. Bonita então, nem se fala. O bar do D.A ficava no centro da cidade, exatamente em cima do Forum Municipal. Possuia uma grande varanda que contornava o perimetro inteiro do prédio. Era uma coincidência, mas a arquitetura do local representava na prática a organização socio-politica do Brasil: Os baderneiros (estudantes) acima da justiça (Forum Municipal). Em um sabado destes da vida, algumas semanas após o episódio descrito acima, me recordo ter chegado tarde no bar do D.A. Ele costumava abrir por volta da meia noite e devo ter chegado mais de uma e meia da manhã.
Ao subir a escada lateral que dava acesso direto ao interior do bar, na pista de dança, topo de frente com meu amigo 608 que de bate pronto manda: "Pô velho, acho que seu amigo vai pular da sacada da varanda do D.A!?". Eu nem dei muita atenção as palavras do meu amigo, mas foi só dar um passo pra frente, que percebi que todos, mas TODOS, que estavam na pista de dança sairam correndo pra varanda ver o que tinha acontecido. Obviamente eu dei meia volta e me juntei a multidão que se aglomerava no alpêndre da varanda para ver o que havia acontecido. Ao olhar para baixo vejo ninguém mais, ninguém menos que o nosso colega Butterfly, estirado no chão como aqueles corpos que vemos em filmes policiais. A varanda do bar do D.A tinha algo entre 5 e 6 metros de altura do nível do solo. Dá pra ter uma idéia do estrago que fez no sujeito.
Naquela época, o Cotonete era o presidente do D.A. Sem muitas demoras, ele como responsável por tudo que acontecia no local, desceu mais que correndo e com ajuda de outros colegas levou o sujeito até o hospital da cidade. Não preciso dizer à vocês que o grande Butterfly, que logo após o episódio foi instantanêamente re-apelidado de FOKKER 100 (em associação a tragédia que já mencionei acima), estava completamente bêbado, senão drogado. Ao chegar lá no hospital, a enfermeira de plantão ouviu toda a história e fez alguns testes no rapaz (?). Disse que não havia nada demais com ele e deu apenas um remédio como um dorflex da vida, para aliviar a dor e mandou o rapaz embora dormir. Disse que no dia seguinte ele estaria bom.
Antes de continuar, só mais um parênteses: Na minha época de estudante universitário, era preferível ser um criminoso do que um estudante de engenharia. Não eramos muito benquistos pelo moradores da cidade. O motivo, depois de ler minhas histórias, vocês tem como imaginar.
Voltando: Os universitários que acompanharam o sujeito até o hospital ficaram meio indignados com a atitude da enfermeira. No final das contas, tiveram que sair de rabo entre as pernas e ainda ouvindo aqueles famosos comentários do tipo: "Quem sabe das coisas aqui sou eu!". Lembro que levaram o FOKKER 100 para o alojamento, deixaram ele dormir com alguém supervisionando ele e no dia seguinte, quando o efeito do alcóol passou, o sujeito não se aguentava de dores. Levaram-no de novo ao hospital e pelo menos desta vez alguém deu um diagnóstico mais plausível: Fraturas nos dois braços e uma costela quebrada.
Perto da tragédia em Congonhas menos de um ano antes, até que este FOKKER 100 teve um destino menos trágico....

3F - Futebol, Favela, Flamengo

Já é tarde aqui mas estou sem sono. Trabalhar amanhã será difícil... Mas enfim, vou aproveitar e levantar uma polêmica aqui. Afinal de contas, é interessante ver como funciona o futebol. Mesmo eu sendo Vascaino, tenho que admitir que desde o começo dos anos 90, o campeonato carioca nem de perto é o que já foi um dia. Me lembro dos grandes clubes do Rio e o que eles representavam para o futebol nacional até os anos 80. O Flamengo de Zico, Leandro, Junior. O Vasco da Gama de Roberto Dinamite, Bebeto, Romário, Acássio e por aí vai. Fluminense e Botafogo também tiveram elencos de encher os olhos das suas torcidas. Hoje em 2009 é lamentável ver que o campeonato do Rio de Janeiro da primeira divisão já não tem um nivel técnico digno da sua história e que os grandes times quando chegam ao Campeonato Brasileiro só dão vexame. O Flamengo realmente parece ser o único que não foi afetado pelo ataque da mosca tse-tse que trouxe a doença do sono para o futebol do Rio. Mas mesmo assim, sejamos honestos: O elenco que o Flamengo tinha ao fim do campeonato estadual de 2009, não alimentaria as esperanças em relação a performance no Campeonato Brasileiro, nem dos mais otimistas e fervorosos Flamenguistas. Por incrível que pareça, a atual vice liderança do Flamengo no Campeonato Brasileiro se deve a duas coisas:
  1. A incompetência inexplicável do Palmeiras nos últimos jogos e
  2. A volta de Adriano Imperador para jogar pelo clube o Campeonato Brasileiro.'
É incrivel admitir isso, mas o rendimento apresentado por Adriano depois que voltou ao Brasil, é nitidamente refletido na performance do Flamengo no campeonato. Mais incrível ainda, é tentar entender como um brasileiro, negro, nascido e criado em favela, que teve a oportunidade que muitos brasileiros sonham mas nunca tiveram ou terão (não só futebolistas, mas engenheiros, advogados, etc) de morar fora do Brasil, com bom emprego e bom salário, não conseguiu se adaptar e ser feliz na Itália, em Milão. Eu já tive a oportunidade de ir a Milão e digo a minha opinião pessoal: Particularmente prefiro Milão à qualquer favela do Rio. A diferença é que meu humilde salário de engenheiro de multinacional, não é suficiente para transformar favela em nenhum paraíso. Enquanto nosso amigo Adriano Imperador... ele, vejam bem... já não sofre deste mal.



Não estou querendo ser preconceituoso, racista ou nada do genêro. Tenho grandes amigos que são negros, pobres e que também passaram por dificuldades na vida. O que estou querendo mostrar aqui, tentando usar um pouco de metodologia de pesquisa de fatos e dados, é que as vezes o famoso ditado popular se aplica: "Dinheiro não traz felicidade. Manda trazer".

15 de novembro de 2009

Caipirinha Vermelha

É interessante a praticidade de um blog quando queremos publicar idéias. Tenho um blackberry e isto facilita ainda mais, porque muitas vezes quando temos uma idéia, ou vem alguma história na cabeça, muitas vezes o computador não está a mão.
Esta outra história é bem engraçada também. Primeiro, como costumo fazer, vou apresentar o contexto da situação e dos personagens para que vocês se envolvam mais com a história.
Na minha turma de engenharia mecânica, havia um amigo que há muito tempo perdi contato com ele, mas este sujeito foi o personagem da história que irei contar. Mandela. Este era o "nome" da fera. Dizer que ele era negro acho que não preciso, ou melhor Afro-Brasileiro (virou moda isso agora). Mandela era um cara pacato, na dele. Aquele tipo de sujeito que quem o visse no dia-a-dia, falaria que não seria capaz de matar uma mosca. E era verdade. O problema é que, quando ele bebia, ou melhor por bebida, faria coisas que até Deus duvidaria.
Pois bem, como era tradicional na nossa faculdade, todos os anos acontecia o famoso campeonato de futebol de salão. Era algo que movimentava de verdade a vida da faculdade. A torcida, a participação das pessoas durante as partidas, ginásio de esportes lotado, tudo pra ver o famoso campeonato de futebol de salão. Nossa turma tinha um time de futebol jogando o campeonato. O famoso "Inspector Black". O nome foi inspirado no cachorro do Rapadura (o capitão do time), que por sinal foi inspirado em algum seriado ou desenho da TV. Me lembro de alguns nomes que fizeram parte do elenco deste célebre time: Rapadura, Popeye, Brancão, Bigurrilo, Irineu, Jorginho e mais alguns que não me lembro agora. O time era bom, mas durante muitos anos, a galera só bateu na trave. Vice colocado, terceiro, eliminado nas quartas, mas até que um dia a estrela do time brilhou. E não poderia ser um ano melhor. 1999, onde grande parte do elenco iria se formar.
Para celebrar tamanha conquista, depois de anos amargando derrotas, o velho Rapadura ofereceu sua república para fazermos um churrasco após o jogo, para comemorar o título. De certa forma seria um dos últimos churrascos onde teriamos toda a turma junto. Como mencionei, muitos ali iriam se formar naquele ano e não sabiamos quando iriamos nos reunir novamente para um churraco regado a Schincariol e carne de terceira, desembolsando cada um apenas a singela quantia de cinco reais (5 R$). Isso mesmo senhoras e senhores, quem duvida que era possivel fazer um churrasco com uma contribuição per capita tão baixa, realmente não sabia o que era uma escola de engenharia. Ainda mais aquela...
Tenho que admitir que naquele churrasco tivemos um pouco mais de mordomia. Alguém tinha feito uma "camaradagem" e comprou os ingredientes para fazer uma caipirinha. Me lembro que estavamos todos sentados ao redor da piscina (ou o que eles diziam que era piscina) da república do Rapadura, quando o anfitrião pediu gentilmente que alguém fizesse as honras e preparasse uma caipirinha para todos, pois os ingredientes estavam na cozinha só esperando por uma alma bondosa que soubesse preparar o "veneno". Após algumas desculpas esfarrapadas por parte de alguns e sem alguém realmente abraçar a causa e fazer as honras, o Mandela se ofereceu. "Pode deixar que eu preparo a caipirinha. Onde mesmo estão as coisas?". Após lhe indicarem o caminho da cozinha, continuamos no papo, relembrando os fatos gloriosos que levaram o Inspector Black a vitória do campeonato. Depois de alguns dez ou quinze minutos, volta o Mandela com uma jarra cheia de um liquido "vermelho" que ele intitulava caipirinha! Após o espanto geral e frente a recusa de todos em tomar "aquilo", sobrou pra mim verificar o que tinha dentro daquela jarra. Olhei dentro da jarra e constatei que havia limão, o cheiro de cachaça estava presente, mas não era só aquilo. Tinha um ingrediente extra que nem no visual, nem com o olfato, conseguir deduzir. Com o paladar definitivamente estava fora de questão. Jamais iria beber aquilo, ainda mais sabendo quem foi a pessoa que preparou. O Rapadura bem me lembro, pediu para eu ir até a cozinha averiguar o que o cidadão tinha aprontado. Ao chegar lá, vejo em cima da pia tudo que se esperava para preparar uma caipirinha: limão descascado, a garrafa de pinga quase vazia, o pote de açúcar aberto mas aquela tonalidade vermelha não veio dalí. Por um instante pensei que o condenado teria cortado a mão e preparado a caipirinha mesmo assim, mas em fração de segundos a resposta da nossa questão apareceu. Para minha surpresa encontro um frasco de LIMPOL MAÇÃ pela metade, dentro da pia, ainda escorrendo as gotas pelo lado de fora da embalagem.
Sai correndo e fui avisar a turma o que tinha se passado. Ninguém acreditou quando eu disse, mas sugeri aos que estavam duvidando ir até a cozinha e presenciarem com seus olhos. Mesmo com o fato vindo a tona, o Mandela ainda teve a coragem de oferecer o seu "nectar dos deuses" para a turma. Diante da recusa dos amigos em tomar aquilo, escuto a frase: "Melhor, assim sobra mais pra mim!" e com o mesmo impeto de quem decide pular do décimo andar do prédio, ele tomou a tal caipirinha direto na jarra sem fazer, a menor cerimônia.

Cadê o defunto?

Voltando a história que as mães adoravam mandar a cestinha básica para os filhos, me recordo de uma que aconteceu com um dos meus melhores amigos. Não vou citar o nome dele aqui pra não pegar mal, mas esta história foi muito engraçada.
O Coxa morava no interior de São Paulo, em Marília pra ser mais exato. Me recordo que um certo final de semana ele voltou pra casa e como de praxe com todos nós, a mãe dele falou que iria mandar um pouco de presunto e queijo, pra ele levar para a faculdade. Ele falou que não tinha necessidade, que deixasse isso pra lá, mas como toda boa mãe faz, sem que ele percebesse enfiou a tal Tupperware (ou Tapauer, no bom brasileires) cheia de presunto e queijo dentro da mala de roupas dele. Claro... quando ele chegasse lá em Ilha Solteira pra guardar a roupa e encontrasse o tal utensílio com presunto e queijo, já seria tarde. Teria que por na geladeira e a missão da sua mãe estaria cumprida. Objetivo alcançado.
O que a mãe dele não contava, é com o fato que irei contar agora: De volta ao alojamento, o Coxa largou a mala no canto e dormiu pois no dia seguinte teriamos aula. Normalmente, tirando algumas raras excessões, tinhamos aula de 8 da manhã até às 18 horas, todo dia. Bem, se vocês caros leitores não conhecem a região noroeste do estado de São Paulo, eu lhes digo: é quente.... bem quente... muito quente!
Ao chegarmos da aula no final do dia, não me recordo bem o porque, mas passei no quarto dele pra pedir alguma coisa. Entrando no quarto, pensei que alguém estava passando mal em função de algo que havia comido. O problema é que o mal cheiro não passava! O odor começou a se espalhar pelos quartos vizinhos dentro da moradia dos estudantes e as reclamações do povo começaram a chegar. Todos queriam saber onde "o defunto estava enterrado". Os dias iam passando, a situação piorando até que um belo dia, já se passava quase uma semana, quando alguém sentou perto da mala dele e disse: Coxa, acho que o cheiro tá vindo de dentro dessa mala!?! Você escondeu o morto ai?
Só sei que quando abriram a mala, o presunto estava verde, o queijo cor de rosa, a roupa completamente impregnada pelo cheiro, e ele possesso de raiva!

Inspeção anti-drogas

Quem disse que toda mãe é igual só muda o endereço, falou uma das maiores verdades que existem. Lembro que durante a época de faculdade, quando ia visitar minha familia, minha mãe sempre preparava aquela "cesta básica" cheia de mantimentos, que na verdade não era nada mais que guloseimas que a gente gostava, mas devido a baixa renda (ou nenhuma renda) que universitário tinha, ficava difícil de comprarmos sem sacrificar algo mais precioso. Neste caso, a cervejinha Schincariol do final de semana.
Esse padrão de comportamento maternal foi observado por todos nós durante o tempo que vivemos lá. Todas as mães faziam a mesma coisa para todos os filhos. Preparar as guloseimas preferidas, quando este ia pra faculdade.
Sabendo disso, nossos amigos veteranos não perdiam a oportunidade. Quando a bixarada chegava no alojamento da faculdade para morar, a primeira coisa que faziam era juntar um grupo de meia-duzia de peões e com toda aquela diplomacia, digna do embaixador brasileiro na Argentina, pediam para vasculhar as nossas malas e bolsas, pois "existia um código de ética dentro do alojamento que não permitia o uso de drogas lá dentro". Quem não conhecia o environment lá, até pensava que era verdade.
Quando o felizardo abria a mala para inspeção e a primeira coisa que aparecia eram pacotes de bolacha recheada, de sonho de valsa, leite condensado, chicletes e balas... o sorriso dos veteranos atravessava o rosto de uma ponta a outra. Pobre bixão... ficou sem guloseimas até a proxima viagem para sua casa.
Lembro que no meu ano, na minha turma, tinha um sujeito que não me recordo seu nome (ele largou a faculdade ao fim do primeiro ano) mas seu apelido era Quercia. Bem, não preciso dizer com quem ele se parecia, certo?
Me recordo que o Quercia conseguiu driblar a trupe que fazia a "inspeção anti-drogas" na frente da moradia e foi direto ao seu quarto sem maiores problemas. Pelo menos por enquanto.
Logo, logo, rolou o boato que um bixo havia escapado sem passar pela inspeção anti-drogas e os famigerados veteranos não perderam tempo. Sairam no encalço do Quercia. Ao chegar no quarto dele, os veteranos fizeram logo aquele discurso de campanha política: "Bixão as regras do alojamento são claras e temos que fazer uma inspeção nas suas coisas, pois não é permitido o uso de drogas aqui dentro".
Tenho que ser honesto. Não presenciei a cena até porque eu era bixo e não iria andar junto com os veteranos, obvio. Mas dizem que neste momento, após os veteranos citarem que teriam que fazer uma inspeção anti-drogas, o Quercia se jogou em cima das malas como uma mãe que tenta salvar o filho das garras de um animal selvagem. Reza a lenda que os veteranos se entreolharam e sem mais falar, sairam do quarto e deixaram o rapaz quieto no seu canto. Alguém suspeita o que eles poderiam ter encontrado nas malas do Quercia?

14 de novembro de 2009

Vascão Campeão Brasileiro da Serie B

Bem, este foi um assunto que surgiu na sexta feira e acabei esquecendo de comentar a respeito. Sim, sou vascaino e daí? Tem gente que torce para o XV de Piracicaba, outros para o Flamengo... mas nestes casos, como diria meu pai: "O importante é ter saúde".
Espero que a diretoria do clube acorde e perceba que o titulo da segunda divisão não era mais que obrigação para um time com a história do Club de Regatas Vasco da Gama. Se me perguntarem se fiquei feliz com o título, minha resposta mais que sincera seria não! Como disse, isso para o time era uma obrigação. Agora, se o time não ganhasse o campeonato ou não subisse de volta para a primeira divisão, ai sim... eu ficaria muito puto!



Espero que a diretoria do clube monte uma equipe digna de disputar o titulo brasileiro da primeira divisão ano que vem, e que segunda divisão seja apenas uma lembrança amarga na história do clube. Quem se recorda da equipe do vasco que imperou nos gramados do Rio de Janeiro e do Brasil entre 1997 e 2000, sabe que já passou da hora de termos novamente um elenco competitivo, como os que integraram a equipe do clube no periodo que mencionei.

BIXOBOL

Bem amigos... a história que irei contar agora poderá deixar muita gente de cabelo em pé, mas tenho que confessar que era muito engraçado. Principalmente pra quem não estava sendo exposto ao episódio... mas vamos lá:
O Bixobol como era conhecido, era o trote mais famoso da faculdade. Não sei dizer ao certo quando inventaram isso, mas posso dizer com exatidão o ano que foi encerrado. O ano de 1996, foi o ultimo ano que esse trote aconteceu do jeito que era esperado, contando com um "publico" significativo de expectadores e participantes. Após alguns episódios durante o evento, que levaram alguns calouros a delatarem alguns veteranos, este trote nunca mais aconteceu com a grandiosidade que tinha. Em 1997 e 1998 aconteceram alguns ensaios, mas nem de perto com a mesma quantidade de bixos e veteranos que tinha antigamente. Em 1999, meu ultimo ano lá, nem lembro se rolou tal ensaio. Acho que foi abolido de vez. Até porque a tradição do trote passava de veterano pra calouro e se os novos calouros não passaram por um determinado trote, o mesmo acabava por ser extinto. Morria a tradição.
Após o primeio dia de aula (já falado em um post anterior), rolava a famosa festa dos cursos. Cada curso fazia sua festa e reunia seus respectivos calouros. Como a faculdade era pequena e todo mundo se conhecia, os veteranos já combinavam que a certa hora da noite, ou melhor, da madrugada, era a hora de reunir a bixarada e levarem para o campinho de futebol que ficava atrás do alojamento de estudantes. Naquela época, este campinho não era cercado, não tinha iluminação, então tinhamos que contar com a iluminação dos farois dos poucos carros de veteranos, que fechavam o perimetro do local onde o evento acontecia.
Quando os calouros (os rapazes) chegavam ao local, eram "gentilmente" convidados a montarem dois times. Um sem cueca e o outro com cueca na cabeça. Imaginem vocês a cena: cerca de 60 marmanjos pelados, separados em dois times (lembrem-se que um time de futebol normal tem 11 jogadores), em um campo de futebol iluminado por farois de carro, enquanto suas colegas calouras, presenciavam a cena dentro dos carros dos veteranos... lamentável não? Pois é... a brincadeira só estava começando...
Depois de todo esse preparativo, a bola rolava. A moral da história era a seguinte: Quem marcasse o gol, ficava fora do encontro com a Jéssica. Isso mesmo: Jéssica. Ela aparece logo, logo na história. Tenham calma...
Bem, não sei se muitos de vocês já tiveram a oportunidade de ver crianças de 4 ou 5 anos de idade jogando futebol. Se não viram, é mais ou menos assim: onde a bola está, estão todos as crianças tentando pegar a bola. Nada de tática, estratégia, ou esquema do tipo 4-3-3... apenas aquela vontade inexplicável de chutar a bola. Pois bem, imaginem agora 60 barbados jogando bola como crianças de 5 anos de idade Apenas com um objetivo: Chutar a bola pro gol na esperança de marcar o tento e se livrar da segunda fase da brincadeira. Lametável...
Após os veterando deixarem esses filhos de Deus jogando bola por mais ou menos 20 a 30 minutos, vinha a famosa roda dos desesperados. O que era isso? Colocavam a galera em um grande circulo, obviamente com todos pelados ainda, para receberem a visita da Jéssica. Vocês devem estar se perguntando: E aqueles felizardos que fizeram o gol? Não... dançaram do mesmo jeito. Pegadinha do malandro (sal ci fu fu). Estavam lá na roda.
Nesta parte do trote existia sempre o mestre de cerimônia. Era o veterano que organizava a grande roda e através de um megafone, que ficou na faculdade passando de geração em geração, dava instruções para os outros veteranos de como organizar a "manada" de 60 calouros. Acho que ali começaram minhas aulas de trabalho em grupo. Era uma sintonia impressionante! Hoje vejo, depois de dez anos como profissional de industria, que se muitas empresas tivessem times tão sincronizados como eram aquele grupo de veteranos, já teriam maximizado em muito seus lucros.
Voltando o assunto, depois que a grande roda estava formada, chegava o carro de algum veterano que havia saido pela cidade em busca da Jéssica. Jéssica era um travesti que nem de perto se parecia com uma mulher... era algo abominável! Ela pegava o megafone, e passava na roda avaliando os "dotes" de cada condenado que se encontrava ali. O pior é que "ela" apelidava cada um destes miseráveis de acordo com as suas caracteristicas físicas. Lembro que ouvi de "parafusinho" a "pé de mesa". Sinal de que tinhamos colegas mais bem qualificados e outros nem tanto... Lembrem-se bem que as moças estavam dentro dos carros observando tudo! Creio que o sucesso ou não de vários amigos durante a faculdade com as mulheres, foi determinado naquele instante. Sorte de uns.... azar de outros...
Só pra recapitular, tudo isso acontecia no primeiro dia de aula. O bixobol acontecia de madrugada, onde já estavamos cansados depois da aula inaugural, passeata, gincana beneficente e a festa dos cursos. Pra fechar com chave de ouro o trote e o dia, os veteranos combinavam com a policia de cidade, para chegarem de fininho no local do evento e quando estivessem bem perto, ligarem os farois e a sirene da viatura. Durante anos tentei buscar uma analogia pra tentar melhor ilustrar o que era esta cena, mas acho que ainda não vi nada parecido... Imaginem cerca de 100 pessoas, entre calouros e veteranos, saindo correndo em disparada! A diferença é que os veteranos sabiam que a policia fazia parte da brincadeira. Os calouros não. No ano que fui veterano pela primeira vez, lembro de ter visto um bixo correndo cerca de 1000 metros em um fração de tempo, que deixaria Usain Bolt com vergonha do tempo que fez na quebra do recorde dos 100m. Só quem presenciou pra saber que o que eu disse agora não é nenhum exagero.
Enfim... este era o nosso primeiro dia de aula na faculdade, terminando por volta das 2 da manhã com a policia dando um gelo em todo mundo. Sim, no dia seguinte teriamos aula normal as oito da manhã...

Mocinha da UNIBAN

Hoje a tarde recebi este link do youtube e tenho que confessar que o cara que fez isso é um gênio! Bem, consequentemente tudo leva a crer que o cara não estuda ou estudou na UNIBAN:

http://www.youtube.com/watch?v=GgQ--jPP2Z0

Enfim, as vezes fico impressionado com o alarde que o povo brasileiro e a mídia do Brasil faz com fatos como este. Se perde muito tempo, espaço na midia e publicidade vazia em cima de um fato que não agrega em nada ao povo Brasileiro. Tenho que confessar que, o que os alunos desta fábrica de diploomas fez foi uma imbecilidade, mas daí dar estas proporções ao fato e levar a "mocinha" ao status de celebridade por causa deste episódio... aí já é demais na minha opinião.
Li esta semana no UOL que até a playboy está querendo colocar a moça na capa da revista! Impressionante... não que eu seja um Don Juan de Marco, consquistador da mulherada, mas fala sério... o cara pra comprar uma playboy com esta mulher na capa, a vida sexual dele realmente tá passando por uma fase deprimente!!! A mocinha nem de perto é bonita... (enfim, esta é minha opinião e gosto é que nem c...! Cada um tem o seu).

O primeiro dia de aula

Estou tentando colocar as coisas aqui em uma certa ordem cronológica, mas as vezes isso não vai acontecer. Até porque iremos falar também de outros assuntos de interesse geral.
Mas bem, o primeiro dia de aula era um dia especial para todos. Os calouros tinham aquele nervosismo do ambiente novo, novo ciclo na vida, colegas novos, esquema diferente daquele de segundo grau e cursinho... Enquanto os veteranos nos olhavam com aquela vontade de nos destruir nos trotes. Babavam feitos os Aliens, do filme da Sigourney Weaver, só esperando a hora de sacanear a galera novata.



Fora toda essa ansiedade e expectativa por parte de todos (calouros e veteranos), o primeiro dia já era um dia diferente pois não tinhamos aula como esperado. O que acontecia era uma aula inaugural, presidida pelo diretor do câmpus, onde se falava algum bla, bla, bla que não me lembro e os presidentes do grêmio de cada curso falava também um bla, bla, bla, que não vem ao caso. A única coisa interesante que me lembro, é que nos foi apresentado aquele dia, o procedimento para ficarmos sócios do D.A (diretório acadêmico) o que nos daria acesso ao famoso bar do D.A (melhor balada da cidade e a salvação da nossa lavoura em matéria de lazer).
Após toda a rasgação de seda que rolava na aula inicial, acontecia o que era conhecido como o trote oficial da faculdade. Reuniam todos os calouros, e saimos pela cidade em passeata cantando o hino do câmpus (que não irei publicar aqui para não ser processado por assédio violento ao pudor) e os veteranos pintando os nossos rostos e fazendo brincadeirinhas com a galera (tipo, passar o palito de dentes de boca em boca até algum infeliz beijar na boca do outro). Nesse trote os mais apavorados eram um prato cheio pra veteranos sedentos por uma cerveja. E olhe que perto do que ainda vou contar, isso aí era o café pequeno... e põe pequeno nisso! Esta era a hora de negociarem a retirada do bixo da passeata pela pequena bagatela de uma grade de cerveja. Quando fui veterano, eu e meus amigos tivemos varios churrascos patrocindos por bixos apavorados. Mal sabiam o que ainda viria pela frente só neste dia...
A parte da tarde era bem interessante. Rolava a famosa gincana beneficente. A cidade era dividida em quatro regiões e após isto, se sorteava cada região entre os cursos da faculdade (engenharia civil, engenharia elétrica, engenharia mecânica e agronomia). A moral da história era a seguinte: cada gremio, de cada curso, dentro da sua região previamente sorteada, deveria arrecadar alimentos para as creches e asilos da cidade. No final o curso que arrecadasse mais alimentos, ganharia 4 caixas de cerveja, o segundo lugar 3 e assim sucessivamente até o último colocado ganhar apenas 1 caixa de cerveja. Nesta noite, cada curso organizava uma festa, onde iriamos "beber" o prêmio da gincana e fazer o social com os veteranos. As festas eram legais, apesar de irmos totalmente relutantes. Mas com certeza, ir relutante fazia sentido, já que próximo do fim da noite, quando todos já estavam mais pra lá do que pra cá, rolava o trote mais famoso daquele câmpus: o famoso (e tão sonhado pelos veteranos) BIXOBOL....

O dia da matrícula

O dia da matrícula na faculdade era o dia mais esperado por toda bixarada (entenda-se aqui calouros). Era a realização do sonho de ingressar na universidade, encerrando assim o ciclo do segundo grau e dos famigerados cursinhos preparatórios. Também era o dia mais esperado pelo veteranos. Principalmente os do segundo ano de faculdade. Agora era a hora deles se vingarem em cima daqueles pobres coitados, de cabelo raspado e que não tinham nada com o fato deles terem sido trepudiados pelos outros veteranos. Tenho que confessar que perto do universo de trotes que rolavam na faculdade, o dia da matrícula era até tranquilo. Os infelizes que não chegavam de cabelo raspado, tinham a (in)felicidade de serem rapados com um tosador que os alunos da Agronomia usavam pra tosar carneiros. Olha... não fui um destes felizardos, mas garanto pra vocês que ter os cabelos "tosados" não era uma das melhores coisas do mundo. Até porque um erro no manuseio do equipamento na hora H, podia resultar em algumas cicatrizes na cabeça do infeliz. Mas, uma das coisas mais engraçadas que vi naquele dia e que até hoje não me esqueço foi a venda de rifas de calculadora. Antes de entrar neste assunto, queria recapitular uma coisa que não comentei com vocês e que de certa forma é interessante ser comentado: Como fui parar lá naquela cidade. Bem, fazendo uma longa história curta, eu tinha um amigo de segundo grau, cujo o irmão já estudava lá e cursava engenharia civil. Pois bem, este cidadão me deu suporte inicial durante a minha jornada na universidade. E.. no dia da matricula ele estava lá me dando alguns conselhos, entre eles:
"NÃO COMPRE NENHUMA RIFA DE VETERANOS. SÃO FALSAS! VÃO PEGAR SUA GRANA E FAZER FESTAS EM REPUBLICAS".
Bem... recado dado. Como disse, no dia da matrícula os veteranos ficavam mais mansos, afinal de contas, eles estavam dentro do câmpus, com funcionários observando o movimento deles e um deslize podia resultar em uma advertencia, suspensão e até expulsão da universidade. Coisa que não seria legal pra ninguém... ainda mais se fosse alguém dos ultimos anos de curso.
Entre uma rifa e outra, se aproximou um veterano que depois se tornou um grande colega. Mas, como bixo é bixo, ele veio me oferecer uma rifa pra uma calculadora científica "HP48G". A oferta era tentadora: Cada rifa valendo "um" dinheiro (desculpa gente, não lembro valores, mas sei que na época não era real) enquanto o preço total daquela maravilha seria algo 200 ou 300 vezes mais caro que a tal rifa! Realmente seria um negócio da China para o ganhador da rifa, tirando o fato que... a rifa não era real. Pra quem não sabe o que é uma calculadora científica HP48G, eu digo apenas uma coisa: Quando me formei em engenharia no fim de 1999, podemos dizer que todos os alunos que ali estavam se formando, deviam mais de 50% do seu diploma as milhares de facilidades que essa calculadora nos trouxe.
Voltando ao assunto, depois de me desviar várias vezes... após me oferecerem a rifa e eu educadamente recusar, alegando falta de verba para tal, eis que o pai de um calouro que estava se matriculando viu os colegas me oferecerem. De bate o pronto o cidadão fala: "Quero duas, quanto custa?". Após saber o preço, o mesmo indivíduo se empolga e solta: "Não, quero cinco! Se eu ganhar este sorteio vou economizar uma grana em calculadora pro meu filho!". Bem... me lembro de ter olhado a cara do filho dele, se escondendo de vergonha dentro da sua camisa e pensando: "PQP, meu pai é um mané! O que vão pensar de mim?". Pois é gente... assim como eu, muitos de vocês devem achar que "ser mané" é genético, mas pelo que pude perceber do rapazinho naquele momento, isto não é verdade. Mal comecei a faculdade e já pude comprovar alguns teoremas, mesmo que estes não se aplicassem diretamente a área de engenharia...