Flap pediculado de pele para cobertura de lesão por miíase.

Animal de rua que chegou até a clínica por intermédio de uma cliente. Estava com uma miíase muito grande e já havia perdido dois dígitos, foi feita limpeza da ferida e tratamento da lesão para que pudesse ser realizado o enxerto.

Lesão após limpeza e tratamento sendo preparada para receber o enxerto.

Amputação do terceiro metacarpo devido a exposição óssea e possível osteomielite.

Reavivamento dos bordos da lesão.

Retirada do flap da área doadora, região latero-cranial de tíbia.

Medindo o tamanho do flap e ensaiando a cobertura.

Primeiros pontos para fixação do flap.

Fechamento da área doadora.

Finalização da cobertura.

Resultado após 30 dias.

Flap ainda presente sem necrose, um pouco retraído devido a deiscência de alguns pontos por lambedura do animal.

Retirada do flap com excelente resultado final, agora é só aguardar o fechamento total da lesão. Animal já caminha normalmente e apoia o membro sem problemas.

TTA e TPLO

Tenho recebido diversos comentários sobre Ruptura de ligamento cruzado em cães (RLCC). Muitos perguntam qual melhor técnica para cães grandes, na minha opinião essas são as duas melhores técnicas para correção de RLCC em cães grandes.

Seguem dois links, um de TTA e outro de TPLO.

http://www.youtube.com/watch?v=QdrlWziv5sI

http://www.youtube.com/watch?v=a9msyfzTKGg&feature=related

Aproveitem, os vídeos são bem didáticos.

Tumor em face

Este animal tinha o histórico de crescimento de massa em lateral direita da face. crescimento teve curso de aproximadamente 6 meses.

Tumoração em lado direito da face.

Tumoração.

Campo cirúrgico preparado.

Incisão inicial.

Divulsão e liberação de toda a massa.

Retirada de pele excedente e finalização da cirurgia.

Laparotomia para retirada de tumor abdominal.

Esse animal deu entrada na clínica com histórico de diarréia, foi solicitada uma US abdominal onde foi detectada uma massa de 12 cm x 8 cm, próximo ao rim direito. Foi solicitada uma tomografia para avaliar possível vascularização conjugada ao rim e/ou comprometimento do mesmo, todos os exames hematológicos e bioquímicos apresentavam-se normais. A tomografia revelou não haver ligação vascular ou comprometimento renal, sendo assim animal foi encaminhado para cirurgia.

Imagem da tomografia, notar grande diferença de tamanho entre o tumor e o rim.

Incisão inicial.

Logo após incisão, foi localizado e exteriorizado o tumor.

Retirada do tumor, apesar do tamanho era um tumor pouco vascularizado.

Aproximadamente 14 cm x 8 cm

Tumoração cística, o material foi encaminhado para histopatologia e aguardo resultado, assim que chegar posto aqui para todos.

Princípios gerais de criocirurgia no tratamento de tumores em pequenos animais.

Mecanismo de Ação da Criocirurgia

Efeitos diretos

A ação do gelo nos tecidos está relacionada aos

efeitos diretos nas células e na estase vascular que se

desenvolve após o descongelamento. Durante o processo

de congelamento ocorre a formação de cristais

de gelo intracelular e extracelular. A formação do gelo

extracelular altera o gradiente osmótico entre o meio

intracelular e o extracelular produzindo um efeito

hiperosmolar que extrai água do meio intracelular e induz

uma concentração tóxica de eletrólitos, a qual provoca

um dano irreversível à célula. O aumento da concentração

intracelular de eletrólitos resulta em alterações

do pH nas macromoléculas e na membrana da

célula.

A formação do gelo intracelular é dependente do

tempo de congelamento e de uma temperatura mínima

atingida. Um congelamento rápido à temperatura baixa

resulta numa maior quantidade de gelo

intracelular. Desse modo, não ocorre perda de água

para o meio extracelular e, na tentativa de manter o

equilíbrio, formam-se pequenos cristais

intracelulares, os quais provocam danos nas

organelas como as mitocôndrias e retículo

endoplasmático induzindo a uma destruição celular

irreversível.

Efeitos indiretos sobre a circulação

A injúria criogênica provoca estase vascular e

anóxia tecidual resultando em necrose isquêmica. A

estase vascular está restrita ao local de exposição do

criógeno e ocorre devido ao aumento da permeabilidade

dos vasos resultando em hemoconcentração. A formação

de trombos ocorre em 65% dos capilares e 35

a 40% das arteríolas e vênulas a uma temperatura que

varia de 3 a 11°C, no entanto, a trombose completa

dos vasos é detectável à temperatura de -15 a -20°C

após 30 minutos de congelamento.

Por meio de exame microscópico constatou-se

que aproximadamente duas horas após o congelamento

já se observa edema, danos focais aos capilares, hemorragia

e formação de microtrombos. Por volta de 5

a 8 horas observa-se necrose focal ou segmentar dos

vasos sangüíneos. Clinicamente a gangrena aparece

entre o 1º e 7º dia, mas somente quando a injúria é

severa.

Efeitos imunológicos

Acredita-se que as substâncias antigênicas normalmente

encontradas nas células e liberadas quando

ocorre destruição celular pelo congelamento estejam

envolvidas na resposta antigênica.

Uma resposta imunológica após tratamento com

criocirurgia foi primeiro sugerida por volta dos anos 60

e 70, quando se observou a presença de anticorpos

circulantes contra tecido prostático e adrenal de humanos

e coelhos após congelamento.

Em estudos experimentais demonstrou-se que

linfócitos de animais com neoplasias tratadas com a

crioterapia, quando transfundidos em animais com

neoplasias semelhantes apresentaram um efeito

citotóxico maior do que aqueles transfundidos a partir

de animais não tratados. Esta resposta parece ser específica

para cada tipo de tecido, sendo estimulada pela

liberação de antígenos específicos do tumor durante ou

após o congelamento.

Indicações da Criocirurgia

A utilização da criocirurgia na medicina teve aplicação

clínica substancial por volta da década de 90, no

tratamento de tumores cutâneos. O surgimento de aparelhos

de ultra-som intra-operatório possibilitou a sua

utilização em tumores de próstata, fígado e rins, permitindo

a visualização do processo de congelamento.

Diversos tipos de tumores em diversas áreas do

corpo como pele, osso, ânus, reto, útero e cavidades

têm sido tratados com criocirurgia podendo ser utilizada

no tratamento de lesões benignas, tumores malignos

e pré-malignos. É o método considerado como tratamento

de escolha ou tratamento alternativo em diversas

doenças de pele. Qualquer área do corpo pode ser

tratada, não existe limite de idade. Possibilita o tratamento

de tumores recidivantes, lesões próximas ou fixadas

a ossos e cartilagens, tumores grandes ou pequenos.

É indicada para pacientes cirúrgicos de alto risco,

portadores de marca-passo, de coagulopatia e idosos.

É um método alternativo para pacientes nos quais outros

métodos de tratamento são impraticáveis.

Na medicina veterinária é mencionada para o tratamento

de tumores da cavidade oral e nasal, cutâneos e/ou de tecidos moles, tumores e fístulas perianais e mamárias.

Fonte: Rev. Educ. Contin. CRMV·SP, São Paulo. v. 6, n. 113, p. 53-62, 2003

http://www.cryac.com.br/ Esse é o site do único representante de aparelhos de criocirurgia no Brasil.

Alguns vídeos:

http://www.cryac.com.br/videos_vet.html

Artigos:

Crio

39. CRIOCIRURGIA EM FIBROPAPILOMATOSE EM TARTARUGAS VERDES

Tratamento criocirúrgico de tumores e de fístulas, em cães

Cistotomia em Felino por Obstrução Uretral.

Esse animal chegou a mim encaminhado por uma colega veterinária com o seguinte histórico: Dificuldade em urinar que culminou em obstrução total, intensa hematúria quando ainda conseguia urinar, chegou a mim após 7 dias de tentativas sem sucesso de desobstrução. Foi solicitada US abdominal que revelou presença de uma massa, dentro da bexiga, com ecogenicidade variada sugerindo um coágulo e/ou massa tumoral, intensa hidronefrose em rim esquerdo com dilatação de ureter e rim direito com discreta hidronefrose, presença de líquido livre em cavidade. Foi realizada sondagem com sonda Tom Cat onde não se conseguia passar de determinado segmento da uretra. Recomendei laparotomia exploratória para avaliar possível ruptura de bexiga e avaliação da massa.

Campo cirúrgico preparado

Presença de grande quantidade de líquido em cavidade abdominal.

Bexiga extremamente edemaciada e inflamada mas sem evidências de ruptura.

Incisão na bexiga revelando presença de grande coágulo ocupando toda extensão da bexiga.

Bexiga vazia após retirada de todo conteúdo.

Sutura terminada já com bexiga repleta de soro injetado por sonda uretral, nenhum ponto de vazamento.

Conteúdo retirado da bexiga.

Único cálculo encontrado com aproximadamente 3 mm, estava obstruindo exatamente a saída da uretra, será ele o provocador de tudo isso?

Obrigado por 2011!

Espero que em 2012 possamos novamente estar juntos, discutindo casos, informando proprietários e ajudando aos estudantes de medicina veterinária!

Vamos repetir essa parceria de sucesso em 2012!

Meus sinceros agradecimentos a todos os visitantes!

Dr. André Carneiro.

A sala de concertos da Ópera de Sydney tem uma capacidade de 2.700 pessoas. Este blog foi visitado cerca de 34.000 vezes em 2011. Se fosse a sala de concertos, eram precisos 13 concertos egostados para sentar essas pessoas todas.

Clique aqui para ver o relatório completo

Displasia do cotovelo.

Manifestações de osteocondrose afetando o cotovelo são comuns em cães filhotes, de raças de médio a grande porte, que apresentam crescimento rápido. É menos comum em gatos. As enfermidades listadas a seguir podem ser agrupadas no título de Displasia do Cotovelo. Essa incidência se baseia em uma revisão de 253 casos ( Denny, 1995 ).

A displasia do cotovelo inclui:

– Osteocondrite dissecante ( OCD ) ( 25% dos casos )

– Fissura do processo coronóide medial ( FPCM ) ( 53% dos casos )

– OCD + FPCM ( 12% dos casos )

– Não-união do processo anconêo ( NUPA ) ( 7% dos casos )

– Não-união do epicôndilo medial ( NUEM ) do úmero ( 3% dos casos )

Fonte: Cirurgia ortopédica em cães e gatos, 4ª edição, Ed ROCA, pág 284.

Segue em anexo artigo sobre displasia do cotovelo.

Displasia de cotovelo

 

Odontologia em roedores e coelhos.

Os roedores são numerosos e cada vez mais comuns entre os animais de estimação. Caracterizam-se por possuir quatro dentes incisivos longos, com crescimento contínuo (elodonte) e forma de cinzel (um dente em cada hemiarco dentário). De modo geral, seus dentes pré-molares e molares são braquiodontes, com raízes formadas e crescimento limitado. No entanto, alguns roedores (chinchila – Chinchilla lanigera, porquinho-da-índia – Cavia porcelus) possuem os prémolares e molares sem a formação de raízes verdadeiras e com crescimento contínuo, chamados de elodontes completos. Os lagomorfos, como os coelhos (Oryctolagus cuniculus), distinguem-se dos roedores por apresentar dois incisivos maxilares em cada hemiarco dentário (duplicidentata), porém também são elodontes completos. O crescimento dentário contínuo e a presença de afecções hereditárias ou traumáticas predispõem à maloclusão nestes animais, quando as características mastigatórias podem ser perdidas.

A maloclusão é a enfermidade oral mais comum em roedores e lagomorfos, podendo ser corrigida em um único procedimento ou necessitar de correções periódicas por toda a vida do animal.
Os sinais clínicos relativos à maloclusão são os mesmos relacionados a outras enfermidades orais e incluem: perda de peso, anorexia, ptialismo ( salivação excessiva ), hipercrescimento de incisivos, abscesso facial, corrimento óculo-nasal e exoftalmia. Um minucioso exame da cavidade oral só pode ser realizado com o animal quimicamente contido, dada a dificuldade de visão da cavidade oral em roedores e lagomorfos.

Em qualquer situação de maloclusão há comprometimento da preensão e mastigação, necessitando-se de tratamento que permita o retorno da cavidade oral à sua função. O tratamento envolve a correção do alinhamento oclusal e do manejo dietético, com itens alimentares mais fibrosos e abrasivos (vegetais ricos em sílica, lignina e celulose). Tais procedimentos só podem ser realizados com o animal sob anestesia geral.

Fonte: http://www.faunaespecialidades.com.br/site/especialidades_od.htm

Tendo em vista tudo isso, posto algumas fotos de um procedimento realizado pelo Dr. Júlio Arruda, médico veterinário especializado em animais silvestres, e no Rio de Janeiro atua na área de odontologia de roedores e lagomorfos, com material específico para tal finalidade.

Essa mesinha que está ao lado do animal é específica para realização de procedimentos odontológicos em roedores e lagomorfos.

Equipo digital.

Manutenção anestésica com máscara realizada pelo Dr. Vinícius Lopes.

Procedimento sendo realizado.

Gestação e parto em cadelas.

Pessoal semana passada realizei uma cesárea e então me lembrei que nunca havia feito um post sobre esse tema aqui no Blog. Achei um artigo muito interessante e vou colocá-lo aqui para compartilhar com todos.

Não se sabe ao certo a origem do nome cesárea. Alguns dizem que se deve ao parto do Imperador Romano Caio Júlio César, que teria nascido através de um corte na barriga de sua mãe, Aurélia. No entanto, sua mãe viveu por muitos anos após seu nascimento, o que torna essa versão muito pouco provável, pois pelas condições da época a morte dela seria certa.

Outros relacionam o nome ao verbo latino “caedere” que quer dizer “cortar”.

A maioria dos estudiosos, no entanto, acredita que o termo se relaciona a uma lei romana escrita por Numa Pompílio, que proibia o sepultamento de qualquer gestante, sem antes abrir sua barriga, para tentar retirar a criança com vida. Esta lei tinha o nome de Lexis Regis, que depois ficou conhecida como Lex Caesarea, termo este muito próximo do atual.

Seja qual for sua origem, a cesárea é o nome que se dá à cirurgia por via abdominal que corta o útero, com a intenção de se retirar o feto.

Então esses são os filhotinhos da cesárea, todos estão ótimos e já estão mamando muito!

Pessoal este é o artigo que falei, é muito interessante: Gestação

Fonte: Rev Bras Reprod Anim, Belo Horizonte, v.29, n.3/4, p.142-150, jul./dez. 2005. Disponível em http://www.cbra.org.br