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domingo, 30 de agosto de 2009
Curiosidades do Nordeste
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Curiosidades - Padre Cícero e Lampião
na formação cultural do nosso país.
Ele representa um elemento conector entre os
costumes dos nossos indígenas e os hábitos
dos colonizadores, formando uma cultura
merecedora de um estudo mais acurado.
O sertanejo, além de ser antes de tudo um
forte, ele tem a sua formação apoiada no
misticismo, na supertição, na capacidade
de aceitar o sofrimento com resignação.
É, na aparência, dolente, tranqüilo, humilde,
mas quando ferida a sua suscetibilidade,
num lampejo, transforma-se em um ser ágil,
sua força e coragem se multiplicam; não admite
ser dominado e enfrenta tudo e a todos com
denodo e determinação, sem medir as conseqüências.
O sertanejo nordestino cultua duas figuras entre
si contemporâneas: O Padre Cícero Romão Batista,
O Padim Cisso como o seu norte místico e
Virgulino Ferreira da Silva. O Lampião , como
o seu herói, exemplo que o faz não permitir
que maculem os seus brios.
PADRE CÍCERO - Padre Cícero Romão Batista, foi,
além de sacerdote, condição que impunha respeito,
um poderoso chefe político, de muita influência,
nas primeiras décadas do século passado
(até 1934. quando veio a falecer).
O Padre Cícero nasceu na cidade do Crato (CE),
em 24 de março de 1.844 e faleceu aos 90 anos, em
Juazeiro do Norte, no dia 29 de julho de 1934.
Esse sacerdote e político, considerado pelos os
seus seguidores como um santo, implantou, com
os seus milagres, um reduto poderoso de fé e de
credulidade. Essa localidade é a atual progressista
cidade de Juazeiro do Norte, no cariri cearense,
centro de peregrinação de milhões de nordestinos
de vários estados que para lá convergem para
serem acorridos nas suas necessidades.
LAMPIÃO - Virgulino Ferreira da Silva conhecido
como Lampião, nasceu em 04 de junho de 1898,
no sertão de Pernambuco, no sítio Passagem das Pedras,
no município de Vila Bela, atualmente Serra Talhada,
e foi assassinado numa emboscada, feita pela policia,
na caatinga do município de Angicos, Estado de Sergipe,
em 20 de julho de 1934, portanto, aos 36 anos de idade.
Depois de ser um trabalhador honesto, um sertanejo
de bem, não encontrou outra alternativa senão
integrar-se ao cangaço, cansado de tanta perseguição
política e de presenciar e ser vítima da sanha dos
coronéis. Seu ingresso no cangaço iniciou-se para
vingar a morte de seu pai, José Ferreira, homem calmo
e reconhecidamente pacato. Dizem que enquanto o
pai aconselhava os filhos na sala a mãe, mulher
destemida, armava os filhos na cozinha.
Lampião, como os demais sertanejos, tinha na figura do
Padre Cícero, um santo milagroso e protetor,
a quem devia obediência, fato que o levou a visitá-lo.
Uma curiosidade: Lampião não atacava o Estado do Ceará,
em respeito ao Padre Cícero. Para não me alongar,
nada melhor do que uma entrevista do próprio Lampião,
concedida ao médico do Crato, Dr. Octacílio Macedo,
com modificações no linguajar, para se tornar mais
inteligível. Segue um trecho dessa entrevista:
Lampião começou por identificar-se:
- Chamo-me Virgulino Ferreira da Silva e pertenço à humilde
família Ferreira do Riacho de São Domingos, município
de Vila Bela. Meu pai, por ser constantemente perseguido
pela família Nogueira e em especial por Zé Saturnino,
nossos vizinhos, resolveu retirar-se para o município
de Águas Brancas, no estado de Alagoas.
Nem por isso cessou a perseguição.
- Em Águas Brancas, foi meu pai, José Ferreira, barbaramente
assassinado pelos Nogueira e Saturnino, no ano de 1917.
- Não confiando na ação da justiça pública, por que os
assassinos contavam com a escandalosa proteção dos grandes,
resolvi fazer justiça por minha conta própria, isto é,
vingar a morte do meu progenitor. Não perdi tempo e
resolutamente arrumei-me e enfrentei a luta.
Não escolhi gente das famílias inimigas para matar,
e efetivamente consegui dizimá-las consideravelmente.
Sobre os grupos a que pertenceu:
- Já pertenci ao grupo de Sinhô Pereira, a quem acompanhei
durante dois anos. Muito me afeiçoei a este meu chefe,
porque é um leal e valente batalhador, tanto que se
ele ainda voltasse ao cangaço iria ser seu soldado.
Sobre suas andanças e seus perseguidores:
- Tenho percorrido os sertões de Pernambuco,
Paraíba e Alagoas, e uma pequena parte do Ceará.
Com as polícias desses estados tenho entrado em
vários combates. A de Pernambuco é disciplinada
e valente, e muito cuidado me tem dado.
A da Paraíba, porém, é uma polícia covarde e insolente.
Atualmente existe um contingente da força
pernambucana de Nazaré que está praticando as maiores
violências, muito se parecendo com a força paraibana.
Referindo-se a seus coiteiros, Lampião esclareceu:
- Não tenho tido propriamente protetores.
A família Pereira, de Pajeú, é que tem me protegido,
mais ou menos. Todavia, conto por toda parte
com bons amigos, que me facilitam tudo e me consideram
eficazmente quando me acho muito perseguido pelos governos.
- Se não tivesse de procurar meios para a manutenção
dos meus companheiros, poderia ficar oculto
indefinidamente, sem nunca ser descoberto pelas
forças que me perseguem.
- De todos meus protetores, só um traiu-me miseravelmente.
Foi o coronel José Pereira Lima, chefe político de Princesa.
É um homem perverso, falso e desonesto, a quem durante
anos servi, prestando os mais vantajosos
favores de nossa profissão.
A respeito de como mantém o grupo:
- Consigo meios para manter meu grupo pedindo recursos
aos ricos e tomando à força aos usuários que
miseravelmente se negam de prestar-me auxílio.
Se estava rico:
- Tudo quanto tenho adquirido na minha vida de bandoleiro
mal tem chegado para as vultuosas despesas do meu
pessoal - aquisição de armas, convindo notar que
muito tenho gasto, também, com a distribuição de
esmolas aos necessitados.
A respeito do número de seus combates e de suas
vítimas disse:
- Não posso dizer ao certo o número de combates em que
já estive envolvido. Calculo, porém, que já tomei
parte em mais de duzentos. Também não posso informar
com segurança o número de vítimas que tombaram sob a
pontaria adestrada e certeira de meu rifle.
Entretanto, lembro-me perfeitamente que, além dos civis,
já matei três oficiais de polícia, sendo um de
Pernambuco e dois da Paraíba. Sargentos, cabos e
soldados, é impossível guardar na memória o número
dos que foram levados para o outro mundo.
Sobre as perseguições e fugas deixou claro:
- Tenho conseguido escapar à tremenda perseguição que me
movem os governos, brigando como louco e correndo
rápido como vento quando vejo que não posso resistir ao
ataque. Além disso, sou muito vigilante, e confio
sempre desconfiando, de modo que dificilmente me
pegarão de corpo aberto.
- Ainda é de notar que tenho bons amigos por toda parte,
e estou sempre avisado do movimento das forças.
- Tenho também excelente serviço de espionagem,
dispendioso mas utilíssimo.
Seu comportamento mereceu alguns comentários bastante francos:
- Tenho cometido violências e depredações vingando-me dos
que me perseguem e em represália a inimigos.
Costumo, porém, respeitar as famílias, por mais humildes
que sejam, e quando sucede algum do meu grupo
desrespeitar uma mulher, castigo severamente.
Perguntado se deseja deixar essa vida:
- Até agora não desejei, abandonar a vida das armas,
com a qual já me acostumei e sinto-me bem. Mesmo que
assim não sucedesse, não poderia deixá-la, porque
os inimigos não se esquecem de mim, e por isso eu
não posso e nem devo deixá-los tranqüilos.
Poderia retirar-me para um lugar longínquo, mas
julgo que seria uma covardia, e não quero
nunca passar por um covarde.
Sobre a classe da sua simpatia:
- Gosto geralmente de todas as classes. Aprecio de
preferência as classes conservadoras - agricultores,
fazendeiros, comerciantes, etc., por serem os homens
do trabalho. Tenho veneração e respeito pelos
padres, porque sou católico. Sou amigo dos
telegrafistas, porque alguns já me tem salvo de grandes
perigos. Acato os juizes, porque são homens da lei
e não atiram em ninguém.
- Só uma classe eu detesto: é a dos soldados, que são
meus constantes perseguidores. Reconheço que muitas
vezes eles me perseguem porque são sujeitos, e é
justamente por isso que ainda poupo alguns quando
os encontro fora da luta.
Perguntado sobre o cangaceiro mais valente do nordeste:
- A meu ver o cangaceiro mais valente do nordeste foi
Sinhô Pereira. Depois dele, Luiz Padre. Penso que
Antonio Silvino foi um covarde, porque se entregou
às forças do governo em consequência de um pequeno
ferimento. Já recebi ferimentos gravíssimos e nem
por isso me entreguei à prisão.
- Conheci muito José Inácio de Barros. Era um homem
de planos, e o maior protetor dos cangaceiros do
nordeste, em cujo convívio sentia-se feliz.
Questionado sobre ferimentos em combate, contou:
- Já recebi quatro ferimentos graves.
Dentre estes, um na cabeça, do qual só por um milagre
escapei. Os meus companheiros também, vários têm sido
feridos. Possuímos, porém, no grupo, pessoas
habilitadas para tratar dos ferimentos, de modo que
sempre somos convenientemente tratados. Por isso,
como o senhor vê, estou forte e perfeitamente sadio,
sofrendo, raramente, ligeiros ataques reumáticos.
Sobre ter numeroso grupo: - Desejava andar sempre
acompanhado de numeroso grupo. Se não o organizo
conforme o meu desejo é porque me faltam recursos
materiais para a compra de armamentos e para a
manutenção do grupo - roupa, alimentação, etc.
Estes que me acompanham é de quarenta e nove homens,
todos bem armados e municiados, e muito me custa
sustentá-los como sustento. O meu grupo nunca foi
muito reduzido, tem variado sempre de quinze a
cinquenta homens.
Sobre padre Cícero Lampião foi bem específico:
- Sempre respeitei e continuo a respeitar o estado
do Ceará, porque aqui não tenho inimigos, nunca me
fizeram mal, e além disso é o estado do padre Cícero.
Como deve saber, tenho a maior veneração por esse
santo sacerdote, porque é o protetor dos humildes e
infelizes, e sobretudo porque há muitos anos protege
minhas irmãs, que moram nesta cidade.
Tem sido para elas um verdadeiro pai.
Convém dizer que eu ainda não conhecia pessoalmente o
padre Cícero, pois esta é a primeira vez que venho
a Juazeiro.
Em relação ao combate aos revoltosos:
- Tive um combate com os revoltosos da coluna Prestes,
entre São Miguel e Alto de Areias. Informado de que
eles passavam por ali, e sendo eu um legalista,
fui atacá-los, havendo forte tiroteio. Depois de grande
luta, e estando com apenas dezoito companheiros,
vi-me forçado a recuar, deixando diversos inimigos feridos.
A respeito de sua vinda ao Ceará:
- Vim agora ao Cariri porque desejo prestar meus serviços
ao governo da nação. Tenho o intuito de incorporar-me
às forças patrióticas do Juazeiro, e com elas oferecer
combate aos rebeldes. Tenho observando que, geralmente,
as forças legalistas não têm planos estratégicos,
e daí os insucessos dos seus combates, que de nada
tem valido. Creio que se aceitassem meus serviços e
seguissem meus planos, muito poderíamos fazer.
Sobre o futuro Lampião mostrou-se incerto, apesar de ter planos:
- Estou me dando bem no cangaço, e não pretendo abandoná-lo.
Não sei se vou passar a vida toda nele. Preciso trabalhar
ainda uns três anos. Tenho de visitar alguns amigos,
o que não fiz por falta de oportunidade. Depois, talvez
me torne um comerciante.
Aqui termina a entrevista concedida por Lampião em Juazeiro.
Na despedida Lampião nos acompanhou até a porta.
Pediu nosso cartão de visita e acrescentou:
- Espero contar com os "votos" dos senhores em todo tempo!
- Que dúvida... respondemos.
(Entrevista extraída do SITE OFICIAL -
Mantido por Vera Ferreira, Neta de Lampião e Maria Bonita.
- www.infonet.com.br/lampiao/ )
Segundo informação, ao ser publicada a entrevista,
foi feita uma adaptação do linguajar,
para melhor compreensão.
TIREM AS SUAS PRÓPRIAS CONCLUSÕES.
sábado, 29 de agosto de 2009
Senado debaterá desenvolvimento do Nordeste
O senador César Borges (PR-BA) anunciou ontem (19), que a Comissão de Desenvolvimento Regional e Turismo (CDR) do Senado, da qual é presidente em exercício, fará um ciclo de debates sobre o desenvolvimento da região Nordeste, visando avaliar a atuação de instituições como a SUDENE, o Banco do Nordeste e BNDES. A decisão de César Borges atendeu sugestão do senador Tasso Jereissati (PSDB-CE), que pediu para que coordenasse no Senado um ciclo de debates sobre o Nordeste. César Borges aproveitou a votação do PLC 14/2007, que inclui municípios do Ceará na área de atuação da Codevasf - Companhia de Desenvolvimento dos Vales do São Francisco e Parnaíba -, para defender o fortalecimento do órgão. Ele lembrou que a Codevasf sofre do que chama “soluços orçamentários”, recursos ocasionais liberados pelo governo, mas sem a necessária continuidade. “A atuação da Codevasf é marcante no Nordeste, mas faltam os instrumentos para uma atuação mais abrangente”, afirmou. A realização dos debates, conforme César Borges, dará a oportunidade para o Senado e o governo federal reavaliarem organismos de desenvolvimento regional como a SUDENE, o BNDES, o Banco do Nordeste e a própria Codevasf. “Estas entidades foram criadas em outro momento, e todas têm que ter seu papel atualizado para o momento em que vivemos”, defendeu. O senador lembrou que a Bahia tem vários projetos de irrigação com a implantação em ritmo lento, e cobrou celeridade nas obras.
Mudanças climáticas no Brasil - Consequências Para o Nordeste
As projeções de clima, liberadas pelo Quarto Relatório do IPCC (IPCC AR4), têm mostrado cenários de secas e eventos extremos de chuva em grandes áreas do planeta. No Brasil, a região mais vulnerável, do ponto de vista social, à mudança de clima, seria o interior de Nordeste, conhecida como semi-árido, ou simplesmente o “sertão”. Reduções de chuva aparecem na maioria dos modelos globais do IPCC AR4, assim como um aquecimento que pode chegar até 3-4ºC para a segunda metade do século XXI. Isso acarreta reduções de até 15-20% nas vazões do rio São Francisco.
O Relatório do Clima do Brasil, produzido recentemente pelo Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), tem estudado as mudanças de clima no Brasil, e para o Nordeste, para finais do século XXI. Este relatório tem usado modelos regionais de até 50 km de resolução animados no modelo global de HadAM3 do Centro Climático do Reino Unido (Hadley Centre). Segundo este relatório do Inpe, estes seriam os possíveis impactos da mudança de clima, considerando os cenários otimistas e pessimistas propostos pelo IPCC:
No cenário climático pessimista, as temperaturas aumentariam de 2 ºC a 4 ºC e as chuvas de reduziriam entre 15-20% no Nordeste até o final do século XXI. No cenário otimista, o aquecimento seria entre 1-3 ºC e a chuva ficaria entre 10-15% menor que no presente.
Essas mudanças no clima do Nordeste no futuro podem ter os seguintes impactos:
* A caatinga pode dar lugar a uma vegetação mais típica de zonas áridas, com predominância de cactáceas. O desmatamento da Amazônia também afetará a região.
* Um aumento de 3ºC ou mais na temperatura média deixaria ainda mais secos os locais que hoje têm maior déficit hídrico no semi-árido.
* A produção agrícola de subsistência de grandes áreas pode se tornar inviável, colocando a própria sobrevivência do homem em risco.
* O alto potencial para evaporação do Nordeste, combinado com o aumento de temperatura, causaria diminuição da água de lagos, açudes e reservatórios.
* O semi-árido nordestino ficará vulnerável a chuvas torrenciais e concentradas em curto espaço de tempo, resultando em enchentes e graves impactos sócio-ambientais. Porém, e mais importante, espera-se uma maior freqüência de dias secos consecutivos e de ondas de calor decorrente do aumento na freqüência de veranicos.
* Com a degradação do solo, aumentará a migração para as cidades costeiras, agravando ainda mais os problemas urbanos.
Conseqüências da mudança do clima no Nordeste:
As projeções apresentadas no Relatório do Clima do Inpe foram geradas usando modelos climáticos globais e regionais, e o fato de todos os modelos convergirem numa situação de clima mais quente e seco pode fazer com que consideremos essas projeções como tendo um grau de certeza grande. Considerando um modelo em particular (o modelo do Centro Climático britânico - Hadley Centre) e o cenário pessimista, apresenta uma tendência de extensão da deficiência hídrica por praticamente todo o ano para o Nordeste, isto é, tendência a “aridização” da região semi-árida até final do século XXI. Define-se “aridização” como sendo uma situação na qual o déficit hídrico que atualmente apresenta-se no semi-árido durante 6-7 meses do ano seja estendido para todo o ano, conseqüência de um aumento na temperatura e redução das chuvas. Em resumo, grande parte do semi-árido nordestino, onde a agricultura não irrigada já é atividade marginal, tornar-se-ia ainda mais marginal para a prática da agricultura de subsistência.
Aquecimento global, com a elevação do nível dos oceanos, aumento da intensidade e da freqüência das ressacas nos últimos anos, a ocupação irregular da orla e mudanças provocadas pelo homem nos rios que desaguam no mar são apontados, por especialistas em climatologia e fenômenos marinhos, como causas mais prováveis da redução das praias. Uma elevação de 50 cm no nível do Atlântico poderia consumir 100 metros de praia no Norte e no Nordeste. Em Recife, por exemplo, a linha costeira retrocedeu 80 metros de 1915 a 1950, e mais de 25 metros de 1985 e 1995.
Os ambientalistas estão preocupados também com a caatinga, apontada como uma das ações mais urgentes. A caatinga é o único bioma exclusivamente brasileiro, abriga uma fauna e uma flora únicas, com muitas espécies endêmicas, ou seja, que não são encontradas em nenhum outro lugar do planeta. Trata-se de um dos biomas mais ameaçados do Brasil, com grande parte de sua área tendo já sido bastante modificada pelas condições extremas de clima observadas nos últimos anos, e potencialmente são muito vulneráveis às mudanças climáticas.
O clima mais quente e seco poderia ainda levar a população a migrar para as grandes cidades da região ou para outras regiões, gerando ondas de “refugiados ambientais”, aumentando assim os problemas sociais já existentes nos grandes centros urbanos do Nordeste e do Brasil.
O que pode ser feito: avaliações do impacto e vulnerabilidade as mudanças climáticas
A população mais pobre é a que sofrerá mais e a região mais afetada seria um quadrilátero no Nordeste, compreendendo desde o oeste do Piauí, o sul do Ceará, o norte da Bahia e oeste de Pernambuco, onde estão as cidades com menor desenvolvimento humano. As projeções de clima para o futuro indicam riscos de secas de 10 anos ou mais.
Para um país com tamanha vulnerabilidade, o esforço atual de mapear tal vulnerabilidade e risco, conhecer profundamente suas causas setor por setor, e subsidiar políticas públicas de mitigação e de adaptação ainda se situa bem aquém de suas necessidades. O conhecimento sobre impactos setoriais avançou um pouco sobre a vulnerabilidade da mega diversidade biológica e de alguns agro-ecossistemas (milho, trigo, soja e café) às mudanças climáticas, com indicações iniciais de significativa vulnerabilidade. Nos setores de saúde, recursos hídricos e energia, zonas costeiras, e desenvolvimento sustentável do semi-árido e da Amazônia, a quantidade de análises de impactos e vulnerabilidade é substancialmente menor, o que aponta para uma premente necessidade de induzir estudos para esses setores.
São mais comuns os estudos de vulnerabilidade a mudanças dos usos da terra, aumento populacional e conflito de uso de recursos naturais, porém, é urgente um esforço nacional para a elaboração de um “Mapa Nacional de Vulnerabilidade e Riscos às Mudanças Climáticas”, integrando as diferentes vulnerabilidades setoriais e integrando estas com as demais causas de vulnerabilidade. Um plano contra a mudança climática incluiria tanto ações de adaptação (como mudar o zoneamento em cidades litorâneas para evitar o avanço do mar) quanto de mitigação.
Implementação de um sistema brasileiro de alerta precoce de seca e desertificação
Considerando a sensibilidade do Nordeste às variações climáticas, e ante uma potencial mudança do clima nessa região, considerada como a mais vulnerável às reduções de chuva e aumento das temperaturas, é necessária uma ação coordenada do governo para enfrentar a mudança de clima. O governo brasileiro está criando um sistema para prever a ocorrência de grandes períodos de seca no semi-árido e apontar as áreas suscetíveis a um processo de desertificação desencadeado por mudanças climáticas.
Batizado de Sistema Brasileiro de Alerta Precoce de Secas e Desertificação, o projeto visa à criação e implantação de um sistema, que permita trabalhar com a questão mais imediata que são as grandes secas episódicas que atingem a região, assim como a criação de uma ferramenta de diagnóstico para identificar as áreas mais afetadas pela degradação ambiental, e mais suscetíveis à desertificação.
fonte: Algo Sobre
O quinze - Rachel de Queiroz
Publicado em 1930, o romance O Quinze, de Rachel de Queiroz, renovou a ficção regionalista. Possui cenas e episódios característicos da região, com a procissão de pedir chuva, são traços descritivos da condição do retirante. O sentido reivindicatório, entretanto não traz soluções prontas, preferindo apontar os males da região através de observação narrativa.
Em O Quinze, primeiro e mais popular romance de Rachel de Queiroz, a autora exprime intensa preocupação social, apoiada, contudo, na análise psicológica das personagens, especialmente o homem nordestino, sob pressão de forças atávicas que o impelem à aceitação fatalista do destino. Há uma tomada de posição temática da seca, do coronelismo e dos impulsos passionais, em que o psicológico se harmoniza com o social.
Virgolino Ferreira - Lampião
Herói, Bandido, Justiceiro, Mito... Talvez todas essas características juntas seria a melhor forma de definir Lampião.
Em 28 de Julho de 1938 chegava ao fim à trajetória do líder cangaceiro mais polêmico e influente da história do cangaço. A tentativa de explicar a morte de Lampião levanta controvérsias e alimenta a imaginação, dando origem a várias hipóteses acerca do fim de seu "reinado" nos sertões nordestinos. Existe a versão oficial que sustenta a chacina de Angicos pelas forças volantes de Alagoas e existe também a versão do envenenamento de grande parte do grupo que se encontrava acampado em Angicos.
A macabra exposição ainda seguiu para Santana do Ipanema e depois para Maceió, aonde os políticos puderam tirar proveito o quanto quiseram do evento mórbido. Lampião, Maria Bonita, Luiz Pedro, Quinta-feira, Elétrico, Mergulhão, Enedina, Moeda, Alecrim, Colchete e Macela.
sexta-feira, 21 de agosto de 2009
Cordel de Boas-Vindas
Ou bom dia, isso depende
Do momento que escolheu
Para aprender com a gente
Cabras da Peste lhe convida
Para uma viagem fabulosa
Por entre as maravilhas
De uma terra muito formosa
O Sertão é rico em cores
Palavras, formas e sabores
É terra de lutadores
Que nunca esquecem seus valores
Pelas cores da Caatinga
Não se deixe enganar
Ela é branca na época da seca
Mas quando chover, vai esverdear!
As palavras do sertanejo
São às vezes discriminadas
Mas "oxente" e "vôte" são comuns
E muito "arretadas"!
Existem formas variadas
Como as do Mestre Vitalino
Que moldou a sua história
Com eternas mãos de menino
A culinária sertaneja
Rica em milho, bode e feijão
Mistura cores e sabores
Não deixe de provar, não!
E é isso meu cumpadre
Fique só mais um momento
Esperamos que este blog
Lhe traga conhecimento
Leia com muita calma
Que não se arrependerá
Cabras da Peste lhe avisa
Que a viagem vai começar!
Cordel produzido por Marina Araújo
Tatu-bola ( Tolypeutes Tricinctus)
O Tatu-bola - o menor e o único tatu endêmico do território brasileiro - pertence à mais rara espécie de edentados do nosso território, sendo considerado em perigo, de acordo com a lista da IUCN.
Possui pequeno porte e é dotado de uma carapaça convexa recoberta por placas queratinizadas variando de ovais a hexagonais. O escudo cefálico é bastante desenvolvido. Sua característica típica é a capacidade de se enrola - uma atitude de defesa.
Fonte
terça-feira, 18 de agosto de 2009
Bichos da nossa terra
• Ararinha-Azul (Cyanopsitta spixii): restrita ao Piauí, Maranhão e extremo Norte da Bahia (Sul do rio São Francisco), chega a medir até 57 cm. Apresenta plumas azuis, asas e cauda muito longas e escuras, bico negro com um grande dente maxilar e íris mostarda. Seriamente ameaçada de extinção, não consegue-se mais observá-la em vida livre. Só existem 78 animais da espécie no mundo - 8 delas no Brasil -, tornando-a uma das mais raras espécies animais. Apresenta hábitos herbívoros (manifestando preferência pela fruta conhecida como buriti), mas em cativeiro é alimentada com uma espécie de massa. A devastação de árvores da Caatinga compromete a reprodução do animal, que faz ninhos ocos em plantas altas e velhas. Outros de seus nomes populares são: arara-celeste, arara-do-nordeste e arara-spixi. O nome científico da espécie é uma homenagem ao naturalista alemão Johann Baptiste von Spix.
• Carcará (Caracara cheriway): Falconídeo tipicamente brasileiro, também pode ser conhecido como carancho e cará-cará. Apresenta uma espécie de chapeuzinho preto na cabeça, que se distingue pela pelagem branca ao redor dos olhos, também preta no resto do corpo e amaronzada com listras escuras no peito. Diferentemente dos falcões, não é um predador ativo, e sim "oportunista", alimentando-se de presas fáceis, como anfíbios, roedores e insetos. Pode atacar criações de pequenos caprinos, geralmente acompanhado de urubus. Pode aproximar-se de humanos que possuem pequenas propriedades de terra.
• Onça-Pintada (Panthera onca): Muito similar à primeira vista com o leopardo (é fácil diferenciá-los pela diferença do padrão de pintas), a onça-pintada teve origem nas regiões mais quentes e secas do Brasil, Argentina e Estados Unidos. Pode medir até 2,60m e alcançar os 115kg. É o maior mamífero carnívoro do país, necessitando de pelo menos 2kg de alimento (composto de antas, capivaras, queixadas, tamanduás e outras presas fáceis, já que trata-se de uma exímia caçadora) por dia. É a única espécie de felinos que ataca as presas com mordidas na cabeça. Classificada como "Quase ameaçada de extinção", a onça vem perdendo gradativamente seu espaço natural, que tem sido devastado através do desmatamento para criação de áreas agrícolas ou cultivo de animais. Isso tem intensificado o ataque de onças a rebanhos de bovinos para obtenção de alimento, já que, também, tem se verificado um declínio na população das presas naturais do animal. Símbolo da fauna brasileira, também pode ser conhecida como jaguar ou jaguaretê, que tem origem do termo guarani jaguarete.
Fonte
Fonte
Água na Caatinga
As águas subterrâneas de baixa e méda profundidade formam a base essencial de abastecimento para o consumo de seres humanos e animais. São águas disponíveis nos aluviões que constituem o fundo dos vales (leito seco e áreas adjacentes - Baixios - dos cursos de águas temporários). Os animais consomem também a água armazenada em algumas plantas (sobretudo os cactos).
O Principal rio que corta a Caatinga é o São Francisco, porém existem outros de menor extensão e volume de água. Alguns são seus afluentes, com os rios Branco, Grande, Corrente, Formoso e Carinhanha. O planalto da Borborema é cortado por rios perenes, porém de pequena vazão , como o Paraíba e o Capibaribe, além de outros de menor expressão como o Ipojuca e o Tracunnhaém. Nesta ecoregião, o potencial de águas subterrâneas é baixo, com predominância de águas salinas.
Fonte
Fauna Típica: Xerófitas e cactáceas
Não é difícil entender a denominação adotada pelos indígenas: na Caatinga, as folhas das árvores são caducifólias, que caem durante os períodos mais críticos de estiagem, proporcionando um aspecto esbranquiçado à paisagem. Na época da chuva, as pequenas folhas de árvores e arbustos (seu tamanho reduzido visa a economia de água) enverdecem e o cenário de seca e aparente devastação dá lugar à exuberância de uma flora reerguida, como a fênix que renasce das cinzas. Esse conjunto de características é exclusivo das plantas xerófitas, típicas dos ambientes secos.
Além disso, a Caatinga também caracteriza-se pela presença de cactos, cujas folhas se converteram em espinhos para evitar a transpiração e o caule é suculento, servindo de reserva de água e alimento para sertanejos e suas criações.
As espécies mais comuns são macambiras (Bromelia laciniosa), umbuzeiros (Acrocomia aculeata), palmas (Gladiolus hortulanus), xique-xiques (Crotalaria incana), mandacarus (Cereus giganteus), juazeiros (Ceiba pentandra), caroás (Neoglaziovia variegata), aroeiras (Schinus terebinthifolius), baraúnas (Schinopsis brasiliensis) e ingazeiras (Inga edulis Mart).
Fonte / Fonte
segunda-feira, 17 de agosto de 2009
Danças típicas da região!
Não misture as coisas!
• Nordeste é uma das cinco regiões do Brasil, que abrange os estados de Alagoas, Bahia, Ceará, Maranhão, Paraíba, Piauí, Pernambuco, Rio Grande do Norte e Sergipe. Trata-se, portanto, de uma divisão oficial da geografia do nosso país, um conjunto de Unidades Federativas, como o Sudeste, o Centro-Oeste e o Norte. Ocupa uma área de 1.558.196 km² e é a segunda maior região do país em extensão.
• Sertão é uma expressão que provém de "desertão", denominação adotada pelos portugueses para identificar qualquer lugar mais afastado dos centros urbanos. Convencionou-se chamar assim as regiões interioranas de Pernambuco, Bahia, Sergipe, Piauí, Ceará, Paraíba e o norte de Minas Gerais. Logo, abrange um Estado localizado fora do Nordeste e deixa de incluir, por exemplo, o Maranhão, localizado na mesma região. O Sertão está identificado abaixo pelo número (2).
• A Caatinga é particular das regiões áridas e semi-áridas. É predominante na área chamada Sertão e, embora esteja restrita à essa região (não há flora similar em qualquer outro lugar do mundo), não se trata de um grupo de Estados ou de um local específico, mas sim de um Bioma: conjunto de plantas e animais característicos, como o Cerrado, a Mata Atlântica e os Pampas.
Fonte
Carvoarias no Sertão causam indignação e problemas ambientais
Em apenas cinco meses de funcionamento das carvoarias, mais de 10.000 hectares de caatinga já foram devastados.
Árvores seculares como Pau D’Arco, Aroeira, Pau de Birro, Barriguda, Violeta, Angico, Cangaeiro, Camaçari, Baraúna, Catuaba, Caatinga de Porco (ou Pau de Rato) e Pau de Casca, dentre outras, estão sendo rapidamente transformadas em carvão e fumaça.
Animais como caititu, tatu, canastra, cutia, tamanduá-bandeira, veados, onça pintada, onça, bodeira, onça preta, répteis e aves estão sendo mortos ou expulsos do seu habitat natural.
As comunidades que vivem na região dependem diretamente dessas áreas para tirar o seu sustento. Ali as famílias criam seus animais, como cabras, ovelhas, abelhas, gado e animais de tração. Fazem seus pequenos roçados e retiram a madeira necessária para a construção de moradias. Com a ação das carvoarias, essas famílias encontram-se em total desespero.
Segundo relatos de moradores da localidade, as carvoarias pertencem a proprietários de Minas Gerais e transportam mais de 500m³ de carvão por semana, que servem para alimentar os fornos da siderurgia mineira, principalmente para a produção de ferro.
Ainda segundo moradores, a origem do carvão é alterada, porque as notas para o transporte têm como município de referência Buritirama, na Bahia. Inclusive, uma carreta que transportava carvão foi apreendida por transporte ilegal.
Até o momento, 219 fornos estão em funcionamento e o plano das carvoarias prevê a exploração de carvão na região por dez anos. As áreas devastadas devem ser cultivadas com a monocultura de eucalipto ou pasto em áreas não cercadas, o que pode provocar o desmantelamento total do sistema de manejo das áreas de Fundo de Pasto de toda a região.
Diante de crimes tão bárbaros, onde estão as autoridades municipais, estadual e federal? Prefeitura Municipal, Centro de Recursos Ambientais (atual Instituto do Meio Ambiente – IMA Bahia), Instituto Brasileiro de Meio Ambiente (IBAMA) já foram informadas e até o momento nenhuma providência foi tomada.
O Artesanato de Mestre Vitalino
Embora não tenha nascido no Sertão, e sim em Caruaru (às margens do rio Ipojuca), Vitalino Pereira dos Santos imortalizou-se como Mestre ceramista retratando os mais diversos personagens, muitos característicos da região sertaneja: retirantes, vaqueiros, pastores, padres, Lampião, Maria Bonita e seu bando de cangaceiros...
Sua história artística começou despretensiosamente na infância, quando o pequeno Vitalino moldava em cerâmica pequenos animais, bonecos, louças, e os punha para assar no forno contruído pelo pai, humilde lavrador, junto com as peças da mãe. As criações de mãe e filho eram levadas à feira de Caruaru em cangalhas de jegue, onde eram vendidas. O que parecia apenas uma brincadeira de menino tornou-se algo sério e as miniaturas de Vitalino, cada vez mais diversificadas, passaram a ser produzidas por encomenda. Com o tempo, o sucesso do Mestre foi aumentando e ele, que até 1950 era analfabeto e carimbava suas peças, aprendeu a escrever o próprio nome e autenticar sua arte.
Após criar escolas, ensinar sua arte e alcançar reconhecimento internacional, Vitalino morreu deixando seu legado artístico para os filhos Severino e Amaro, que continuaram cuidando para que a obra de Mestre Vitalino continuasse sendo reproduzida.
Apreciada nacional e internacionalmente até os dias de hoje (saiu do agreste pernambucano, espalhou-se pelo Brasil alcança diversos outros países!), encanta por sua sensibilidade e riqueza de detalhes, formas que expressam a beleza e a cultura de um Sertão com uma delicadeza só alcançável pelos olhos de um menino que, apesar do tempo, Vitalino nunca deixou de ser.
Fonte
domingo, 16 de agosto de 2009
Tapioca Recheada
Ingredientes:
- 1/2kg de farinha para tapioca (bijou)
- Água o suficiente para dar o ponto
- Sal a gosto
Recheio de calabresa:
- 1kg de linguiça calabresa cortada em rodelas bem finas ou triturada
- 2 colheres (sopa) de óleo
- 4 dentes de alho
- 1 cebola média picada
- 1/2 xícara (chá) de cheiro verde
Numa tigela, coloque o polvilho e vá adicionando a água até
cobrir e ficar dois dedos acima. Deixe de um dia para o outro.
Retire toda a água com a ajuda de um pano limpo sem deixar
excesso. Vai ficar parecendo um bloco.
Esfarele essa massa com as mãos. Passe pela peneira e acrescente
o sal.
Numa frigieira anti-aderente, modele a tapioca como uma paqueca.
Quando estiver pronta, a massa estará unida. Não deixe escurecer.
Vire rapidamente e deixe secar do outro lado. Deve ser retirada
do fogo ainda branquinha.
Recheie a gosto (no exemplo acima, uma tapioca de carne-de-sol).
Recheio de calabresa:
Numa panela com o óleo, doure o alho e a cebola, adicione a
linguiça e deixe ficar bem crocante. Por último, coloque o cheiro
verde e desligue o fogo. Utilize o recheio quente.
Fonte
sábado, 15 de agosto de 2009
Bolo Pé-de-Moleque
A mistura de especiarias e castanhas com a massa da mandioca, resultou nesse bolo de sabor marcante, coloração escura e muito perfumado.
- 1kg de massa de mandioca
- 2 xícaras de açúcar
- 1/2 xícara de margarina em temperatura ambiente
- 4 ovos
- 2 xícaras de leite
- 150g de castanha de cajú
- 1 colher de chá de canela em pó
- 1 colher de chá de cravo em pó
- 1 colher de chá de erva doce
- 1 colher de sopa de café bem forte
- 1 colher d e chá de fermento
- 1 pitada de sal
- castanhas de cajú em metades par adecorar
Misture a massa de mandioca com o leite de coco, o açúcar, a margarina e o café. Misture a canela, o cravo, a erva doce, as castanhas, o fermento e o sal. Junte à massa anterior. Bata as claras em neve, vá juntando as gemas uma a uma sem parar de bater e depois misture delicadamente à massa. Despeje em forma untada, decore com as metades de castanhas e leve ao forno médio cerca de 1h.
Carne de Sol
A carne de sol é um prato típico do sertão pernambucano. A carne de boi é salgada e deixada ao sol até atingir o ponto ideal. Na hora do preparo, é necessário deixá-la de molho em água para dessalgar e depois mergulhar no leite por algumas horas para que amacie bem e não endureça. Esta carne é encontrada já pronta nos mercados públicos, feiras e supermercados da região.
- 800g de carne de sol em um único pedaço
- 1 litro de leite
- manteiga de garrafa (derretida)
- 300g de queijo de coalho cortado em fatias bem grossas
Abra a carne ao meio no sentido do comprimento fazendo uma espécie de bife bem grande. Deixe a carne de sol de molho na água por 12h, trocando a água 1 vez e depois mais 4 horas de molho no leite. Enxugue e leve para fritar na manteiga, em fogo baixo, cuidando para que não endureça nem resseque. Coloque em uma travessa e mantenha aquecida.
Aqueça ligeiramente as fatias de queijo sem deixar dourar, só para que comecem a derreter. Arrume o queijo por cima da carne e sirva acompanhado de manteiga de garrafa, feijão verde, arroz branco, macaxeira cozida e farofa.
Casa do Rei do Baião está ameaçada de Cair ?
A casa de Gonzagão fica localizada no Parque Asa Branca em Exu-Pe o qual possui lanchonete e palcos para shows. Nesse parque se encontram objetos do cantor "como fotos, além dos mausoléus dele, da mulher e de seus pais". O site da rádio Cetama fala que o espaço é administrado pela ONG Parque Asa Branca e cobra-se do visitante R$ 2,00. Outro fato que piora a situação é que tem diminuído o número de turistas ao local.
Esta situação já vi na Tv Brasil no começo do ano através de um documentário que falava sobre a vida e a obra de Luiz Gonzaga. Além de homenagear Gonzagão, a reportagem da Tv denunciava em todas as cores a precária situação do Parque Asa Branca. É revoltante essa situação. A memória dele tem que ser preservada e lembrada para sempre. Faz-se necessário urgente tomada de posição quanto a esse estado de coisa. O Rei do Baião merece respeito. E que as gerações futuras possam beber dessa fonte tão rica. Parabenizo o Blog do Crato que todos os dias enaltece a cultura da região caririense e a rádio Cetama que com esta notícia ajuda a quem de direito possa olhar e ajudar preservar a rica história de Luiz Gonzaga.
Fonte
Buchada de Bode
1. 01 bucho ( estômago de cabrito ou carneiro)
2. 500g miúdo ( tripas, fígados, bofe/pulmão, e coração)
3. 03 limões
4. 240g sangue aferventado
5. 01 cebola grande picada
6. 03 dentes de alho picado
7. 03 tomates grandes picados
8. 02 pimentões picados
9. 02 colher de sopa de vinagre
10. ½ xícara de salsa,coentro e cebolinha picado
11. 01 colher de sopa de hortelã picada
12. 100g toucinho fresco
Preparo
Limpar e lavar bem o bucho, as tripas e o miúdos.
Colocar numa panela, cobrir com água, levar ao fogo alto e deixar ferver por cerca de cinco minutos. Escorrer e lavar novamente todos os pedaços com sal e limão.
Deixar o bucho inteiro. Cortar os miúdos e o sangue e ponha em uma panela, Acrescentar a cebola, o alho, os tomates, os pimentões, o vinagre, pimenta do reino e cominho, coentro,salsa,cebolinha, e hortelã.
Rechear o bucho com os miúdos temperados e costurar a abertura.
Colocar em uma panela grande, colocar bastante água, junte o toucinho, levar ao fogo alto e deixar ferver. Abaixar o fogo, tampar a panela e deixar cozinhar por cinco horas. Adicionar água quente à medida que for secando.
Servir cortada e acompanhada com pirão e arroz branco.
Para melhor equilíbrio nutricional recomendamos servir com laranja ou abacaxi e uma salada de verduras.
Pirão
Preparo: retire o toucinho da panela, amasse-o com o garfo e devolva-o ao caldo do cozimento.Verifique o tempero, acrescente sal a gosto.Adicione a farinha de mandioca, mexendo sempre para não empelotar, até obter um pirão homogêneo.
Fonte
O memorável Patativa do Assaré
Um poeta onde sua poesia se permanece atual. Nascido na Serra da Santana, uma pequena propriedade do município de Assaré – CE, só frequentou a escola por quatro meses e ainda assim consegui fazer as belíssimas poesias. Teve uma das suas maiores perdas aos oito anos, à morte de seu pai, que fez com que o resto de sua família se voltasse para o trabalho da enxada.
A sua vocação de poeta, cantador da existência e cronista das mazelas do mundo apareceu cedo, aos cinco anos. Para chegar onde chegou, tinha uma receita trivial: dizia que para ser poeta não era necessário ser professor. 'Basta, no mês de maio, recolher um poema em cada flor brotada nas árvores do seu sertão', dizia. Aos oito anos, trocou uma ovelha por uma viola e sua fama começou a se espalhar por esse sertão. A sua infância, que propiciou inspiração para seus versos, foi a mesma que lhe tirou um olho, devido a uma doença, que como o próprio denominava “mal d’olhos”.
Mesmo com pouco estudo, tinha uma poesia impecável, pois versejava em redondilhas e decassílabos. Sua poesia retratava uma visão de mundo "cabocla", muitas vezes nostálgica e desapontada com as mudanças trazidas pela modernidade e pela vida urbana. Sua poesia, era também forma de denuncias as injustiças sociais, alastrando sempre a consciência e a persistência do povo nordestino que continua a viver e dá sinais de bravura ao combater as condições climáticas e políticas desfavoráveis.
Um exemplo do talento inigualável:
O Burro.
Vai ele a trote, pelo chão da serra,
Com a vista espantada e penetrante,
E ninguém nota em seu marchar volante,
A estupidez que este animal encerra.
Muitas vezes, manhoso, ele se emperra,
Sem dar uma passada para diante,
Outras vezes, pinota, revoltante,
E sacode o seu dono sobre a terra.
Mas contudo! Este bruto sem noção,
Que é capaz de fazer uma traição,
A quem quer que lhe venha na defesa,
É mais manso e tem mais inteligência
Do que o sábio que trata de ciência
E não crê no Senhor da Natureza.