Barbie

Autores:  Hanna Danna e Souza e Thaina Noda Vendrame

História da marca

Nesse ano (2009), Barbie, a boneca mais vendida do mundo, fabricada pela Mattel, comemora seus 50 anos, com rosto e corpo de 20.

Ela foi lançada em 9 de março de 1959 e criada por Ruth Handler. Ruth e seu marido são os criadores da empresa de brinquedos Mattel, que fabrica a boneca Barbie.

01Ao criar a Barbie, Ruth fora possivelmente influenciada pela boneca alemã BildLilli, loira, com olhar para baixo e com traços semelhantes aos nus pornográficos. “Para evitar a semelhança entre as bonecas, a Mattel contratou um maquiador profissional da Universal Pictures, responsável por “deserotizar” a face de Lilli; um engenheiro de mísseis do Pentágono ajudou a desenvolver brinquedos de alta tecnologia, chegando a patentear as articulações do corpo da boneca. Charlotte Johnson, estilista e veterana da moda, fabricou os trajes da Barbie, impondo-lhe o seu próprio jeito imponente de vestir-se. E ainda, um diretor de pesquisa motivacional foi contratado para elaborar um pacote de propagandas que sanasse a insegurança e o ódio que as mães tinham em relação a uma boneca adulta”, diz Fernanda Theodoro Roveri, em seu estudo “A boneca Barbie e a educação das meninas – um mundo de disfarces.”

Ruth nomeou a boneca de Barbie por ser o diminutivo de Bárbara, uma de suas filhas. No inicio, Barbie era vendida a US$ 3 e hoje chega a custar US$ 10 mil. Foi a primeira boneca maquiada e também a primeira a ser criada em modelo adulto, sendo que as demais sempre eram representadas como bebês ou crianças.

Confirmando seu slogan- Beanything-, Barbie é loira, fashion, rica, bonita, inteligente e famosa. Ela nunca envelhece. Em seu mundo cor-de-rosa de fantasia e sonhos tudo pode acontecer. Ela pode ser o que quiser e você também pode, contanto que esteja na moda. “Faça o que você quiser, desde que a sua aparência seja como deve ser; isto é, o mais parecida possível com a boneca impossível”, Paula Sibila, em “A arma de guerra chamada Barbie”.
A boneca perfeita tem também um namorado perfeito, Ken, criado em 1961. Como Barbie, Ken também acompanha a moda e possui vários acessórios.

A boneca já apareceu em diversas profissões, de caixa do McDonald’s até astronauta e estrela do rock, e é vendida em mais de 150 países. É alvo de colecionadores e já foi vestida por vários estilistas famosos e grandes marcas. Barbie até deixou sua marca na calçada da fama em Hollywood, onde chegou com os filmes “Barbie e o Quebra Nozes”, “Rapunzel” e “A Princesa e a Plebéia”.

Devido à concorrência causada pela entrada de outras bonecas no mercado de brinquedos, Barbie teve suas vendas em queda, o que levou a Mattel a lançar versões mais despojadas e étnicas da boneca como forma de reverter a situação sem sucesso.

Nesse ano, em comemoração aos 50 anos de Barbie, a Mattel abriu a primeira loja-conceito da Barbie, localizada em Xangai na China, num prédio de seis andares destinado a mulheres de todas as idades. Há uma escada transparente em espiral rodeada de 800 Barbies, restaurante e o “Bar Barbie” além de muitas outras atrações. As clientes podem até criar suas próprias bonecas exclusivas.

Valores culturais e sociais

As bonecas Barbie são constantemente vendidas em mais de 150 países no mundo por quase meio século. Transformando-se em ícone de beleza, comportamento jovem e consumista. Ditando tendências e atitudes tanto em crianças como adultos,é um modelo feminino do pós guerra, sendo baseada em outra boneca alemã chamada Lilli.

A empresa Mattel, criadora da boneca no pós-guerra (1959), percebeu que o publico infantil era um grande consumidor, até então suas propagandas eram dedicadas  aos pais das crianças. Os comerciais então começaram a serem mais apelativos as meninas que gostariam de ter o brinquedo.

Estimuladas pelo universo colorido, e um mundo imaginário da boneca, as meninas após assistirem os comercias desejam tê-la e  ter seus acessórios (castelos, carros). Alimentando assim o estilo consumista que a boneca passa.

Não só manifestando comportamentos exagerados de compra, ela se faz de exemplo para uma apresentação corporal e de estilo de vida, ensinando como agir, pensar, e se relacionar com o mundo. Como pessoas não consomem só produtos, mas também idéias e valores, acabam trazendo para si características que a boneca diz serem as melhores.

Com os filmes que a Mattel produziu, eles faturam em cima de cenários e figurinos que geralmente não vem junto com as bonecasem suas embalagens, mais um ponto para favorecer a venda dos produtos Barbie, e aumentar com o consumismo desenfreado de toda uma geração.

002Sempre com o mesmo formato de rosto e corpo ela faz uma padronização de modelo perfeito. O fato de terem versões negras, hispânicas, asiáticas, não muda a fôrma em que todas são feitas, apenas a cor de plástico utilizado.A diferença nas cores da boneca apenas fazem a empresa vender mais. Uma menina negra gostaria de ter a “BARBIE“ de mesma descendência racial, e isso daria a empresa um lucro de mais 50 dólares.
Qualquer que seja a etnia, a boneca continua com padrões de beleza iguais. Magra, na ponta dos pés, com características de descendentes brancos.

O poderoso modelo corporal da boneca mais vendida do mundo foi mudado em 1997 teve cinturas e quadris alargados para parecer mais realista, medidas que foram tomadas pela Mattel na tentativa de amenizar as criticas que haviam sofrido. Entretando as mudanças são sutis.

Seu corpo continua com medidas incomuns, humanamente impossíveis.  Se ela fosse humana suas medidas seriam essas: busto 99 cm, cintura 48 cm, quadris 83 cm e peso 45,8 kg e demandaria de uma altura de 2m 13 para sustentar tudo, com esse peso ela não possuiria quantidade necessária de gordura corporal suficiente para ter ciclos regulares menstruais e nem sequer andaria.  Uma mulher em média tem: busto 93 cm, cintura 90 cm, quadris 1m, peso 65,7 kg. Até as modelos mais magras não se aproximam da medida da boneca.

Estimuladas por uma imagem fabulosa crianças querem não ter só a Barbie mas ser a Barbie, e ao passar ver a imagem “bela“ transmitida acabam desejando para elas um corpo “perfeito“, porém representa um ideal de beleza norte-americano impossível.

03O padrão de beleza desejado é simplista e estereotipado. Para “ser“ uma Barbie mulheres se dispõem a intervenções cirúrgicas e a métodos que agridem a saúde.

A Anorexia  entra com força nestes métodos para se tornar bela. Ela é uma disfunção alimentar, seus resultados são estresse físico, baixo peso corporal e dietas alimentares errôneas. É uma doença complexa, que envolve componentes psicológicos, fisiológicos, e sociais.

Sempre jovem e bela, desprezando a infância e o envelhecimento, mostrando que a moda, a sexualidade e a beleza concentram-se na idade jovem. Estimulando toda uma geração a ser igual, ser  ”Barbie”, mostrando uma imagem de jovem livre nas escolhas, gentil, tendo um modelo social perfeito, por outro lado representa uma ditadura de padrões de beleza corporais transformando mulheres em mercadoria que deve ser modificadas a exemplo do padrão.

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Em seus 50 anos a Barbie conseguiu o que famosos como Michael Jackson não conseguiram: sempre linda e adorada pelas crianças
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A Barbie é a única celebridade que em todos os anos de carreira só teve um namorado. A Sandy não conta, ela teve dois
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Ao contrário de muitas celebridades, a Barbie conseguiu um grande feito: ser famosa pelas roupas que veste e não pelas que tira.
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Observamos que estas campanhas que encontramos, supostamente seriam dedicadas ao público infantil.  Porém não tem uma conotação tão infantil assim.

Com 50 anos de mercado, é impossível dizer que Barbie não detêm influência sobre gerações,  Como mulher “perfeita” e exemplo,  a mulher real tentaria chegar ao mais perto disso possível, mesmo que para isso precisasse deteriorar seu organismo. E não é só nesse exemplo que Barbie seria a numero 1, ela mostra como a mulher deve ser carinhosa, querida,como agir e se isso não bastasse rica. Utilizando da ultima tendência da moda e de seu poder em um mundo cor-de-rosa. Ela passa de um simples brinquedo para se transformar em ícone mundial do exemplo de mulher, que mata mulheres de verdade tanto pela beleza quando por atitudes.

Referências bibliográficas

  • A BONECA BARBIE E A EDUCAÇÃO DAS MENINAS – UM MUNDO DE DISFARCES
  • ROVERI, FernandaTheodoro – UNICAMP
  • A ARMA DE GUERRA CHAMADA BARBIE SIBILA, PAULA

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