Minc se reúne com moradores de condomínio em terreno contaminado pela CSN

Foto: Luiz Morier

Foto: Luiz Morier

 

Ascom SEA

por Julia de Aquino

 

Com a presença de parlamentares de Volta Redonda, encontro definiu oito pontos de ações de apoio que têm como prioridade a saúde da população

 

Em reunião hoje (11/04) realizada na Secretaria de Estado do Ambiente (SEA) com parlamentares e representantes dos moradores do Condomínio Volta Grande IV, em Volta Redonda, o secretário do Ambiente, Carlos Minc, disse que a prioridade no momento é a saúde de todos que, eventualmente, tenham tido contato com o solo contaminado por resíduos químicos descartados pela Companhia Siderúrgica Nacional (CSN).

 

O secretário ressaltou também outros pontos importantes que foram acordados durante o encontro, como a coordenação da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) na realização dos exames nos moradores da região. Ao todo, Minc e os demais participantes do encontro acordaram oito pontos prioritários da iniciativas de apoio aos moradores do condomínio.

 

Minc ressaltou que a saúde da população é o ponto número um dessa escala de oito, e que a Fiocruz e a Secretaria Municipal de Saúde de Volta Redonda coordenarão e validarão as fundações que realizarão os exames médicos nos moradores do condomínio. Ainda dentro das prioridades acordadas estão a descontaminação do terreno e a realocação dos moradores. Além disso, a CSN terá que bancar o custo dos exames clínicos e a descontaminação do local.

 

A presidente do Instituto Estadual do Ambiente (Inea), Marilene Ramos, também participou da reunião, que contou com a presença do deputado federal Wanderley Alves de Oliveira, o Deley, o presidente da Associação de Moradores do Condomínio Volta Grande IV, Edson França, outros moradores e representantes de comissão dos vereadores de Volta Redonda.

 

Durante o encontro, Minc voltou a enfatizar que o terreno está mesmo contaminado, pois o laudo do Inea validou, há uma semana, os três relatórios anteriores das empresas Nickol, AECOM e Diagonal, contratadas pela CSN para analisar o terreno. “Seria leviano falar antes do laudo do Inea. A validação do laudo me deu a confirmação de que o nível de contaminação do terreno estava superior ao permitido”, disse o secretário.

 

Além da multa de R$ 35 milhões, segundo Minc, a CSN tem prazo de sete dias para apresentar e iniciar um plano de análise da saúde dos moradores da região, 15 dias para apresentar um plano de descontaminação tanto do solo quanto do lençol freático e 30 dias para elaborar um plano de realocação das 220 famílias que vivem no condomínio.

 

Segundo o secretário, nesta sexta-feira um representante da Fiocruz se reunirá com a secretária municipal de Saúde de Volta RedondaSuely Pinto, para uma primeira análise da situação. “Tudo tem que ser planejado, organizado e transparente. Não podemos dizer que as pessoas estão doentes. O que sabemos é que elas foram expostas a substâncias tóxicas”.

 

Ainda segundo o secretário, o laudo do Inea encontrou diversas substâncias tóxicas acima do limite tolerado, dentre elas, bário, cadmio, zinco, níquel e ascarel – este 90 vezes acima do nível permitido.

 

Ao final da reunião, Minc afirmou que valor equivalente à multa a ser paga pela CSN – de R$ 35 milhões – será revertido em ações de saneamento, reflorestamento e melhoria da qualidade do ar da região de Volta Redonda, dentre outras iniciativas na área ambiental.

 

A CSN foi multada em R$ 35 milhões pela contaminação do terreno em Volta Redonda, que tem 10 mil metros quadrados. A decisão foi anunciada pela SEA na segunda-feira passada. O valor da multa, no entanto, pode chegar a R$ 50 milhões se for constatado que moradores foram contaminados. O secretário Carlos Minc explicou, na ocasião, que a punição não chegou ao valor máximo porque ainda não foi comprovada por laudo a contaminação de famílias. Segundo Minc, assim que alguma família apresentar comprovação de contaminação, o valor da multa será revisto para cima.

 

Foto: Luiz Morier

Foto: Luiz Morier