E o frio chegou ao Sul!
Com temperaturas que vão abaixo de 4ºC – e dizer que estamos recém em início de Junho - a previsão já arrisca recorde de frio esse ano.
Passo no Mercado Público de Porto Alegre e sinto um aroma que me leva a minha infância, pois como já disse nesse blog, o cheiro tem memória. O aroma é de Mocotó, parecido com aquele que minha mãe fazia, hoje com 83 anos, ela se arrisca no máximo a fazer uma Dobradinha.
Não resisto! Vou ao Naval, atualizar a minha memória.
A propósito, o Bar Naval é uma “instituição” com mais de 100 anos, localizado no Mercado Público de Porto Alegre e famoso pelo “Violento Mocotó, a “Furiosa Feijoada” e os bolinhos de bacalhau, mas falaremos dele numa próxima.
Assim sendo, provei daquele manjar, acompanhado de um Cabernet.
Conversando com mamãe, perguntei se ela ainda lembrava da receita que é mais ou menos assim:
O verdadeiro mocotó gaúcho, aquele de grudar os beiços!
Mocotó
Ingredientes:
- 4 patas de gado, muito bem lavadas
- 1 coalheira, da mesma forma, bem lavada
- 2 kg de mondongo(bucho de gado), lavado com muito limão.
- 1 tripa grossa, também lavada com limão
- 1/2 kg. de lingüiça fina
- 1 kg. de feijão branco
- 2 colheres de sopa de óleo
- 2 cebolas
- 4 tomates
- Tempero verde
- 2 folhas de louro
- 2 dente de alho
- Ovos duros picados, quantidade a gosto do freguês.
Modo de preparar:
Numa panela grande, ponha as carnes para ferver (de véspera), com todos os temperos, até despegar o osso das patas, que servirá de referência para o tempo de cozimento. Deixar de véspera, também, uma ou duas xícaras de feijão branco de molho. Cozinhar o feijão e reservar. Fazer um refogado com cebolas, tomates, alho, louro, salsa, cebolinha e aí refogar os miúdos picados e a lingüiça em pedaços. Acrescentar a água em que foram aferventados e deixar ferver bastante. Meia hora antes de servir, juntar o feijão branco. Enfeitar com ovos duros e o tempero verde picados.
Para acompanhar pode ser um chileno Cabernet Savignon, Cosecha Tarapacá em promoção no supermercado. Lembre-se: Se beber não dirija, faça como a Angélica, vá de taxi!
E, que venga el frio!
2 comentários:
Já saboreei essa delícia pampeana. encontro meu padrinho tomando um vinho no canudo. conversamos um pouco e logos estamos em frente a placa de madeira, pintada de preto fosco, escrito com giz, bem grafado, "hoje, violento mocotó!". sem ao menos resistir ou pestanejar, estamos sentados eu e meu padrinho Carlos Andrade(in memoriam), à mesa. saboreando essa maravilha de nossa arte culinária. "o violento mocotó!". com vinho. tinto seco, do garrafão. assim reportamos ao menos 60 anos, vividos na campanha.
abraço.
junior.
bela matéria e graaande receita!!!
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