Em meio a uma longa expedição científica, no Deserto de Ordos, na China, escreve o Padre Teilhard de Chardin: “Senhor, mais uma vez, nestas estepes da Ásia não tenho pão nem vinho, nem altar, então eu me elevarei acima dos símbolos até à pura majestade do Real, e vos oferecerei, eu, o vosso sacerdote e sobre o altar da terra inteira, o trabalho e o sofrimento domundo”.

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O jesuíta francês, pois, alarga nossos olhos e corações, para perceber que o grande altar do Senhor é toda a Criação. Ajuda-nos a compreender que uma verdadeira piedade eucarística é aquela que transforma a vida dos cristãos numa grande missa (onde todos formam um só corpo). Quem encontrou o Senhor no silêncio e no sacramento é capaz de, conformando-se a ele, celebrar, a cada dia, a “missa sobre o mundo”; é alimentado pelo próprio Senhor para ser, no mundo, pela caridade, seu sinal e suas mãos.

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O então Cardeal Joseph Ratzinger, comentando o texto em questão, escreveu que nele a hóstia consagrada é “uma antecipação da transformação da matéria e de sua divinização na ‘plenitude’ cristológica. A Eucaristia indica, por assim dizer, a direção do movimento cósmico; ela antecipa o seu fim e ao mesmo tempo o impulsiona em direção a ele” (Introdução ao espírito da Liturgia). Um dominicano pode ver aqui o começo da segunda parte da Suma de Teologia...

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As alegrias de nossas comunidades, a festa do dia do trabalho, o desespero e a coragem daqueles que padecem no Rio Grande do Sul, nas guerras na África, no Oriente Médio e na Europa, dos que sofrem nas periferias geográficas e existenciais do Brasil e do mundo... são exemplos de “pães” e “vinhos” que oferecemos ao Senhor, sobre a grande missa sobre o mundo, que somos vocacionados a celebrar.

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Bom mês de maio!