0 – AVALIAÇÃO E REINVENÇÃO

Notas de Augusto de Franco para uma avaliação e uma reinvenção da metodologia do desenvolvimento local

Janeiro 2011

Trabalho há anos (desde 1993) com indução do desenvolvimento local por meio do investimento em capital social. A partir de 2004 com redes de desenvolvimento local. Mais recentemente, temos centenas de localidades no Paraná nas Redes de Desenvolvimento Local = clique aqui para ver o link do Ning e aqui para ver o site e conhecer a versão mais atual da metodologia.

Entretanto, fazendo um balanço dos últimos 12 anos, cheguei a uma avaliação que exige uma mudança. A partir daí comecei – juntamente com outras pessoas – a desenvolver um social game (de verdade), cujo nome (provisório) é “O melhor lugar do mundo” (onde a localidade será chamada de “Um País Chamado X”).

Vejam abaixo minhas considerações, que podem ajudar a quem se interesse pelo tema.

Antecedentes

“Um País Chamado X” é a primeira modificação radical (na verdade, uma reinvenção) da metodologia do DLIS – Desenvolvimento Local Integrado e Sustentável, surgida em 1998 e que foi aplicada largamente em municípios, bairros e outras localidades brasileiras em várias versões. Não se tem notícia, no mundo, de uma metodologia de indução do desenvolvimento local que tenha sido experimentada em tantas localidades, como foi o DLIS.

Existe razoável literatura sobre o DLIS e suas versões e adaptações, expondo, discutindo e questionando seus fundamentos teóricos. Casos concretos de aplicação da metodologia foram objetos de avaliações independentes e de análises críticas. Há também sobre o tema um número considerável de teses de mestrado e doutorado.

A penúltima adaptação significativa da metodologia do DLIS foi o Programa de Governança Solidária Local da Prefeitura de Porto Alegre em parceria com a UNESCO (iniciado em 2006).

A última versão da metodologia vem sendo aplicada (a partir de 2007) em centenas de localidades do Paraná, por meio do programa da FIEP – Federação das Indústrias do Estado do Paraná, intitulado Redes de Desenvolvimento Local.

Essa versão das Redes de Desenvolvimento Local recomendava os seguintes oito passos:

Passo 1 – Instalação do Comitê de Articulação
Formação do embrião da rede: 3 pessoas no mínimo | Os primeiros 10 dias
Elaboração da Proposta de Trabalho: | Os primeiros 10 dias

Passo 2 – Articulação da Rede
Lista de quem deve ser procurado: | Os primeiros 10 dias
Visitas para apresentar a proposta: início de Articulação da Rede: Ficha de Inscrição Detalhada | Os primeiros 30 dias
Formação do Comitê de Articulação Ampliado como comunidade de aprendizagem: 5 pessoas no mínimo | Os primeiros 30 dias

Passo 3 – Seminário Visão de Futuro
Seminário Visão de Futuro: 30 pessoas no mínimo (recomendável = 0,1% da população) | Os primeiros 40 dias

Passo 4 – Pesquisa Diagnóstico dos Ativos e Necessidades
Pesquisa Diagnóstico dos Ativos e Necessidades: 30 pessoas no mínimo (recomendável = 0,1% da população) | Questionário com 1% da população do local no mínimo | Os primeiros 60 dias
Consolidação dos resultados da Pesquisa: Os primeiros 70 dias
Ampliação da Rede: recomendável = 1% da população | Os primeiros 70 dias

Passo 5 – Elaboração do Plano
Elaboração do Plano: 30 pessoas no mínimo (recomendável = 0,1% da população) | Os primeiros 100 dias

Passo 6 – Formulação da Agenda
Formulação da Agenda: 30 pessoas no mínimo (recomendável = 0,1% da população) | Os primeiros 100 dias

Passo 7 – Pacto Local
Preparação do Pacto: | Os primeiros 120 dias
Celebração do Pacto: Festa | Ideal = 10% da população | Os primeiros 150 dias

Passo 8 – Realização da Agenda
Uma Ação Demonstrativa: | Os primeiros 180 dias
Realização da Agenda: | Os primeiros 360 dias.

Tratando-se de uma metodologia aberta, a ordem dos passos, a quantidade de pessoas envolvidas em cada atividade, bem como os prazos, sempre variaram muito de localidade para localidade. Em geral 180 dias para a fase de implantação revelou-se um prazo um pouco curto. Por outro lado, a realização da agenda também raramente é concluída nos seis primeiros meses após a implantação.

Experiências de aplicação do DLIS anteriores à das Redes de Desenvolvimento Local (Paraná) indicavam que a consolidação do processo demanda de 3 a 5 anos, conquanto isso nunca pudesse ter sido rigorosamente constatado.

Problemas com a metodologia

Foram detectados, ao longo dos últimos doze anos, diversos problemas práticos e teóricos com a metodologia do DLIS. Alguns desses problemas foram sendo superados com as várias versões da metodologia que se sucederam. Em muitos casos, modificações introduzidas pelas próprias localidades ajudaram a contornar alguns problemas, não raro criando outros.

É preciso dizer, entretanto, que a despeito dos problemas que serão apontados a seguir, a versão mais atual da metodologia do desenvolvimento local integrado e sustentável, parece ser, de longe, o processo de indução do desenvolvimento mais sintonizado e mais compatível com os conhecimentos, que só ficaram disponíveis recentemente, sobre a sociedade em rede que está emergindo na contemporaneidade.

1 – Problemas práticos

Dentre os principais problemas práticos, destacam-se os seguintes:

1. 1 – Quando a metodologia é aplicada por uma organização cujos titulares têm um mandato, a troca desses dirigentes em geral causa uma descontinuidade no processo. Em instituições governamentais isso acontece com mais freqüência. Mas também ocorre quando a metodologia é aplicada por outras organizações empresariais e sociais (cujos dirigentes são eleitos). Aconteceu com o governo federal depois de 2002 e com o Sebrae Nacional. Pode acontecer também com qualquer outra organização do chamado Sistema S (como ocorreu, por exemplo, com o Senac SP).

1. 2 – Para ser aplicada em uma localidade a metodologia depende de um agente de desenvolvimento que deve ser capacitado, em geral fora da localidade. Em muitos casos, quando tal agente abandona a localidade após o processo de implantação, a experiência costuma ser descontinuada.

1. 3 – Em geral há dificuldade de custear o trabalho dos agentes de desenvolvimento pelo período que seria realmente necessário (ao menos 18 meses). Por outro lado, o formato da metodologia impõe um nível de exigência que em geral não se coaduna com a natureza do trabalho voluntário (e esse é um problema também de ordem teórica).

2 – Problemas teóricos

Todos os problemas teóricos (que também têm suas conseqüências práticas) decorrem de uma contingência. O DLIS é uma metodologia de indução do desenvolvimento local por meio do investimento em capital social. Contudo, quando essa metodologia foi desenhada originalmente, não havia suficiente clareza de que capital social nada mais era do que a rede social. Ocorre que a nova ciência das redes, com o status que tem hoje (análise de redes sociais + redes como sistemas dinâmicos complexos + redes como estruturas que se desenvolvem), só surgiu na primeira década do presente século e só no final dessa década foram tiradas as primeiras inferências práticas do novo conhecimento da fenomenologia das redes. Antes de meados da década de 2000 havia pouquíssimo conhecimento sobre netweaving (articulação e animação de redes). As versões da metodologia que surgiram após 2004 tentaram enfrentar os vários problemas decorrentes dessa contingência (alguns mencionados abaixo), com relativo sucesso. Mas não deram conta de resolvê-los totalmente, nem adequadamente.

2. 1 – O DLIS foi pensado originalmente como um programa para ser aplicado por alguma instituição hierárquica (um governo, uma organização da sociedade, uma empresa, uma corporação). Ora, organizações hierárquicas dificilmente podem articular e animar redes. Ademais, o sujeito do desenvolvimento local não pode ser a instituição que aplica a metodologia e sim a rede do desenvolvimento comunitário que se articula no local, a qual deve ter autonomia para introduzir qualquer tipo de modificação que julgar conveniente (o que, se bem que estivesse previsto em princípio, nunca foi totalmente digerido pelas instituições hierárquicas, que tendiam a se julgar meio donas do processo posto que forneciam os recursos para capacitar e custear o trabalho dos agentes de desenvolvimento).

2. 2 – O DLIS foi pensado como um programa stricto sensu, um programa proprietário. Ainda que a partir de 2004, ele tenha virado uma espécie de software livre e, além disso, tenha se disseminado mais como uma “filosofia” do que como uma metodologia ou uma tecnologia social, os passos metodológicos fundamentais – aliás, universalmente adotados pelas estratégias de desenvolvimento local – permaneceram mais ou menos os mesmos: visão de futuro participativa => diagnóstico participativo => plano participativo. Há aqui vários problemas associados e não apenas um único.

2.3 – Em primeiro lugar, redes são ambientes de interação, não de participação. Se o desenvolvimento é encarado como uma espécie de metabolismo da rede comunitária, então ele não pode ser emulado (nem simulado) por processos participativos. Seria necessário ensejar uma dinâmica interativa, com o aumento da distributividade e da conectividade das redes que se formam em cada localidade. Em outras palavras, o desenvolvimento comunitário é uma dinâmica emergente e não um processo planejado top down (e mesmo quando é planejado por uma parcela de pessoas – as chamadas “lideranças” – da própria localidade, ele continua sendo um processo de escolha de caminhos compartilhado por poucas pessoas, que acabam se constituindo como uma espécie de oligarquia participativa e impondo, ainda que docemente, suas visões aos demais de cima para baixo).

Ademais, como o processo foi desenhado com base na participação, ele estimulou o assembleísmo e o reunionismo: tudo sempre acabava em uma reunião e a própria metodologia virou uma seqüência de reuniões, com data e hora marcada, em vez de estimular a conexão cotidiana das pessoas por todos os meios: visitas, conversas presenciais, encontros lúdicos em happy hours e festas, equipes de trabalho nas quais as pessoas vivem sua convivência, troca de e-mails, telefonemas, interação em plataformas interativas. Ocorre que reuniões são péssimos instrumentos de netweaving, sobretudo quando elas só acontecem quando convocadas e conduzidas por agentes externos (como também freqüentemente ocorria).

2. 4 – Em segundo lugar, não se pode induzir uma localidade a adotar uma (única) visão de futuro. São sempre várias visões, mesmo dentro de cada uma das comunidades de projeto que se formam em uma localidade. Além disso, essas visões variam com o tempo, não havendo um caminho único para um futuro desejado e compartilhado em determinado momento (o momento em que esse passo da metodologia é aplicado). Não pode haver, portanto, um plano como mapa do caminho para se alcançar tal futuro. Por último, a contigüidade territorial não gera necessariamente comunidade.

2. 5 – Como decorrência do último problema apontado acima, surgiu outro problema de ordem prática de difícil superação. O público ativo (que na verdade deveria ser o sujeito, composto pelos agentes endógenos) do desenvolvimento local, acabou sendo formado mais com base na necessidade das pessoas envolvidas do que nos seus ativos e nos seus sonhos ou desejos. De sorte que, na imensa maioria dos casos, esses participantes voluntários locais se confundiam, em grande parte, com o público-alvo da assistência social e com os beneficiários dos programas de transferência de renda. Ou seja, os fóruns de desenvolvimento local (ou as equipes ou comitês ampliados de articulação da rede do desenvolvimento comunitário, nas versões mais aggiornadas da metodologia), acabaram sendo compostos por pobres, não raro mantendo-os confinados em seus clusters de pobreza, sem muitos atalhos, sem muitas conexões para fora (o que é contraditório com uma estratégia de superação da pobreza baseada em redes, segundo a qual a pobreza deve ser encarada como insuficiência de conexões (atalhos para fora dos ambientes em que se clusteriza) antes de ser tomada como insuficiência de renda; ou seja, “o pobre é pobre porque seus amigos são pobres”).

2. 6 – Derivam daí várias limitações práticas (para a aplicação da metodologia). Pessoas pobres, consumidas pelo trabalho, têm pouco tempo livre e pouca disposição para empregá-lo em atividades voluntárias de desenvolvimento. O pouco tempo que lhes resta – aos que trabalham fora, em geral os homens – é dedicado ao descanso, à convivência familiar e ao lazer. Esse é um dos motivos das reuniões contarem freqüentemente com uma maioria de donas de casa: mesmo tendo que cuidar das tarefas domésticas, elas permanecem mais tempo na localidade. Mas não se encontra, em número significativo (a não ser excepcionalmente, em algumas localidades urbanas) estudantes universitários, professores, profissionais liberais, empresários, técnicos e executivos governamentais, dirigentes de ONGs, ciberativistas e jovens empreendedores, o que dificulta a realização autônoma de certas tarefas técnicas (como, por exemplo, a sistematização dos questionários da pesquisa do diagnóstico das necessidades e dos ativos) bem como o emprego de tecnologias interativas de informação e comunicação que hoje são vitais nesses processos (como uma plataforma digital).

Reinventando a metodologia

Os problemas práticos e teóricos mencionados acima (dentre outros tantos que não foram citados aqui por amor à brevidade) exigem a introdução de modificações nas metodologias de indução do desenvolvimento local (não apenas na metodologia do DLIS e em todas as suas versões, mas também nas metodologias adaptadas, que foram baseadas no DLIS e nas metodologias, surgidas anteriormente ou posteriormente, que foram desenhadas independentemente do DLIS e que estabeleciam um conjunto de passos ou procedimentos participativos para formular coletivamente visões compartilhadas de futuro, diagnósticos e planos de desenvolvimento).

No entanto, a natureza dos problemas apontados revela que não basta produzir mais uma versão ou uma atualização dessas metodologias. Faz-se necessário reinventá-las. Isso deve ser feito a partir de um pressuposto básico (já contemplado, embora insuficientemente, pelas três últimas versões do DLIS e ainda não considerado por várias outras metodologias de indução do desenvolvimento local) e de novos fundamentos.

O pressuposto básico é o processo de comunitarização que acompanha a glocalização atualmente em curso.

Os novos fundamentos dizem respeito às novas dinâmicas sociais interativas que estão emergindo na transição da sociedade hierárquica para uma sociedade em rede.

A partir desse pressuposto básico e desses novos fundamentos, propõe-se reinventar a metodologia de indução do desenvolvimento local de tal sorte que ela:

1 – Deixará de ser uma metodologia de indução e passará a ser um processo capaz de apostar na auto-organização comunitária, ensejando a precipitação da nova fenomenologia das redes distribuídas, de uma nova dinâmica de inovação social que possa ser interpretada como desenvolvimento.

2 – Deixará de ser um roteiro imposto de ações seqüenciadas ou de passos previamente desenhados para obtenção de resultados previsíveis, esperados ou desejados.

3 – Eliminará as características remanescentes de um programa de oferta e, para tanto, desestimulará a formação de comunidades compostas por pessoas com pouca diversidade econômica, social e cultural. Incentivará o empreendedorismo individual e coletivo e o fund raising em rede: a busca dos recursos necessários deverá ser feita, antes de qualquer coisa, dentro da própria comunidade e a partir das conexões entre comunidades assemelhadas.

4 – Desestimulará as reuniões formais para discutir qualquer assunto, substituindo-as por processos coletivos e dialógicos e, sobretudo interativos, de criação, de invenção e de realização de atividades comuns compartilhadas.

5 – Estimulará as atividades lúdicas, as brincadeiras, as festas e outras formas de celebração da convivência, incentivando a presença de crianças e idosos em todas as atividades.

6 – Abolirá, até onde for possível, quaisquer formas e mecanismos de comando-e-controle, inclusive aquelas disfarçadas como sistemas de monitoramento e avaliação. Também não aceitará rankings e comparações entre experiências de desenvolvimento local, assim como afastará a inútil e contraproducente idéia de best practices (toda experiência é única e não pode ser comparada com qualquer outra, sobretudo quando se usa, para tanto, indicadores formulados exogenamente, em geral, para atender aos objetivos de alguma instituição hierárquica em competição com outras organizações hierárquicas).

7 – Será aplicada por agentes de desenvolvimento voluntários da própria localidade, que – ao invés de serem ensinados em salas de aula, por professores – constituirão inicialmente uma comunidade de aprendizagem em rede sobre netweaving.

8 – Nunca será um programa proprietário de uma instituição hierárquica (nem de um conjunto de instituições), mas um software livre que poderá ser reprogramado e rodado em localidades que reúnam certas características, por iniciativa de qualquer comunidade de aprendizagem (composta para começar por, pelo menos, três pessoas). O papel das instituições interessadas em promover tal processo será apenas o de transferir a tecnologia social (ou a metodologia).

9 – Estimulará a conexão e a interação entre as diversas comunidades de vizinhança, de aprendizagem, de projeto e de prática que se formaram dentro de um mesmo ambiente territorial e entre diversos ambientes territoriais (situados em qualquer lugar do país e do mundo).

10 – Não será mais um trabalho, a execução de uma rotina imposta hetoronomamente, mas uma diversão, um jogo, um social game ao qual as pessoas aderem por que acham bacana, legal, interessante e útil (mas não como uma tábua de salvação ou uma liturgia a que tenham que se submeter resignadamente, como se tivessem que pagar um preço para obter instrumentalmente alguma coisa, ainda que seja para aumentar sua qualidade de vida ou conquistar melhorias para sua localidade).

Fica claro, pelos dez pontos elencados acima, que a introdução dessas mudanças desconstitui completamente o que até agora se chamou de metodologia (de promoção ou indução) do desenvolvimento local. A adoção dessas modificações reinventa completamente o DLIS em quaisquer de suas versões ou adaptações, mas reinventa também todas as metodologias assemelhadas ou voltadas ao mesmo objetivo. Aliás, nenhuma dessas metodologias – no Brasil ou em outros países – foram ou são baseadas em redes sociais distribuídas (ainda que isso tenha sido tentado, embora insuficientemente, com as versões e adaptações do DLIS posteriores a 2004).

As bases do novo processo

O processo é baseado em pessoas e não em instituições internas ou externas à localidade. Redes sociais acontecem quando pessoas interagem. Interação é, basicamente, adaptação, imitação e cooperação.

As pessoas constituem uma comunidade quando vivem sua convivência de modo a gerar uma identidade.

O processo visa a constituir comunidades (no plural) dentro da localidade. Essas comunidades de vizinhança poderão ser de aprendizagem, de projeto ou de prática. Sua formação é livre, não orientada (a não ser para a realização de uma agenda-meio contendo instrumentos e ferramentas de auto-aprendizagem e de auto-desenvolvimento). As prioridades da agenda-meio são fortemente recomendadas porque sem elas as comunidades conformadas na localidade perdem interatividade. Dentre estas prioridades, a principal é o acesso à internet banda-larga, wireless ou por outros meios, em toda a localidade.

Pessoas podem se conectar para aprender qualquer coisa que julguem útil ou que estejam a fim de aprender (como inglês ou permacultura). Pessoas podem se conectar para elaborar ou executar um projeto (como a montagem de um telecentro ou a construção de uma horta comunitária). Pessoas podem se conectar para desenvolver conjuntamente uma atividade, temporária ou permanente (como limpar um córrego, promover festas ou administrar um centro comunitário).

A comunidade dos netweavers – os agentes de desenvolvimento que cumprirão o papel de catalisadores dos processos de aprendizagem e inovação – conforma-se inicialmente para provocar o processo. Mas o ideal é que todas as comunidades sejam comunidades de netweavers.