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quarta-feira, 28 de agosto de 2013

MATA... CÉU... E NEGROS


O documentário "Mata... céu... e negros" foi selecionado pelo projeto REVELANDO BRASIS, na sua edição de 2007. Com roteiro e direção de Claudia Andrea Aguirre Astorga, o documentário narra a história da presença dos negros na região de Antônio Carlos, município da região da Grande Florianópolis, contada por meio dos relatos de descendentes de escravos que vivem na localidade.

A ocupação do município de Antônio Carlos, que neste anos completa 50 anos de emancipação política,  aconteceu em dois momentos: inicialmente, com a chegada dos açorianos, nas primeiras décadas do século 19; depois, a partir de 1830, com os imigrantes alemães que se estabeleceram às margens do Rio do Louro. Atualmente, 90% da população é descendente desses colonizadores europeus. Apesar da proximidade com Florianópolis, Antônio Carlos ainda mantém características marcantes da colonização alemã, principalmente na zona rural, onde a língua, a cultura e a culinária são preservadas.


Abaixo você tem o link para assistir ao vídeo:
http://www.imazul.org/revelando/index.php?id=/edicoes_anteriores/ano_i/materia.php&cd_matia=146

terça-feira, 20 de agosto de 2013

Idioma hunsrückisch de Antônio Carlos e Biguaçu é destaque em matéria do DC

Moradores de Biguaçu e Antônio Carlos conservam idioma trazido por alemães

O hunsrückisch chegou ao Brasil há mais de 200 anos e se mistura com o português

Moradores de Biguaçu e Antônio Carlos conservam idioma trazido por alemães Julio Cavalheiro/Agencia RBS
"O idioma é uma lembrança de meus pais, e eu quero manter essas origens. Não sou menos brasileiro por isso" Foto: Julio Cavalheiro / Agencia RBS
 
 
"Meina nama es Leonidio Zimmermann Deutch apchtamung. Ech honn elaf kena un dofon secks schvetsa Deutch". O bilhete escrito à mão pelo senhor Leonídio Zimmermann, morador de Biguaçu de 84 anos, demonstra as rápidas transformações que ele observa ao seu redor e tanto se esforça para frear: "Meu nome é Leonidio Zimmermann, de origem Alemã. Tenho onze filhos, dos quais seis ainda falam o alemão hunsrick".

Uma pessoa natural de Berlim que encontrasse o bilhete ficaria confusa. Algumas palavras seriam conhecidas, outras lembrariam o dialeto falado até hoje na região do Hunsrück, no sul da Alemanha. Já termos como secks ("seis") e kina ("criança" ou "filho") não seriam encontrados em dicionários alemães ou brasileiros.

Zimmermann não fala em nenhum dos idiomas, mas sim numa mistura deles: a vertente abrasileirada do hunsrückisch, dialeto vindo da Alemanha há 200 anos junto com a imigração germânica e até hoje falado em regiões de SC, RS, PR e ES. Não há registro de quantas pessoas falem o idioma, mas as estimativas vão de 500 mil a duas milhões.

O dialeto é agráfo, ou seja, não existe uma forma padronizada de escrevê-lo. Fluente no alemão oficial, Zimmermann prefere usar a gramática mais parecida com a língua originária. Na versão brasileira, que retrata a forma como se fala nas colônias germânicas, os "j" viram "i", os "oü" viram "ei" e os fonemas se misturam. A pedidos da reportagem, o agricultor escreveu o bilhete nos dois formatos: o hunsrückisch original e o brasileiro.

O dialeto se diferencia dos demais devido à incorporação de fonemas e expressões de outras línguas como o italiano, o português e o pommersch (ou pomerano, ramo do alemão bastante falado na região do Vale do Itajaí). Zimmermann ressalta que, durante o Estado Novo, o presidente Getúlio Vargas tentou fortalecer o nacionalismo proibindo outros idiomas - principalmente o alemão, o japonês e o italiano, inimigos do Brasil na Segunda Guerra Mundial. A mistura aconteceu naturalmente.

— Os descendentes ficaram com medo e vergonha, porque a polícia entrava nas casas e levava ou destruía tudo que fosse alemão. Muitos passaram a falar o português nessa época. Quem para de falar até consegue retomar, mas teve gente que não voltou a ensinar a língua para os filhos depois dessa época – relembra Zimmermann.

Jornalista lança livro sobre dialeto na França
Como explica o jornalista Ozias Alves Júnior, várias expressões são compreensíveis para não falantes do idioma, enquanto algumas não se sabe mais se veio do português, do alemão ou de outra língua. Alves é autor do livro Parlons Hunsrückisch ("Vamos falar hunsrückisch"), lançado na França no mês passado dentro de uma coleção que trata de idiomas minoritários ou em fase de extinção. 

—Tenho outro texto com mais de 600 páginas escrito em português sobre o hunsrückisch, com um material mais completo, mas ele está parado na gaveta. Há muita dificuldade em se publicar no Brasil, onde a revisão e a impressão ficam a cargo do próprio escritor.

Segundo idioma
Em 2010, a cidade de Antônio Carlos se tornou a primeira do País a transformar o hunsrückisch em idioma co-oficial, ao lado do português. Santa Maria do Herval, no nordeste do RS, foi a segunda. Como não existe uma escrita padronizada, o projeto empacou num de seus principais objetivos, que era manter o idioma vivo através do ensino nas escolas básicas.

A informalidade do idioma continua tão grande que nem sequer há um consenso sobre o próprio nome dele: hunsrückisch, hunsrickisch, e até o abrasileirado hunsrik, proposto pela linguista alemã Ursula Wiesemann como forma de facilitar a assimilação. Pode-se ainda usar o termo riograndense hunsrückisch para se diferenciar o dialeto falado no Brasil daquele da Alemanha. O projeto de lei de Antônio Carlos cita apenas o hunsrückisch, com uma grafia idêntica ao original.

O secretário de Educação e Cultura de Antônio Carlos, Altamiro Kretzer, ainda era vereador quando promoveu a iniciativa. Segundo Kretzer, um censo linguístico está sendo pensado e o próximo passo deve ser a troca das placas de trânsito por sinalizações bilíngues. O ensino nas escolas, entretanto, tem se transformado num complicado quebra-cabeça.

— Como esta é uma língua não escrita, precisamos antes definir uma gramática, juntar os pedaços que estão espalhados pela região sem nenhum registro — explica Kretzer. 
 
 
FONTE: http://diariocatarinense.clicrbs.com.br/sc/geral/noticia/2013/08/moradores-de-biguacu-e-antonio-carlos-conservam-idioma-trazido-por-alemaes-4236626.html?fb_action_ids=10200342528269048&fb_action_types=og.recommends&fb_source=aggregation&fb_aggregation_id=288381481237582

quinta-feira, 15 de agosto de 2013

MONITOR DE TRANSPORTE ESCOLAR: PROJETO ESTÁ NA CÂMARA DE VEREADORES



A existência de monitores no transporte escolar público municipal é uma reivindicação bastante antiga em Antônio Carlos. Há vários anos esta solicitação vinha sendo encaminhada ao Poder Executivo (prefeito), mas sem sucesso, uma vez que as administrações anteriores nada fizeram para dar uma solução satisfatória para esta questão.


No entanto, em comum acordo entre o Prefeito Municipal, Sr. Antônio Paulo Remor, e o Secretário Municipal de Educação e Cultura, Prof. Altamiro Antônio Kretzer, determinou-se que na atual administração esta importante reivindicação popular seria atendida.

O primeiro passo já foi dado: o projeto de lei que cria o cargo de MONITOR DE TRANSPORTE ESCOLAR no quadro de funcionários da Prefeitura Municipal, como também o estudo do impacto financeiro que esta ação terá no orçamento municipal, foi enviado para a Câmara de Vereadores nesta última terça-feira, dia 13.

São funções do monitor do transporte escolar, entre outras, o auxílio no embarque e no desembarque dos estudantes, o cuidado da segurança durante a viagem, a inspeção do comportamento dos alunos no ambiente veicular, a orientação aos estudantes sobre as regras e procedimentos a serem obedecidos e sobre o cumprimento de horários, a organização da chegada e saída dos alunos da escola, etc.

Prefeito Paulo Remor
Após a aprovação deste projeto lei pela Câmara de Vereadores o Poder Executivo estará apto a contratar os referidos profissionais. Esta contratação se dará por concurso público que deverá acontecer até o final deste ano. Isto significa dizer que no início do ano letivo de 2014 o transporte escolar público de Antônio Carlos já contará com o auxílio de monitores em todos os veículos da Secretaria de Educação e Cultura que transportam alunos.

Prof. Altamiro A. Kretzer
Segundo o prefeito Antônio Paulo Remor “não seria possível continuar insensível a uma reivindicação tão antiga e tão importante. Esta medida, embora signifique um aumento de custos para a administração municipal, é extremamente importante, pois garante mais qualidade e segurança para nossas crianças e jovens que utilizam o transporte escolar público”.  Já o Prof. Altamiro Antônio Kretzer, Secretário Municipal de Educação e Cultura, afirma que “esta administração não medirá esforços para garantir que tenhamos uma educação cada vez melhor, pois recursos destinados à educação não são gastos, mas investimentos imprescindíveis para garantirmos um futuro sempre mais promissor para nosso município, para nosso Estado e para nosso país”.  


segunda-feira, 12 de agosto de 2013

HOMENAGENS PELA PASSAGEM DOS DIA DOS PAIS

Ao longo da semana passada escolas da rede municipal realizaram diferentes atividades para lembrar a passagem do DIA DOS PAIS, comemorado neste último domingo, dia 11 de agosto! 
Foram apresentadas lindas homenagens, foram entregues lembranças, foram oferecidos cafés, enfim... NOSSOS PAIS FORAM, MERECIDAMENTE, HOMENAGEADOS!

O NEM Prof.ª Verônica Guesser Pauli, por exemplo, realizou sua homenagem aos pais no sábado, dia 10, às 17h, e contou também com a presença do Prof. Altamiro Antônio Kretzer, Secretário de Educação e Cultura.

Foram inúmeras apresentações, desde músicas, jograis e poemas! As atividades, sob responsabilidade dos professores da escola Patrícia Wiese Besen (Professora Responsável), Gisela Pauli Cardoso e João Protásio Pauli, foram apresentadas para uma atenta e emocionada plateia de pais. Após as apresentações os pais foram ainda brindados com um delicioso coquetel.






sexta-feira, 2 de agosto de 2013

PROFISSIONAIS DA EDUCAÇÃO DE ANTÔNIO CARLOS TÊM DIA DE FORMAÇÃO



Buscando garantir formação continuada ao nosso quadro de profissionais da educação e, deste modo, oferecer uma educação com maior qualidade, a Secretaria de Educação e Cultura planejou algumas atividades de formação relacionadas às realidades enfrentadas no dia a dia das atividades escolares. 

Em razão disto, nesta sexta-feira, dia 02/08, os profissionais da educação de nossa rede (professores, agentes de serviços gerais, motoristas e quadro técnico da Secretaria) se reuniram para debater o “Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA) e a relação com a educação”.  A atividade foi coordenada pelo Sr. Guilherme Cechelero Bento, sociólogo que foi coordenador da elaboração da Cartilha “ECA na sala de aula”, projeto realizado pelo Instituto Fala Guri, de Itajaí, e financiado pelo repasse de recursos da Petrobrás ao Fundo para a Infância e Adolescência (FIA).

 
 Guilherme Cechelero Bento
 



A abertura do dia de formação ficou por conta de profissionais da educação do CEI Coração de Jesus. Maria Gabriela, Eni, Rosana, Maria Gorete, Antônia, Nair, Fabrícia e Monique apresentaram uma belíssima e criativa peça teatral que levou o público a refletir sobre o egoísmo nas nossas relações pessoais e profissionais. A peça teatral “O jacarezinho egoísta” foi uma adaptação da professora Maria Gabriela a partir da obra homônima de Chloris Arruda de Araújo. 

 (DA ESQUERDA PARA A DIREITA: Marlene (responsável pelo figurino), Fabrícia, Rosana, Maria Gorete, Nair, Antônia, Maria Gabriela, Monique e Eni)


 

Segundo o professor Altamiro Antônio Kretzer, Secretário de Educação e Cultura, este dia de formação “visa estimular os profissionais da educação da rede municipal para a melhoria no trabalho com as crianças, adolescentes e famílias nas escolas, contribuindo para que o profissional possa cooperar na resolução de conflitos que acontecem no ambiente escolar, bem como garantir também uma atualização destes profissionais no que diz respeito aos direitos e deveres da criança e do adolescente, foco principal de nossa rede de ensino”.

 Professor Altamiro Antônio Kretzer, Secretário de Educação e Cultura

 
Apesar de existir há mais de 20 anos, o ECA é ainda desconhecido por muitos, inclusive por educadores. Portanto, a Secretaria de Educação e Cultura de Antônio Carlos entende que uma maior compreensão do ECA por parte dos profissionais da educação melhora e qualifica a relação entre estes e os educandos, de modo que ambos possam também se compreender melhor pois, segundo o artigo 4º do ECA, “é dever da família, da comunidade, da sociedade em geral e do poder público assegurar, com absoluta prioridade, a efetivação dos direitos referentes à vida, à saúde, à alimentação, à educação, ao esporte, ao lazer, à profissionalização, à cultura, à dignidade, ao respeito, à liberdade e à convivência familiar e comunitária”.

quinta-feira, 1 de agosto de 2013

IDHM: algumas considerações



O IDHM (Índice de Desenvolvimento Humano Municipal) foi recentemente divulgado através do Atlas do Desenvolvimento Humano Brasil 2013, documento elaborado pelo Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (Pnud), em parceria com o Instituto de Pesquisa Econômica e Aplicada (Ipea) e a Fundação João Pinheiro. A partir da divulgação destes dados muito se tem escrito a respeito, análises têm sido feitas, algumas pertinentes, outras carecendo de um mínimo de lucidez e inteligência.

O IDHM é o resultado da análise de mais de 180 indicadores socioeconômicos dos censos realizados pelo IBGE nos anos de 1991, 2000 e 2010. Isto significa dizer que o IDHM é divulgado apenas a cada 10 anos!

O IDHM varia de 0 a 1, sendo que quanto mais próximo de 1, maior o desenvolvimento humano, e leva em consideração três dimensões do desenvolvimento humano para sua composição:
1.       a oportunidade de viver uma vida longa e saudável (longevidade),
2.       a oportunidade de ter acesso a conhecimento (educação) e
3.       a oportunidade de ter um padrão de vida que garanta as necessidades básicas (renda).

Olhando o Brasil como um todo, nas últimas duas décadas, o Índice de Desenvolvimento Humano Municipal (IDHM) aumentou 47,5%, passando de 0,493, em 1991, - considerado muito baixo – para 0,727, em 2010, o que representa alto desenvolvimento humano, conforme o Atlas do Desenvolvimento Humano Brasil 2013. Isto porque, em 1991, o Brasil tinha 85,5% das suas cidades com IDHM considerado muito baixo. Já de acordo com os dados de 2010, o Brasil conta com 74% de cidades com índices considerados médios ou altos (ÍNDICE MUITO BAIXO: índices entre 0 e 0,49; BAIXO: entre 0,5 e 0,59; MÉDIO: entre 0,6 e 0,69; ALTO: entre 0,7 e 0,79; MUITO ALTO: entre 0,8 e 1,0).

Isto significa dizer que, apesar de termos ainda um longo caminho a percorrer para tornarmos nosso país mais justo e igualitário, temos avançado, ou seja, as perspectivas são positivas. A desigualdade social tem sido reduzida, como prova o crescimento da renda per capita da brasileiro em 14,2% nas duas últimas décadas.

E COMO FICA ANTÔNIO CARLOS NESTA AVALIAÇÃO?

Como já foi afirmado, o IDHM avalia os municípios no intervalo de uma década.  Logo, os dados divulgados em 2013 foram produzidos a partir das informações do Censo do IBGE de 2010. Não cabe, portanto, como alguns acéfalos de plantão estão tentando fazer, responsabilizar as atuais administrações municipais pela queda ou pelo crescimento dos índices do IDHM (a não ser que a atual administração esteja governando uma cidade pelas últimas décadas!).

Índices de Antônio Carlos entre 1991-2010
ANO
IDHM
IDHM Renda
IDHM Longevidade
IDHM Educação
1991
0,731
0,628
0,793
0,773
2000
0,827
0,720
0,882
0,879
2010
0,749
0,768
0,890
0,615

Se tomarmos os dados da tabela acima como referência, veremos que o IDHM de Antônio Carlos teve uma forte ascensão em 2000 (0,827 – IDHM muito alto), seguido por uma significativa queda em 2010 (0,749 – IDHM alto). Movimento semelhante teve um dos indicadores utilizados para compor o IDHM: a educação. O IDHM Educação variou de 0,773 em 1991 para 0,879 em 2000 e teve uma forte queda em 2010, chegando ao índice de 0,615. Já o IDHM Renda e o IDHM Longevidade vêm apresentando sucessivo e constante crescimento nas duas últimas décadas.

Deste modo, apesar da queda, o IDHM de 0,749 ainda coloca Antônio Carlos entre os municípios brasileiros de alto IDHM. Portanto, todos nós temos a responsabilidade de manter nossa cidade com este elevado índice de IDHM e, na medida do possível, trabalharmos para avançar sempre mais.