O menino, o jogador, o melhor do mundo…o pior do mundo?

Quando penso em futebol arte, alguns nomes me vêm rapidamente à cabeça. Zidane, o melhor jogador que assisti ao vivo (mesmo que pela televisão), Ronaldo nos seus tempos áureos e… Ronaldinho Gaúcho. Nunca vou me esquecer da estréia de um menino franzino contra a Venezuela onde ele fez um dos gols mais bonitos de sua história. Chapéu no zagueirão logo na 1ª partida pela seleção. Bom, era inegável que o rapaz tinha estrela!

O tempo passou e as expectativas se confirmaram. Havia ali um novo monstrinho da história do futebol mundial. Porém, logo no começo de sua carreira, na transferência de Grêmio para Paris Saint Germant, a 1ª confusão que o deixou fora dos gramados por 6 meses. O Grêmio lutava por seus direitos financeiros, mas desconsiderava o fato de que o garoto estava em um país estranho sem poder fazer a coisa que mais gostava: jogar bola. O tempo passou novamente e, alguns anos depois, aquele mesmo garoto de 17 anos havia se tornado um robusto jogador, agora o melhor do mundo.

Pois que o tempo, grande aliado e temível inimigo se foi e com ele o status de Ronaldinho. Culminado na copa, todas as críticas recaíam sobre seu peso e suas escapadas noturnas. “Oras, que Ronaldinho Gaúcho deve honrar a camisa as seleção!”. Pois que pensava: “Por que diabos ele deve alguma coisa ao Brasil?” Com exceção ao fato de que nasceu nas terras canarinhas, fosse pelo nação brasileira que tanto o cobra em campo, Gaúcho seria mais um nas estatísticas brasileiras. Pobre, sem acesso à educação de qualidade e todos os outros problemas sociais a qual estamos acostumados (infelizmente…). Sem, obviamente, desconsiderar o fato de que aos 25 anos já havia sido considerado o melhor de sua profissão no mundo inteiro. Por duas vezes! Logo, se desmotivou. Outras variáveis, pessoais e profissionais, podem ter impactado na queda de rendimento, mas é lamentável a falta de compreensão / gratidão / bom senso da mídia esportiva brasileira. Esses mesmos jornalistas que tanto cobram mais profissionalismo das entidades regulatórias do esporte no Brasil pouco se sensibilizam com o histórico social dos jogadores. Com exceção às entrevistas pessoais, grande parte deles se esbalda em pontuar falhas técnicas dos grandes jogadores. Exemplos como o de Ronaldinho, ou até mesmo Adriano, que soube da morte mais do que estranha do pai aos 21 anos, morando sozinho na Itália, não faltam.

Espero sinceramente o dia em que estarei na minha rotina às segundas-feiras assistindo à programas esportivos em que algum deles levantar a voz e ponderar perante Jucas Kifouris e Galvões Bueno a necessidade de ajudarmos não apenas o Campeonato Brasileiro ficar mais justo ou rentável, e como segurar os jogadores de futebol no Brasil para os clubes obterem rendas maiores posteriormente, mas também conseguir enxergar os malefícios sociais para esses garotos que tão cedo vislumbram sair de suas casas e deixar os amigos por dinheiro na solidão da Europa, Ásia e assim vai…

Bom, desabafo feito, prometo um texto mais futebolístico pra próxima vez!

Fernando Cury

1 Responses to O menino, o jogador, o melhor do mundo…o pior do mundo?

  1. lucio disse:

    que lindo gooolllllllllllllllll????

    mas quem ganha do brassilll ililililililili????????

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