terça-feira, 7 de junho de 2011

Jean-Jacques Rousseau e o "bom selvagem"

Jean-Jacques Rousseau (1712-1778) nascido em Genebra Suíça, tem como ponto de partida de sua filosofia a concepção de que o homem nasce bom, a sociedade é que o corrompe, podemos acrescentar também a ideia de que "o homem nasce livre e por toda parte  se encontra acorrentado". A grande questão para ele , assim como para a maioria dos filósofos desta época, era como conciliar a liberdade natural do homem e ao mesmo tempo garantir a segurança e o bem estar que a vida em sociedade pode lhe dar.
Segundo a teoria de sua principal obra, "O Contrato Social", a soberania política pertence aos cidadãos. Através da vontade de todos, que nada mais é do que a soma da vontade de cada um, aparece a vontade dos indivíduos pelo bem estar comum a todos. É papel da educação formar os homens enquanto cidadãos.
Sua concepção sobre a natureza humana, diferentemente de Hobbes, diz que esta seria um equilíbrio perfeito entre o que se quer e o que se tem, os desejos do homem no estado de natureza são os desejos de seu corpo. Seus desejos são satisfeitos pela natureza, e a sua inteligência, reduzida apenas às sensações, não pode sequer ter uma ideia do que seria juntar-se a outros homens para formar uma sociedade. O homem tem o instinto natural, e seu instinto é suficiente. Assim como o instinto é o instrumento de adaptação humana à natureza, a razão é o instrumento de adaptação humana a um meio social e jurídico. A liberdade natural, que se resume em fazer tudo aquilo que se deseja sem pensar nas consequências por ausência de vínculos com os outros homens, faz com que se instaure um estado de guerra pelo direito à propriedade e a não dominação por outros homens. Por isso se faz necessário um contrato onde o indivíduo perde sua liberdade natural, mas ganha a liberdade civil e a propriedade de tudo que possui. 

Fonte:
Marcondes, Danilo. Iniciação à História da Filosofia: dos Pré-Socráticos a Wittgenstein. Jorge Zahar Editor, 1997.

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