“”I expect you all to be independent, innovative, critical thinkers
who will do exactly as I say!”


Já foi denominada factura a pagar, já foi efeito marginal, a verdade é que os Nazarenos continuam a parecer não ter a compreensão do estado preocupante da Vila e aparentam passar por cidadãos acríticos e politicamente amorfos, em contraste claro, com a sátira fácil e venenosa de café.
Os nossos pais, esmagadoramente pouco instruídos, associaram-se, discutiram, criaram colectividades que em muito enriqueceram a vida pública da Nazaré, fizeram-na crescer à sua medida e possibilidade.
Fizeram mais, conseguiram que muitos dos filhos, agora chegados a lugares de liderança ou em vias, lograssem um nível de instrução superior que deve conferir um grau de consciência social, de participação nos assuntos públicos que tarda a revelar-se.
Onde está a produção de pensamento destes Nazarenos? Onde está o que pensa esta miríade de licenciados acerca dos nossos problemas comuns? Dos nossos desafios enquanto comunidade?
Onde podemos beber a opinião dos nossos professores, advogados, enfermeiros, engenheiros, arquitectos, farmacêuticos, gestores, economistas…, empresários?
Onde está o que vai na alma da nossa elite? Não da que conhecemos desde sempre, que facilmente identificamos passeando na marginal com o jornal debaixo do braço, defendendo causas sempre nobres e sempre elitistas.
Da outra, da nova, da que pode e deve trazer conceitos diferentes e arrojados, nem que só justificada pelo confronto geracional.
Onde está o acrescento dos lugares que viram, das maneiras de ser e fazer que experimentaram, dos conhecimentos enciclopédicos que por certo trouxeram e que devem resultar também numa consciencialização crítica e auto-crítica, criadora de actores sociais relevantes.
Digam, digam que está bem, digam que está mal, mas digam! No mínimo, sejam opiniosos. Mas sejam.