[…] Precisamos de combustível e o amor é a energia mais poderosa do planeta. Ele é quem faz uma pessoa levantar cedo e lutar para colocar o pão na boca do filho que ama, ou Madre Teresa cuidar dos pobres, em Calcutá. Aliás, conta-se que um milionário americano visitou o Lar de Madre Teresa e ficou horrorizado com as dificuldades que ela passava para atender aos internos. Vendo o cenário, exclamou:
– Eu não faria isso por dinheiro nenhum nesse mundo!
A Madre respondeu tranqüila:
– Eu também não!
– Ela estava ali por amor.
[…] em algum momento, de nada adianta ser um intelectual, um profissional respeitado e reconhecido, ter uma situação privilegiada. Em algum lugar, somos todos iguais na necessidade de paz, auto-estima e aceitação, somos todos iguais na necessidade de sermos admirados pelo que fazemos, mas muito mais sermos amados independentemente do que somos capazes de fazer. Em suma, em algum lugar que a ciência, nem a razão, nem o sucesso permitem chegar; o amor compartilhado e gratuito é o que nos salva.
(William Douglas)
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Amador = “aquele que ama”
Espírito dialético…
As grandes coisas exigem silêncio, ou que delas falemos com grandeza: com grandeza significa: com cinismo e inocência.
(Nietzsche)
Pessoa e a travessia
“Há um tempo em que é preciso abandonar as roupas usadas, que já têm a forma do nosso corpo, e esquecer os nossos caminhos, que nos levam sempre aos mesmos lugares. É o tempo da travessia: e se não ousarmos fazê-la, teremos ficado, para sempre, à margem de nós mesmos.”
Fernando Pessoa
Nietzsche explica…
Alguns não conseguem afrouxar suas próprias cadeias e, não obstante, conseguem libertar seus amigos.
Você tem que estar preparado para se queimar em sua própria chama: como se renovar sem primeiro se tornar cinzas?
– Assim falou Zaratustra
Um dia, mil anos…
O Eterno pode encontrar-se conosco naquilo que, de conformidade com nossas medições atuais, é um dia ou (mais provavelmente) um minuto ou um segundo; mas temos tocado o que não é de forma alguma mensurável com medidas de tempo, sejam longas ou curtas. Assim, nossa esperança é, no final, emergir, se não totalmente do tempo (o que talvez não se adapte à nossa humanidade), pelo menos da tirania, da pobreza unilinear, do tempo; dominá-lo e não ser dominado por ele; e assim curar aquela ferida sempre dolorida, a qual a mera sucessão e mutabilidade nos infligem, quase igualmente quando estamos felizes e quando estamos infelizes. Pois nos damos tão mal com o tempo que até mesmo ficamos atônitos diante dele. “Como ele cresceu!” exclamamos. “Como o tempo voa!”, como se vez após vez a forma universal de nossa experiência fosse uma novidade. É tão estranho quanto se um peixe repetidamente se surpreendesse com a umidade da água. E isso seria realmente estranho; a não ser que o peixe estivesse destinado a um dia se tornar num animal terrestre.
C. S. Lewis, Reflections on the Psalms (“Reflexões sobre os Salmos”)
O Graça e a Aceitação
(Foto tirada do museu-casa do mestre graça em Palmeira dos Índios, Alagoas)
Em várias ocasiões o mestre Graciliano Ramos ressaltou o que um artista deveria realmente escrever: Aquilo que ele acredita.
“Não há arte fora da vida, não acredito em romance estratosférico. O escritor está dentro de tudo o que se passa, e se ele está assim, como poderia esquivar-se de influências?”, afirmou a Ernesto Luiz Maia (pseudônimo do jornalista Newton Rodrigues), numa entrevista. Em uma carta à irmã Marili Ramos, escreveu: “Só conseguimos deitar no papel os nossos sentimentos, a nossa vida. Arte é sangue, é carne. Além disso não há nada. As nossas personagens são pedaços de nós mesmos, só podemos expor o que somos”.
“O artista deve procurar dizer a verdade. Não a grande verdade, naturalmente. Pequenas verdades, essas que são nossas conhecidas”, explicava.
Nos seus contos, romances, crônicas e memórias, destacou as injustiças. Jogou um facho de luz sobre as entrelinhas de um mundo alienado, com folhas de papel e frases objetivas ensinava: “A arma do escritor é o lápis”.
Ele também me inspira a me chamar, melhor dizendo, me convocar. Assim como a redundância do “Eis-me aqui, envia-me a mim” do profeta Isaías.
É bom se aceitar, é bom convidar o nosso eu ou os nossos eu’s para uma prosa com café, letras, música…
“Nunca pude sair de mim mesmo. Só posso escrever o que sou. E se as personagens se comportam de modos diferentes, é porque não sou um só”, confessou ao escritor Homero Senna.
Hoje já posso despertar do sono todas as personagens que sou, todo esse emaranhado de lembranças e influências que me faz escrever, doar sentidos e ajudar. Possuímos certas marcas que nos registram no mundo e isso é valioso. Por muitas vezes me pus a repetir que gostaria de ser outro tipo de gente. Tolice a minha, o melhor de mim é ser eu mesmo.
Quando quiserem nos silenciar, lembremos do Drummond:
“Certas palavras não podem ser ditas
em qualquer lugar e hora qualquer.
Estritamente reservadas
para companheiros de confiança,
devem ser sacralmente pronunciadas
em tom muito especial
lá onde a polícia dos adultos
não adivinha nem alcança.
Entretanto são palavras simples:
definem
partes do corpo, movimentos, atos
do viver que só os grandes se permitem
e a nós é defendido por sentença
dos séculos
E tudo proibido. Então, falamos.” (Drummond)
Gilbert Keith, O Chesterton!
O jornal London Times, certa vez, solicitou a vários escritores que respondessem à pergunta: “O QUE HÁ DE ERRADO COM O MUNDO?”.
O vencedor foi CHESTERTON com essa resposta:
Prezados Senhores:
Eu.
Atenciosamente,
G. K. Chesterton
Não consegui resistir…
Mais um aforismo do Rubem:
“Convicções são entidades mais perigosas que os demônios”