segunda-feira, 19 de outubro de 2009

Questões

1º. O programa de pesquisa gerativista assume como um dos seus pressupostos que a linguagem é uma capacidade inata dos seres humanos. Segundo os gerativistas, quais são evidências que sustentam esse pressuposto?

Segundo os gerativistas, existiria o PRESSUPOSTO DO INATISMO. Pressuposto que se embasa em três pilares:

A- Todos os humanos falam uma língua natural;

B- Todos os humanos possuem o mesmo grau de produção de fala.

C- Rapidez que a criança passa a dominar a gramática interna do seu sistema linguístico.

A partir disso entra-se no pressuposto proposto pelos gerativistas: a linguagem é uma realidade biológica, que se comprova pela evidência de doenças como AFASIA (doença advinda de lesões em regiões cerebrais responsáveis pela comunicação, interpretação, identificação e outros recursos que dependem diretamente da linguagem. Outro embasamento para isso seria que cada pessoa possui uma GRAMÁTICA UNIVERSAL interna, embasando-se nos universais linguísticos propostos e estudados por Chomsky (e trabalhados no último post).

 

2º. A linguagem humana, no entendimento de Noam Chomsky, baseia-se em uma propriedade elementar chamada propriedade da INFINITUDE DISCRETA. Explique o que vem a ser tal propriedade.

Segundo Chomsky, com um número limitado de elementos linguísticos é possível criar infinitas frases para transmitir o que precisamos. Mas isto não se limita ao nível frasal; pode ser extendido desde o nível fonético (com um número entre 30 e 60 fonemas qualquer língua consegue construir sequencias fonéticas e, posteriormente, palavras, frases…), morfológico, sintático… Assim, este é um forte argumento que só os seres humanos tem a faculdade da linguagem, cuja função foi descrita no enunciado acima e justifica a propriedade de INFINITUDE DISCRETA proposta e estudada por Chomsky.

As “escolas” – Gerativismo Chosmkyano

Noam Chomsky rompe o modo saussureano de como ver a lg, partindo de hipóteses e “testagem” dessas hipóteses, baseando-se sobre a DEDUÇÃO.

Inicia seus estudos durante o sé. XX com seu livro “Syntatic Structures”. Ele propõe um “novo paradigma da ciência lgg” (PASCAL, Marcelo. “Convulsões metodológicas nas Ciências da Linguagem”)

Seu programa de pesquisa possui uma HEURÍSTICA POSITIVA (ou seja, a expansão para outros campos do conhecimento), que rebaterá a postura analítica dos estruturalistas. Essa teoria possui alguns princípios:

1º. O HOMEM JÁ NASCE COM A CAPACIDADE DA LINGUAGEM, que será transmitida geneticamente, preocupando-se com o “sistema materno”, uma vez que o aprendizado de língau estrangeira é adquirido. Isso permite falar que a criança pode falar coisas/frases que nunca ouviu.

Ele critica que a lg não é um corpus, reduzindo-se às amostras e não se restringe a um conjunto de frases, mas se constitui num saber a propósito dessas frases. Assim, o homem teria o CONHECIMENTO sobre a lg e não  produção de frases, como pregavam os behevioristas. Isso possibilita o falante de distinguir frases entre GRAMATICAL e AGRAMATICAL.

2º. Chomsky argumenta que a gramática de uma língua se constitui num conjunto de regras, cuja aplicações mecânicas produzem frases admissíveis da lg. Isto sempre baseando-se em hipóteses, atrelado a uma sequência lógica, assim como nas fases de aquisição de fala e/ou excrita.

A partir desas teorias, nasce a GRAMÁTICA GERATIVA, que a partir de um conjunto de regras pensa-se em frases que nunca foram ditas. Assim, um pesquisador gerativista não precisa ir a campo para coletar dados, uma vez que ele mesmo pode ser o próprio “poço de análise”.

3º. Ele ainda propõe que existam, em todas as lgs, UNIVERSAIS LGGS:

3.1: Todas as lgs possuem numerais;

3.2: Todas as lgs possuem sons vocálicos e consonantais;

3.3: Todas as lgs possuem sujeitos e predicados;

3.4: Todas as lgs possuem capacidade de recursividade (ou seja, a partir de uma frase simples, pode-se torná-la complexa, e vice-versa);

3.5: Todas as lgs possuem formam suas formas negativas com acréscimos de um elemento que represente essa negatividade;

3.6: Dentre outros.

Dica: Accesse o link para conhecer outros universais lggs propostos por Chomsky e os que foram apresentados com maior aprofundamento.  Clique aqui.

sábado, 17 de outubro de 2009

As “escolas” – Estruturalismo II

São estabelecidos CÍRCULOS Linguísticos que se estabelecerão uma visada FUNCIONALISTA, mas embasando-se nas teorias estruturalistas

Cada Círculo Linguístico (CLP) tinha como foco estudar desde questões fonológicas até questões pragmática-discursiva.

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O ESTRUTURALISMO AMERICANO organiza-se a partir de uma estrutura, pensando num elemento/signo do sistema com as relações com outros elementos/signos dentro do sist.

Diferente da Lgg comparatista que analisava as mudanças dos elementos isoladamente (p.ex. estudar como “vossa merecedência” passou a ser “cê” nos dias atuais). Outro ponto que o Estruturalismo americano propõe é a AUTONOMIA do sistema: a língua se explica dentro dela e por ela, garantindo sua existência e sustentação, que pode variar de um sistema lgg para outro.

Isso faz que se diferencie do FUNCIONALISMO (a autonomia da língua), uma vez que este prega que a língua se explica pelo USO e não mais pelo SISTEMA, como p.ex. um DESLISAMENTO FUNCIONAL de um elemento do sistema, ou seja, como um elemento do sistema ganha outra funcionalidade dentro do sistema.

Os estruturalistas americanos partem do BEHEVIORISMO, “movimento” que defende que o sujeito nasce como uma tábula rasa e no CONTATO com as pessoas que se forma o conhecimento – a “tábula deixa de ser tão rasa”.

Desta forma, o Estr. americano parte da ideia que para descrever a língua seria necessário partir diretamente da FALA, ou seja, uma amostra que seja representativa o suficiente tornando um exemplo num dado representativo e real da lg. Desta forma, o beheviorista sempre parte de um CORPUS, uma amostra da fala que seja represetativa.

P. ex., numa análise pode-se concluir que existe uma regularidade na língua e, a partir daí, pode-se expandir estas conclusões e expandílas para objetivos maiores, colocando à prova o MÉTODO INDUTIVO DA OBSERVAÇÃO.

Logo, para os estruturalistas as línguas (idiomas) se organizam em todos os seus aspectos estruturais (fonéticos, morfológicos e sintáticos) de uma maneira regular e reiterável.

Assim, o trabalho do linguista distribucionalista é descrever o funcionalismo dessa organização. P.ex.:

estruturalismo

Ou seja, decompor unidades maiores em categorias que pode ser categorial, sintagmático, fonético…

estruturalismo2

Desta forma, após as decomposições, analisa-se as relações dentro do sistema e suas “funções elementares”.

 

DICA: Acesse este link para conhecer um pouco mais sobre o ESTRUTURALISMO AMERICANO. Clique aqui.

As “escolas” - Saussurianismo

Segundo alguns autores, existiram 3 Saussures:

1º o Saussure dos anagramas: não despreza a história; é possível perceber o sujeito agindo com e na linguagem.

2º do CLG e 3º dos manuscritos: o sujeito é “deixado de lado” e desconsidera a história.

O que une/relaciona estes 3 é o fato de estudar o SIGNO de forma parecida e deixa de lado os referentes (a noção de exterioridade = mundo).

Os estudos de Saussure matem uma relação entre a linguagem, a história (sociedade) e os sujeitos. Ao considerar que Saussure deixa isso de lado, sem considerar o período em que a ciência é proposta, é ser igênuo e ignorante perante a teoria do POSITIVISMO: sistematizar de forma objetiva o conhecimento. Ao fazer isso, Saussure adequa seus estudos à época: SUBJETIVIDADE E OBJETIVIDADE.

No POSITIVISMO e xiste um afastamento total entre o sujeito e o objeto; assim, quando Saussure afasta o sujeito, aproximando-o da subjetividade, procura obscureer o sujeito, qdequando-o à teoria vigente e maquiando o SUJEITO.

Mas existe um questionamento atual, uma vez que o sistema atual repele a teoria positivista: quando Saussure propõe suas teorias, ele procura estabelecer uma ciência que fosse capaz de estudar todos os SIGNOS (Semiologia). Ele se dedicava uma pequena parte para estudar a linguagem verbal ( LINGUÍSTICA).

Ele também procurou delimitar o OBJETO, para estabelecer a LGG como ciência, embasando-se sobre 2 grandes sistemas: LG e FALA. Contudo exclui a fala de suas análises, uma vez que para estudá-la deveria considerar a subjetividade, singularidade do sujeito; logo, possui uma sistematicidade diferente da LANGUE (língua).

É equivocado pensar que na PAROLE (fala) não existe uma regularidade (sistematicidade, mesmo que para alguns teóricos estas regularidades/ recorrências sejam erros). Para um elemento ser aceito pelo sistema deve ser considerado os elementos internos e externos da lg.

O objeto lg pode ser analisado sob duas formas: DIACRÔNICAMENTE (considerar a historicidade dos fenômenos lggs) e SINCRÔNICAMENTE (pensar a lg como um momento atual). Saussure considera este e não aquele, uma vez que é o que faz com que haja atualização da Langue, pois “fotografa-se” o momento histórico atual da lg, portanto não seria necessário estudar “evoluções” históricas sobre a lg.

[—>Em comparação, Backtin coloca a história como algo que existe EMBATE ENTRE CLASSES SOCIAIS, enquanto que Saussure coloca a história como temporal, sentido CRONOLÓGICO.<--]

Segundo Saussure, a língua se organizaria em dois eixos: PARADIGMÁTICO (eixo das possibilidades) e SINTAGMÁTICO (eixo das realizações). Porém, existe uma ordem dentro da langue (regularidade) para que haja a eleição de um termo adequado para que haja um melhor enquadramento fonético ou até composição dos sentidos. Assim, para Saussure, a língua é FORMA e não SUBSTÂNCIA, como propõe alguns teóricos.

DICA: Acesse este link para conhecer um pouco mais sobre a obra de Saussure e sua contextualização. Clique aqui. Neste link também será possivel analisar mais um pouco de suas dicotomias propostas.