Marcos Coelho, DA EDITORIA DE CIDADES, DM
Caso atípico, mais parecido com filme de faroeste, tumultuou parte da Avenida 24 de Outubro com a Rua 13, no Setor Aeroviário, ontem pela manhã. Houve bate-boca e disparos. Na briga ninguém saiu ferido. O fato inusitado aconteceu por volta das 11 horas, quando dois agentes civis a paisana teriam se recusado a entregar documento de identificação a dois policiais militares que faziam trabalho de rotina na região. O pedido não foi atendido. Para impedir a saída do Palio preto, descaracterizado, os agentes da ostensiva efetuaram tiros em dois pneus do veículo.
Desrespeito ao trânsito, como uso de celular ao volante e parar em local proibido, pode ter sido uma das motivações para o acontecido, conforme relatam testemunhas. A guerra entre civis e militares levou autoridades das duas corporações ao local. A PM afirma que estava no exercício das suas obrigações. Já a PC alega que houve abuso de autoridade. Sindicância já foi instaurada. A cúpula da Segurança Pública de Goiás (SSP) se reuniu ontem à tarde para discutir o problema. O secretário da Pasta em Goiás, Ernesto Roller, determinou que o caso será investigado pela Corregedoria-geral do Estado, presidida pelo coronel Silvio Brasil.
O secretário estabeleceu também que todas as informações sobre o caso só poderiam ser dadas pela SSP. Populares que testemunharam o fato levantam várias hipóteses que poderm ter desencadeado a confusão. Uma delas é de que o veículo que os policiais civis a paisana, Willian e Forlan (não quiseram revelar o nome completo), foi interditado por uso de celular ao volante. Outros disseram que os agentes teriam parado na faixa de pedestre por estarem em alta velocidade. O agente Wilian, da Delegacia de Furtos e Roubos de Veículos, que dirigia o Palio, disse que atenderia a uma deligência no Setor Cândida de Morais e por isso estava em alta velocidade, tendo parado na faixa. Nesse momento foi abordado pela viatura da PM, que solicitou a documentação.
Disse que era policial e mostrei minha carteira. Pediu então para entregar a ele, recusei e disse que tinha que ir atender uma ocorrência de furto de carro, quando eles começaram a atirar nos pneus, diz o agente.Wilian então solicitou a presença do Grupo Tático Especial da PC, que logo chegou ao local armado. Os policiais militares, identificados como Souza e Cavalcante, foram procurados pela reportagem ainda no local do fato para dar esclarecimentos, mas não quiseram pronunciar.
O tenente-coronel Sérgio Mendes, da Assessoria da PM, informou que, devido a um desentendimento, houve falta de bom senso de ambos os lados. Disse ainda que os policiais estavam fazendo o trabalho de rotina quando se deparam com o Palio na faixa de pedestre. Os dois policiais foram substituidos e conduzidos à Corregedoria. O superintendente da Polílicia Civil, Aredes Correia Pires, e o delegado Antônio Gonçalves, da Delegacia de Furtos e Roubos, estiveram no local, assim como o major Sérgio Caetano e outros policiais militares.
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