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História

“É feliz quem gosta de se lembrar de seus ancestrais, que fala com alegria de seus feitos e de sua grandeza e que, no final da bonita fila, vê colocado, silenciosamente, o seu próprio nome.”
Johann Wolfgang Von Goethe

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Nossa viagem no tempo inicia-se quando vieram os primeiros descendentes alemães para o Brasil.

Por intermédio de um edital expedido em 25 de novembro de 1814, Dom João VI convida os europeus, de uma forma mais contundente, a emigrarem. Quatro anos depois, a carta régia de 6 de maio de 1818 serviu de modelo para cláusulas contratuais que estimulavam a emigração, pois continha concessões substanciais aos imigrantes, tais como: a) passagem livre por mar e por terra no Brasil; b) doação de terreno com casa provisória; c) para cada família de três ou quatro pessoas, um boi de tração ou um cavalo, duas vacas leiteiras, quatro ovelhas, duas cabras, dois porcos, sementes de trigo, arroz, feijão, milho, linho de cânhamo e óleo de rícino para lâmpadas. Exigia-se dos imigrantes -- eram admitidos somente os que professavam o catolicismo romano - que trouxessem um médico, farmacêutico e dois a quatro religiosos. Comprometia-se o governo a construir e equipar uma capela.

Estimulando ainda mais a emigração, mediante a instrução de 16 de março de 1820, o governo acha por bem estabelecer colônias no reino do Brasil, concedendo terras, por doação, aos imigrantes. A cada família cabia 160.000 braças quadradas ( 75 hectares = 750.000 m2 ), além de um terreno para a comunidade e área para implantação de uma cidade. Havia normas gerais a serem adotadas sempre que um empreiteiro fundasse uma colônia: os colonos ficavam isentos de impostos durante dez anos, mas estavam obrigados - a exemplo dos demais súditos portugueses - a pagar o quinto do ouro eventualmente descoberto, além de taxas sobre mercadorias comerciáveis. Caso retornassem à terra natal antes de decorridos dez anos de permanência no Brasil, perderiam o direito ao terreno doado. Uma vez estabelecidos na Colônia, prometia o governo, passavam a ser considerados súditos do Rei - o que lhes conferia a nacionalidade portuguesa - e a ter os mesmos direitos e prerrogativas conferidos aos portugueses. Cada distrito colonial seria administrado por um diretor nomeado pelo Rei, até que sua população aumentasse ao ponto de se poder organizar uma pequena cidade, com autoridades administrativas e judiciárias independentes, conforme o direito português.

. Nas linhas coloniais os imigrante adquiriram lotes coloniais cuja extensão ordinária era de 100 braças ( 220 m ) de frente por 1000 ( 2.200 m )de fundos e o preço, fixado pela Companhia Steinmann, de 3 réis a braça quadrada. Razões para a imigração.

1 - Para manter o domínio geo–político no Sul do Brasil, o Governo Imperial determinou a colonização das Províncias do RGS e SC.
2 – D. João VI também pretendia branquear o Brasil, ou seja, aumentar a população branca, uma vez que o Governo temia que se repetisse no Brasil uma revolução de escravos como a que ocorrera no Haiti em 1804.
3 – Mais tarde, como a abolição da escravatura ameaçava a agricultura e, por isso, era preciso a imigração de colonos livres, pensava o governo.

Razões para a emigração.

1 - A miséria a que estavam submissos muitos alemães tornou-se fator decisivo para muitos, pois a Revolução Industrial estava a liberar grande quantidade de mão-de-obra tanto nos campos como nas cidades.
2 – A fuga de um país dominada por Convulsões políticas criando inseguranças.
3 - As décadas de 1820 e 30 marcaram o início da industrialização em território alemão. Em 1820, por exemplo, 80% da população alemã ativa se dedicava às atividades agrícolas. Apenas 30 anos depois, em 1850, verifica-se que apenas 65% ainda está no campo. Para evitar a degradante proletarização, milhares preferiram a emigração.
4 - Desejava-se, na Confederação dos Estados Alemães, garantir, sobretudo, um mercado consumidor para os produtos de suas indústrias, então em expansão. Para tanto procurou estimular a emigração, porém com a preservação da língua e dos costumes alemães entre os emigrados.
5 - A América do Sul, mais precisamente o sul do Brasil, apresentou-se como a região ideal para onde deveria ser dirigida a emigração alemã em proveito dos interesses da Alemanha..... em contraposição a uma América do Norte vinculada economicamente e culturalmente a Inglaterra, assim desenvolveu- se uma América do Sul vinculada a Alemanha.
6 – Interesses das companhias marítimas na importação de matérias-primas das áreas coloniais, ocupando assim a ida dos navios, passaram a se interessar pelos negócios de solonização.
7 - Porque o primeiro Knabben (Mathias) e outros alemães, da região da Westfália, não foram para os Estados Unidos, uma vez que seria mais perto?  Por causa da guerra civil americana, Guerra da Secessão, que se prolongou de 1861 até 1865. Os americanos não recebiam oficialmente os imigrantes, nesta época.

RELATOS DA VINDA DE INIGRANTES:

Livro Pouso dos Imigrantes, de Toni V. Jochem, 1992 :

Pg 21 e 22: Mathias Schmitz, então jovem professor auxiliar em Moritzheim, imigrou para o Brasil, estabelecendo-se, em 1.847, em Santa Isabel , relata em seu diário de incalculável valor histórico, minuciosamente as circunstâncias do embarque ao Brasil, a viajem transoceânica e a chegada ao “Novo Mundo”: “ Eu fazia idéia de uma terra selvagem, cujos habitantes teriam apenas o nome de gente, mas que se assemelhassem mais a animais; uma terra onde se esperasse sair de detrás de cada moita ou de cada arbusto uma cobra a nos dar o bote, ou um animal a atirar-se sobre nós e nos estrangular; uma terra onde não se pudesse dar um passo sem temer ser aprisionado pelos bugres, esquartejando, assado e comido.

Entretanto, desprezando tudo isso, e acreditando que acontecesse o que acontecesse eu não encontraria a felicidade na Alemanha, deixei me engabelar e como moço de 20 anos, com meus pais e outros emigrantes rumamos para o Brasil. Onze famílias, que contavam muitos moços e moças, deixamos contentes e cantando o nosso pequeno povoado (Loeffelscheidt em Hunsrueck) com destino à nova pátria. Contudo, alguns dos emigrantes, choravam amargas lágrimas quando se despediam de seus parentes mais próximos e dos seus amigos, estendendo-lhes a mão pela última vez e dizendo-lhes o eterno adeus.

Quando chegamos a uma pequena elevação, pouco diante da aldeia e até onde os habitantes nos haviam acompanhado, também eu pela última vez, olhei para a minha terra natal com os olhos marejados de lágrimas. Por pouco não voltei sobre os meus passos e só não o fiz porque muitos dos meus camaradas, que comigo seguiam, puseram-me ânimo, encorajando-me com a segurança de que só no Brasil é que nos sorriria a felicidade. E, assim, de repente, tristezas e dores me deixaram e, assobiando e cantando, pulei para a carroça que ia carregada de baús e pacotes e onde outros companheiros já haviam tomado lugar e lá seguimos, tão lentos como o cavalo podia trotar, estrada a fora em direção ao Reno.

Chegados à cidade B. apeamos diante de uma hospedaria para pernoitar. Deixamos aos velhos os cuidados com a bagagem, entramos logo, nós moços, na hospedaria e, entre graçolas, as moças emigrantes, mandamos abrir uma boa garrafa de vinho do Reno com que espantamos as idéias e, sorridentes e felizes passamos quase toda a noite.

Na manhã seguinte, depois de termos levado os pacotes, baús e caixas para um vapor que atracara perto, também subimos para bordo e, sem outros incidentes chegamos à cidade de Colônia. Permanecemos ali um dia inteiro. Embasbaquei-me diante das belas casas de comércio e visitei a catedral onde, elevando o meu pensamento ao céu, pedi a Deus que me servisse de ajuda e proteção durante a nossa futura viagem. No dia seguinte, 10 de outubro, embarcamos no trem e, na mesma noite chegamos a Ostende, na Bélgica, onde descemos para empreender a viagem por terra até a cidade de Dunquerque, na França, onde embarcaríamos num veleiro, com destino ao Brasil.

Pg. 126...A 9 de abril de 1862, escreveu um filho do imigrante Scharf: embarcamos no rio Reno num navio a vapor , de Bingen até Colônia. De lá fomos de trem até Antuérpia onde tomamos um veleiro. A travessia durou 78 dias sem interrupção. Finalmente aportamos em Florianópolis. De lá fomos até Palhoça, de onde fomos enviados por estreitas picadas, para as novas terras acima de Santa Isabel. Durante os 6 meses o governo nos ajudou com dinheiro e ferramentas para trabalhar...

 

MAPA DE PARTE DA EUROPA

(Entre Düsseldorf e Köln, situa-se Monheim do Reno, nota-se a localização de Antuérpia).

VIAGEM

Vamos nos prender ao relato da viajem e dos locais de passagem somente do Werner/Anne Christine Knabben com seus filhos, que possuímos mais detalhes, e também porque deles vieram a linhagem dos Knabben e Descendentes, aqui tratados na Genealogia. Sobre o irmão do Werner, Mathias Knabben, o pioneiro da família no Brasil, que não teve filhos, fizemos menção em Monheim.

Werner e Anne Christine e mais quatro filhos (Pedro, Maria Anna, Catharina e José), uma nora (Anna Kühnen, esposa do Pedro) e um neto (Werner) saíram de Monheim do Reno até Colônia, e depois de trem, até Antuérpia (Bruxelas), de navio (Kronprinz) movido a vapor vieram até Rio de Janeiro, antes passando pelas Ilhas dos Açores, onde era comum nestas viagens para abastecimento. As viagens até o RJ levavam uma média 60 dias. A alimentação nos navios era a base de biscoito. Até o RJ vieram as custas deles.

Depois de ficarem no RJ por uns oito dias tomaram o navio e chegaram em Desterro (Florianópolis). Santa Catarina nesta época (1880) estava com uma população de 200.000 habitantes, enquanto que o Brasil tinha 12 milhões. O porto de Florianópolis estava localizado nas imediações em que se encontra a atual Rodoviária. Em Desterro, o Mathias e mais alguns amigos já estavam ali esperando para ajudar no transporte. Dali seguiram de Lancha do Jansen, até o porto de Palhoça, onde mais tarde o Jacob Knabben teve seus barcos de transportes ancorados.

De Palhoça, seguiram pelo caminho carroçável, no meio das matas, passando por Santo Amaro da Imperatriz, até Teresópolis, onde se levava 8 horas para fazer este percurso. Nesta primeira noite, ficaram hospedados na casa de Alberto Prost e no dia seguinte foram até Rancho Queimado.

Mathias, sabendo da vinda deles, já tinha adquirido umas terras para abrigar o irmão e sua família em Morro Chato (localizado entre RQ e Taquaras), e como o nome já diz, eram muitos morros, ruins para a lavoura.

Teresópolis, nesta época, possuía em torno de 11 casas, entre as quais o edifício do governo, no centro, mais a casa do vigário e a Igreja numa pequena colina. Era o principal centro comercial e religioso, onde os imigrantes tinham apoio material e espiritual. Enquanto que Rancho Queimado numa pequena comunidade, e se resumia num lugar com suas casas espaçadas uma da outra a cada 100 metros .

Hoje Rancho Queimado é um município agrícola bem desenvolvido, tendo sua sede e uma bela praça nas terras, que pertenceu ao Mathias Knabben. A maioria da população, dessa região, ainda hoje, é descendente dos imigrantes alemães.

A família ficou um tempo em Morro Chato e depois mudaram-se para a localidade de Nova Alemanha, estrada secundária do bairro de Sanga Morta, no município de Armazém.

Jacob não foi para Armazém. Em Rancho Queimado casa-se e mais tarde vai morar em Palhoça.

Werner e Anne faleceram em Armazém, e estão enterrados no cemitério antigo, onde existia a Igreja dos Alemães. No livro, Armazém e sua História, do Pe. Bernardo de Claraval Emmendoerfer, ano 1987 , encontramos escrito: pg 34...... o antigo cemitério estava nos terrenos de Reinoldo Michels, 2 km do centro, em direção a São Martinho......ali havia uma Cruz (cruzeiro) coberto por um pequeno telhado.....até que em 1885 a 1887 construi-se uma capela a São Pedro Apóstolo, que depois passou a ser Sagrado Coração de Jesus, conhecida por Igreja dos Alemães, visitada pelo vigário de Tubarão(Pe. Cipriano Buonocuore) e de Teresópolis (Pe. Guilherme Roehr).

Os outros filhos do Werner e Anne Christine casaram em Armazém e seguiram seus caminhos. Pedro foi morar em Rio Fortuna , a Catharina foi para São Martinho, a Anna Maria foi para Pedras Grandes e depois para São João do Sul (antigo Sertão do Araranguá), a Maria Anna foi para Aurora (que pertencia a Ituporanga) e o José para Gravatal.

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