Descubra as 7 profissões de risco na área de tecnologia


Em TI, assim como em outros segmentos da indústria, existem algumas profissões consideradas bastante arriscadas para quem as executa, em especial, do ponto de vista psicológico. Mas também há situações nas quais os profissionais arriscam a própria vida. Basta lembrar que algumas pessoas são capazes de escalar torres de comunicação com centenas de metros de altura.

A seguir, acompanhe sete profissões relacionadas à TI e que são consideradas pelos especialistas como situações de risco extremo:

1. Moderação de conteúdo da internet

Pense em tudo aquilo que você mais detesta encontrar na web. Imagens de pedofilia, cadáveres e outras imagens chocantes. Agora imagine uma situação em que deve olhar para esse tipo de conteúdo das 9 horas às 17 horas todos os dias.

Esse é o trabalho dos moderadores de conteúdo na internet. Pessoas pagas para filtrar esse tipo de material para que as demais pessoas não sejam expostas a fotos de gosto duvidoso em pop-ups por toda a web. A demanda por esse tipo de serviço cresce constantemente à medida que surgem mais e mais servidores de imagens pela internet que oferecem a opção de envio de fotos e vídeos a partir de dispositivos móveis.

“Certamente não é um emprego para qualquer um”, diz a vice-presidente de operações da Caleris, empresa de prestação de serviços no segmento de TI Stacey Springer. Sediada no estado de Iowa, nos Estados Unidos, os 55 funcionários da organização avaliam até 7 milhões de imagens todos os dias a pedido de mais ou menos 80 clientes. “Os níveis variam daquilo que muitos podem achar ofensivo. Existem pessoas que não querem ver imagens de crianças em situações que podem ser delicadas, ou, ainda , animais sofrendo crueldades”.

Os empregados da Caleris têm direito a acompanhamento psicológico, mesmo assim há determinadas ocasiões bastante traumáticas.

2. Montagem de equipamento elétrico

As redes de segurança que cercam os dormitórios em uma fábrica de componentes eletrônicos são uma lembrança amarga de pessoas que se atiraram em direção à morte desde janeiro. Um funcionário de 25 anos, que mais tarde viria a tirar a própria vida, foi supostamente agredido por diversas vezes na fábrica de Hon Hai, depois de perder um protótipo do iPhone4 no ano passado.

Basta lembrar do hollywoodiano esquema de segurança que cercou o lançamento do iPhone4 da Apple para imaginar a pressão a qual são submetidos os fornecedores desse equipamentos. A Foxconn, fabricante de dispositivos como o iPad, iPhone e outros dispositivos eletrônicos da Apple, da Dell e da HP, já foi várias vezes acusada de manter a fábrica funcionando em regime e em condições subumanas. Por mais complexa que tenha sido a cadeia de eventos que culminou com o suicídio do funcionário, os grupos de direitos humanos já criticavam organizações como fabricante de produtos Apple e outras companhias de criar ambientes extremos em que trabalham jovens, em sua maioria, oriundos de áreas rurais.

Para enfrentar a onda de suicídios, a Foxconn promete realizar avaliações psicológicas com os funcionários e tenta reverter o moral da empresa com manifestações. A empresa quer, ainda, expandir o quadro de funcionários dos atuais 900 mil empregados para 1,3 milhão no ano que vem.

A pressão psicológica não é a única evidente. Várias ONGs de direitos humanos se ocupam com as denúncias de suposta exposição a elementos radioativos em fábricas de microchips e de LCDs para a Samsung.

3. Manutenção de cabos de internet submersos

A rede de cabos que atravessa oceanos é responsável por conectar as pessoas em diferentes continentes. Ao contrário do que se pensa, são esses cabos, e não os satélites, que respondem por 99% da conectividade da internet mundial. E alguém tem de ir até o fundo do oceano para realizar a manutenção desse cabeamento cada vez que um terremoto ou uma âncora errante danifica a rede.

Existem aproximadamente 70 navios posicionados ao redor do mundo para realizar essa tarefa. Algumas equipes estão ativas 24 horas por dia. Com times compostos por até 50 profissionais de diferentes atribuições, como engenheiros e operadores de robôs, essas equipes passam semanas e até meses em alto mar.

De maneira semelhante à profissão de pescador de caranguejos no mar do Alasca, os mergulhadores e outros empregados dessas embarcações também vivem expostos aos decks escorregadios e aos atos divinos.

4. Escalar torres de comunicação

Nos Estados Unidos aproximadamente 11 mil pessoas instalam e mantém funcionando as torres de comunicação que respondem pela rede de telefonia celular. Em 2006, houve 18 mortes no cumprimento dessa função. O Occupational Safety and Health Administration (uma espécie de departamento do Ministério do Trabalho) definiu a ocupação de manutenção das torres como o trabalho mais perigoso em 2008.

“É definitivamente o trabalho mais perigoso se avaliarmos o fato de ser uma ocupação bastante segmentada”, diz o presidente do portal Wirelessestimator.com, Craig Lekutis.

A indústria fez avanços, mesmo assim, qualquer trabalho que envolva escalar até grandes altitudes pode ocasionar acidentes.

Em meio à onda de construção de torres para abastecer as redes 3G e 4G, Lekutis estima que existam cerca de 250 mil torres que precisam de reparos de alguma natureza.

5. Reciclagem “pirata” de insumos eletrônicos

Cada vez que, nos Estados Unidos, alguém envia um computador velho ou um monitor antigo para ser reciclado, é mais provável que o equipamento vá parar em algum ferro velho do outro lado do mundo, que ser desmontado de maneira segura em uma empresa especializada. Não é raro que o hardware antigo viaje por meio mundo até chegar aos países em desenvolvimento na Ásia, na África e na América Latina.

Muitas pessoas alimentam esperanças de conseguir algum trocado raspando componentes que contenham ouro, prata e outros metais preciosos nos circuitos integrados. Nesse processo as pessoas podem entrar em contato com fontes de radiação e/ou tóxicas, como chumbo, cádmio, berílio, mercúrio e materiais anti-incêndio. Outras maneiras de contaminação são a submersão de placas de circuitos integrados em ácido e derreter fios de PVC na busca por cobre.

Mas não é só em ferros-velhos de países em desenvolvimento que essa rotina de quebrar monitores acontece. Em determinadas prisões norte-americanas, os internos são expostos a elementos perigosos para a saúde em operações de reciclagem de lixo eletrônico; trabalho pelo qual recebem entre um centavo e 1,25 dólares por hora.

6. Minas em áreas de conflito

O Leste do Congo, na África, produz boa parte dos componentes responsáveis por manter equipamentos eletrônicos funcionando. A região tem reservas de tântalo, usado em capacitores, estanho para a solda em circuitos integrados, tungstênio para fazer os celulares vibrarem e ouro, usado na conexão de componentes. Apesar de todas essa riqueza natural, um contingente estimado em centenas de milhares de pessoas trabalham em condições subumanas na extração desses materiais.

De acordo com o grupo de direitos humanos Global Witness, é provável que cada aparelho eletrônico – de laptops a smartphones – contêm minerais de origem de áreas de conflito. Quem dá a informação é o pesquisador Sasha Lezhnev, que integra a organização.

“É bastante parecido com a questão dos ‘diamantes de sangue’. Várias pessoas vasculham o leito de rios com as mãos enquanto outras literalmente “comem” montanhas inteiras. Ao saírem das minas, são recebidos por crianças armadas com AK47 que coletam parte do que é retirado pelos mineiros”, diz.

Nenhuma empresa fabricante dos dispositivos foi capaz de comprovar que não usa o produto dessas extrações em sua linha de equipamentos. Mas há organizações que caminham em direção a isso, como a Intel e a Motorola.

7. Infraestrutura em zonas de guerra

Realizar tarefas perigosas em áreas tranqüilas já é arriscado, agora calcule ter de realizar isso em zonas de guerra. Estar em cima de uma torre de comunicação já é arriscado; subir uma estrutura dessas e estar na mira de um possível atirador de elite só piora a tarefa.

Não é sabido quantas vítimas o segmento de TI faz em zonas de guerra. Segundo o iCasualities Website, entre os aproximadamente 6700 mortos que compunham parte das forças de coalizão em diversas partes do mundo, não estão discriminadas as mortes de profissionais de TI.

Mas, de acordo com um levantamento realizado em 2009, pelo menos três de 533 funcionários de empresas terceirizadas para dar conta de diversos serviços no Iraque eram do segmento de TI.

Por PC World/EUA

About Luciana Monteiro

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