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Comparação de ruído entre as Nikon D300 e D200

12 - Abril - 2008

Em vários sítios pela Internet há testes que avaliam com muito rigor técnico os progressos obtidos com a última geração de câmaras da Nikon no combate ao grão ou ruído digital. O meu objectivo com este teste era avaliar em termos práticos, ou seja, realizar um teste em condições de uso real, não sobre miras e alvos. Escolhi como objecto um tema que habitualmente me é querido: fotografia da Natureza.

Embora tenha realizado este teste comparativo há já algum tempo (Dezembro de 2007, poucos dias após aquisição da minha D300), só agora decidi publicar os resultados. As imagens seguintes são “print screens” dos ficheiros RAW visualizadas com o Adobe Lightroom; a lente usada no teste foi uma Sigma APO 500mm F4.5 EX DG HSM; as câmaras foram reguladas com a redução de grão em modo Normal:

D200 @ ISO 200 D300 @ ISO 200
D200 @ ISO 400 D300 @ ISO 400
D200 @ ISO 800 D300 @ ISO 800
D200 @ ISO 1600 D300 @ ISO 1600
D200 @ H1 (ISO 2500) D300 @ ISO 3200
(saltar para as conclusões)
D200_ISO200
D300_ISO200
D200_ISO400
D300_ISO400
D200_ISO800
D300_ISO800
D200_ISO1600
D300_ISO1600
D200_ISO2500_H1
D300_ISO3200

Conclusões:

Até onde o aparecimento de grão numa imagem é aceitável é um critério pessoal, não um dado científico e igualmente aceite por todos os utilizadores. Do teste prático aqui apresentado, realizado em condições de “uso real” para fotografia de Natureza, é por demais evidente o grande salto tecnológico que representa a nova geração de DSLRs da Nikon, quando comparada com a anterior.

Na minha opinião os limites máximos de valor ISO utilizáveis (i.e., que produzem grão visualmente “aceitável”) será para a Nikon D200 os ISO 800 (embora na prática procure sempre não ultrapassar os ISO 400), enquanto que para a D300 esse mesmo limite se situará nos ISO 1600 (embora procure limitar-me no máximo aos ISO 800).

Apesar de tudo, em 90% das utilizações tanto com uma câmara como com a outra, a sensibilidade ISO que utilizo são os ISO 200. Mas sem dúvida que, principalmente com a D300, sinto-me razoavelmente confortável em aumentar a sensibilidade sempre que as condições de luz a isso o exijam, coisa que não acontecia com modelos de câmaras digitais mais antigos.

LB

2 comentários

  1. muito util o post luis!

    concordo a 100% com a tua conclusao e alias vem no seguimento do que tenho lido tb

    a d300 está (pelo menos) 1 stop “à frente” da d200 em termos de controlo de ruído.

    mesmo nos iso3200 ainda acho utilizável, embora de facto seja já mto notório o efeito da redução de ruído
    na minha opinião de amador parece-me que mesmo para um iso tao elevado, se nota ainda um nível de detalhe “interessante”

    o salto da ultima geração de sensores é significativo sem dúvida
    no entanto, tenho ideia que isso se deveu essencialmente à mudança de CCD para CMOS
    custou à nikon perceber 😉

    +1 vez, excelente post luis! ab,
    rui


  2. Obrigado, caro Rui, pelo comentário.

    Só uma nota: não é verdade que os CCDs sejam mais sujeitos a ruído que os CMOS, antes pelo contrário. Mas o que tem acontecido na prática é que a tecnologia CMOS tem sido alvo de mais investigação, já que recorre a métodos de fabrico mais acessíveis (i.e., mais baratos e acessíveis de produzir) e com chips que apresentam maior flexibilidade para outras funções, como por exemplo fazer de imediato a conversão analógico/digital, individualmente logo à saída de cada fotodíodo, o que tem permitido nesta última geração diminuir a possibilidade de surgirem electrões de origem que não na conversão de fotões (da imagem), interferências que se manifestariam como ruído ou grão.
    Sem este passo dos CMOS, os CCDs com dimensão de fotosítio comparável, apresentariam vantagem na redução de ruído face aos CMOS equivalentes, já que os seus fotodíodos aproveitam melhor a área do fotosítio.
    Mas não há nada que impeça os fabricantes de continuar a melhorar a tecnologia CCD, se isso se lhes apresentar vantajoso por algum motivo, e a realidade de hoje não tem de ser a realidade de amanhã.

    Eu penso que o mito de que os sensores CMOS apresentariam menos ruído do que os CCDs apareceu porque durante algum tempo câmaras da Canon, sempre baseadas em tecnologia CMOS de fabrico próprio, apresentavam menos ruído do que muitas câmaras da concorrência (por exemplo, da Nikon). Mas isso só acontecia com modelos de fotosítio (o espaço físico onde se insere cada fotodíodo, erroneamente muitas vezes apelidado de “pixel”) com tamanho superior, ou seja, câmaras como a Canon 5D, de 12 MP fullframe que apresenta fotosítios de 8.2 micra, quando comparado com os usuais 5.5 micra dos sensores NIKON (factor
    de conversão de focal de 1,5, como é sabido). Se falarmos de uma Canon com factor de conv. de focal de 1.6, em que o fotosítio apresenta dimensões idênticas aos sensores DX da Nikon, o nível de ruído resultante será idêntico ou mesmo superior.

    A maior prova disso vem de um fabricante, muitas vezes esquecido nestas comparações, a Fuji: antes do aparecimento das Nikon D3/D300, as Fuji S3 e S5 (baseadas em corpo Nikon, como sabes), guarnecidas de sensor CCD com características especiais de fabrico próprio (os “super CCDs”, designação comercial da Fuji), faziam frente às melhores Canon no que ao ruído diz respeito, mesmo que com sensores de conversão de focal de 1,5…

    Moral da estória: não é o facto ser CCD ou CMOS que só por si nos diz alguma coisa quanto ao nível de ruído que determinado modelo de câmara pode apresentar; por isso não há nada como ler testes ou realizá-los nós mesmos.

    um abraço

    LB



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