sábado, 2 de julho de 2011

HISTÓRICO DO JORNAL DIÁRIO DOS CAMPOS - PONTA GROSSA - PR



1. Jacob Holzmann, o criador do jornal

O Diário dos Campos nasceu com Jocob Holzmann. Ele ficou sabendo que chegara na cidade um engenheiro da estrada de Ferro que também trabalhara, no passado num jornal. O engenheiro era Augusto Silva que aceitou a proposta de Holzmann para ajudar no futuro jornal.
Em  1900, Ponta Grossa contava com 8.335 habitantes. A chegada da ferrovia ditava um novo ritmo à cidade. No circuito local as bandas musicais viviam o auge. As disputas entre elas era grande. As principais eram a Lyra dos Campos, do maestro Jacob Holzmann, e a Aurora Pontagrossense, regida por Manoel Cirilo Ferreia.
A paixão pela música, somada ao espírito emprendedor,  fizeram Jacob Holzmann construir em 1911, o Cine Teatro Renascença, que durante várias décadas foi o mais moderno de Ponta Grossa. Agora teria o seu cinema para fazer os ensaios de sua banda. E a partir de 1928 o Renascença se consagrou como o primeiro cinema falado do interior do Paraná.
No início de março de 1907, Aldo Silva, proprietário do jornal “O Comércio” procurou o maestro Jacob fazendo-lhe a proposta para que Jacob lhe comprasse o jornal. Outro fato que ajudou a concretizar o negócio: Se Aldo Silva não vendesse a tipografia, teria que transferí-la para Itararé, SP, e neste caso levaria consigo João Antunes. Entretanto, além de gráfico, Antunes era também o trombonista da Banda Lyra dos Campos.

2. O Progresso e sua primeira edição
O Diário dos Campos sob o nome de “O Progresso”, publicou sua primeira edição em 27 de abril de 1907: “Ao iniciarmos hoje na afanada lide jornalística com esse nosso modesto e despretensioso jornal hebdomanário, nesta cidade inquestionavelmente predistinada a um grandioso futuro, se todos quanto a habitam bem compreendem o que a uma pátria legitima ou simplesmente adotiva devem seus dignos filhos, outro escopo não temos que não o de cooperar resoluta e crentemente para o alevantamento moral e material de Ponta Grossa e para que no Paraná frutifiquem todas as idéias e cometimentos aplausíveis, sem nos envolvermos direta ou indiretamente em questões políticas ou religiosas, as quais irrefutavelmente não sido em nosso país o mais poderoso fator de palavras e fatos por completo antagônicos aos foros de nossa civilização. O Progresso, 27 de abril de 1907, Órgão dedicado aos interesses do município e do estado”. (Diário dos Campos. Memórias de um jornal centenário, pg. 21).
A prensa que fora alvo da compra do maestro - a primeira do Diário dos Campos  era, nas palavras do escritor Holzmann, "uma das primeiras que deve ter existido no país e aposentada dos tempos de Gutemberg". A impressão era realizada página por página e exigia dois operadores: um, munido de um pequeno rolo que passava a tinta na página apertada contra a superfície.  O outro, passava o papel e descia a alavanca. Com isso, o trabalho demandava meio dia para trezentos exemplares que circulavam semanalmente.

3. O nome Diário dos Campos
O surgimento do nome "Diário dos Campos" no ex trissemanal “O Progresso” aconteceu em 1º. de janeiro de 1913, em consequência da fundação da Companhia Typographica Pontagrossense e da união com o material tipográfico do semanal Correio dos Campos. Contudo, o investimento inicial de 20 contos de réis não deu o retorno esperado e, diante de uma crise internacional de papel e da queda de assinantes, a Companhia foi encerrada.
4. Hugo Reis
Na crise, Hugo dos Reis então redator-chefe, assumiu o jornal promovendo avanços no layout e nos equipamentos. A edição de 2 de julho de 1913 confirma sua intenção de inovar: "o sr Hugo Reis, redator e diretor dessa folha, entrou em acordo com a firma Lambert para a aquisição de uma linotipia, firmando contrato para uma máquina moderníssima, no valor de 4000 dólares, cuja encomenda já foi feita para os Estados Unidos do Norte".
Mesmo passando por várias crises, Hugo Reis, não desistia da idéia de modernizar o jornal. Na edição de 31 de agosto de 1921, Hugo, mais uma vez falava do desejo de transformar o Diário dos Campos num jornal de expressão nacional, assim como já acontecia com o Estado de São Paulo. Mas na edição de 2 de setembro de 1921, Hugo dos Reis já não aparecia como diretor do Diário dos Campos.

5. Juca Hoffmann
Em 1939, já sob comando de Juca Hoffmann, o DC dá outro salto importante na parte gráfica. A preocupação era aumentar a qualidade das fotografias e das manchetes. Para tanto, Hoffman compra uma moderna máquina de linotipo com três magazines, quatro moldes, ejetor universal e teclado giratório. Esse modelo de máquina permitia que a impressão das fotos saísse mais nítida, sem a necessidade de retoques, assim como as ilustrações. Esta máquina foi tão importante para o DC que até os últimos anos da década de 80 ela poderia ser vista pelos vidros do prédio onde operava a velha tipografia do DC.
No jornalismo, Juca foi um autodidata. Mostrava sempre uma preocupação contínua em relacionar o contexto local com a realidade nacional. A denúncia, o questionamento, o engajamento político e a obsessão pelas particularidades da cidade marcaram a linha editorial do Diário dos Campos durante as três décadas em que Juca Hofffmann ficou à sua frente. E pelas denúncias feitas no jornal Juca foi preso e metido na cadeia.

6. Família Slaviero
Em 1962, a família Slavieiro adquiriu o jornal dirigindo-o até 1990. O Diário dos Campos entrou nos anos 1990 com a mesma tecnologia utilizada do decorrer dos anos 1960.

7. Fechamento do jornal
A idéia do fechamento do Diário dos Campos já vinha sendo cogitada havia anos. O jornal precisava incontestavelmente partir para um processo de informatização para se manter competitivo. O parque gráfico também precisava de altos investimentos para se modernizar. A decisão sobre o encerramento temporário das atividades foi tomada no início de setembro de 1990. O anúncio foi discreto, ocupando um cerco de 10,5 X 12,5cm na capa que dizia: “Comunicamos que estamos suspendendo, por tempo indeterminado, a publicação do Jornal Diário dos Campos. Solicitamos o comparecimento de nossos assinantes, em nossa sede, sito à Rua Theodoro Rosas, no. 871, com o fim de efetuarmos o reembolso das despesas com a(s) respectiva(s) assinatura(s). Aproveitamos a oportunidade para agradecer os nosos leitores, fuincionários e colaboradores, sem os quais, não seria possível a realização do trabalho até aqui desenvolvido. Ponta Grossa, 18 de setembro de 1990.  A Diretoria”.

8. Volta às atividades
Em 15 de setembro de 1999, o Diário dos Campos volta a circular, agora sob a direção de Wilson Souza de Oliveira, iniciando-se assim outra fase do jornal.
Localizado a Rua Prudente de Moraes, na Vila Estrela em Ponta Grossa, o Diário dos Campos possui hoje uma das mais modernas redações do estado do Paraná, com computadores de última geração e o que há de melhor no mercado de editoração gráfica.

9. Missão do jornal

A missão do Diário dos Campos é promover a satisfação do cliente anunciante, do cliente assinante, dos colaboradores e da comunidade, pautado sempre pela postura ética nos negócios, na qualidade dos serviços, na busca de parcerias e em especial no atendimento.


10. Estrutura do jornal, tiragem e circulação.

O Diário dos Campos circula no formato standard, de terça a sábado com 20 páginas em 2 cadernos com capa e contracapa colorida e 1 caderno de classificados preto e branco. Aos domingos circula com 58 páginas em 6 cadernos (A, DC2, Esportes, Imóveis, Veículos e Negócios) com várias páginas coloridas.
 O jornal circula em 22 municípios da região dos Campos Gerais: Arapoti, Carambeí, Castro, Guamiranga, Imbaú, Ipiranga, Irati, Imbituva, Ivaí, Jaguariaíva, Ortigueira, Palmeira, Piraí do Sul, Ponta Grossa, Porto Amazonas, Prudentópolis, Reserva, São João do Triunfo, Teixeira Soares, Telêmaco Borba, Tibagi e Ventania. Sua tiragem é de 12.000 exemplares semanais e 15.000 aos domingos.

11. Impressão e logística.
É realizado o fechamento das edições até as 21h e enviado todo o material para Folha de Londrina, onde é feita a impressão. Quem faz a distribuição dos exemplares é a Distribuidora Visconde, é uma empresa terceirizada.

12. Situação atual do Diário dos Campos e como se mantém.
A situação é estável, podemos dizer boa todos estão com seus salários em dia.
A venda de espaços publicitários é função do Departamento Comercial. Os espaços pagos podem ser: anúncios classificados, anúncios publicitários, editais e matérias pagas e os assinantes.

13. Equipe de jornalistas e seu perfil
 Carolina Mainardes - editora chefe; Luciana Almeida – cidades; Luciana Brick – economia; Anderson Gonçalves – política; Jeferson Gonçalves – esportes; Edilene Santos – policial; Fabio Mataveli e Rodrigo Covola – fotógrafos.

O trabalho do jornalista tem um objetivo claro: informar o público em geral sobre o que acontece. Por vezes, o jornalista divulga notícias simples do quotidiano, mas também pode dedicar-se à investigação ou especializar-se numa área. E, além das notícias, pode elaborar crônicas ou artigos de opinião. A pessoa que deseja trabalhar como jornalista no Diário dos Campos precisa ter um ótimo domínio da língua portuguesa; possuir uma vasta cultura geral; ter boa capacidade de pesquisa, aptidão para comunicar-se e uma boa dicção.


14. Projeto atual e futuro
O jornal conta com vários projetos, um deles é a Expo imóvel que será realizada no final deste mês. Terá também o Ciclo de palestras, Circuito de Debates, Livro Campos Gerais Terra de Riquezas e o Cidadão do Futuro.


REFERÊNCIAS
HOLZMANN, Epaminondas. Cinco Histórias Convergentes. Ponta Grossa: Editora UEPG, 2004.
BUCHOLDS, Alessandra Perrinchelli.Diário dos Campos memórias de um jornal centenário. Ponta Grossa: Editora UEPG, 2007.
Informações do Diário dos Campos.

Ps.: Este trabalho foi elaborado e apresentado na Faculdade Secal pelos aluos de Comunicação Social, Jornalismo: Igor Kreinski, Luizinho Marafon e Reinaldo Santos. Fomos orientados pelos professoro João Carlos Dias.
Um abraços, paz e bem! Frei Luizinho Marafon

Um comentário:

Martín Masella disse...

Bom dia. Minha esposa é neta de Joseph Holzmann, filho de Jacob Holzmann. Temos fotos do cinema e da orquestra. Quero parabenizá-lo para o artigo.