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Lugares e Prédios Históricos

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Guaratuba, Matinhos e Caiobá

Cadeia Velha

Livro História de Guaratuba de Joaquim da Silva Mafra

Vinte e seis anos após a fundação da Vila, procuravam as autoridades cumprir um dos dispositivos recomendados pelo Coronel Afonso Botelho e que se consubstanciava na construção de uma cadeia, o que não se tornava de fácil execução, porquanto já havia decorrido perto de três décadas da sua determinação sem que algo fosse resolvido.

1. Local da Cadeia

A cadeia seria construída na Rua da Praia, onde se achava o Pelourinho.

“Dando-lhe 60 palmos de frente com outro tanto de fundos, ficando para um lado e outro, 40 palmos de beco, cujo lugar, depois de medido e demarcado mandaram pôr seu marco de pedra, para que em tempo algum não haja duvida”.

2. A construção da cadeia

Tendo sido marcado no ano de 1819 o lugar para a construção da Cadeia, somente no ano de 1839 teve início a sua construção Foi encarregado da obra o cidadão Fernando Antônio de Miranda que se achando doente, pediu licença a câmara em 10 de Julho de 1839 para regressar a Vila de Paranaguá para tratamento de sua saúde. Tendo regressado um tempo depois, requereu a Câmara que lhe fornecesse os dados relativos a construção.

A construção começa em 1840 e, depois de muitas paradas e mudanças de construtores, parou definitivamente em 1858.

 

Prédio “São Luís”

1. De 1858 a 1947

O atual Prédio “São Luís”, edifício que pela sua suntuosidade atrai a atenção de estudiosos e admiradores, guarda a forma e o estilo colonial, caracterizado por inspiração nos edifícios da cidade de Ouro Preto.

Foi esse monumento construído sobre a ruína sobejamente conhecida pelo nome de "Cadeia Velha" e que, não obstante esse nome, não era senão paredões de pedra e cal, sem cobertura, cheios de vegetação, apresentando as paredes da frente em nível conveniente e, as demais, ainda por terminar.

O início da construção da cadeia velha, data de 1840, mas, com pouco tempo, estacionou.

Correram os anos, a montar mais de 100 anos, e o secular monumento erguido na rua que hoje tem o nome do fundador da Cidade, Coronel Afonso Botelho, continuou sólido, firme e inabalável, sem que uma fenda fosse notada em suas paredes, apesar da vegetação que nele havia e, somente a denunciar a sua existência, a sua cor, transmudada pelas intempéries através dos tempos e a sua estrutura a assinalar o seu início em épocas bem remotas.

Apesar da sua solidez comprovada, houve receio de desabamento de suas paredes, por parte dos administradores do passado, o que levou o Prefeito Municipal, no ano de 1893, em mensagem à Câmara, a solicitar providências contra o desabamento que oferecia essa construção, auxiliado pelo aumento crescente de vegetação que no mesmo existia.

Todavia, com o restabelecimento do Município no ano de 1947, e a abertura da estrada Guaratuba/Curitiba, pode o Sr. Prefeito Municipal encontrar melhores possibilidades financeiras para levar a conclusão a denominada Cadeia Velha (parada em 1858), para servir de Paço Municipal, de vez que o município não dispunha de um prédio conveniente para a sua administração. Para levar a efeito essa obra. o Sr. Prefeito Municipal, depois de devidamente autorizado pelo Legislativo contratou os serviços com a firma Imobiliária e Comercial Ltda., da qual e chefe o Sr. João Brasilio Ribas, cuja firma se achava construindo, além do Posto de Puericultura, o Posto de Saúde, a Delegacia e Cadeia e o novo Grupo Escolar, por conta do Governo do Estado.

2. Início das obras

Do Coletânea de Mário J. Natalino

Em 21 de Setembro de 1949, foram iniciadas as obras de revitalização e construção deste prédio.

Como a construção antiga havia sido planejada para servir de cadeia, não havia no projeto, aberturas para portas e janelas nos lados e nos fundos do prédio, somente na parte da frente.

Esta foi uma das primeiras providências, quebrar as paredes que tinham quase um metro de espessura, para dotar o prédio de janelas e portas, para que todas as dependências tivessem uma maior iluminação natural.

De acordo com a nova planta, somente na frente da construção, as paredes originais foram conservadas.

Em maio de 1950, depois de oito meses, a obra foi concluída e inaugurada no dia 27 desse mês, com a presença do Governador do Estado, o Secretário de Obras Públicas, o Sr. João Loprete Frega, Dr. Valdomiro Pedrozo, Secretário da saúde e outras autoridades e população.

Numa página do livro de Joaquim da Silva Mafra tivemos ocasião de ver a denominação do Paço Municipal - "Edifício São Luís".

Alguém entretanto, poderia indagar a origem desse titulo e não poucos serão os que o desconhecem.

Esclarecendo a quantos possa interessar o conhecimento do assunto, quero fixar aqui o motivo que norteou a resolução desse batismo.

Guaratuba foi ereta em Vila por ordem de Dom Luís, Governador da Capitania de São Paulo. Daí, pelas injunções do momento e por alvitre do Conde de Oeiras, nasceu a Vila com o orago de "São Luís", nome que marcou o Padroeiro da igreja matriz, cuja imagem foi nela colocada em Janeiro de 1819, e a nova Vila ficou conhecida pelo nome de São Luís da Marinha de Guaratuba. Essa denominação porém não prevaleceu, pois com o correr do tempo ela simplificou-se ao ponto de ser hoje conhecida pelo simples nome de GUARATUBA.

Ficando assim, perdido no esquecimento o nome que serviu de orago à criação da Vila, mas para que continuasse ligado à coisa pública, o nome respeitável do nosso Padroeiro, o Prefeito Municipal que na ocasião era Joaquim da Silva Mafra, criou a lei 17 de 11 de Setembro de 1948, dando o nome e EDIFÍCIO SÃO LUÍS, ao Paço Municipal de Guaratuba.

 

Iate Clube de Guaratuba

Foi nesta cidade, fundado em 23 de Julho de 1949, o IATE CLUBE DE GUARATUBA.

Essa Sociedade, de influências benéficas no terreno cultural, adquiriu apreciável área de terreno com frente na baía, onde construiu a sua Sede.

Foi esse Clube fundado por uma plêiade de homens bem intencionados e incansáveis na organização da novel agremiação que, hoje, já conta com apreciável Patrimônio.

Dentre os denodados incentivadores da vitoriosa campanha em prol da Sociedade que constitui hoje motivo de orgulho para os guaratubanos, destacam-se os nomes dos Srs. João Brasilio Ribas seu primeiro Comodoro; Dr. José Mugiatti Sobrinho; Dr. Simeão Mafra Pedrozo; Dr. Azis Suruge; Dr. Oscar de Plácido e Silva; Sr. José Nicolau Abagge; Odilon Rauen e Dr. Orlando Loiola.

 

Centro Histórico

Foi neste local que se deu o início da colonização do município. Das construções coloniais da época, que cercavam esta praça, quase nada restou.

Apenas poucas casas, já desfiguradas por modificações constantes em suas fachadas, ainda permanecem, restando somente a lembrança e o valor histórico deste local.

O nome da Praça central, antiga “Praça da Matriz”, é uma homenagem ao Cel. Alexandre da Silva Mafra, que exerceu o cargo de prefeito municipal por mais de um mandato.

É o ponto de encontro da comunidade e todos os anos é realizado neste local a tradicional “Festa do Divino Espírito Santo”.

 

Fatos Curiosos

A praça foi estreitada para o alargamento da Av. 29 de abril. Antigamente ela seguia o alinhamento da Tv. Gratolino de Freitas.

 

O monumento do Marco Zero se encontrava no alinhamento da Sorveteria Bom Sucesso (lado esquerdo) com a Igreja Matriz (lado direito).

 

Igreja Matriz - Nossa Senhora do Bom Sucesso

Igreja secular tombada pelo Patrimônio Histórico e Artístico Nacional pelo Decreto Lei Federal 25, de novembro de 1937.

Construída pelos escravos, é de arquitetura religiosa colonial e apresenta uma fachada bastante simples de alvenaria, como eram as demais igrejas litorâneas da época. Internamente é ornamentada por um retábulo discreto, provavelmente do século 19.

Na igreja está a imagem de Nossa Senhora do Bom Sucesso, esculpida em madeira policromada.

História

Em 1931, a igreja recebeu uma série de melhoramentos: o telhado antigo foi substituído pelas telhas tipo francesas, assim como a substituição dos caibros, ripas, teto etc.

As quatro grandes vigas de amarração existes, que iam de uma parede a outra, foram substituídas por quatro vergas de ferro.

Antigamente o acesso aos sinos da igreja, era feito por uma escada construída paralelamente à parede externa da Sacristia, apoiada na parte de cima, numa saliência de pedra especialmente colocada para este propósito.

Exposta ao tempo tornou-se incomoda, e este acesso foi transferido para dentro da sacristia, levantando-se a cobertura sobre a torre do sino.

O altar de São Luís foi demolido, já em estado precário, oferecendo perigo e prestes a desabar, assim como o altar do Divino Espírito Santo, semelhante ao primeiro.

Ambos eram mais largos que os atuais, de cor azul, muito altos, frentes lisas, com apenas quatro colunas sobrepostas sem nenhuma finalidade, e que foram usados como suporte na reforma. Não havia a coroa colocado no alto do altar de São Luís. Ela foi sugerida para igualar ao altar situado em frente, feito por Luiz de Souza Mafra e Joaquim da Silva Mafra.

Em 1934, o teto da sacristia e do altar foram substituído e o telhado retirado foi novamente colocado sem a troca das telhas.

Os serviços para a reforma foram realizados voluntariamente, tendo o empreendimento começado no dia 17 de agosto de 1931 e terminado no dia 8 de dezembro do mesmo ano.

Neste empreendimento, supervisionado por Joaquim da Silva Mafra, não houve nenhum incidente.

Em 1940, foi construído um calçamento na frente da Igreja.

No dia 4 de fevereiro de 1941, a cruz na torre da igreja, toda de pedra, foi atingida por um raio, estilhaçando os seus braços, que foram novamente colocados no dia 13 de março do mesmo ano, porém recomposto com de cimento e ferros e de permeio um pedaço de jiçara. A parte superior da Cruz pesou 55 quilos, com seus braços medindo de uma extremidade a outra, 94 centímetros.

O maior fragmento dessa cruz foi colocado numa cavidade, aberta na parede lateral (lado direito), na entrada da Igreja e tem cerca de 30 centímetros de comprimento.

Na igreja eram sepultadas as pessoas da comunidade, isto durante 86 anos, até que se construiu o cemitério municipal. Os sepultamentos, dependendo do lugar, tinham um determinado preço: 320 réis, 640 e 1280 réis (mais perto do altar).

 

Vapor São Paulo

“Era uma tarde de grande nevoeiro, vento sul, quando os moradores da Vila foram surpreendidos pelo ruído interminável do apito do Vapor São Paulo, que pelas três horas da tarde acabava de encalhar na praia de Caieiras, no dia 26 de Novembro de 1868”.

Livro História de Guaratuba de Joaquim da Silva Mafra

Histórico

O Vapor pertenceu ao marido da compositora brasileira Chiquinha Gonzaga, servia à marinha brasileira e voltava da guerra do Paraguai quando naufragou. 600 pessoas que estavam a bordo, muitas delas feridas, desembarcaram todos, apenas uma pessoa faleceu. Ficaram alojados, alguns, em grandes grutas que existem nessa praia, outros em casas particulares dos moradores da antiga “Vila de Guaratuba”. 10 médicos estavam a bordo. Todos permaneceram nesta “Vila” por alguns dias, depois foram levados para Paranaguá, nos Vapores "Marumbi" e "Iguaçu”.

Muitos presumiam que o encalhe do São Paulo foi proposital. Outros afirmavam que o seu comandante acreditava estar navegando pela barra quando procuravam abrigo nesta baía, quando deparou com a costa e o navio ali ficou para nunca mais sair.

Todos os utensílios foram retirados do vapor inclusive uma mesa que media 3,90 m de comprimento e 0,75 m de largura e com seis pernas torneadas totalmente preservadas.

Contam que uma empresa de Joinville arrematou os restos do vapor para sua exploração, abandonando este projeto mais tarde e vendeu a sua concessão para uma empresa que existia em Guaratuba na época. Um sino de prata, que havia a bordo, teria sido oferecido à Igreja de Guaratuba, mas pelo peso e as dificuldades encontradas para tal fim não foi possível retirá-lo do local. (Está lá hoje então?)

Em 1928, foram retirados dos restos do navio, diversos mancais em perfeito estado, alguns com sinais de desgaste, na parte externa, devido ao movimento que algumas peças faziam quando eram acionadas. Um desses mancais media na sua concavidade, 20 centímetros de diâmetro, mancal este que acionava o eixo principal que atravessava o navio de um lado ao outro e suportava as grandes rodas, que em lugar das hélices de hoje, propulsionavam o vapor.

Após o encalhe do "Vapor São Paulo", o Capitão Manoel Pereira Liberato, autoridade policial da época, mandou um mensageiro à Paranaguá para comunicar o acontecido.

Não demorou para que as providências fossem tomadas, pois o ofício que comunicava o sinistro foi recebido às 6 horas, do dia 28 e respondido às 7h30 da manhã do mesmo dia.

Transcrição do original

"Ilmo. Sr.
Acuso o recebimento do ofício de V. S. de 26 do corrente, comunicando-me o sinistro do Vapor São Paulo, em conseqüência do que me entendi incontinente com a Capitania do Porto desta Cidade, e segue hoje mesmo o respectivo Capitão do Porto no Vapor Marumbi para prestar todo o auxílio que reclama o sinistro. E se porventura este portador chegar antes à presença de V. S., será conveniente ter V. S. um vigia que logo que o aviste possa guiar com segurança o mesmo Marumbi até o lugar respectivo. Desnecessário reclamar de V. S. sua cooperação ao Capitão do Porto porque tenho consciência que vossa senhoria compreende categoricamente seus deveres de autoridade e prestante cidadão, cujo zelo e atividade no assunto atual levo ao conhecimento do Exmo. Sr. Chefe de Polícia do Paraná.
Deus Guarde a V. S.
Delegacia de Paranaguá, 28 de Novembro de 1868.
Ao Ilmo. Sr. Manoel Pereira Liberato M.D. subdelegado de Policia de Guaratuba.
Delegado suplente Joaquim Fellis da Silva.”

 

Ferry Boat

História

A travessia da baía de Guaratuba pelo sistema de ferry boat foi implantada em 1960, como uma solução de transporte para os moradores de Guaratuba. O ferry boat, foi rapidamente assimilado também pelos turistas e veranistas, até integrar-se à paisagem do litoral do Estado.

Ele retirou Guaratuba do isolamento, estimulando o desenvolvimento do turismo e de outros negócios na região.

Antes da implantação do ferry boat, o acesso dos moradores de Guaratuba com o balneário de Caiobá e as demais praias do Estado, bem como à Curitiba, era muito precário.

Era preciso dar a volta por Garuva, usando uma estradinha de terra que ficava praticamente intransitável quando chovia. O asfalto só chegou em 1966, durante o governo de Paulo Pimentel. Outra opção, mais rápida, era fazer a travessia de barcos, o serviço era operado por pequenas lanchas da Empresa Balneária, de propriedade do jurista e empreendedor paranaense Oscar Joseph de Plácido e Silva ou tomar ônibus em Caiobá e Matinhos.

Quando foi inaugurado, na administração do então governador Moysés Lupion, a travessia virou uma atração turística, tanto para brasileiros como para visitantes de outros países. A travessia passou então a ser feita por um barco de madeira, muito parecido com as antigas caravelas portuguesas, capaz de transportar 12 veículos e 100 pessoas. O barco foi construído pelo imigrante português João Lopes Rodrigues, com motor e material doado pelo Estado. O governador Lupion, outras autoridades e uma centena de convidados especiais fizeram um passeio histórico pela baía nesta embarcação. A caravela foi batizada com o nome de "Airton Cornelsen", numa homenagem ao diretor do Departamento de Estradas e Rodagem (DER).

Como o movimento de veículos e pessoas aumentava ano a ano, foi preciso providenciar o funcionamento de outra embarcação, maior e mais rápida. Em 1966, a caravela portuguesa foi substituída por um novo ferry boat, chamado "Iguassu". Tinha capacidade para 20 veículos. Depois veio a embarcação "Tibagi", que assim como sua antecessora foi desenvolvida nos estaleiros de Itajaí (SC). Depois veio a embarcação Ivaí, com capacidade para 24 veículos. A construção dos rebocadores, que permite alavancar as embarcações e melhorar a eficiência dos reparos, foi uma grande ajuda para o sistema. As embarcações eram "guinchadas" para reparos e ficou mais fácil a reposição de peças.

Outro avanço diz respeito à construção das balsas, que passaram a ter fundo "catamarã", ao invés de fundo "chato" ou "quilhado" (em forma de U, como as antigas caravelas). Este fundo novo, trouxe mais segurança, já que a estabilidade para a entrada dos veículos aumentou. Em 1981 entrou em operação a Guaraguaçu, já com capacidade para 48 veículos e até 300 pessoas. Depois dela, vieram a Nhundiaquara e Piquiri.

Em 25 de outubro de 1996, foi concedido a Empresa F. Andreys o transporte coletivo aquaviário de veículos e passageiros na travessia da Baía de Guaratuba, através do contrato 319/96-DER/DC - Ordem de Serviço 058/96-DC, com um prazo contratual de 10 anos, que foi renovado em 2006.

Durante o período da concessão, entre outubro de 1996 à janeiro de 2002, foram transportados 5.462.479 veículos e transportados 19.664.924 passageiros. A travessia da Baía de Guaratuba pelo ferry boat é uma atração consolidada no litoral paranaense e conta hoje com 6 (seis) embarcações.

 

Sambaquis

O que são Sambaquis

Livro História de Guaratuba de Joaquim da Silva Mafra

Sambaquis são montões de cascas de mariscos, de ostras, berbigões etc, que se encontram na costa, nas ilhas, e nas margens de lagoas e de rios do litoral.

Em Guaratuba existem muitos sambaquis. O Dr. João José Bigarella, do Instituto de Biologia e Pesquisas Tecnológicas e da Associação de Defesa e Educação Ambiental, no seu trabalho "Contribuição ao Estudo dos Sambaquis no Estado do Paraná", assim enumera e situa os sambaquis de Guaratuba: "Na margem sul da baía, o manguezal é menos extenso. É na planície situada ao sul da baía de Guaratuba que vamos encontrar os maiores Sambaquis de toda a Região. A oeste são encontradas as planícies recentes de aluviões terrestres, construídas por sedimentos argilosos em sua maioria, notando-se também a presença de depósitos arenosos. No interior da planície observam-se, freqüentemente, vestígios de antigos meandros abandonados. O rio São João constitui o limite dos terrenos de sedimentos intermediários com sedimentos terrosos; em sua margem esquerda encontram-se os aluviões terrestres e na direita os tabuleiros arenosos" .

Sambaqui do Pinto - no 58 - situado na planície entre o morro das Caieiras e o morro do Pinto
Sambaquis da Ilha dos Ratos - 59.
Sambaquis da Ilha da Pescaria - 60 e 61.
Sambaquis da Ilha do Capinzal - 62 e 63.
Sambaquis da Ilha do Estaleiro - 64. Este depósito de conchas situa-se no lado leste da Ilha, distando 100 m. da margem do rio.
Jazida da Barra do Fincão - 65.
Jazida do Miringava - 66.
Sambaquis do Parati - 67 e 68.
Sambaqui do Braço seco - 69.
Sambaqui do Rio das Pedras - 70.
Sambaqui do Rio Laranjeiras - 71.
Sambaquis do Rio das Palmeiras 72 e 73.

Quanto à procedência dos Sambaquis há uma certa dubiedade, havendo todavia razões para atribuir-se sua origem aos índios que habitavam por muitos séculos o litoral, alimentando-se da pesca, especialmente da ostra e do berbigão. Corroborando a idéia da atribuição aos silvícolas na formação desses Sambaquis, temos a opinião do autor das memórias de Paranaguá que em certo ponto assim ele se manifesta: "E pode este verificar realmente que então poderia haver nestas baías, uma população de seis a oito mil habitantes. Se atendermos os lugares onde os índios tinham suas habitações, em todas as linhas e margens da baía, vendo-se os lugares que hoje aparecem os muitos Sambaquis de cascas de ostras, e de outros mariscos de que se sustentavam povos inteiros, que em certos meses do ano vinham mariscar na costa, e escolhiam entre os manguezais algum lugar enxuto onde se arranchavam e dali saiam como enxames de abelhas a extrair do lado os Crustáceos marítimos.

É indizível a imensidade que colhiam de ostras, berbigões, amêijoas e surumus de várias castas, e outros mariscos e mais pescarias. Mas a principal era a das ostras e berbigões ou porque as encontrassem em maior cópia e as colhessem com mais facilidade ou porque gostassem mais deles. Com tais mariscos se sustentavam enquanto durava a pescaria e o resto secavam, e assim beneficiados levavam para as suas aldeias, onde lhes servia de alimento por muito tempo.

As conchas lançavam a uma parte do lugar onde estavam congregados e com elas formavam montões tão grandes que parecem outeiros a quem os vê soterrados. Daqui nasceu escreverem alguns autores que era mineral a matéria de que se fazia a cal em várias partes da América. Enganaram-se, mas com desculpas porque a terra conduzida pelas águas e ventos para cima daqueles montões, formou sabre eles crostas tão grossas que em algumas partes chegaram ter capacidade para sustentarem, como sustentam, árvores bastante altas que sobre eles nasceram. Destas conchas dos mariscos que os índios comeram, se tem feito toda a cal dos edifícios desta Capitania, desde o tempo da fundação ate agora. E tarde se acabarão as ostreiras de Santos, São Vicente, Conceição, Iguape, Cananéia e Paranaguá; e nas praias que vão de Laguna as Torres.

Na maior parte delas se conservam ainda inteiras as conchas e nalgumas, se acham machados de seixos muito rijos, pedaço de panelas quebradas, caveiras e ossos de defunto; pois que, se algum índio morria no tempo da pescaria, servia de cemitério a Ostreira na qual depositavam os cadáveres e depois cobriam com as conchas.

Tendo portanto dado fim a uma questão que parecia ser de muita obscuridade e o sábio leitor conhecendo estas razões tão fundamentais, não recusara dar a sua aprovação aos argumentos calculável desta proposição que se analisa".

Outras opiniões acerca dos Sambaquis encontramos também na história do Dr. Sebastião Paraná, na sua Corografia, à pág. 256. Dois nomes são ali citados: o 1º, do Dr. Ladislau Neto que fez investigações a respeito dos Sambaquis dos Estados do Rio Grande do Sul e Rio de Janeiro. Diz sobre a origem dessas colinas artificiais divergem as opiniões dos que as tem perfunctoriamente estudado. Parece, entretanto, acrescenta o referido escritor, que, em tudo semelhantes aos Kojkknomoddings da Dinamarca, foram estes depósitos de conchas marinhas também formadas e acumuladas gradualmente pela mão do homem, pois que de permeio com os mariscos e espinhos de peixes que as constituem, acham-se ai fragmentos de louça primitiva, artefatos de pedra, finalmente esqueletos humanos que parecem ter sido sepultados em épocas diversas e portanto nas diferentes alturas que sucessivamente tiveram os Sambaquis" .

"0 segundo, foi o Sr. Batista Caetano, que estudando na língua tupi a etimologia do vocábulo SAMBAQUI, diz o seguinte: Sambaqui significa literalmente montão de ostras; TAMBA - Concha e ky - colinas cônicas, como peito de mulher".

Nas ilhas, ao redor da Baía de Guaratuba, costeada por mangues, se encontram as mais ricas marcas do passado: os sambaquis dos índios guaranis e itararés, que foram as primeiras tribos que habitaram o litoral do Paraná.

A maior concentração destes sítios arqueológicos está numa extensão de 250 km, de Paranaguá (PR) a Garopaba (SC).

Hoje, são 79 sambaquis catalogados que estão à espera de cuidados específicos para não se perderem como os extintos guarás, pássaros que povoavam a região e que deram o nome a cidade. O processo de catalogação começou na década de 40, com pesquisador e professor João José Bigarella, mas este trabalho está se perdendo, devido à ação do homem, do tempo e das marés.

Derivada das palavras indígenas sambá ou tambá, que significa: ostra, concha, e qui, monte cônico, ou quire, que significa dormir.

Os sambaquis era o lugar onde os índios enterravam os mortos, seus instrumentos e objetos pessoais.

Sambaqui - Ilha do Casqueiro

Na ilha Sambaqui Casqueiro encontra-se apenas vestígios da civilização guarani, como ossos, cerâmicas e instrumentos.

A área é preservada pela Guarong, Associação Guaratubana de Proteção ao Meio Ambiente e é protegida pela Lei Federal 3.924, que estabelece que toda a área de preservação histórica, não pode ser explorada sem licença e quem o fizer pode ir para a prisão. Mas mesmo estando sob vigilância permanente, encontra-se à mercê da ação humana. Entre todos, o Sambaqui do Rio das Laranjeiras é o que está despertando maior preocupação e curiosidade do ponto de vista imediato.

Eles variam de forma e tamanho. Podem ter a extensão de 200 a 300 metros e sua altura pode chegar aos 30 metros.

Os sambaquis guaratubanos

Em geral, ocorrem em grupos e podem ser encontrados geminados. Com as modificações geológicas que aconteceram ao longo dos séculos acredita-se que as ilhotas eram maiores e tinham outra formação, que não era afetada pela água marinha.

Calcula-se que os sambaquis de Guaratuba tenham entre três e quatro mil anos e que ali viveram três tribos em momentos distintos, devido à formação que o Sambaqui do Rio das Laranjeiras apresenta. Os tupis-guaranis foram os últimos. Estiveram ali, rapidamente, como numa espécie de acampamento. Os segundos foram os itararés, pela forma que enterravam seus mortos, diretamente na terra. E para descobrirmos a outra é necessário uma equipe de geólogos, biólogos, historiadores.

 

O Farol da Barra

A Barra de Guaratuba é assinalada por um farol que se acha assentado numa extrema avançada da ponta do Caiobá, no Morro formado pela ilha denominada do Boi. Foi esse Farol instalado por volta de 1908, na Administração do Capitão dos Portos Comandante Henrique Boiteux.

A Ilha do Farol também é conhecida como Ilha das Tartarugas e é ligada à Praia dos Amores por um istmo de pedras, que pode ser visitada durante as marés baixas. É recoberta por exuberante vegetação. O acesso se dá pela Praia Bela.

A instalação do Farol trouxe para Guaratuba também um prático da respectiva barra, cuja nomeação recaiu na pessoa do saudoso Olegario Dias Belo cidadão de uma retidão à toda prova, honesto e zeloso funcionário que se desempenhou com proficiência na sua missão de guiar pela barra em chegada ou saída os vapores que demandavam este porto, como sejam: o Itapemirim, Mayrink, Murtinho, Marumbi, Oypock etc.

A instalação desse guia dos navegantes, que se revestia de alta importância para Guaratuba, teve os seus momentos históricos, tendo nascidos para glosar os sucessos a respeito, uns versos que na ocasião tiveram larga repercussão. Pelas trovas, o autor reclamava o prejuízo de uma canoa que teria perdido no referido serviço, como atestava o seguinte:

O Farol já esta assentado
La no Morro do Caiobá,
Quebraram minha canoa
Não souberam me pagar.

Tinha, ainda, Caiobá a sua professora, Dona Caetana da Conceição Rocha, a quem os alunos chamavam de "Minha Mestre", Professora que deixou o rasto do seu proveitoso trabalho, com a larga soma de alfabetizados tanto em Caiobá como em Matinhos. Essa professora, por sua vez tinha um enteado que atendia pela alcunha de "Meu Nhoho".

Aconteceu de se encontrar na ocasião, apagado o Farol, ensejo que deu ao praieiro incluir na sua rima mais o seguinte aviso ao respectivo faroleiro, o prático da Barra Sr. Olegario Belo:

Vou dizer a minha mestre
Que diga para o meu Nhoho
Que de parte ao seu Olegario
Que o Farol já se apagou.

E assim, eram levadas aos fandangos ao som da viola, os cânticos tendo por mira o assentamento do farol, repetindo como estribilho os reclamos da canoa.

 

Fontes de Guaratuba

Fonte do Itororó

Localização: Rua Nossa Senhora de Lourdes, encosta do Morro do Pinto, em frente ao Colégio Estadual 29 de Abril.

Fonte de água pura e cristalina que abasteceu a comunidade por vários anos até a implantação da rede de abastecimento de água tratada em 1974.

Ida para a praia

Relato do livro de Joaquim da Silva Mafra

Não havia ainda a iluminada Avenida 29 de Abril e para alcançar-se a praia, seguia-se pelo "Berbigão", entrava-se no "Caminho da Praia" que de inicio era ladeado por terrenos alagadiços, cobertas de vegetação cerrada, onde havia grandes touçeiras de guaporungueiras; arvore de lenho flexível e que produz uma fruta deliciosa, semelhante a jabuticaba mais adiante estava a fonte do Itororó, cercada de mato, e onde não havia a Santa que hoje ali empresta um cunho de respeitabilidade. Daí seguia o caminho em reta até uns quinhentos metros e numa bifurcação tomava a esquerda e continuava ate sair na praia, perto das pedras das caieiras. No mata próximo, era onde trocavam as roupas para a banho; outros preferiam esconderijo nas pedras da praia.

Todo a percurso do caminho era cercado de espessa vegetação onde a passarada, nos seus volteios inconstantes, ofereciam granjeios maviosos para maior deleite dos transeuntes despreocupados.

E a fonte do Itororó, na solidão da mata, soltava dia e noite a cristalina água potável que, por entre as pedras corria e ia inundar as adjacências que não tinham escoadouro. Não era fácil a petizada a sós passarem pela fonte, dada a lenda dos imaginários cortes de machados, gemidos, etc. , que dali surgiriam, fato que nunca ninguém positivou, porquanto não passava de uma verdadeira lenda, mas ao contrario, tinha-se ali a alegrar o recanto, os lindos sabias, os papagaios, os periquitos chuins, e sobretudo as tangarás assíduos freqüentadores daquela fonte onde não raro se apreciavam as suas danças em determinadas ramagens, sob os cânticos sonoras a imitação de musica que, par alguns deles, eram executados.

É antiqüíssimo o nome dessa fonte. Julguei alguma ocasião que ele tivesse origem do arroio paraguaio em cuja ponte o exercito brasileiro travou uma das mais renhidas batalhas, tingindo de sangue as águas na profundeza do abismo do pequeno rio e onde tivemos a lamentar a baixa de muitos homens, inclusive oficiais comandantes, para afinal, já sob as ordens do Marquês de Caxias, surgir a tremular vitorioso o nosso estandarte sabre essa ponte que tem a ocorrer por debaixo de si, as águas do Rio ITORORÓ.

Ocorre-me entretanto, encontrar a sua etimologia no tupi/guarani, donde se emprega a palavra itararé para significar "curso subterrâneo das águas através das rochas". Assim se encontra o nome de Itororó nas nascentes do Paraguai, Mato Grosso etc. Dai a onomatopéia encontrar na nossa referida fonte as características para o nome que recebeu de ITORORÓ.

Estima-se que mais de 840 mil litros desse precioso líquido, jorram de sua bica por mês, cerca de 10 milhões por ano.

Desde que se tem conhecimento nunca faltou água nesta fonte. Itororó: Vem da palavra tupi-guarani  Itararé, que significa: curso de águas subterrâneas. 

Lenda

Uma lenda diz que em tempos passados, as pessoas tinham receio de passar por este local, principalmente ao anoitecer, pois se ouvia um batido de machado cortando as árvores e o murmúrio constante de uma alma sofredora.

 

Fonte da Carioca

Localização: início da Rua Vieira dos Santos, encosta do Morro do Pinto. Fonte de água potável que supriu abasteceu a comunidade, teve a sua caixa construída em 1858 pelo Capitão Manoel Pereira Liberato.

Medidas: 2,60 m de comprimento, 1,40 m de altura; com duas bicas de ferro e calçamento pela parte externa.

 

Relato do Livro de Joaquim da Silva Mafra, referente ao ano de 1858

A Fonte Carioca, na encosta do morro fronteira a Rua Vieira dos Santos, de excelente água potável e que supriu do precioso liquido a população que aqui se estabeleceu, e até hoje aqueles que não são servidos pela água do encanamento, teve a sua Caixa construída em 1858. Foi construtor o Capitão Manoel Pereira Liberato que assumiu o serviço pela quantia de 150$  000, obrigando-se a fazê-la nas seguintes condições: 10 palmos de comprimento, 8 palmos de altura; dois palmos de grossura, com duas bicas de ferro e calçamento pela parte externa.

 

Fonte São João

Localização: final da Rua Vieira dos Santos. Parque Morretes.

“No Morrete, o chefe do Posto de Profilaxia Rural, Dr. Nozor Galvão, mandou construir a fonte que tomou o nome de São Joâo, em homenagem ao Chefe da Profilaxia Federal no Paraná, Dr. Joâo de Barros Barreto, alem do saneamento daquela imediação onde foi gravado no cimento sobre uma grande pedra, a homenagem daquele Serviço, ao Centenário da República“.

Texto: Livro História de Guaratuba de Joaquim Mafra

 

Fonte dos Leões

Localização: Av. Airton Cornelsen (acesso ao ferry boat). Não há registro de qualquer histórico sobre esta fonte.

 

Matinhos

 

Caiobá