A Estátua dos Sonhos de Nabuconozor

I. O REINO BABILÔNIO

            No ano 612  a.C., Nabopolassar derrotou a Assíria e elevou Babilônia a potência mundial. Em 605 a.C., Nabopolassar morreu e Nabucodonosor assumiu o reino.

            No ano 2 do seu reinado, Nabucodonosor teve uns sonhos nos quais são revelados os reinos dos homens e o seu fim.

            O cap. 2 do livro de Daniel relata o seguinte: “E no segundo ano do reinado de Nabucodonosor teve Nabucodonosor uns sonhos; e o seu espírito se perturbou, e passou-se-lhe o seu sono”.

            Para compreendermos este sonho é necessário lembrarmos que ele foi dado por Deus (Dn 2.28), e uma coisa tem de ser observada na forma como Deus trabalhou. Ele mostrou o sonho e fez com que o sonho escapasse de Nabucodonosor (Dn 2.5). Com isto Deus estava usando uma superstição oriental para realizar o seu propósito, pois para os orientais quando alguém esquecia-se do sonho que teve significava que o seu deus pessoal estava zangado com ele. E vemos que Nabucodonosor ficou preocupadíssimo, pois ameaçou os magos, os astrólogos, os encantadores e os caldeus de serem despedaçados e as suas casas de serem feitas em monturo (monte de lixo) (Dn 2.2,5). E em contrapartida ofereceu dons, dádivas e grande honra a quem declarasse o sonho e a sua interpretação (Dn 2.6). Mas a resposta foi decepcionante. Os caldeus disseram que não havia sobre a terra alguém que pudesse declarar ao rei o sonho e sua interpretação (Dn 2.10,11) e somente os deuses cuja morada não é com a carne poderiam declarar ao rei o sonho e sua interpretação (Dn 2.11). E assim o rei chegou onde Deus queria, desesperou-se pela ausência de resposta e irou-se e ordenou que matassem a todos os sábios de Babilônia (Dn 2.12). Agora é a hora de Deus revelar-se, agora que os recursos humanos esgotaram-se entram em cena os recursos divinos.

            Daniel confiou em Deus e pediu ao rei que lhe desse tempo para que pudesse dar a interpretação (Dn 2.16), o próprio Daniel corria risco de vida junto com seus três amigos (Dn 2.17,18). E foi revelado o segredo a Daniel numa visão de noite (Dn 2.19). E Daniel confirma ao rei que homem nenhum poderia revelar o segredo do  sonho (Dn 2.27), e assim aponta para o Deus do céu como o revelador dos segredos (Dn 2.28). Note o efeito da revelação dada a Daniel; ela levou Nabucodonosor a compreender a Trindade, ele demonstrou este conhecimento nas seguintes palavras : “O teu Deus é o Deus dos deuses (revelou o Pai), o teu Deus é o Senhor dos reis (revelou o Filho) o teu Deus é o revelador dos segredos (revelou o Espírito Santo)”.

II. SIMBOLOGIA DOS QUATRO VENTOS DO CÉU

“1No primeiro ano de Belsazar, rei de Babilônia, teve Daniel, na sua cama, um sonho e visões da sua cabeça; escreveu logo o sonho e relatou a suma das coisas. 2Falou Daniel e disse: Eu estava olhando, na minha visão da noite, e eis que os quatro ventos do céu combatiam no mar grande. 3E quatro animais grandes, diferentes uns dos outros, subiam do mar. 4O primeiro era como leão e tinha asas de águia; eu olhei até que lhe foram arrancadas as asas, e foi levantado da terra e posto em pé como um homem; e foi-lhe dado um coração de homem. 5Continuei olhando, e eis aqui o segundo animal, semelhante a um urso, o qual se levantou de um lado, tendo na boca três costelas entre os seus dentes; e foi-lhe dito assim: Levanta-te, devora muita carne. 6Depois disso, eu continuei olhando, e eis aqui outro, semelhante a um leopardo, e tinha quatro asas de ave nas suas costas; tinha também esse animal quatro cabeças, e foi-lhe dado domínio. 7Depois disso, eu continuava olhando nas visões da noite, e eis aqui o quarto animal, terrível e espantoso e muito forte, o qual tinha dentes grandes de ferro; ele devorava, e fazia em pedaços, e pisava aos pés o que sobejava; era diferente de todos os animais que apareceram antes dele e tinha dez pontas. 8Estando eu considerando as pontas, eis que entre elas subiu outra ponta pequena, diante da qual três das pontas primeiras foram arrancadas; e eis que nessa ponta havia olhos, como olhos de homem, e uma boca que falava grandiosamente. 9Eu continuei olhando, até que foram postos uns tronos, e um ancião de dias se assentou; a sua veste era branca como a neve, e o cabelo da sua cabeça, como a limpa lã; o seu trono, chamas de fogo, e as rodas dele, fogo ardente. 10Um rio  de fogo manava e saía de diante dele; milhares de milhares o serviam, e milhões de milhões estavam diante dele; assentou-se o juízo, e abriram-se os livros. 11Então, estive olhando, por causa da voz das grandes palavras que provinha da ponta; estive olhando até que o animal foi morto, e o seu corpo, desfeito e entregue para ser queimado pelo fogo. 12E, quanto aos outros animais, foi-lhes tirado o domínio; todavia, foi-lhes dado prolongação de vida até certo espaço de tempo. 13Eu estava olhando nas minhas visões da noite, e eis que vinha nas nuvens do céu um como o filho do homem; e dirigiu-se ao ancião de dias, e o fizeram chegar até ele. 14E foi-lhe dado o domínio, e a honra, e o reino, para que todos os povos, nações e línguas o servissem; e o seu domínio é um domínio eterno, que não passará, e o seu reino, o único que não será destruído. 15Quanto a mim, Daniel, o meu espírito foi abatido dentro do corpo, e as visões da minha cabeça me espantavam. 16Cheguei-me a um dos que estavam perto e pedi-lhe a  verdade acerca de tudo isso. E ele me disse e fez-me saber a interpretação das coisas. 17Estes, grandes animais, que são quatro, são quatro reis, que se levantarão da terra. 18Mas os santos do Altíssimo receberão o reino e possuirão o reino para todo o sempre e de eternidade em eternidade. 19Então, tive desejo de conhecer a verdade a respeito do quarto animal, que era diferente de todos os outros, muito terrível, cujos dentes eram de ferro, e as suas unhas, de metal; que devorava, fazia em pedaços e pisava aos pés o que sobrava; 20e também das dez pontas que tinha na cabeça e da outra que subia, de diante da qual caíram três, daquela ponta, digo, que tinha olhos, e uma boca que falava grandiosamente, e cuja aparência era mais firme do que o das suas companheiras. 21Eu olhava, e eis que essa ponta fazia guerra contra os santos e os vencia. 22ate que veio o ancião de dias, e foi dado o juízo aos santos do Altíssimo; e chegou o tempo em que os santos possuíram o reino. 23Disse assim: O quarto animal será o quarto reino na terra, o qual será diferente de todos os reinos; e devorará toda a terra, e a pisará aos pés, e a fará em pedaços. 24E, quanto às dez pontas, daquele mesmo reino se levantarão dez reis; e depois deles se levantará outro, o qual será diferente dos primeiros e abaterá a três reis. 25E proferirá palavras contra o Altíssimo, e destruirá os santos do Altíssimo, e cuidará em mudar os tempos e a lei; e eles serão entregues nas suas mão por um tempo, e tempos, e metade de tempo. 26Mas o juízo estabelecer-se-á, e eles tirarão o seu domínio, para o destruir e para o desfazer até ao fim. 27E o reino, e o domínio, e a majestade dos reinos debaixo de todo o céu serão dados ao povo dos santos do Altíssimo; o seu reino será um reino eterno, e todos os domínios o servirão e lhe obedecerão. ” (Dn 7.1-27)

            “...os quatro ventos do céu combatiam no mar grande” (Versão corrigida)

            “...os quatro ventos do céu agitavam o mar grande” (Versão Revisada e Bíblia de Jerusalém)

            “...Os quatro ventos do céu pelejavam uns contra os outros no mar grande” (Padre Matos Soares)

1. As nações e o seu desejo de dominar

    1.1. Os elamitas são entregues a elas
            Jeremias disse que os elamitas seriam espalhados aos quatro ventos do céu (Jr 49.36a), e Jeremias diz claramente que estes quatro ventos são nações de todo o mundo  (Jr 49.36b).

“36 E trarei sobre Elão os quatro ventos dos quatro ângulos do céu e os espalharei na direção de todos estes ventos; e não haverá nação aonde não venham os fugitivos de Elão.” (Jr 49.36)

    1.2. Efraim é unido a elas
            Oséias disse que Efraim se apascentava de vento, e o seguia, e completa dizendo que Efraim tinha ligação com a Assíria e o Egito (Os 12.1).

Efraim se apascenta de vento e segue o vento leste; todo o dia multiplica a mentira e a destruição, e fazem aliança com a Assíria, e o azeite se leva ao Egito.” (Os 12.1)

   1.3. Os substitutos de Alexandre sobem a elas
            No cap. 8 Daniel tem a visão de um carneiro com duas pontas (Dn 8.3), que lhe foi explicado como sendo os reis da Média e da Pérsia (Dn 8.20). Este carneiro vencia todos os animais (Dn 8.4), até que Daniel viu surgir um bode (Dn 8.5), que lhe foi explicado como sendo o rei da Grécia (Dn 8.21), este bode venceu o carneiro (Dn 8.6,7). Havia um detalhe importante neste bode, ele tinha uma ponta notável entre os olhos (Dn 8.5), mas no auge da força do bode, esta ponta notável, ou ainda, grande ponta  foi quebrada (Dn 8.8), esta ponta entre os olhos do bode era o rei primeiro, ou seja, o principal, que foi Alexandre, o Grande. No lugar desta ponta subiram quatro também notáveis, que foi explicado como sendo os substitutos de Alexandre (Dn 8.22). Um detalhe importante é que estas quatro pontas subiram, para os quatro ventos do céu (Dn 8.8b).

E o bode se engrandeceu em grande maneira; mas, estando na sua maior força, aquela grande ponta foi quebrada; e subiram no seu lugar quatro também notáveis, para os quatro ventos do céu.” (Dn 8.8)

   1.4. Os saqueadores de Israel
            Oséias diz que Samaria será  saqueada porque rebelou-se contra o seu Deus (Os 13.16), e diz que este saqueador é o vento leste, vento do Senhor, subindo do deserto, e secar-se-á a nascente e a fonte de Samaria, e este vento saqueará o tesouro de todos os vasos de Samaria:

Ainda que ele dê fruto entre os irmãos, virá o vento leste, vento do SENHOR, subindo do deserto, e secar-se-á a sua nascente, e secar-se-á a sua fonte; ele saqueará o tesouro de todos os vasos desejáveis.” (Os 13.15)

            Uma clara alusão às nações inimigas de Israel (Jr 4.11,12).

   1.5. Israel foi espalhado por elas
            Na terceira visão de Zacarias, o Senhor diz para Israel fugir da terra do Norte, para onde o Senhor os havia espalhado (Zc 2.6).

Olá! Oh! Fugi, agora, da terra do Norte, diz o SENHOR, porque vos espalhei como os quatro ventos do céu, diz o SENHOR." (Zc 2.6)

   A versão Revisada, traduz o versículo assim: “...os espalhei como os quatro ventos do céu...”. A Bíblia de Jerusalém diz: “...Vos dispersei aos quatro ventos do céu...”. Pela tradução da Bíblia de  Jerusalém vemos uma nova alusão às nações do mundo e ao seu desejo de dominar.    

   1.6. Os escolhidos são tirados delas
            Jesus disse que os anjos serão enviados com rijo clamor de trombeta, os quais ajuntarão os seus escolhidos desde os quatro ventos, de uma à outra extremidade dos céus:

E ele enviará os seus anjos com rijo clamor de trombeta, os quais ajuntarão os seus escolhidos desde os quatro ventos, de uma à outra extremidade dos céus.” (Mt 24.31).

            Outra vez vemos as nações do mundo simbolizadas na expressão: “Quatro Ventos”.

   1.7. O reino grego é repartido por elas
            Daniel diz que um rei valente se levantará para substituir a Pérsia, (Dn 11.2,3) este rei parece ser Alexandre, líder do Império Grego. Mas este império foi repartido para os quatro ventos do céu

Mas, estando ele em pé, o seu reino será quebrado e será repartido para os quatro ventos do céu; mas não para a sua posteridade, nem tampouco segundo o poder com que reinou, porque o seu reino será arrancado e passará a outros.” (Dn 11.4).

            Sem dúvida está falando das nações do mundo.

   1.8. Deus tem domínio sobre elas

E, depois destas coisas, vi quatro anjos que estavam sobre os quatro cantos da terra, retendo os quatro ventos da terra, para que nenhum vento soprasse sobre a terra, nem sobre o mar, nem contra árvore alguma." (Ap 7.1)

 

            Neste texto lemos que quatro anjos estavam sobre os quatro cantos da terra, retendo os quatro ventos da terra. Estes ventos parecem novamente ser as nações do mundo que são detidas enquanto os israelitas fiéis são salvos (Ap 7.3).

2. Instrumentos do Senhor

1 E outra vez levantei os meus olhos, e olhei, e vi quatro carros que saíram dentre dois montes, e estes montes eram montes de metal. 2 No primeiro carro, eram os cavalos vermelhos, e, no segundo carro, cavalos pretos. 3 E, no terceiro carro, cavalos brancos, e, no quarto carro, cavalos grisalhos e fortes. 4  E respondi e disse ao anjo que falava comigo: Que é isto, Senhor meu? 5 E o anjo respondeu e me disse: Estes são os quatro ventos do céu, saindo donde estavam perante o Senhor de toda a terra. 6 O carro em que estão os cavalos pretos sai para a terra do Norte, e os brancos saem atrás deles, e os grisalhos saem para a terra do Sul. 7 E os cavalos fortes saíam e procuravam ir por diante, para andarem pela terra. E ele disse: Ide, andai pela terra. E andavam pela terra. 8 E me chamou e me falou, dizendo: Eis que aqueles que saíram para a terra do Norte fizeram repousar o meu Espírito na terra do Norte.” (Zc 6.1-8).

     De todas as vezes que a expressão “quatro ventos”, ou semelhante, aparece na Bíblia, esta é a de mais difícil interpretação.

   Esta é a oitava visão de Zacarias e o oito simboliza um novo começo. Assim, o homem devia ser circuncidado no oitavo dia (Gn 17.12), no oitavo dia Moisés disse para Aarão tomar um bezerro para expiação do pecado (Lv 9.1,2), no oitavo dia era realizada a purificação (Lv 14.10,11), oito almas sobreviveram ao dilúvio e viveram o novo mundo (1Pe 3.20; 2Pe 2.5). Portanto, esta visão parece indicar um novo começo.  Nesta visão, Zacarias vê quatro carros que tinha, no primeiro, cavalos vermelhos; e no segundo, cavalos  pretos; e no terceiro, cavalos brancos, e no quarto cavalos grisalhos e fortes (Zc 6.1-3). O anjo diz que estes carros com cavalos são os quatro ventos do céu que estavam perante o Senhor de toda a Terra (Zc 6.5). O carro com cavalos negros sai em direção à terra do Norte, e os brancos saem atrás deles  (Zc 6.6). Para Wim Malgo o cavalo negro sugere juízo e o branco graça, estas duas coisas “juízo e graça” fariam o espírito do Senhor repousar na terra do Norte (Zc 6.8). Não há uma interpretação clara, porém se os dois montes dos quais saíram os quatro carros são os  montes de Sião e das Oliveiras, e isto é muito provável, estes quatro ventos do céu simbolizados nos quatro carros com quatro cavalos seria  a nação israelita, que no fim dos dias teria uma influência sobre o mundo, em especial sobre a terra do Norte, levando-as a um novo começo.

III. MAR GRANDE

A expressão “mar” tem vários sentidos na Bíblia.

1. O mar que serve de fronteira para Israel
“6 Acerca do termo do ocidente, o mar Grande vos será por termo; este vos será o termo do ocidente. 7 E este vos será o termo do norte: desde o mar Grande marcareis até ao monte Hor.” (Nm 34.6,7)

“15 E este será o termo da terra, da banda do norte: desde o mar Grande, caminho de Hetlom, até à entrada de Zedade, 20 E o termo do ocidente será o mar Grande, desde o termo do sul até à entrada de Hamate; este será o termo do ocidente.” (Ez 47.15,20)

2. As nações em guerra durante a grande tribulação

E haverá sinais no sol, e na lua, e nas estrelas, e, na terra, angústia das nações, em perplexidade pelo bramido do mar e das ondas;” (Lc 21.25)

    A grande prostituta está assentada sobre estas nações: 

“1E veio um dos sete anjos que tinham as sete taças e falou comigo, dizendo-me: Vem, mostrar-te-ei a condenação da grande prostituta que está assentada sobre muitas águas, 15 E disse-me: As águas que viste, onde se assenta a prostituta, são povos, e multidões, e nações, e línguas.” (Ap 17.1,15)

    e destas nações sobe a besta para auxiliar o dragão na perseguição ao resto da semente da mulher:

E o dragão irou-se contra a mulher e foi fazer guerra ao resto da sua semente, os que guardam os mandamentos de Deus e têm o testemunho de Jesus Cristo.” (Ap 12.17)

E eu pus-me sobre a areia do mar e vi subir do mar uma besta que tinha sete cabeças e dez chifres, e, sobre os chifres, dez diademas, e, sobre as cabeças, um nome de blasfêmia.” (Ap 13.1)

     A segunda das sete taças é derramada no mar, que pode ser uma referência ao juízo sobre estas nações

 

E o segundo anjo derramou a sua taça no mar, que se tornou em sangue como de um morto, e morreu no mar toda alma vivente.” (Ap 16.3)
 
3. Os salvos arrebatados

E havia diante do trono um como mar de vidro, semelhante ao cristal, e, no meio do trono e ao redor do trono, quatro animais cheios de olhos por diante e por detrás.” (Ap 4.6)

    A versão corrigida confunde um pouco esta conclusão pois traduz este texto assim: “...Havia um como mar de vidro”, enquanto a BJ e VRIBB traduzem: “...Havia como que um mar de vidro”. na versão corrigida parece estar falando de um ser semelhante a um mar de vidro, o que poderia gerar outras interpretações, porém a Bíblia de Jerusalém e VRIBB não diz que “havia um” elas dizem que havia como que um mar de vidro, o que pareceu-nos mais claro de acordo com o contexto. O mesmo acontece com Ap 15.2 quando o mar de vidro novamente parece ser os santos arrebatados, agora, junto com os fiéis que morreram durante a Grande Tribulação.

E vi um como mar de vidro misturado com fogo e também os que saíram vitoriosos da besta, e da sua imagem, e do seu sinal, e do número do seu nome, que estavam junto ao mar de vidro e tinham as harpas de Deus.” (Ap 15.2 - VCSBB)

E vi como que um mar de vidro misturado com fogo; e os que tinham vencido a besta e a sua imagem e o número do seu nome estavam em pé junto ao mar de vidro, e tinham harpas de Deus.” (Ap 15.2 - VRIBB)

   No texto de Daniel os quatro ventos do céu provavelmente está falando das nações e o seu desejo de dominar Israel, e o mar grande representaria o mar que faz fronteira com Israel de onde emergiu quatro animais, que simbolizam quatro impérios lutando contra Israel. A segunda taça do Apocalipse é lançado sobre o mar, talvez isto seja uma referência a juízo contra estas nações durante a Grande Tribulação.

IV. O SONHO E SUA INTERPRETAÇÃO

“29Estando tu, ó rei, na tua cama, subiram os teus pensamentos ao que há de ser depois disto. Aquele, pois, que revela os segredos te fez saber o que há de ser. 30E a mim me foi revelado este segredo, não porque haja em mim mais sabedoria do que em todos os viventes, mas para que a interpretação se fizesse saber ao rei e para que entendesses os pensamentos do teu coração. 31Tu, ó rei, estavas vendo, e eis aqui uma grande estátua; essa estátua, que era grande, e cujo esplendor era excelente, estava em pé diante de ti; e a sua vista era terrível. 32A cabeça daquela estátua era de ouro fino; o seu peito e os seus braços, de prata; o seu ventre e as suas coxas de cobre; 33as pernas, de ferro; os seus pés, em parte de ferro e em parte de barro. 34Estavas vendo isso, quando uma pedra foi cortada, sem mão, a qual feriu a estátua nos pés de ferro e de barro e os esmiuçou. 35Então, foi juntamente esmiuçado o ferro, o barro, o cobre, a prata e o ouro, os quais se fizeram como a pragana das eiras no estio, e o vento os levou, e não se achou lugar algum para eles; mas a pedra que feriu a estátua se fez um grande monte e encheu toda a terra. 36Este é o sonho; também a interpretação dele diremos na presença do rei. 37Tu, ó rei, és rei de reis, pois o Deus dos céus te tem dado o reino, e o poder, e a força, e a majestade. 38E, onde quer que habitem filhos de homens, animais do campo e aves do céu, ele tos entregou na tua mão e fez que dominasses sobre todos eles; tu és a cabeça de ouro. 39E, depois de ti, se levantará outro reino, inferior ao teu, e um terceiro reino, de metal, o qual terá domínio sobre toda a terra. 40E o quarto reino será forte como ferro; pois, como o ferro esmiuça e quebra tudo, como o ferro quebra todas as coisas, ele esmiuçara e quebrantará. 41E, quanto ao que viste dos pés e dos artelhos, em parte de barro de oleiro e em parte de ferro, isso será um reino dividido; contudo, haverá nele alguma coisa da firmeza do ferro, pois que viste o ferro misturado com barro de lodo. 42E, como os artelhos eram em parte de ferro e em parte de barro, assim por uma parte o reino será forte e por outra será frágil. 43Quanto ao que viste do ferro misturado com barro de lodo, misturar-se-ão com semente humana, mas não se ligarão um ao outro, assim como o ferro se não mistura com o barro. 44Mas, nos dias desses reis, o Deus do céu levantará um reino que não será jamais destruído; e esse reino não passará a outro povo; esmiuçara e consumirá todos esses reinos e será estabelecido para sempre. 45Da maneira como viste que do monte foi cortada uma pedra, sem mãos, e ela esmiuçou o ferro, o cobre, o barro, a prata e o ouro, o Deus grande fez saber ao rei o que há de ser depois disso; e certo é o sonho, e fiel a sua interpretação. ” (Dn 2.29-45)

   O sonho, diz Daniel, tinha o propósito de revelar o que viria após àqueles dias (Dn 2.29). Na descrição do sonho, Daniel diz que era uma grande estátua de esplendor excelente e que à vista de Nabucodonosor ela era terrível (Dn 2.31). É interessante notar que esta é uma visão humana da estátua, ou seja, como o homem vê. Esta estátua representa reinos humanos, e apesar de vista num sentido humano ela era terrível (Dn 2.31). As obras do homem quando vista pelo próprio homem causam espanto, imaginem agora estas obras vistas por Deus. Antes de entrarmos no comentário sobre as quatro partes da estátua, queremos adiantar que o capítulo 7  (sete) de Daniel descreve o mesmo fato, porém visto por Deus. Aqui o fato é visto por homens, lá o fato é visto por Deus. Por isso faremos um comentário paralelo.

    Em Dn 2, aparece a estátua que tem cabeça de ouro fino, o peito e os braços de prata, o ventre e as coxas de cobre, as pernas de ferro e os seus pés em parte de ferro e em parte de barro (Dn 2.32,33).

    Em Dn 7, aparecem quatro animais. O primeiro era como leão e tinha asas de águia, e o segundo era semelhante a um urso, o terceiro era semelhante ao leopardo e tinha quatro asas de ave nas suas costas e tinha quatro cabeças e o quarto era terrível espantoso e muito forte, tinha dentes grandes de ferro e tinha dez pontas (Dn 7.3-7).

1. A cabeça de ouro
   A cabeça de ouro, diz Daniel, representa o reino de Nabucodonosor (Dn 2.38). O reino de Nabucodonosor era superior a todos os outros que se levantariam depois dele (Dn 2.39). No cap. 7 esta cabeça é descrita no primeiro animal que é como leão e que tinha asas de águia, que sugere domínio (leão) e força (águia) (Dn 7.4). Leão e águia são usados por Jeremias para descrever Nabucodonosor (Jr 4.7,13; 49.19-22; 50.17,44) e também é dito que a Babilônia voava como a águia (Dt 28.49). Realmente o reino babilônio liderado por Nabucodonosor foi o maior de todos os que se tem conhecido. Ele começou quando Nabopolassar tomou Nínive, a capital Assíria, em 612 a.C., sete anos depois, em 605 a.C., Nabopolassar morreu e seu filho Nabucodonosor assumiu o reino. E diz a história que o objetivo de Nabucodonosor era conquistar o que pudesse. Diz a história que foram 30 anos de guerras contínuas. Mas além das conquistas militares houve outras façanhas deste rei. Ele realizou muitas obras, tais como: Ruas pavimentadas com pedras de cal e com paredes revestidas de tijolos azuis polidos. Ergueu templos enormes, com estátuas de ouro maciço, edifícios grandiosos e os tão conhecidos jardins suspensos, desenhados sobre terraços elevados, cobertos de palmeiras e plantas raras. Este é o reino descrito na cabeça de ouro e no leão com asas de águia.

   Mas, um detalhe vem após esta descrição, as asas foram arrancadas (Dn 7.14). Aquele rei vaidoso que havia ordenado que todas as pedras do calçamento da cidade trouxessem a seguinte inscrição: “Nabucodonosor, rei  da Babilônia, sou eu”. Aquele rei que dizia: “Não é esta a grande Babilônia que eu edifiquei para a casa real com a força do meu poder, e para glória da minha magnificência?” (Dn 4.30). Aquele rei que acumulou tantas riquezas do império que para protegê-las levantou uma enorme muralha no coração da planície do Eufrates, que por sinal não era a primeira. Quando o rei vaidoso foi ao poder já existia um duplo anel de muralhas. Nabucodonosor não apenas restaurou as duas como erigiu outra.

     Aquele rei que depois de construir esta muralha ainda deixou a seguinte inscrição que 2.500 anos depois foi encontrada por arqueólogos: “Para que nenhum ataque hostil se aproximasse dos muros de Babilônia, fiz algo diferente dos que me precederam. Desejei um terceiro muro ao redor da cidade. Cavei um fosso para ele, forrei seus lados com asfalto e tijolos cozidos. Ergui uma parede de grande altura em sua borda exterior, coloquei grandes passagens com portas de madeira decoradas em bronze. E, para humilhar os inimigos, para que eles jamais ousassem assediar o tríplice muro de Babilônia, eu cerquei a cidade com fortes correntes, como as ondas do mar. Atravessá-las seria como fazer a travessia do mar, mas, para que não ocorressem enchentes, cavei poços e os provi de grandes represas de argila cozida.” Aquele rei que era como árvore cuja altura era grande, que crescia até aos confins da terra. Árvore de folhagem formosa e fruto abundante, e sustentava a todos; os animais do campo achavam sombra debaixo dela, e as aves do céu faziam morada nos seus ramos, e toda a carne se mantinha dela” (Dn 4.10-12). Esta árvore foi derrubada, ou seja, as suas asas cortadas (Dn 4.14). E foi tirado dentre os homens, e a sua morada foi com  os animais do campo (Dn 4.25,33,34), e assim ficou por sete tempos (sete anos), (Dn 4.16,23). Foi dito àquele rei: “Passou de ti o reino”, (Dn 4.31). Ainda na descrição do primeiro animal, diz que ele foi levantado da terra e posto em pé como homem, e foi lhe dado um coração de homem (Dn 7.4), essa é uma descrição em símbolos do momento que Nabucodonozor volta ao seu estado normal depois dos sete tempos que viveu como animal. Isto porque a árvore (que representa Nabucodonosor), não foi cortada de toda, mas o tronco com as raízes ficaram na terra (Dn 4.15) e, diz Daniel, que este tronco e esta raiz representa o reino voltando a Nabucodonosor, mas, depois que reconhecer que o céu reina (Dn 4.26), e esta palavra se cumpriu (Dn 4.34-37). E assim aquele rei que adorava a um deus chamado Marduk, e que talvez seja a este deus que ele decretou que todos adorassem (Dn 3.1-5), converteu-se ao Deus do céu e exaltou o Seu nome. O seu reino foi de 605 a 560 a.C., quando morreu. Este é o período de anos que durou o reino descrito  na cabeça de ouro e o animal como leão com asas de águia. O reino babilônio mesmo só veio  a cair em 536 a.C., logo durou 76 anos.

2. O peito e os braços de prata
32  ...o seu peito e os seus braços, de prata;... 39 E, depois de ti, se levantará outro reino, inferior ao teu” (Dn 2.32,39)

5 Continuei olhando, e eis aqui o segundo animal, semelhante a um urso, o qual se levantou de um lado, tendo na boca três costelas entre os seus dentes; e foi-lhe dito assim: Levanta-te, devora muita carne.” (Dn 7.5)

   Este reino, diz Daniel, representa um reino inferior ao de Nabucodonosor (Dn 2.39a). O cap. 7 descreve este reino no segundo animal, semelhante a um urso, o qual se levantou de um lado, tendo na boca três costelas entre os dentes; e foi-lhe dito assim: Levanta-te, devora muita carne (Dn 7.5). O império Persa ou Medo-Persa começou em 536 a.C. O homem que conseguiu levar a Pérsia a este êxito foi Ciro. Para compreendermos melhor este império é bom verificarmos como ele se organizou. A Pérsia não era um país de grande reputação. “Por volta de 650 a.C., conta-se que eles não passavam de um grupo nômade, dividido em tribos que pastoreavam pelas regiões montanhosas ao norte do Golfo Pérsico. Seus vizinhos, os medos, eram muito mais evoluídos. Só em 558 a.C. as tribos persas são unidas e organizadas sob a liderança do príncipe Ciro. Assegurada a unidade de seu povo, Ciro domina  os vizinhos medos e lança as bases do império que mudaria a história do Oriente antigo. Conquista o reino da Lídia, cujo rei, Creso, entrou para a mitologia como símbolo de riqueza.

   O próximo objetivo é a Babilônia, capital do império Caldeu, às margens do Eufrates. A cidade inconquistável, que tinha dentro de suas muralhas recursos suficientes para resistir a um cerco de vinte anos, foi dominada sem batalha e sem luta, conforme os dizeres de Ciro” (Enciclopédia Novo Conhecer, pág. 1818).

   Egípcios, babilônios, hindus, armênios, lídios e inúmeros outros povos foram dominados. Ciro morreu em 522 a.C., 14 anos depois de conquistar a Babilônia.
   Quando Ciro conquistou a Babilônia, esta era governada pelo rei Nabonidos, ele foi o último rei de Babilônia. Já foi até presumido que a Bíblia estava errada quando dizia que o império Babilônio caiu quando Belsazar reinava (Dn 5.30). Até bem pouco tempo não havia indícios de nenhum rei babilônio por nome Belsazar. Mesmo tendo uma lista aparentemente completa dos reis Babilônios. Nesta lista aparece o nome de Nabonidos, o rei que reinava no período que a Bíblia atribui a Belsazar.

   “Em 1854, o Sr. Henry Rawlinson descobriu em Ur dos Caldeus alguns cilindros de terracota, contendo uma inscrição do acima mencionado Nabonidos, na qual ele faz menção de Belsazar, seu filho mais velho. Não obstante, permanecia ainda uma dificuldade: Como é que ele podia ter sido rei dos Caldeus, se todos os registros antigos mostram que seu pai, Nabonidos, foi o último monarca reinante ?

   Em 1876, trabalhadores sob as ordens do Sr. Henry Rawlinson estavam a escavar em uma antiga região da Babilônia quando descobriram algumas jarras cheias de mais de duas mil tabuinhas de barro com inscrição cuneiformes. Uma delas continha uma narração oficial, por um personagem que não era menos que Ciro, rei da Pérsia, a respeito da invasão da Babilônia, na qual, após afirmar que Nabonidos, primeiramente, fugiu e depois foi aprisionado, acrescenta que certa noite o rei morreu. Ora, visto que Nabonidos, que fora feito prisioneiro, viveu por tempo considerável após a queda de Babilônia. Esse rei não pode ter sido outro senão Belsazar, sobre quem a Bíblia registra há  muito tempo: Naquela mesma noite foi morto Belsazar, rei dos Caldeus (Dn 5.30). É evidente que Belsazar servia de regente, durante a ausência de seu pai. Veio então à luz o fato que Nabonidos e Belsazar, seu filho, estavam reinando ao mesmo tempo, o que explica a oferta de Belsazar a Daniel, de fazer deste o terceiro do reino (Dn 5.16), uma vez que Nabonidos era o primeiro, e Belsazar, o regente, era o segundo.” (E. M. Bancroft.).

   O império persa começou em 536 a.C. e findou-se em 330 a.C. foram 206 anos de domínio. Neste período em que Dario III reinava, foi derrubado pelo exército de Alexandre Magno. Este é o período de anos que durou o reino descrito no peito e braços de prata e no animal semelhante a um urso.

3. O ventre e as coxas de metal

Depois disso, eu continuei olhando, e eis aqui outro, semelhante a um leopardo, e tinha quatro asas de ave nas suas costas; tinha também esse animal quatro cabeças, e foi-lhe dado domínio” (Dn 7.6)

    Sobre este reino, diz Daniel: “Ele terá domínio sobre toda a terra” (Dn 2.39b). No cap. 7 (sete), o ventre e as coxas de metal são descritas no terceiro animal, que é semelhante a um leopardo, e tinha quatro asas de ave nas costas: tinha também quatro cabeças, e foi lhe dado domínio (Dn 7.6).

    O termo leopardo vem de dois termos gregos: “Leo” que se traduz por leão, e “pardo” que se traduz por pantera. Certamente este animal foi utilizado para falar das duas naturezas do império de Alexandre, ou seja, grego e macedônio.

   A antiga macedônia é hoje a Iugoslávia, sul da Bulgária e Turquia européia.

   Este metal que aqui aparece é o bronze. Os gregos ficaram conhecidos pelo uso que faziam do bronze. Os seus exércitos com couraças de bronze sempre chamaram muita atenção.

   Este reino é o reino grego. Os gregos foram levados a este êxito por Alexandre Magno. Este homem foi um dos maiores conquistadores de todos os tempos. Alexandre foi aluno do filósofo Aristóteles ele foi preparado para a audácia. Quando jovem ganhou um cavalo selvagem - bucéfalo. Homem nenhum conseguia manter-se sobre este animal. Até que Alexandre notou que ele temia a sua própria sombra, e como o medo fazia saltar junto, animal e sombra, isso parecia não ter fim. Virando o focinho do cavalo para o sol e mantendo-o nessa direção conseguiu domá-lo. Esta foi a primeira das conquistas de Alexandre. Quando Alexandre conseguiu a unificação e coesão dos gregos, o império persa estava em decadência. Assim partiu para a conquista deste império. Dario III tentou resistir ao ataque de Alexandre, vendo, porém, que seria derrotado, ofereceu a Alexandre a partilha pacífica do império. Alexandre recusou. em 330 a.C. Alexandre já havia dominado o império persa.

   Um homem comum teria contentado-se com estas conquistas, mas Alexandre não. Ele ambicionou a Índia e foi conquistá-la. Três inimigos o enfrentaram.
   “O primeiro, a correnteza do rio Hidaspes, enfurecida pelas chuvas daquela época. Mas o rio foi vencido graças ao valor de seus homens.

   O segundo, o rei Poro, que o esperava na margem oposta do Hidaspes, à frente de 50 mil homens, 3 mil cavalos e 130 elefantes. Mas o rei foi vencido através de um estratagema baseado na surpresa do ataque: Alexandre, aproveitando-se do relaxamento da tropas indianas numa noite de tempestade, arriscou a travessia do rio e as atacou vitoriosamente.

   O terceiro, causou a primeira e única derrota de Alexandre: a recusa de seus homens em continuar. Os leais e invictos guerreiros, cansados dos oito anos de luta e saudosos de seus lares, não viam na guerra nada mais que um capricho pessoal de seu chefe.” (Novo Conhecer, pág. 1619).

   Em 323 a.C., aos 33 anos de idade, a peste venceu Alexandre. E com ele morre a unidade do império.

   O leopardo com quatro asas representa conquista rápida. Nunca homem algum conseguiu tanta conquista em tão pouco tempo. As quatro cabeças, representam os quatro generais que dividiram o reino após a morte de Alexandre: Ptolomeu, Cassandro, Seleuco e Lisimaco.

   É bom lembrarmos que Nabucodonosor teve estes sonhos no segundo ano de seu reinado (Dn 2.1), ora, visto que ele começou a reinar em 605, estes sonhos lhe foram dados em 603 a.C. E vemos a  revelação cumprindo-se à risca. Só Deus para revelar um fato cerca de 280 anos antes do mesmo ocorrer.

   Este império caiu em 197 a.C. o exército romano o derrotou na batalha de Cinoscéfalos. Foram 133 anos de domínio.

4. As pernas de ferro
   Os seus pés em parte de ferro e em parte de barro misturado com ferro. Este quarto reino,  diz  Daniel,  seria forte como o ferro; pois, como o ferro esmiuça e quebra tudo, ele esmiuçará e quebrará (Dn 2.40). No cap. 7 estas pernas e pés são descritos no quarto animal “terrível e espantoso e muito forte, o qual tinha dentes grande de ferro, ele devorava e fazia em pedaços, e pisava aos pés o que sobejava, era diferente de todos os animais que apareceram antes dele, e tinha dez pontas” (Dn 7.7).

   Como já foi visto, Roma venceu os gregos em 197 a.C. Conta-se que maior parte das conquistas realizaram-se pacificamente, as nações submetiam-se voluntariamente ao poder de Roma. No ano 63 a.C. a Judéia passou a ser formalmente sujeita a Roma. (John D. Davis). Nos dias de Jesus, Roma ainda dominava a nação israelita, e no ano 70 A.D., os israelitas rebelaram-se e Jerusalém foi destruída pelos romanos (enfraquecido por excessos e pela corrupção dos costumes da sua vida paterna, e combatido por inimigos de fora, começou a declinar. O primeiro golpe sério deu-se com a divisão do império no ano de 395 A.D. e desapareceu finalmente com a tomada de Roma por Odoacro, rei dos Godos em 476 A.D. (Jonh D. Davis). Poderíamos dizer que foram 676 anos de domínio deste império, porém, diz Daniel, que o reino foi dividido “contudo haverá nele alguma coisa da firmeza do ferro, pois que viste o ferro misturado com barro de lodo. E como os dedos dos pés eram em parte de ferro e em parte de barro assim por uma parte o reino será forte e por outra será frágil. Quanto ao que viste do ferro misturado com barro de lodo, misturar-se-ão com semente humana mais não se ligarão um ao outro, assim como o ferro se não mistura com o barro” (Dn 2.41-43). O império em si caiu, porém permaneceu através de uma mistura com semente humana, esta frase nos leva a pensar muito sobre este reino e os que vieram antes dele, se aconteceu dele misturar-se com semente humana é porque na verdade estes reinos nunca foram levantados por homens, mas os homens foram usados por alguém que tinha um propósito diferente, este alguém é Satanás, que desde Babel, liderando através de Ninrode (Gn 10.08-10), vem tentando impedir os propósitos de Deus, e não alcançando êxito resolveu misturar-se com semente humana, isto pode significar uma mistura do império com a religião, o que na verdade ocorreu com a igreja Católica.

     Diz ainda Daniel que este reino tinha dez pontas, isto parece indicar  que este reino se dividirá em dez reinos. Estas dez partes que também estão descritas nos dez dedos da estátua, provavelmente são a união de dez Mercados Comuns. Hoje já temos o Mercado Comum Europeu, o Pacto Andino, o Mercosul, a ALCA, a SEI, a união dos países que formam os tigres asiáticos e estão surgindo novos blocos na África e no mundo Árabe.