segunda-feira, 17 de março de 2008

Abraço, que significado?

Em textos anteriores já exprimi o meu ponto de vista sobre algumas formas de nos relacionarmos com os outros. Se um relacionamento não é coisa fácil, fazê-lo através de afectos poderá parecer mais complicado, pois muitas vezes, interfere com o domínio do nosso inconsciente. Essa complicação resulta apenas da complexidade do ser humano. Todos nós somos pessoas singulares, e apesar de sermos iminentemente sociais, temos uma certa relutância em nos deixarmos tocar e por isso resistimos à proximidade dos outros, sobretudo se com eles não tivermos alguma afinidade mais ou menos profunda. É um pouco como se os outros quisessem entrar na nossa vida e pudessem passar a ter um certo domínio sobre nós, o que à partida poderá não ser uma boa opção. Naturalmente rejeitamos essa possibilidade e essa opção leva-nos à solidão. Lembro-me como foi importante na minha meninice e adolescência conviver com pais, avós, familiares e amigos que me incutiram a sã convivência a partir destes afectos. Isso permitiu-me vencer barreiras e sobretudo não ter medos perante a proximidade dos outros. Eles também podem dar e receber afecto. No entanto, os tempos vão mudando, e os tempos de hoje, são bem diferentes daqueles a que me refiro. Esta sociedade gere muito mal a proximidade e pior ainda gere os afectos. Tenho para mim, que, um abraço é uma forma de criar proximidade, e com isso, poder quebrar barreiras permitindo estabelecer novos diálogos e novas formas de estabelecer relação. Quantas pessoas existem que não têm ninguém que se aproxime delas ou só encontram violência e estigmas negativos perante o seu dia a dia? Há mais solidão encoberta que fome na boca. É que há muita gente com excelentes condições económicas mas não sabe dar um abraço e por isso também não se dispõe a recebê-lo. Ora como não são capazes de o dar até ridicularizam aqueles que o fazem. Estes tipos de comportamentos são cada vez mais frequentes e surgem como divórcios entre os membros da sociedade. O primeiro efeito é a solidão e o egoísmo. Ora isso cria distanciamento e medos, pois nunca sabemos como é que os outros irão reagir. Um abraço sentido e partilhado pode recuperar alguém ou até salvar vidas. Hoje em dia sentimos profundamente esses efeitos, razão pela qual, já existem movimentos que se preocupam com aqueles que não têm ninguém que lhes manifeste esse carinho e ternura. Existe um movimento chamado "Free Hugs Campaign" (Campanha dos Abraços Grátis) que teve início em 2004 através da ideia inicial de Juan Mann’s que propunha que os indivíduos oferecessem abraços em público a estranhos, mostrando cartazes que dizem “Free Hugs”. Se no início tiveram problemas com a polícia, neste momento o movimento já se encontra espalhado por muitas cidades e tem sido um grande sucesso. Vide Youtube e Youtube

Aníbal Carvalho

6 comentários:

Anónimo disse...

Pat send you a FreeHug
:)

Anónimo disse...

Venha daí esse abração...

Unknown disse...

Aquele Abraço
Gilberto Gil

O Rio de Janeiro
Continua lindo
O Rio de Janeiro
Continua sendo
O Rio de Janeiro
Fevereiro e março...

Alô, alô, Realengo
Aquele Abraço!
Alô torcida do Flamengo
Aquele abraço!...(2x)

Chacrinha continua
Balançando a pança
E buzinando a moça
E comandando a massa
E continua dando
As ordens no terreiro...

Alô, alô, seu Chacrinha
Velho guerreiro
Alô, alô, Terezinha
Rio de Janeiro
Alô, alô, seu Chacrinha
Velho palhaço
Alô, alô, Terezinha
Aquele Abraço!...

Alô moça da favela
Aquele Abraço!
Todo mundo da Portela
Aquele Abraço!
Todo mês de fevereiro
Aquele passo!
Alô Banda de Ipanema
Aquele Abraço!...

Meu caminho pelo mundo
Eu mesmo traço
A Bahia já me deu
Régua e compasso
Quem sabe de mim sou eu
Aquele Abraço!
Prá você que meu esqueceu
Ruuummm!
Aquele Abraço!
Alô Rio de Janeiro
Aquele Abraço!
Todo o povo brasileiro
Aquele Abraço!...

O Rio de Janeiro
Continua lindo
O Rio de Janeiro
Continua sendo
O Rio de Janeiro
Fevereiro e março...

Alô, alô, Realengo
Aquele Abraço!
Alô torcida do Flamengo
Aquele Abraço!...(2x)

Chacrinha continua
Balançando a pança
E buzinando a moça
E comandando a massa
E continua dando
As ordens no terreiro...

Alô, alô, seu Chacrinha
Velho guerreiro
Alô, alô, Terezinha
Rio de Janeiro
Alô, alô, seu Chacrinha
Velho palhaço
Alô, alô, Terezinha
Aquele Abraço!...

Alô moça da favela
Aquele Abraço!
Todo mundo da Portela
Aquele Abraço!
Todo mês de fevereiro
Aquele passo!
Alô Banda de Ipanema
Aquele Abraço!...

Meu caminho pelo mundo
Eu mesmo traço
A Bahia já me deu
Graças a Deus!
Régua e compasso
Quem sabe de mim sou eu
É claro!
Aquele Abraço!
Prá você que meu esqueceu
Ruuummm!
Aquele Abraço!
Alô Rio de Janeiro
Aquele Abraço!
Todo o povo brasileiro
Aquele Abraço!...

Todo mês de fevereiro
Aquele Abraço!
Alô moça da favela
Aquele Abraço!
Todo mundo da Portela
E do Salgueiro e da Mangueira
E todo Rio de Janeiro
E todo mês de fevereiro
E todo povo brasileiro
Ah! Aquele Abraço!...

E para ti também, agora e sempre, aquele abraço.

aaaaaa disse...

um abraço, e a simbologia de afecto, de carinho entre as pessoas, mesmo que a maioria desses abraços sejam fingidos, e que na verdade sejam so para tentar serem simpaticos. porque sera? sera que nesta socieadade em que vivemos existem realmente pessoa verdadeiras? pessoa em quem podemos confiar ralmente.
nao sei, simplesmente sei de mim e secalhar nao como tanto com desejaria, pessoalmente quando dou um abraço e porque essa pessoa tem algum significado para mim e por que ja fez algo por mim, mesmo que para a pessoa em questao aquilo nao signifique nada.

conheço pessoas que faziam parte dessa campanha. pelo relato destas, e uma experiencia que todos deviamos experimentar...

Now what? disse...

Abraços fingidos, não creio. Quem abraça, abraça mesmo, a sério. É que num abraço vão os nossos afectos, o nosso carinho e ternura. Não me imagino a abraçar alguém sem ter vontade. Vai contra a minha natureza.
Um grande abraço, Aníbal.

Teresa Rocha

Anónimo disse...

"Conhecer alguém aqui e ali que pensa e sente como nós, e que embora distante, está perto em espírito, eis o que faz da Terra um jardim habitado."
(Goethe)


São os abraços que damos no dia-a-dia que nos fazem sentir humanos.


Guilherme Coutinho