sábado, 11 de junho de 2011

Enxaqueca





"Quem sofre de enxaqueca, se não se cuidar, terá graves prejuízos pessoais e profissionais", afirma a neurologista Carla Jevoux, da Sociedade Brasileira de Cefaléia. Segundo ela, há estudos que mostram que a síndrome, que reduz a capacidade de concentração, é causa comum de faltas ao trabalho, de redução da produtividade e de comprometimento de ganhos potenciais. "Pacientes com esse tipo de cefaléia podem se aposentar mais cedo ou ser preteridos em promoções. Além disso, apresentam maior índice de desemprego", acrescenta.

A enxaqueca, que acomete 17% das mulheres e apenas 6% dos homens, acentua-se com a atividade física e a movimentação da cabeça, o que faz com que a pessoa busque o repouso. As crises duram de 4 horas a 3 dias, se não tratadas.

"A enxaqueca é uma desordem herdada geneticamente que torna o cérebro mais sensível a vários estímulos. É por esse motivo que quem sofre de enxaqueca diz ter crises desencadeadas por fatores como emoções, jejum prolongado, alterações dos hábitos de sono (dormir pouco ou demais), determinados alimentos ou bebidas, exposição à luz ou calor intensos", relata a médica. Carla afirma que, além dos episódios repetidos de dor de cabeça - com forte e latejante intensidade, em lados alternados da cabeça -, sintomas como náusea, vômito, intolerância à luz, aos ruídos e aos odores fazem parte das crises de quem sofre dessa síndrome.

A especialista ressalta que os pacientes, quando tratados adequadamente, pelo tempo necessário e com um relato diário da dor, podem evoluir para uma melhoria de todos os sintomas e até a cura da enxaqueca.



Alimentação e enxaqueca



Sabe-se que existe uma certa predisposição familiar para ter enxaqueca - dor de cabeça latejante e freqüente, acompanhada muitas vezes de náusea e vômitos -, mas alguns fatores podem piorar os sintomas. Segundo especialistas em cefaléia, o principal deles é a alimentação.

Os alimentos associados à enxaqueca incluem aqueles que contêm o aminoácido tiramina (vinho tinto, queijo curado, peixe defumado, fígado de galinha, figos e alguns grãos), chocolates, nozes, manteiga de amendoim, frutas (abacate, banana, frutas cítricas), cebolas, produtos lácteos, carnes que contenham nitrato (toucinho defumado, cachorros-quentes, salame, carnes processadas).

Além desses, alimentos que contenham glutamato monossódico (um aditivo encontrado em muitos alimentos), bem como qualquer alimento processado, fermentado, conservado ou amarinhado.

Os ataques desse tipo de cefaléia também podem estar associados a: reações alérgicas, luzes ofuscantes, ruídos fortes, relaxamento após um período de estresse mental ou físico, falta de sono, tabagismo (ativo ou passivo), refeições não realizadas, uso de álcool ou de cafeína, períodos menstruais, uso de contraceptivos orais (pílulas anticoncepcionais), entre outras condições.

Segundo a neurologista Carla Jevoux, da Sociedade Brasileira de Cefaléia, não há uma dieta específica para quem tem enxaqueca. "A pessoa reconhece quais os alimentos e outros fatores que desencadeam a dor e sabe que deve evitá-los. Isso varia de pessoa para pessoa. Não há como criar uma regra", explica.



Tratamento preventivo


Quem sofre de enxaqueca não pode esperar uma crise para tratar o problema. Analgésicos, remédios comumente usados para aliviar as dores de cabeça, não têm o efeito esperado e acabam aumentando a dor, porque acostumam o cérebro a não produzir a endorfina, que é um analgésico natural. Por isso, o primeiro passo para diminuir ou eliminar a dor é o tratamento preventivo.

De acordo com especialistas, há três situações nas quais o tratamento preventivo se faz necessário:

  • Manifestar mais de duas crises intensas por mês; independentemente da freqüência,
  • Crises muito intensas e incapacitantes que justificam o uso de medicação diária;
  • Quando a pessoa não tolera, ou não responde aos medicamentos usados no tratamento das crises.


  • Tratando a crise

    Se você sofre de enxaqueca, sabe que ela chega sem avisar. Por isso, esteja sempre preparado.

    Em caso de crise:

  • Tenha a medicação receitada pelo médico sempre à mão.

  • Em caso de dor intensa, procure um local fresco e escuro para se recostar, mas não se deite.

  • Coloque gelo sobre as áreas dolorosas.

  • Beba muita água e coma moderadamente.

  • Tome o medicamento para crise recomendado pelo seu médico, mas nunca mais de duas vezes por semana.

  • Principalmente, descanse.

    Lembre-se: Toda a dor de cabeça tem uma causa, mas só um médico pode avaliá-la corretamente.


  • Como evitar as crises:

    As causas da enxaqueca são muitas, mas sabe-se que algumas mudanças simples no estilo de vida contribuem para o controle das crises, e, de quebra, são extremamente benéficas para a sua saúde.

    Para prevenir-se das crises de enxaqueca, siga estas dicas:

  • Estabeleça hábitos regulares para as refeições e sono.

  • Faça algumas mudanças na dieta, diminuindo ou até mesmo eliminando certos alimentos que podem detonar a dor (como queijos e chocolates).

  • Evite a ingestão de bebidas fermentadas, como o vinho tinto.

  • Não se exponha demasiadamente ao sol e à claridade.

  • Evite se exercitar em dias quentes.

  • Evite o uso excessivo de perfume.

  • Não permaneça em locais recém-pintados ou onde estejam sendo utilizados solventes químicos.

  • Comece uma dieta rica em magnésio (que se encontra em abundância em alimentos verdes frescos, frutos do mar e nozes) e em um aminoácido chamado triptofano (que pode ser encontrado em verduras frescas, no feijão e em cereais integrais).


  • Como fazer o diagnóstico:

    A consulta médica é fundamental para o diagnóstico e o tratamento da enxaqueca, principalmente porque os sintomas desse mal se confundem com vários outros. Assim, para facilitar o processo, siga algumas dicas preparadas pela Sociedade Brasileira de Cefaléia.

    Prepare a consulta:

  • Mantenha um relatório diário com informações sobre a sua dor.
  • Estabeleça uma conversa honesta e aberta com o médico.
  • Informe detalhadamente qual o tipo de medicação que você usa durante as crises.
  • Fale bastante sobre seus hábitos, pois muitos deles podem interferir nas crises sem que você desconfie.

    Mesmo que você já esteja em tratamento contra a enxaqueca, também existem algumas situações em que deverá procurar o médico imediatamente:

  • Se o comportamento padrão de sua dor sofrer alguma mudança.
  • Se o seu organismo estiver reagindo mal aos medicamentos.
  • Se você engravidar durante o tratamento.


  • Fonte: http://saude.terra.com.br/guia/abcdasaude/dordecabeca/interna/0,,OI403114-EI4208,00.html