Oposição critica compra de carro novo para o presidente da Câmara de Ansião

O vereador socialista da Câmara Municipal de Ansião, Miguel Peres, lamenta a aquisição de um automóvel novo para o presidente da autarquia, no valor superior a 25 mil euros.

O autarca lamenta que só tenha tido conhecimento da substituição do carro de serviço, no decorrer da última Assembleia Municipal, sem que o assunto tenha sido comunicada em reunião do executivo.

Por outro lado, Miguel Peres espera que a decisão em adquirir o Citröen C5 em substituição do BMW, tenha sido «ponderada e amadurecida, face aos graves condicionalismos financeiros da Câmara». E considera tratar-se de «um acto de gestão nada condizente com o rigor e contenção que é imperioso implementar neste autarquia».

O vereador refere, ainda, que tais factores «deveriam ser suficientes para obstar a tal aquisição» e denúncia a existência de viaturas da Câmara «que transportam crianças e circulam sem inspecção, com dificuldades de manutenção e com extintores fora de prazo».

Segundo o presidente da autarquia, a aquisição da nova viatura «foi uma decisão ponderada e calculada» tendo em conta os custos de manutenção do anterior automóvel, para além do mesmo «não assegurava as condições de segurança ideais».

Por outro lado, o social-democrata Rui Rocha refere que «o valor de retoma que ainda se conseguia obter e o investimento no novo veículo de 25 mil euros em quatro anos».

Quanto às dificuldades financeiras da autarquia, Rui Rocha considera que não tem motorista, não apresenta ajudas de custo, situações que podendo ser uma realidade, não o são por decisão sua, e que poderiam representar um valor considerável de custos para a asutarquia.

Por outro lado, o autarca lamenta que se relacione a compra da nova viatura com os problemas que o socialista identificou em termos de falta de segurança em viaturas da Câmara Municipal e a falta de extintores. Rui Rocha diz desconhecer tais situações e garante que «jamais colocaria em causa este tipo de questões de extrema importância, tratando-se a segurança rodoviária de uma área onde não admite falhas ou lacunas».

Também o vice-presidente da Câmara defende a aquisição do novo veículo presidencial, considerando que o assunto «é claramente um factor de aproveitamento político por parte da oposição». «Na verdade, o que sucedeu, foi a rentabilização de um veículo que já não tinha as melhores condições, e que quanto mais tarde fosse vendido, menor seria o seu valor, já para não referir as despesas de manutenção que o mesmo já representava e que certamente se iria agravar».

Orlando Cardoso | Diário de Leiria | Diário de Coimbra