sexta-feira, 26 de setembro de 2008

Mata Ratos Ecológico

E eis que chega uma boa notícia por e-mail!

Ratos morrem ao comer feijão crú!

O resultado é de um estudo da Universidade Federal de Pelotas, avaliando o valor nutricional de feijões. Só que o experimento é testado em ratos!

O estudo está diponível aqui:
www.ufpel.tche.br/faem/agrociencia/v1n1/artigo2.pdf

Basicamente, o feijão quando cru possui agentes anti-nutricionais(inibidores de proteases), que nos ratos levam a morte entre 2 e 9 dias!
Mas isso se o bicho só for alimentado com isso!
A receita é triturar o feijão crú em um liquidificador ou processadora (eu tentarei o pilão), e espalhar a farofinha pelos cantos da casao onde costuma passar.

Basicamente, você tem que fazer ele preferir esse feijãozinho moído cru, a qualquer outro alimento. Aí que mora o desafio.

Outra coisa que descobri é que são basicamente 3 as espécies de ratos que atormentam a vida humana urbana: ratazanas, ratos pretos, e comundongos (Mus musculus). Possivelmente é esta última espécie que também mora comigo.

Eles comeram a isca, mas ontem tinha certeza que ainda os escutava no forro de casa. Acho que foi o corte de grama que levou a migração massiva deles para meu teto.
E esclarecendo a Alice: não é bem um forro, eu moro numa casa tipo cabana,tem altos buracos ligando o interior ao exterior da casa.
O que chamo de forro são umas tábuas suspensas entre as paredes e o teto de telha de amianto (fibrocimento). São as Eternit, não sei se são as cancerígenas ou não!
Limpei esse lugar quando cheguei. Tinha de tudo lá em cima!
E jamais imaginei que pudessem ter ratos!
O que mais me amedontrava eram as traças... mas delas eu falo no próximo bloco.

Aquarista Junior

Minha nova diversão, além de tentar me inscrever para o programa de pós-graduação do INPA, é ler, estudar e conhecer mais sobre aquários e seus peixinhos (mas o que queria mesmo é estudar território, áreas de uso, e fazer privadas na reserva).

...

Hoje estou com a revista Aquarista Junior. Revista bimestral, a minha do edição do final de 2006. Só tem Acará-disco nas propagandas.

Bombas, filtros, vitaminas para animais com inapetência ou estressados (imagina, o bicho tinha que viver num rio ou lago, e vive num aquário), comida congelada (pasmem), limpador de algas magnético, fertilizante para plantas de aquário, variedades de alimentos (marcas, tipos, sabores, e embalagens), termostatos, decoração submersa, medidor de pH, termômetros adesivos.
Tem até receitas para fazer reprodução de algumas espécies em casa: volume de água, temperatura, pH, alimentação, densidade.

Teoricamente, os peixes de Mamirauá tem origem sustentável. Leiam essa notícia.
Eu prefiro não me manifestar. Ao menos não aqui.

A maior área protegida de Floresta Tropical do Mundo!

Semana passada fomos de voadeira para Amanã. Era um banzeiro só!
Do Lago de Tefé, caímos no Solimões, seguimos pelo Japurá, e pegamos um Paraná até o lago Amanã.
Jonas, o barqueiro, disse ter visto rebojo de peixe-boi, mas eu só uns tucuxi.
Tinha um boi morto do lado, mas não deu pra ver as pirapitinga.

Na mesma noite saímos de rabeta e fomos procurar acará-disco. A lua estava cheia e não deu pra ver nada.
No dia seguinte pegamos os tessados, cercamos uma maracarana com malhadeira e finalmente vi o tal acará-disco, peixinho caro da porra que será o carro-chefe das posssíveis vendas.

Disco e o rapiché


Todos devidamente contados e medidos.

Foi legal minha primeira semana de campo no Projeto Nemo.
Mas não deu pra coletar muito, ainda tem muito igapó.
Também não entrei na água com medo de candiru e poraquê.

Na janta foi farinha de mandioca

E não faça mandioca nem cozida nem frita, porque isso mata. Mas tudo bem um pure de macaxeira!
E um jerimum cozido no feijão, é bom demais.

E se você nao entendeu alguma parte, o amazonense as vezes é complicado mesmo.

quarta-feira, 24 de setembro de 2008

Materialista Selvagem...oh oh, oh!

Cheguei no sábado. Às 5 horas da tarde, encostamos no flutuante base, fizemos a prestação de contas da gasolina, deixamos coletes salva-vidas, caixas, e seguimos até o porto, onde nessa época do ano é também uma das praias do Lago de Tefé.

(Sobre os lagos: na região do Médio Solimões há muitos lagos abastecidos por inúmeros rios)

Desci no porto semi-viva. Tive febre altíssima toda a noite e a manhã, e me esforcei para permanecer sentada na voadeira nas 4 horas que me separavam da reserva a Tefé. Com diagnóstico entre malária e piriri alimentar, estava torcendo pelo segundo.O resultado do exame pego amanhã.
...
Subi numa moto, e fui pra casa.
A surpresa maior não foi ver a grama do quintal cortada e linda. Mas abrir a porta do meu quarto e encontrar milhões de pedaços de couro vinho picadas pelo piso também vermelho de cimento queimado.
O sangue que já estava quente se superaqueceu, e perdi a noção do bom senso!
Tinham comido minha sandália de couro, a única que uso, que me levava para tantos lugares, tão confortável, macia e bonita.
A comprei depois de muitos anos namorando as vitrines caras da Side Walk. Sim, eu também tenho meus surtos consumidas de shopping, por que não?

O que era assim (o pé direito intacto)

Ficou assim:


Vim para o escritório, ligar para minha mãe que tiha me mandado uma mensagem pedindo notícias. Acabei ficando horas, entre conversas por skype, telefone, e-mails e MSN.

Culpei a Cheidi: Cheidi de pulga, cheia de sarna, cheia de pereba. É a cachorra "da" Marcela que reside no alojamento comigo, mas sempre está na reserva. Segundo ela, a cachorra não precisa de comida, tem que se virar como ela.
Mas eu compro, R$5,00 por semana de ração quando vou comprar a minha semanal.

Tentei dar umas vassouradas, e ela fugiu. Estava inconsolável com a perda da sandália!

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Sou ligada materialmente ao mundo.
Estou com a garrafa térmica ganhada do Ale, a caneca dada pela Bugia, a manta de minha mãe. As coisas, antes de serem coisas, tem funções e histórias pessoais, não de puro consumo.
Sei lá, deve ser o máximo da minha expressão solar taurina no mundo! Eu sou apegada as coisas que tenho! E ao mesmo tempo gosto de deixar coisas minhas as pessoas que eu gosto, de presenteá-las.
Sem apologias ao consumismo ou ao capitalismo, mas sim, eu sou materialista!
Objetos são também maneiras de se relacionar com as pessoas, de colocar sentimentos por que não?
A questão aqui não está no comprar, mas ver representados em coisas lembranças, e fazer-se representar também nessas coisas.

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Chegando em casa, me deparo com isso!



NO furor da sandália comida, não havia dao conta de que o quarto estava infestado de merda de ratos!
Mas já era tarde, e eu estava cansada. Calmamente, desviei das merdas que estavam no chão, levantei o colchão, derrubei as coisinhas pretas. Abri minha mochila, peguei o lençol sujo que estava nela, e estendi pela cama!
Reinstalei o mosquiteiro que estava caído, e torci para que nenhum rato subisse na cama enquanto estivesse dormindo, e que a tela do mosquiteiro impedisse que possíveis merdas cagadas do forro mal feito e cheio de buracos caíssem em mim.

Só na manhã seguinte fui diagnosticar o tamanho do problema!


O Côco e as calcinhas


Que nojo!


A calça jeans (ainda não lavei, imagina lavar isso a mão e sem tanque)


A rede na gaveta da Cômoda. Detalhe para o macarrão caminhante e o côco.


Até a toalha não escapou!


Na limpeza foram contatos mais de 40 bostinhas de rato! O mijo eu não sei identificar.

O remédio pra minha cabeça! (e a dor de cabeça dos ratos, Made in Peru)


Comprei esse envelopinho por R$0,50. Era o único que havia no mercadinho perto de casa. Ainda não sei se vou ampliar a defesa química, ou adotar um gato dos filhotes que nasceram no instituto. Saudades da Flor, ela iria se divertir muito matando ratos na minha casa!
Essa é a Flor, minha filha abandonada com Camila e Kaiser.


Só ontem descobri porque os vizinhos tem tantos gatos e cachorros! Controle biológico.

A isca perfeita!


Deixei dois potinhos desses. Tirei o pouco que me restou e tenho apreço (minha botina, minhas roupas limpas, e minha mochila). Estão aqui guardadas no escritório.
Espero que todos morram em poucos dias. E não posso me esquecer de procurar cadáveres, antes que eles comecem a feder, estragados em alguma outra coisa que irá fazer falta.

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A sandália vou tentar uma costura, mas nem linha resistente eu tenho. Pois é, tem dias que a noite é foda.

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No horóscopo chinês, este é o ano do Rato.
É tido como um ano complicado, em especial para os indecisos.
Tem sido um ano nada fácil. Chei de coisas boas, mas árduo. Com muito obstáculo, pedras no caminho. Tenho sofrido com o imprevisto. Um pouco cansada, e atrapalhada com as coisas não funcionando tão bem. Vivi muitos anos com tudo dando certo.
Ao mesmo tempo, é um ano para deixar vícios.
Cortei a cerveja sem querer. Me falta vontade.

E aparentemente, o corpo parou de gemer ao sentir o cheiro dessa fumaça.


E aqui é o que diz meu horóscopo chinês. Isso não é pra você ler não, é só para minha futura consulta, mas fique a vontade.
BOI (Ushi)
1937 – 1949 – 1961 – 1973 – 1985 – 1997

O nativo do ano do boi viverá, no ano do Rato, um dos melhores períodos de sua vida. As forças positivas do astral estarão agindo com todo vigor e lhe trazendo tudo de bom que a sorte possa lhe dar. Será, também, e especialmente, o ano da fortuna para o nativo desse signo, que estará em alta em todas as longitudes e latitudes.

O nativo do ano do boi será muito fecundo nesse ano. Na família, poderão surgir novos herdeiros. No campo profissional, haverá um progresso marcante, destacando-se as realizações que tenham relação com a informática e eletrônicos, atividades pelas quais aquele que nasce sob o signo do ano do boi sente-se atraído e, nelas, mostra-se excepcionalmente capaz. O período deverá ser muito favorável à aquisição de bens materiais e a sexualidade do nativo, desse signo firmar-se-á; definitivamente,
na vida, se for adulto.

A mulher nascida no ano do Boi, viverá, em 2008, um tempo de realizações pessoais marcantes. Sua família sentirá, as glórias da paz e do amor. Sua beleza e sua personalidade terão um brilho notável.
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Definitivamente, é o ano da informática!
Quantas horas tenho passado navegango pela rede? Até o blog finalmente surgiu.
De Latitudes e Longitudes, eu realmente muito este ano!
Quanto aos herdeiros, acho que ainda não.

terça-feira, 23 de setembro de 2008

Eu tenho tanto, pra lhe falar...

...mas tenho que digitar baixinho.
Estou numa reunião, todos os projetos do instituto reunidos. Tem um Edital da Petrobrás aberto, mas sobre isso não vou entrar em detalhes aqui, por questões profissionais.

E falta-me tempo até mesmo para comentar sobre o Dia Mundial sem Carro.
Mas tudo bem, Tefé quase não tem carro mesmo. Uns poucos muito velhos, de alguns pesquisadores do instituto e de outros habitantes desta cidade. E outros poucos muito grandes, desses novos e caros que o detentores do poder local tem e andam pelas ruas. Nunca os vi parados nas ruas, devem estar sempre em garagens bem fechadas.

E no mais, é de mototaxi que eu vou. Com tarifas de R$1,00, R$1,50, R$2,00, R$3,00, dependendo da distância, sua cara, sotaque, ou do dinheiro trocado. São cerca de mil motoqueiros levando o cidadão de um lugar ao outro. Já me acostumei. A única vantagem de andar sem o capacete é sentir o vento na cara, fechando os olhos (coisas que de bike não se pode fazer).

Mas aqui, o dia mundial sem carro é fácil de se efetivar. Não sei como foi nas terras do fanatismo em 4 rodas, em que terra e rio vira asfalto.

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E tá aberto o edital da Petrobrás. Muito do orçamento de todos os projetos é pra gasolina.
Fotossíntese paleontológica essa que faz o mundo andar! Nessas terras, de rabeta ou voadeira pelas estradas de submersos mundos que às vezes afloram para respirar, ou são sequestrados numa malhadeira.
É isso, ou remo. Ao menos até chegarem os pedalinhos.

segunda-feira, 15 de setembro de 2008

Tefé

Casa


Trabalho (www.mamiraua.org.br)
E na chegada... Seminário!


Cheidi: a companheira que leva sapatos!


Pombos do Norte


A Seca


O Café da manhã(pupunha cozida no sal)


O almoço


O cocô de rato em minha cama (possivelmente caído do teto)


Uma rua (e as casas de madeira)


A vaidade (e a sustentabilidade)


A política!



A praia

domingo, 14 de setembro de 2008

(A)Bacaba

Comida. Um drama, um desafio, um prazer.
Uma das minhas maiores interações com o mundo.
Vejo, toco, preparo, saboreio, mastigo, degluto!
Passa horas em meu corpo, que absorve aquilo que lhe parece.
E volto a vê-la já em outra condição às vezes no banheiro.

Quem me conhece sabe que sou aficionada com comida.
Sem comer carne vermelha desde Dezembro de 2003, quando voltando do ENEB de Salvador, 2N, minha querida colega de graduação começou a me repassar toda a informação apreendida no GD (Grupo de Discussão) que havia participado.

Natal, Ano Novo, e muitos meses sem mais ter que me sujeitar a comer aquilo que nunca gostei mas não sabia.
Desde pequena, quando haviam churrascos aos finais de semana, minha mãe levava feijão e tomate para eu comer. Passei mais de 8 anos sem por também um grão de arroz na minha boca.
Arroz, feijão e bife, em definitiva, nunca me pareceram uma boa refeição.

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Quando saí de casa para estudar, a alimentação saiu da tutoria de minha mãe, e surgia a liberdade de escolher o que comer.
Minha mãe me mandava enroladinho de peito de frango com peito de peru e queijo.
Mesmo o frango, eu nunca gostei. Só comia o peito, e a coxa (sem aquela pele, por Deus!) em eventos de família.
No Natal, o peru era responsabilidade de minha mãe. Da Sadia, lavado, e temperado com laranja e alecrim. Era o prato especial para as filhas frescas que não comiam carne de porco. Essa eu sempre detestei.
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Linguiça é um troço que tentei comer apenas 3 vezes na minha vida. Odiava encarar feijoada.
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Tornar-me vegetariana para mim foi uma libertação.
Consolidada e assumida após ver o documentário A Carne é Fraca, do Instituto Nina Rosa.
Sem comer frango desde Agosto de 2005.
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Eu também nunca gostei de refrigerante. Quando obrigada a bebê-lo, era Guaraná Antártica, e ponto.
Mas minha família, comprava 2 engradados de refrigerante por mês, quando aí existiam as garrafas retornáveis de 1 litro.
Meu pai é fissurado. Hoje ele só toma diet. Mas o volume aumentou com o surgimento das PET de 2 litros. Acredito que ele consuma de 6 a 8 litros semanalmente.
Pode não ter comida na dispensa dos meus pais, mas sempre há refrí!

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Preocupados com meus maus hábitos alimentares (não gostar de refrigerante, não comer churrasco), minha mãe começou a comprar sucos concentrados.
Por anos tomei Maguary de maracujá. Os sucos sempre foram considerados caros em minha casa. E fora uns espremidos de laranja, acho que nunca vi um suco natural sendo preparado em casa.
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Não é a toa que tenho tanta celulite.
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O peixe ainda aparece na dieta: quando estou na praia, ou na beira do rio, com pescadores artesanais. Não me prepare salada de atum, muito menos sardinha.
Faziam meses que não comia. Agora, vivendo às margens de um lago no maior rio do mundo, talvez seja preciso voltar a comer.
Belisquei uns pedaços essa semana aqui no instituto.
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No fim, tudo que não for bicho morto, ou resto de bicho morto, eu como.
Adoro provar comida.
Hoje fui a feira. Queria comprar açaí, que aqui onde é produzido, se come fresco, gelado, adoçado com açúcar e com farinha ou tapioca.
Já tinha acabado, mas tinha bacaba, abacaba (Oenocarpus bacaba). Vi a cor.
Se o açaí tem cor de chocolate meio amargo, a(bacaba) tem cor de chocolate ao leite.
Fiquei curiosa, e levei. Provei esta tarde.
Foi meu refresco no almoço. Lentinhas com gergelim (trazidos de São Paulo), tomates cereja (felizmente produzidos localmente, porque o grande é feio, vem do "sul", e custa de R$5,00 a R$6,00 o quilo) e tapioca com queijo coalho.

Tapioca e o pacote de litro de abacaba.


Cacho de bacaba (já caído)


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Após uma semana preocupada com minha nutrição por aqui, acho mesmo é que vou comer muito bem por estas bandas.
comida+Amazónia=palmeira

Bom apetite!

sexta-feira, 12 de setembro de 2008

Mosquitos, Mosquiteiros e Picadas

É muito provável que todo e qualquer brasileiro já tenho perdido umas horas de sono (ou a qualidade dele) devido aos vôos forrageiros de Dípteros fêmeas da família Culicidae.
São muitas as espécies, variando em regiões, climas, e hora de alimentação. A maioria das espécies simplesmente pica, te dá coceira, e vai embora. Mas muitas outras são vetoras de doenças virais ou parasitóides.
Chamados de mosquitos, pernilongos, carapanã, é preciso atenção no cuidado e na prevenção à picada destes mosquitos.

Pretendo aqui deixar algumas informações para minimizar o estresse psicológico e corpóreo causado por esses pequeninos e maledetos insetos.


MOSQUITEIROS

Na minha opinião, a maneira mais "ecológica" de lidar com o problema. O objetivo é criar uma barreira entre você e os mosquitos; um tipo de apartheid específico.

Pouco comercializados em especial na região Centro-Sul do país, mosquiteiros são soluções práticas e eficientes para lidar com o problema de pernilongos nas noites de sono, sem ter que se intoxicar com inseticidas que "protegem sua família".

Para serem suspensos no teto ou nas paredes, são feitos com diferentes tipos de tecidos transparentes, como microtule, filó de algodão ou nylon (um tipo de malha hexagonal) ou poliamida, são comumente classificados em dois tipos: redondo e retangular.
Uma página com um bom glossário de tecidos é esta aqui:
www.litoraltecidos.com.br/dicionario-a.htm

O redondo é constituído por uma base de arame por onde um pequeno tecido sobe para ser dependedurado pelo teto por um único ponto, e do outro lado cai o véu que te protegerá dos mosquitos. É o mais comum e barato dos modelos, mas não é esteticamente bonito.

O retangular, é aquele modelo antigo-clássico, em que até algumas camas já vinham com as hastes mais compridas nos pés, onde prendia-se os panos.

Mas, vamos aos produtos.
1-Modelos profissionais de qualidade

Mosquiteiro Brasil - Empresa paulista

Mosquiteiro Direto de Fábrica - produzido em Joinville-SC, não tem uma marca definida. Estão requerindo uma patente para o produto que "inventaram". (Acho que tem muita palhaçada nessa história das patentes). Fabricam o tipo retangular, para solteiro e casal.

Mosquiteiro artesanal (silvio.rcp@ig.com.br) - Não tem página na INTERNET, o contato deve ser feito por e-mail. As informações que me enviou por e-mail são as seguintes
"O tecido é 100% poliester.As aberturas laterais de acesso são sobrepostos de 90cm de lagura, acomodando um tecido sobre o outro, impossibilitando a penetração do inseto. A armação é preparada com Cana-da-Índia e os acessórios e conexões com arame de aço inox, para evitar corrosão. Dispomos do tecido liso, nas cores branco e bege(suave).
Sou artesão pessoa física, e a negociação com nossos clientes é de mútua confiança: o cliente encomenda o nosso produto, nós preparamos, ele nos paga e nós entregamos (enviamos) a mercadoria. Caso haja algum contato aqui em Salvador-BA, facilitaria.
As dimensões do tecido para o modelo casal padrão são:
Comprimento = 1,73m
Largura = 1,30m
Altura = 2,10m"



Todas essas opções citadas não saem a menos de R$120,00 cada, mas acredito que sejam feitas com tecidos resistentes e tenham alta durabilidade.

2- Mais baratinhos (e de pior qualidade)
Opções mais simples e baratas, geralmente são encontradas em mercados e lojas de rede das regiões norte e nordeste.

O meu, da marca Paraíso, prduzido no Rio Grande do Norte, paguei R$30,00, e serve tanto para cama de casal quanto de solteiro.

Meu mosquiteiro, da marca Paraíso, em poliamida tipo redondo.


3- Mande fazer
A outra possibilidade, na dificuldade de comprar por acesso ou preço, é fazer o seu. Se tiver moldes-medidas, conhecer costureiras, etc., deixe aqui a sua recomendação.

Mosquiteiro de redes:

Já mencionados, pode-se comprar o da marca XXX em comércios especializados, ou pela internet o da marca Kampa.

REPELENTES

Repelentes são métodos para impedir a aproximação do mosquito até você, sem o uso de barreira física. Divididos entre tópicos, ambientais e sistêmicos, geralmente emitem odores que desagradam ou confundem os mosquitos.

Repelentes tópicos:
Aplicados diretamente na pele, na forma de spray, loção, creme ou gel, podem ser de origem industrial, fitoterápicos, ou de pura cultura popular.

Não confio muito no OFF, Autan e Repelex, as marcas industrializadas mais comercializadas (muito menos nos protetores solares que dizem também ser repelentes). A susbtância ativa nesses produtos é o DEET (Dietiltoluamida), substância criada pelo exército norte-americano depois da II Guerra Mundial.
Esses produtos funcionam, mas tem baixa eficácia, se comparado a quando a substância está em alta concentração.
Para crianças e grávidas o uso em alta concentração é desaconselhável, mas em zonas com altos risco de infecção de malária, por exemplo, onde estou agora, gostaria de tê-lo disponível. Ele funciona bloqueando no mosquito a resposta aos odores atraentes. Leia mais aqui.
Vendido em qualquer farmácia em países de primeiro mundo, aqui nas terras tupiniquins as pessoas mal conhecem o nome. Mais uma vez, a indústria farmacêutica está lá para cuidar das aventuras dos gringos nas selvas tropicais, mas não está para melhorar a qualidade de vida de quem vive nelas.

No mundo do fitoterápicos, a planta da vez é a citronela. Um capinzão cheiroso, parecido com a erva-cidreira/capim-santo, que diz-se ser eficaz em repelir o Aedes. Eu adoro o cheiro, mas tenho minhas dúvidas se de fato funciona.
Se conseguir uma muda, plante perto das janelas e portas. Com as folhas, pode-se fazer um spray com a folha picada e água, e borrifar pela casa. O efeito anti-mosquito dura apenas minutos, mas é bem refrescante. Receita ensinada por Senhora Macrini.

Outro repelente de uso tópico é o óleo de andiroba, e apesar da falta de comprovação científica, parece ser eficaz contra as picadas.

BORRACHUDOS.
Os borrachudos, praga do litoral norte paulista, não te picam, te lambem.
Como assim?
Eles fazem um pequeno corte em sua pele (aquele pontinho vermelho) e dali lambem o seu sangue.
A melhor maneira de evitar ataques é cobrir o corpo. Na impossibilidade ou falta de vontade, a segunda opção é deixar o corpo oleoso! Óleo: de cozinha, de amêndoa, de citronela, do que for! Quanto mais oleosa estiver a pele, mais difícil será para o borrachudo cortá-la com a boca (ele vai deslizar).
Sem erro: Peça um pouco de óleo no quiosque, mas não volte com pé de pão.

Texto sugerido sobre insetos e repelentes, veja este artigo do Saúde Total

Repelentes Ambientais
São repelentes que liberam substâncias nos ambientes que afastam os mosquitos.

Os industriais
Geralmente elétricos, da Baygon e outras marcas, tem como versão barata e comum os de pastilha, e versão cara e elitizada o de líquido com botão on/off.

Espiral repelente
É aquela cobrinha verde, usada especialmente no interior. Presa a uma pequena estrutura de metal, emite uma fumaça fedida e possivelmente tóxica, que sim, espanta mosquitos.
É um dos inseticidas mais baratos.

Divisão de Classe no uso de Inseticida
A-Áparelho on/off com líquido
B-Pastilhas
C-Espiral repelente

Há também aqueles que emitem ondas que desorientam os mosquitos.

Aerossóis
Para mim são mais inseticidas que repelentes. As novidades do mercado, consideradas saudáveis, são as misturas a base de água.

Velas de citronela e andiroba
Tanto as velas como as essências quando evaporadas, funcionam como repelentes no ambiente em que estão acessa. Muitos estudos comprovam a eficácia especialmente da vela de andiroba.

Insensos
O problema é durar pouco, mas a fumaça e o odor emitido pela queima de incensos funciona para espantar mosquitos. E viva Noel! Sempre viajo com incensos na mochila, é um quebra-galho genial.

Fumaças em geral
Outra opção é fazer fogo, fogueira. Mas por favor, não queime plástico. Que seja um pedaço de madeira velha, palha, que apesar de fazerem um pouco mal, não chegam a ser tóxicas.
Pernilongo odeia fumaça.

Ventilador
Um vento bem forte próximo a você impede que o bicho consiga voar, posar, e te picar.
Mesmo em áreas com muito mosquito, quando venta não há ataques.
No quarto para dormir, um ventilador pode minimizar o problema (é assim que tenho dormido aqui até hoje).

Fechando o assunto, a Bayer tem um semi-monopólio sobre esse produtos ant-insetos no país. É a mesma tecnologia dos inseticidas agrícolas, em menor dosagem e outro formato para consumo doméstico.

Parte das informações aqui citadas foram retiradas da apresentação de Jorge Autoguia.

Sistêmicos
O princípio é consumir algo, e exalar algo que confunda ou afaste os mosquitos.
São sugeridas dietas ricas em alho e vitamina B1.

Para quem Pode $$$
Tem muito equipamento high-tech sendo produzido para evitar picadas de insetos.
São roupas, barracas, redes, mosquiteiros, e outros com aplicações de repelentes nas fibras. Mais coisa pra gringo ver e usar.


Outras dicas "ecológicas"
Preservar animais de contos de bruxa pode diminuir a abundância dos mosquitos. Sapos, aranhas e lagartixas são predadores naturais, e ajudam no controle da população, tanto das larvas quanto dos adultos.

O aparelho elétrico para pastilhas, pode ter o refil químico substituído por cascas de frutas cítricas.
Ainda não testei, mas todos dizem funcionar.

Escolham a melhor opção, e disfrutem a vida sem picadas, e principalmente sem doenças chatas, muitas vezes sem cura, e quase sempre sem vacina!


Quem são os mosquitos problema, e que doenças transmitem

Mosquito prego Anopheles - Mosquito transmissor da malária, doença causada por um protozoário (Plasmodiun). O maior risco de ser picado por ele é nos crepúsculos (amanhecer e entardecer) e durante a noite.

Aedes aegypti - Animal com a maior publicidade no Brasil, certamente! Listradinho em branco e preto (botafoguense ou corinthiano), tem hábitos diurnos e costuma voar baixo. Dengue se pega de dia, não à noite. Se tiver locais que acumulam água, jogue borra de café para impedir o crescimento das larvas.
Também é vetor da febre amarela, doença viral (flavivírus) para a qual há vacina. Vacine-se!
(para alguns países, é necessário emitir uma carteira internacional de vacinação constando desta vacina)

Aedes haemagogus - Assim como o A. aegypti, é vetor da febre amarela.

Culex - O pernilongo corriqueiro do sudeste (e possivelmente outras áreas, mas não vou falar o que não sei). Tem hábitos noturnos, e ao contrário do Aedes, voa alto (por isso é difícil matá-lo no ar). É o principal vetor da filariose (Wuchereria bancrofti), vulgarmente conhecida como elefantíase, por impedir a drenagem dos vasos linfáticos e fazer com que os membros inferiores (geralmente) aumentem excessivamente de tamanho. Mas Aedes e Anopheles também são vetores.

Mosquito-palha (Lutzomyia sp.) - Vetor da leishmaniose

quarta-feira, 10 de setembro de 2008

Aeroporto Internacional de Guarulhos

Aeroporto Internacional de Guarulhos. Cumbica. São Paulo. Infraero, Gol, TAM, aeromoças (mozas=garçonete). Azafa, comissária de bordo. Maquiagem, salto alto, cabelo preso, malas de rodinhas.

Carrinhos: de bebê, de brincar, de carregar malas pelo corredor. Não, não precisa levar esse, vou por minha mochila aí assim que terminar de ocupar todo o espaço possível disponível nela. Frasco de mais de 100ml não pode. Preciso beber o quase meio litro da água de coco que ainda está na garrafa térmica.

Peso máximo por passageiro: 23Kg. Eu carrego 23,1 na mochila despachada no saco da Equinox. Ah, guarda-chuva não pode ser bagagem de mão. A mala já foi, não tem como levar. Bom humor, um envelope e o parágua vira encomenda.

Teenagers. Choradeira. A lânguida paulistana de cabelo alisado (alisado não, isso é coisa de preto, é chapinha progressiva. Chapinha não, isso agora é démodé. ESCOVA PROGRESSIVA). Chora lá dá cá. Algum intercâmbio. Forte e longo abraço no amigo. Seriam namorados, sem dúvida, se ele não fosse o gordo da turma. O gordo é bom para abraçar.

Gordo! O peso máximo de bagagem de mão é 5 quilos, mas desta vez eu deixo passar. Só o Laptop pesa 4. Água, uma agenda, carteira. Imagina então quando se tem um estoque de comida para 48 horas.

Comida!
Água mineral garrafa 500ml: R$3,20
Café expresso. lavazza. R$3,70
....

A parede de vidro separa os viajantes domésticos dos internacionais. É verdade, doméstica nunca deve ir pro exterior, a não ser que tenha uma amiga que encontre um trabalho na casa de um bacana.
Quando trabalhava na Disney, uma vez uma cliente do Ohana Restaurant queria me contratar como empregada da casa dela. Dizem que as brasileiras limpam bem. E se são pobres, são limpinhas.
.
A mulher que limpa banheiros lê revista Quem. A Caras da Editoria Abril não cai no gosto do povão, é leitura da classe média do cabeleireiro.
....
Tem também o pessoal que acha que aeroporto é chique. Vão tudo arrumado, com salto alto, maquiagem e roupa importada carregar mala em corredor de aeroporto, onde tem lojas de importados nas laterais, vendendo tudo mais caro que lá dentro. É um gostinho consumista para quem não passa a barreira do embarque. Ou pra quem viaja em destino nacional.



Mas vamos lá, para quem vai viajar.


Mochileiros: Despachar mochila em avião pode ser um problema. Cheias de bolsinhos, fitas, e coisas possíveis de serem abertas sem o menor esforço (ou rasgarem por terem se prendido em alguma esteira), a solução é embalá-la em plástico de aeroporto (caro, anti-ecológico, e não reutilizável) ou embalá-la em uma bolsa de pano.
Em minha primeira mochilada internacional, minha mãe me costurou uma, em Tectel. Por maus cuidados, a perdi no TGV de Paris a Lille.
Isso foi sugestão do Carlos, meu amigo e dono da loja de Equipamentos Osíris, situada na Avenida José Longo, na frente do meu restaurante vegetariano favorito de São José dos Campos, o Com-Sciencia.
Inclusive foi o Carlos, que antes de que eu fosse para a Argentina, me recomendou uma bolsa mais profissional, produzida pela Equinox, empresa carioca de equipamento de escalada, montanhismo e afins. Ela lançou há um ou dois anos uma Bolsa para Transporte PackCase(de qualquer coisa) de 100L, que é ideal para abrigar a mochila antes de passá-la pelo check-in.
Com
Depois de comprar o equipamento, é necesário colocar 2 pequenos ilhós em um dos lados, por onde irá passar o cadeado que irá lacrar sua mochila.

Imagem: Bolsa da Equinox com mochila de 80 litros e 23Kg dentro. :)



Se você tem um vôo, e não sabe em que asa vai embarcar, deixo aqui uma foto com um mapa do aeroporto, e as respectivas empresas que "checan-in" em cada asa.



Como chegar ao aeroporto?


Já disse antes: andar de avião é rápido, mas só isso.
Você sempre está longe do centro, limitado a sair dali com linhas de ônibus municipais escassas ou inexistentes, ou táxis que irão te esfaquear com frete homem-mala, ou por sorte com uma empresa que faça o transporte regular de passageiros até um aeroporto.

Por sorte, em Campinas, por R$30,00 a Viação Caprioli leva até ao aeroporto, agora não mais saindo da Av. Francisco GLicério, mas sim do novíssimo Terminal Intermodal de Campinas, inagurado pelo Prefeito Dr. Hélio antes de ter o terminal de circular apto a funcionar. Um verdadeiro caos ao habitante sazonal de Campinas.

Saindo de São José dos Campos, é a Pássaro Marrom que faz o traslado, com o preço mais camarada de R$14,00 (e com menores chances de ficar parado em um congestionamento no coração econômico do Brasil).

Boa viagem.