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PSICOLOGA RAFAELA SENFF RIBEIRO

 

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ATENDENDO CASAIS NA TERAPIA RELACIONAL SISTÊMICA


Psicóloga Rafaela Senff Ribeiro
Apresentação na Mesa Redonda da Iª Jornada de
Terapia Relacional Sistêmica (março/2009)

Quando fui convidada para fazer essa fala, me questionei muito sobre o que eu falaria dentro da Terapia de Casal, e então comecei a resgatar nos meus atendimentos de casais o que eu achava que havia sido o mais interessante e principalmente os feedbacks que os casais me davam e dão, e então...decidi falar sobre o bom uso das brigas e como instrumentá-las. Sendo um recorte de um recorte amplo que é a Técnica de Terapia de Casal.

Dois parceiros nunca correspondem, nem satisfazem completamente um ao outro. O casal tem o desafio de estar sempre negociando entre si e lutando juntos. Alguns dão conta e outros não...

Atualmente as pessoas casam e descasam com muita facilidade e com muito sofrimento, muitas vezes a justificativa era: “brigávamos demais”, e eles não sabiam que podemos fazer bom uso das brigas. E são essas pessoas que buscam pela terapia de casal e é necessário fazer um trabalho antes ou em paralelo com o casal de lidar com as brigas que é o desenvolvimento da pertinência.

É possível desenvolver a pertinência através da instrumentação das brigas de um casal. Existe um folclore que um casal que se ama não briga e aquele que briga é um casal que não dá certo, quando ouvimos que fulano e fulana se separaram sempre existe a pergunta se eles brigavam muito? E as brigas na verdade são enriquecedoras, principalmente aprender a fazer as pazes é mais ainda, é algo que alimenta o afeto, o amor e a união entre os parceiros. Quando o casal está disposto a mudar, existe uma pertinência baixa, mas existe e o terapeuta começa a avaliar e ensinar ao casal brigar, eles terão resultados e vão poder tornar as brigas não tão desastrosas, podendo se tornarem úteis.

Temos que partir do princípio que em uma relação a dois nós mostramos o nosso melhor e o pior; e é a forma mais rápida e dolorosa das pessoas se desenvolverem.

Evitar brigas também pode ser algo que prejudique a relação e pode acabar com ela e como conseqüência impede a intimidade. Uma pessoa que tem a compulsão de brigar por qualquer detalhe e outra que tenha a de evitar brigas, estão atreladas à mesma compulsão e armadilha, não permitindo espaço para que o afeto predomine e não há espaço para a relação à dois.

Uma briga que é inútil e perigosa ao casal é aquela que o casal ataca-se, defende-se, e arranja argumentos e o afeto e o laço que une esse casal é esquecido, pois brigas desse tipo geram uma marca, que dói, gera mágoa e deteriora a relação. E nessa brigas cada um tenta fazer com que o outro aceite sua opinião e ponto de vista e com isso torna-se um briga sem fim, pois sempre iram recomeçá-la.

O que é uma briga útil?É quando os parceiros aprendem:

- a expressar a raiva sem atacar um ao outro destrutivamente e a união (quando estamos com raiva dizemos muita coisa sem controle algum, podendo não ser o que realmente gostaria de dizer); e também aprender a relatar a decepção, mágoa, situação que gera a raiva ao invés de manifestá-la. (dizendo como está bravo, zangado).
- aprender a expressar os sentimentos;
- fazer apenas críticas construtivas;
-ouvir e reconhecer o que o parceiro acabou de dizer (em vez de argumentar logo em contrário).
- conversar depois da briga e fazer “as pazes”.

De modo geral, o que não pode em uma briga é:

- usar “golpes baixos” (expor o outro perante terceiros, ameaçar, sacanear o outro, privar o outro de algo –dinheiro); (emprestar o carro para ver a mãe)
- não insultar; (chingar e ofender)
- não desenterrar problemas antigos; (casal funcional é aquele que briga por questões do presente e menos funcional é aquele que briga por questões do passado e repetidamente)
- não despejar sobre o companheiro queixas e frustrações acumuladas; ( ex.: a mulher disse que nunca tinha prazer) – algo não dito
- não fazer acusações; pois quando você acusa alguém impede que haja uma troca na briga, e impede o outro de ouvir;
-não fazer críticas destrutivas; pois essas não geram uma boa saída e crescimento; fazendo apenas críticas construtivas para que seja útil a briga;
- não retrucar ou argumentar o contrário do que acabou de ser dito; e sim ouvir e reconhecer o que o parceiro acabou de dizer, para depois que percebeu que foi compreendido se posicionar. Ex.: pai e mãe
- não usar álibis nas brigas, que deixa o outro sem ação, não permitindo que haja um desenvolvimento (começo, meio e fim);

Com os meus clientes eu peço para que eles mapeiem suas brigas respondendo as seguintes perguntas, geralmente peço como tarefa e que me mandem por e-mail ou tragam na próxima sessão, por escrito: (pedindo que eles sejam os mais sinceros possíveis:

- Como vocês brigam?
- Quando vocês brigam?
- O que você faz para brigar?
- Como você briga?
- As brigas são referentes a qual conteúdo? (relação a dois, à família, ao trabalho)
- Quais os temas (conteúdo) mais recorrentes das brigas? (avalio se é do passado ou presente)
- Nas últimas brigas mais marcantes como seu parceiro mais lhe feriu?
- Como vocês resolvem as brigas?
- Como vocês fazem as pazes?

A partir das respostas desse questionário eu tenho como propor algumas regras específicas para essa relação, reforçando um comprometimento de ambas as partes e tentando fazer com que cada um enxergue como briga, o que faz para ela acontecer e como pode impedi-la. Quando eles estão mais relutantes ou não estão percebendo como funcionam, eu peço para eles me mostrarem como brigam, eu me coloco no lugar de ambos para eles verem como é. Tem funcionado muito e percebo quando eles começam a brigar de forma mais estratégica, a pertinência para a mudança aumenta e posso trabalhar mais em cima do padrão de funcionamento de cada um e do casal.

Solange Rosset fala de algumas Regras/combinados para instrumentar a briga, que podem ser usados com os casais:

- não fazer perguntas que envolvam o “porque” (significa censurar)- pessoa fica se justificando e não fala o que é para ser dito!
- ater-se em um tema (inicia a briga por um motivo e termina em outro), é ter foco!;
- não trazer problemas do passado, ater-se ao momento presente pelo qual se discute;
-deixar que o companheiro termine de falar, sem interromper e depois se manifestar;

Briga e conversa não combinam! Nas brigas não se resolve nada, ela serve para muitas coisas serem ditas! O ideal é que depois de uma briga, depois de um tempo para que as pessoas se acalmem e recomponham-se, o casal deve sentar e conversar, tentando entender o que aconteceu, sem entrar na discussão do conteúdo, assim perceberem o que faz com que o outro se exalte e vice-versa, podendo fazer contratos, percebendo as dificuldades e limitações de cada um, possibilitando o maior controle sob questões perigosas e desencadeadoras de brigas e assim evitando-as, pois não levam a nada (são as brigas inócuas). O casal deve treinar as regras e maneiras mais adequada de brigar entre si tentando preservar-se individualmente e a relação também.

Em uma relação as brigas são inevitáveis, mas podemos transformá-las em estratégias de mudança a fim de melhorar a qualidade da relação e evitar desgastes, e para isso acontecer é necessário a disponibilidade dos parceiros consigo mesmo e com o outro.

Referências Bibliográficas:
ROSSET,S.M..Terapia Relacional Sistêmica:famílias, casais, indivíduos e grupos. Curitiba: Sol,2008.
ROSSET,S.M..O casal nosso de cada dia. Curitiba:Sol,2004.

Mais Informações
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Tel: (41) 3342-8621 | 9996-1278
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